Dirigentes do Chega partilham nas redes sociais teorias da conspiração sobre Covid-19?

31-08-2020
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A primeira recolha de publicações foi feita pela página de Facebook “Chega de Ventura” e circulou pela mesma rede social nos últimos dias. Um dos casos é o de Karina Marques, vice-presidente da Mesa da Convenção do Partido e líder da distrital de Aveiro, que publicou no seu perfil de Facebook uma fotografia em que se pode ler “#NoMask” - “não à máscara” em português - e um sinal de proibição sobre uma máscara. A fotografia já foi removida, pelo que o Polígrafo conseguiu apurar.

Segue-se Joaquim Chilrito, vogal da direção nacional, que partilhou uma fotografia com vários tipos de máscara e onde é questionada a utilização de uma máscara de tecido numa situação de “vírus mortal”, quando para pintar é necessária uma mais resistente. Chilrito acrescenta na descrição da publicação: “Pânico – Paranoia – Hipocondria – Esquizofrenia – Ansiedade – Bipolaridade – Transtorno Obsessivo Compulsivo. Com tantas hipóteses existentes, foram logo chamar-lhe COVID-19.”

A página destaca ainda uma publicação de Luís Filipe Graça, presidente da Mesa da Convenção do Chega, em que o mesmo afirma que as medidas de proteção implementadas pelo Governo podem ser uma “ditadura”, questionando ainda “se não estamos a ser testados na nossa obediência a uma qualquer agenda mais obscura”. Este texto foi publicado em abril, contudo o Polígrafo encontrou uma publicação de 11 de agosto em que o dirigente do Chega defende que “obrigar o uso de máscara é inconstitucional” e que “a constipação dos amarelos é uma das maiores fraudes da história com o objetivo de manipulação social”.

O uso de máscara também foi questionado por Patrícia Sousa Uva, candidata por Lisboa nas Legislativas 2019, ao partilhar uma notícia sobre um protesto em Bruxelas para exigir o fim da máscara obrigatória. “Acho muito bem que se comecem a fazer protestos um pouco por todo o mundo,” pode ler-se na publicação.

O mural de Facebook de Patrícia Sousa Uva está repleto de publicações que relativizam o perigo do coronavírus, que afirmam que vivemos numa “ditatura covideira” e até publicações que já foram marcadas pelo Facebook como sendo falsas ou parcialmente falsa. A 18 de agosto, escreveu que está a começar a ter “a mesma aversão aos covideiros que tenho aos comunistas”, a 17 de agosto, num texto mais elaborado, afirma que “o governo a par com a comunicação social que serve o regime insiste nesta ditadura já pouco disfarçada”.

André Ventura, líder do Chega, tem optado por manter um discurso prudente sobre o tema, demarcando-se de posições negacionistas relativamente à pandemia.

Não é só o Chega e alguns dos seus dirigentes – de referir que André Ventura, o líder do partido, tem mantido um discurso prudente sobre o tema, demarcando-se de posições negacionistas relativamente à pandemia - que têm optado por seguir o caminho do negacionismo e das teorias da conspiração. Nos Estados Unidos, Donald Trump foi desde o início um crítico acérrimo da história da COVID-19 como ela está a ser contada pelas fontes oficiais negando a necessidade de utilização de máscaras em público e apoiando os tratamentos com hidroxicloroquina.

Mais abaixo, no Brasil, não é só Jair Bolsonaro segue os passos de Trump e nega a gravidade do coronavírus, que considera uma manipulação "histórica" da opinião pública que já aconteceu na história.

Avaliação do Polígrafo:

A primeira recolha de publicações foi feita pela página de Facebook “Chega de Ventura” e circulou pela mesma rede social nos últimos dias. Um dos casos é o de Karina Marques, vice-presidente da Mesa da Convenção do Partido e líder da distrital de Aveiro, que publicou no seu perfil de Facebook uma fotografia em que se pode ler “#NoMask” - “não à máscara” em português - e um sinal de proibição sobre uma máscara. A fotografia já foi removida, pelo que o Polígrafo conseguiu apurar.

Segue-se Joaquim Chilrito, vogal da direção nacional, que partilhou uma fotografia com vários tipos de máscara e onde é questionada a utilização de uma máscara de tecido numa situação de “vírus mortal”, quando para pintar é necessária uma mais resistente. Chilrito acrescenta na descrição da publicação: “Pânico – Paranoia – Hipocondria – Esquizofrenia – Ansiedade – Bipolaridade – Transtorno Obsessivo Compulsivo. Com tantas hipóteses existentes, foram logo chamar-lhe COVID-19.”

A página destaca ainda uma publicação de Luís Filipe Graça, presidente da Mesa da Convenção do Chega, em que o mesmo afirma que as medidas de proteção implementadas pelo Governo podem ser uma “ditadura”, questionando ainda “se não estamos a ser testados na nossa obediência a uma qualquer agenda mais obscura”. Este texto foi publicado em abril, contudo o Polígrafo encontrou uma publicação de 11 de agosto em que o dirigente do Chega defende que “obrigar o uso de máscara é inconstitucional” e que “a constipação dos amarelos é uma das maiores fraudes da história com o objetivo de manipulação social”.

O uso de máscara também foi questionado por Patrícia Sousa Uva, candidata por Lisboa nas Legislativas 2019, ao partilhar uma notícia sobre um protesto em Bruxelas para exigir o fim da máscara obrigatória. “Acho muito bem que se comecem a fazer protestos um pouco por todo o mundo,” pode ler-se na publicação.

O mural de Facebook de Patrícia Sousa Uva está repleto de publicações que relativizam o perigo do coronavírus, que afirmam que vivemos numa “ditatura covideira” e até publicações que já foram marcadas pelo Facebook como sendo falsas ou parcialmente falsa. A 18 de agosto, escreveu que está a começar a ter “a mesma aversão aos covideiros que tenho aos comunistas”, a 17 de agosto, num texto mais elaborado, afirma que “o governo a par com a comunicação social que serve o regime insiste nesta ditadura já pouco disfarçada”.

André Ventura, líder do Chega, tem optado por manter um discurso prudente sobre o tema, demarcando-se de posições negacionistas relativamente à pandemia.

Não é só o Chega e alguns dos seus dirigentes – de referir que André Ventura, o líder do partido, tem mantido um discurso prudente sobre o tema, demarcando-se de posições negacionistas relativamente à pandemia - que têm optado por seguir o caminho do negacionismo e das teorias da conspiração. Nos Estados Unidos, Donald Trump foi desde o início um crítico acérrimo da história da COVID-19 como ela está a ser contada pelas fontes oficiais negando a necessidade de utilização de máscaras em público e apoiando os tratamentos com hidroxicloroquina.

Mais abaixo, no Brasil, não é só Jair Bolsonaro segue os passos de Trump e nega a gravidade do coronavírus, que considera uma manipulação "histórica" da opinião pública que já aconteceu na história.

Avaliação do Polígrafo:

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