200 inspetores nas buscas a PS e PSD

01-10-2018
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Polícia Judiciária fez buscas na Comissão Distrital de Lisboa do PSD e à Concelhia de Lisboa do PS. Em causa estão suspeitas corrupção

© JOÃO PAULO COUTINHO / GLOBAL IMAGENS

Além das buscas às estruturas de PSD e PS, o DN sabe que a operação da Unidade Nacional de Combate Corrupção da PJ também decorreu nos serviços centrais da autarquia, no Campo Grande, nos serviços de Urbanismo e irá estender-se às juntas de freguesia do Areeiro, Santo António e Estrela, todas elas lideradas por sociais-democratas.

De acordo com um comunicado da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa, estão sob investigação crimes de corrupção passiva, tráfico de influência, participação económica em negócio e financiamento proibido. Nesta operação foram efetuadas 70 buscas domiciliárias e não domiciliárias, incluindo buscas a "escritórios de advogados, autarquias, sociedades e instalações partidárias, em diversas zonas geográficas de Portugal Continental e Açores". Segundo o documento da PGDL as buscas envolveram três juízes de instrução, 12 magistrados do Ministério Público, peritos informáticos e financeiros da Polícia Judiciária, num total de 200 pessoas.

Na investigação, liderada pela seção distrital do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, apurou-se, acrescenta a PGDL, "[...] que um grupo de indivíduos ligados às estruturas de partido político, desenvolveram entre si influências destinadas a alcançar a celebração de contratos públicos, incluindo avenças com pessoas singulares e outras posições estratégicas".

O DN tentou contactar os presidentes das juntas do PSD em causa, mas apenas o de Santo António respondeu. Vasco Morgado negou que tenha sido feita até ao momento qualquer busca na junta a que preside. Das quatro juntas de freguesia do PSD em Lisboa, só a da Belém, liderada por Fernando Rosa, não está visada nesta investigação da PJ.

Fonte oficial do PS confirmou, entretanto à Lusa, que a PJ e o Ministério Público se deslocaram esta manhã à sede do partido e à concelhia de Lisboa. "O PS colaborou em tudo o que lhe foi solicitado pelas autoridades", referiu fonte oficial dos socialistas.

Fonte do PSD também disse à Lusa que que estão a ser realizadas buscas na distrital de Lisboa e nas juntas de freguesia de Santo António, Estrela e Areeiro. Segundo a mesma fonte, estão em investigação alegados "favorecimentos a militantes" do partido, "através de ajustes diretos", para a contratação de pessoal e a adjudicação de serviços a empresas ligadas ou controladas por dirigentes políticos.

O presidente da Junta de Freguesia do Areeiro, Fernando Braamcamp (PSD), confirmou que foi avisado pelo tesoureiro da autarquia de que a PJ estava na junta "a ver contratos".

"Estou agora a dirigir-me para lá. A documentação é pública, não há nada a esconder", disse, às 10:15.

De acordo com a "Sábado", que avançou a notícia, um dos principais visados na operação é o social-democrata Carlos Eduardo Reis, conselheiro nacional do PSD e que controla várias empresas que ganharam adjudicações diretas de autarquias controladas pelo PSD e também pelo PS.

Os sociais-democratas investigados

Carlos Eduardo Reis

Segundo a Sábado, um dos principais visados na operação é o social-democrata Carlos Eduardo Reis, conselheiro nacional do PSD, ex-presidente da JSD de Braga que apoiou Santana Lopes nas últimas diretas para a liderança do partido. Carlos Reis controla várias empresas que ganharam inúmeras adjudicações diretas de de autarquias controladas pelo PSD e também pelo PS.

A ligação entre as juntas de freguesia da Estrela, Areeiro e Santo António e o dirigentes do PSD foi revelada, em 2017, pelo jornal Observador. Carlos Eduardo Reis e outros militantes sociais-democratas são suspeitos de integrarem uma espécie de teia de relações de negócios com estas juntas de Lisboa lideradas pelo PSD. As contas feitas pelo jornal apontavam para cerca de 1 milhão de euros em avenças e adjudicações diretas de serviços.

Carlos Eduardo Reis é um jovem que surpreendeu no último congresso do PSD ao ter encabeçado uma lista ao Conselho Nacional do partido que teve o melhor resultado a seguir à de Rui Rio, que era conjunta com Pedro Santana Lopes.

Sérgio Azevedo

O deputado social-democrata, de 37 anos, que foi vice-presidente da bancada do PSD com Luís Montenegro, é um dos visados nesta investigação sobre a prática de crimes de corrupção, que envolve três juntas de freguesia do PSD. Sérgio Azevedo tem sido até ao momento visto no partido como uma das jovens promessas de futuro. É licenciado em direito e tem doutoramento em Direito e Segurança e também é conselheiro nacional do PSD. Foi membro da Assembleia Municipal de Lisboa entre 2013 e 2017

Luís Newton

O presidente da Junta da Estrela desde 2013 tem estado envolvido em várias polémicas sobre a gestão daquele órgão autárquico. Já no início deste ano, o Observador revelava que dos 2,6 milhões de euros gastos pela junta em pessoal, metade eram avenças. Foi um dos envolvidos no caso das viagens pagas pela empresa de telecomunicações Huawei à China, tal como Sérgio Azevedo.

Fernando Braamcamp

O presidente da junta de freguesia do Areeiro, de 49 anos, empresário, dirige aquele órgão autárquico desde 2013, depois de ter desempenhado as mesmas funções durante vários anos na junta do Alto do Pina.

Vasco Morgado

O presidente da junta de freguesia de Santo António também é um dos visados nestas rusgas da PJ.

