António Costa usa Tsipras contra o Bloco

24-05-2019
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Tiro ao Bloco de Esquerda, dia 2. Já depois de ter aproveitado o jantar-comício de Setúbal para acusar os bloquistas de estarem reféns do "voto de protesto", o líder socialista apareceu em Matosinhos para lembrar que até Alexis Tsipras, primeiro-ministro grego e antigo ídolo na Rua da Palma, apoia o PS no desígnio que assumiu: liderar a "aliança progressista" que quer travar a extrema-direita.

Já depois de ter recordado aos mais distraídos o quão foi celebrado na Confederação Europeia dos Sindicatos (piscadela de olho à esquerda), António Costa assumiu um "grande orgulho" por ter recebido o apoio de Tsipras, "que sabe tão bem como nós o que custou governar com a troika", e, simultaneamente, o apoio de Emmanuel Macron, "que está na primeira linha do combate contra a extrema-direita".

Na quarta-feira, Marisa Matias acusou o PS de ter duas caras (uma para consumo interno, outra para consumo externo) e exigiu ao líder socialista que clarificasse a sua política de alianças na Europa. Na reta final da campanha, o tema tem motivado uma intensa troca de argumentos à esquerda e Costa e os seus generais têm tentado pintar os parceiros parlamentares como forças tão irredutivelmente eurocéticas que contribuem para o crescimento da extrema-direita. Esta noite, perante mais de mil pessoas, Costa insistiu: "A extrema-direita tem de ser derrota em todos os sitios em que quer levantar a cabeça". O protagonista da noite, no entanto, seria outro.

Augusto Santos Silva com licença para malhar

A intervenção do ministro dos Negócios Estrangeiros, grande pensador da ala mais moderada do PS, era aguardada com muita expectativa, sobretudo numa fase da campanha em que os socialistas já perderam o pudor de atacar diretamente o Bloco de Esquerda e o PCP. E Augusto Santos Silva, que um dia disse que tinha “especial prazer” em “malhar na direita”, não deixou os créditos por mãos alheias: sem nunca referir os bloquistas e comunistas, o socialista defendeu que o voto no PS era também um voto contra os “aventureirismos”, contra os “extremismos” e contra aqueles que, apesar de gozarem das vantagens de pertencerem ao projeto europeu, “passam a vida” a “encher a boca” com “críticas ao projeto europeu”.

Tiro ao Bloco de Esquerda, dia 2. Já depois de ter aproveitado o jantar-comício de Setúbal para acusar os bloquistas de estarem reféns do "voto de protesto", o líder socialista apareceu em Matosinhos para lembrar que até Alexis Tsipras, primeiro-ministro grego e antigo ídolo na Rua da Palma, apoia o PS no desígnio que assumiu: liderar a "aliança progressista" que quer travar a extrema-direita.

Já depois de ter recordado aos mais distraídos o quão foi celebrado na Confederação Europeia dos Sindicatos (piscadela de olho à esquerda), António Costa assumiu um "grande orgulho" por ter recebido o apoio de Tsipras, "que sabe tão bem como nós o que custou governar com a troika", e, simultaneamente, o apoio de Emmanuel Macron, "que está na primeira linha do combate contra a extrema-direita".

Na quarta-feira, Marisa Matias acusou o PS de ter duas caras (uma para consumo interno, outra para consumo externo) e exigiu ao líder socialista que clarificasse a sua política de alianças na Europa. Na reta final da campanha, o tema tem motivado uma intensa troca de argumentos à esquerda e Costa e os seus generais têm tentado pintar os parceiros parlamentares como forças tão irredutivelmente eurocéticas que contribuem para o crescimento da extrema-direita. Esta noite, perante mais de mil pessoas, Costa insistiu: "A extrema-direita tem de ser derrota em todos os sitios em que quer levantar a cabeça". O protagonista da noite, no entanto, seria outro.

Augusto Santos Silva com licença para malhar

A intervenção do ministro dos Negócios Estrangeiros, grande pensador da ala mais moderada do PS, era aguardada com muita expectativa, sobretudo numa fase da campanha em que os socialistas já perderam o pudor de atacar diretamente o Bloco de Esquerda e o PCP. E Augusto Santos Silva, que um dia disse que tinha “especial prazer” em “malhar na direita”, não deixou os créditos por mãos alheias: sem nunca referir os bloquistas e comunistas, o socialista defendeu que o voto no PS era também um voto contra os “aventureirismos”, contra os “extremismos” e contra aqueles que, apesar de gozarem das vantagens de pertencerem ao projeto europeu, “passam a vida” a “encher a boca” com “críticas ao projeto europeu”.

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