"Antevejo uma legislatura muito difícil e cheia de ziguezagues"

13-10-2019
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As eleições legislativas deste domingo resultaram numa nova maioria das forças de Esquerda no Parlamento, com o PS a eleger 106 deputados, um número porém que ficou aquém da maioria absoluta. As condições de 2019, quando comparadas com as de 2015, "são mais difíceis".

"As circunstâncias que há quatro anos quase que empurraram o Bloco e o PCP a chegarem a acordo desta vez não se verificam", referiu Miguel Sousa Tavares.

No seu habitual espaço de comentário na antena da TVI, o comentador recordou que, no seu discurso da noite eleitoral, Jerónimo de Sousa deixou claro que "quer passar à oposição" e vai ser "difícil para Costa voltar a ter a paz sindical que teve" durante os últimos quatro anos de Geringonça.

O Bloco de Esquerda, vincou também, "vai querer um papel de oposição com mais despesa pública e mais impostos para a financiar. A conjuntura económica que se adivinha para estes quatro anos não vai ser fácil e portanto a margem do Governo para encaixar as reivindicações que o BE vai trazer vai ser muito curta".

Antevejo uma legislatura muito difícil, cheia de ziguezagues e não será de excluir que um dia aconteça uma coligação negativa Direita/Esquerda como aconteceu no tempo de Sócrates"Em cima da mesa, reconheceu Sousa Tavares, está ainda a possibilidade de o PS "se virar para a Direita mas depende se Rui Rio continua e da vontade e da estratégia do PSD". Por isso, considerando que com os deputados do Livre (que elegeu uma deputada) e do PAN (elegeu quatro), o PS não chega à maioria absoluta, advoga Sousa Tavares que o PS "vai ensaiar é estar sozinho num esquema de geometria variável, chegando-se à Esquerda e à Direita. Antevejo uma legislatura muito difícil, cheia de ziguezagues e não será de excluir que um dia aconteça uma coligação negativa Direita/Esquerda como aconteceu no tempo de Sócrates".

Quanto à performance de Rui Rio ao longo da campanha, que tem sido criticada por figuras proeminentes da política, o comentador defendeu que "era difícil a qualquer pessoa fazer melhor do que ele fez". Recordou o jornalista que o líder social-democrata teve "de enfrentar um Governo que pôs as contas certas, que acabou com a ideia de que os socialistas gastavam o dinheiro todo, fez o PIB crescer acima da média europeia, reduziu o número de desempregados, pôs o défice a zero, devolveu salários, pensões e feriados".

Ainda assim, sobretudo a partir "do debate com Costa, Rui Rio conseguiu mostrar ao país que tinha um projeto alternativo e que o Governo poderia ter feito mais e melhor. Acho que ele apresentou a alternativa que era possível e teve o resultado que era possível nestas circunstâncias, só que o PSD não suporta estar muito tempo afastado do poder", terminou.

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Leia Também: JP reconhece "pesada derrota" e quer CDS na "grande casa das direitas"

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"As circunstâncias que há quatro anos quase que empurraram o Bloco e o PCP a chegarem a acordo desta vez não se verificam", referiu Miguel Sousa Tavares.

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O Bloco de Esquerda, vincou também, "vai querer um papel de oposição com mais despesa pública e mais impostos para a financiar. A conjuntura económica que se adivinha para estes quatro anos não vai ser fácil e portanto a margem do Governo para encaixar as reivindicações que o BE vai trazer vai ser muito curta".

Antevejo uma legislatura muito difícil, cheia de ziguezagues e não será de excluir que um dia aconteça uma coligação negativa Direita/Esquerda como aconteceu no tempo de Sócrates"Em cima da mesa, reconheceu Sousa Tavares, está ainda a possibilidade de o PS "se virar para a Direita mas depende se Rui Rio continua e da vontade e da estratégia do PSD". Por isso, considerando que com os deputados do Livre (que elegeu uma deputada) e do PAN (elegeu quatro), o PS não chega à maioria absoluta, advoga Sousa Tavares que o PS "vai ensaiar é estar sozinho num esquema de geometria variável, chegando-se à Esquerda e à Direita. Antevejo uma legislatura muito difícil, cheia de ziguezagues e não será de excluir que um dia aconteça uma coligação negativa Direita/Esquerda como aconteceu no tempo de Sócrates".

Quanto à performance de Rui Rio ao longo da campanha, que tem sido criticada por figuras proeminentes da política, o comentador defendeu que "era difícil a qualquer pessoa fazer melhor do que ele fez". Recordou o jornalista que o líder social-democrata teve "de enfrentar um Governo que pôs as contas certas, que acabou com a ideia de que os socialistas gastavam o dinheiro todo, fez o PIB crescer acima da média europeia, reduziu o número de desempregados, pôs o défice a zero, devolveu salários, pensões e feriados".

Ainda assim, sobretudo a partir "do debate com Costa, Rui Rio conseguiu mostrar ao país que tinha um projeto alternativo e que o Governo poderia ter feito mais e melhor. Acho que ele apresentou a alternativa que era possível e teve o resultado que era possível nestas circunstâncias, só que o PSD não suporta estar muito tempo afastado do poder", terminou.

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