Polícia Judiciária fez buscas na Comissão Distrital de Lisboa do PSD e à Concelhia de Lisboa do PS. Em causa estão suspeitas corrupção

© JOÃO PAULO COUTINHO / GLOBAL IMAGENS

Além das buscas às estruturas de PSD e PS, o DN sabe que a operação da Unidade Nacional de Combate Corrupção da PJ também decorreu nos serviços centrais da autarquia, no Campo Grande, nos serviços de Urbanismo e irá estender-se às juntas de freguesia do Areeiro, Santo António e Estrela, todas elas lideradas por sociais-democratas.

De acordo com um comunicado da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa, estão sob investigação crimes de corrupção passiva, tráfico de influência, participação económica em negócio e financiamento proibido. Nesta operação foram efetuadas 70 buscas domiciliárias e não domiciliárias, incluindo buscas a "escritórios de advogados, autarquias, sociedades e instalações partidárias, em diversas zonas geográficas de Portugal Continental e Açores". Segundo o documento da PGDL as buscas envolveram três juízes de instrução, 12 magistrados do Ministério Público, peritos informáticos e financeiros da Polícia Judiciária, num total de 200 pessoas.

Na investigação, liderada pela seção distrital do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, apurou-se, acrescenta a PGDL, "[...] que um grupo de indivíduos ligados às estruturas de partido político, desenvolveram entre si influências destinadas a alcançar a celebração de contratos públicos, incluindo avenças com pessoas singulares e outras posições estratégicas".

O DN tentou contactar os presidentes das juntas do PSD em causa, mas apenas o de Santo António respondeu. Vasco Morgado negou que tenha sido feita até ao momento qualquer busca na junta a que preside. Das quatro juntas de freguesia do PSD em Lisboa, só a da Belém, liderada por Fernando Rosa, não está visada nesta investigação da PJ.

Fonte oficial do PS confirmou, entretanto à Lusa, que a PJ e o Ministério Público se deslocaram esta manhã à sede do partido e à concelhia de Lisboa. "O PS colaborou em tudo o que lhe foi solicitado pelas autoridades", referiu fonte oficial dos socialistas.

Fonte do PSD também disse à Lusa que que estão a ser realizadas buscas na distrital de Lisboa e nas juntas de freguesia de Santo António, Estrela e Areeiro. Segundo a mesma fonte, estão em investigação alegados "favorecimentos a militantes" do partido, "através de ajustes diretos", para a contratação de pessoal e a adjudicação de serviços a empresas ligadas ou controladas por dirigentes políticos.

O presidente da Junta de Freguesia do Areeiro, Fernando Braamcamp (PSD), confirmou que foi avisado pelo tesoureiro da autarquia de que a PJ estava na junta "a ver contratos".

"Estou agora a dirigir-me para lá. A documentação é pública, não há nada a esconder", disse, às 10:15.

De acordo com a "Sábado", que avançou a notícia, um dos principais visados na operação é o social-democrata Carlos Eduardo Reis, conselheiro nacional do PSD e que controla várias empresas que ganharam adjudicações diretas de autarquias controladas pelo PSD e também pelo PS.

Os sociais-democratas investigados

Carlos Eduardo Reis

Segundo a Sábado, um dos principais visados na operação é o social-democrata Carlos Eduardo Reis, conselheiro nacional do PSD, ex-presidente da JSD de Braga que apoiou Santana Lopes nas últimas diretas para a liderança do partido. Carlos Reis controla várias empresas que ganharam inúmeras adjudicações diretas de de autarquias controladas pelo PSD e também pelo PS.

A ligação entre as juntas de freguesia da Estrela, Areeiro e Santo António e o dirigentes do PSD foi revelada, em 2017, pelo jornal Observador. Carlos Eduardo Reis e outros militantes sociais-democratas são suspeitos de integrarem uma espécie de teia de relações de negócios com estas juntas de Lisboa lideradas pelo PSD. As contas feitas pelo jornal apontavam para cerca de 1 milhão de euros em avenças e adjudicações diretas de serviços.

Carlos Eduardo Reis é um jovem que surpreendeu no último congresso do PSD ao ter encabeçado uma lista ao Conselho Nacional do partido que teve o melhor resultado a seguir à de Rui Rio, que era conjunta com Pedro Santana Lopes.

Sérgio Azevedo

O deputado social-democrata, de 37 anos, que foi vice-presidente da bancada do PSD com Luís Montenegro, é um dos visados nesta investigação sobre a prática de crimes de corrupção, que envolve três juntas de freguesia do PSD. Sérgio Azevedo tem sido até ao momento visto no partido como uma das jovens promessas de futuro. É licenciado em direito e tem doutoramento em Direito e Segurança e também é conselheiro nacional do PSD. Foi membro da Assembleia Municipal de Lisboa entre 2013 e 2017

Luís Newton

O presidente da Junta da Estrela desde 2013 tem estado envolvido em várias polémicas sobre a gestão daquele órgão autárquico. Já no início deste ano, o Observador revelava que dos 2,6 milhões de euros gastos pela junta em pessoal, metade eram avenças. Foi um dos envolvidos no caso das viagens pagas pela empresa de telecomunicações Huawei à China, tal como Sérgio Azevedo.

Fernando Braamcamp

O presidente da junta de freguesia do Areeiro, de 49 anos, empresário, dirige aquele órgão autárquico desde 2013, depois de ter desempenhado as mesmas funções durante vários anos na junta do Alto do Pina.

Vasco Morgado

O presidente da junta de freguesia de Santo António também é um dos visados nestas rusgas da PJ.

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