Marcelo: entrada de novos partidos na AR é prova da “sabedoria dos portugueses” para “obrigar” o sistema a mudar

20-12-2019
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O fim do mito que dizia que o sistema português era fechado a novos partidos foi uma mostra da “sabedoria do povo português”. Quem o diz é o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que numa sessão de cumprimentos à Assembleia da República acabou por comentar a nova realidade que marcou o ano político - a entrada dos novos partidos no Parlamento - e lembrar: é preciso ler o resultado destas eleições como um sinal de que os portugueses querem “obrigar a mudar alguma coisa” no sistema.

Diante dos representantes da AR e dos partidos no Parlamento, incluindo os deputados únicos que representam as novas forças políticas, Marcelo aproveitou para fazer uma breve história das formações políticas portuguesas - isto logo depois de Ferro Rodrigues ter deixado um recado: “Na AR há adversários políticos, não há inimigos pessoais” (um aviso sobre André Ventura?).

“Este ano trouxe consigo um aumento da representação de forças políticas, o que mostra a sabedoria do povo português”, que em vários momentos históricos, recordou Marcelo, “foi encontrando maneira de se exprimir através das novas forças políticas”. E estas têm uma “missão importante”, sejam para ficar e consolidar-se ou apenas epifenómenos: “Obrigar o sistema e o Parlamento a mudar alguma coisa”. O recado dos eleitores, diz Marcelo, ficou dado: “Os portugueses quiseram dizer que o nosso sistema” - ao contrário do que se acreditava até outubro - “tem grande plasticidade”.

O Presidente aproveitou a sessão para recordar que no próximo ano o calendário político, sobretudo o orçamental, vai ser particularmente intenso: “metade dos orçamentos [da legislatura] será votada num ano”, ou seja, em 2020 votar-se-á já em fevereiro esse orçamento e depois, no final do ano, o de 2021. Para mais, vem aí a preparação da presidência da União Europeia e o acompanhamento, feito “preocupadamente” pela Assembleia da República, do quadro financeiro plurianual e do orçamento da UE.

Ferro não transige no respeito pela AR

Antes de Marcelo, foi a vez de Ferro Rodrigues falar. E insistir, repetidamente, que mesmo com as “novidades” no Parlamento, “há questões estruturais que se vão manter”. Quais? “O respeito pelos órgãos de soberania, incluindo o próprio Parlamento”, frisou Ferro. Isto num momento em que Ferro decidiu comprar uma guerra com André Ventura, tendo repreendido o deputado, no Parlamento, pelo uso que considerou excessivo da palavra “vergonha” - uma situação que levou Ventura a pedir uma audiência a Marcelo, exigir um pedido de desculpas a Ferro e até colocar à porta do Parlamento um cartaz que diz, simplesmente, “#vergonha”.

“Mantenho toda a tranquilidade, independentemente das novas condições, na certeza de que o respeito pelas instituições é algo em que não transigirei”, declarou Ferro, no rescaldo da polémica com Ventura. E rematou: “Na AR há adversários políticos, não há inimigos pessoais”. O recado ficou dado.

O fim do mito que dizia que o sistema português era fechado a novos partidos foi uma mostra da “sabedoria do povo português”. Quem o diz é o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que numa sessão de cumprimentos à Assembleia da República acabou por comentar a nova realidade que marcou o ano político - a entrada dos novos partidos no Parlamento - e lembrar: é preciso ler o resultado destas eleições como um sinal de que os portugueses querem “obrigar a mudar alguma coisa” no sistema.

Diante dos representantes da AR e dos partidos no Parlamento, incluindo os deputados únicos que representam as novas forças políticas, Marcelo aproveitou para fazer uma breve história das formações políticas portuguesas - isto logo depois de Ferro Rodrigues ter deixado um recado: “Na AR há adversários políticos, não há inimigos pessoais” (um aviso sobre André Ventura?).

“Este ano trouxe consigo um aumento da representação de forças políticas, o que mostra a sabedoria do povo português”, que em vários momentos históricos, recordou Marcelo, “foi encontrando maneira de se exprimir através das novas forças políticas”. E estas têm uma “missão importante”, sejam para ficar e consolidar-se ou apenas epifenómenos: “Obrigar o sistema e o Parlamento a mudar alguma coisa”. O recado dos eleitores, diz Marcelo, ficou dado: “Os portugueses quiseram dizer que o nosso sistema” - ao contrário do que se acreditava até outubro - “tem grande plasticidade”.

O Presidente aproveitou a sessão para recordar que no próximo ano o calendário político, sobretudo o orçamental, vai ser particularmente intenso: “metade dos orçamentos [da legislatura] será votada num ano”, ou seja, em 2020 votar-se-á já em fevereiro esse orçamento e depois, no final do ano, o de 2021. Para mais, vem aí a preparação da presidência da União Europeia e o acompanhamento, feito “preocupadamente” pela Assembleia da República, do quadro financeiro plurianual e do orçamento da UE.

Ferro não transige no respeito pela AR

Antes de Marcelo, foi a vez de Ferro Rodrigues falar. E insistir, repetidamente, que mesmo com as “novidades” no Parlamento, “há questões estruturais que se vão manter”. Quais? “O respeito pelos órgãos de soberania, incluindo o próprio Parlamento”, frisou Ferro. Isto num momento em que Ferro decidiu comprar uma guerra com André Ventura, tendo repreendido o deputado, no Parlamento, pelo uso que considerou excessivo da palavra “vergonha” - uma situação que levou Ventura a pedir uma audiência a Marcelo, exigir um pedido de desculpas a Ferro e até colocar à porta do Parlamento um cartaz que diz, simplesmente, “#vergonha”.

“Mantenho toda a tranquilidade, independentemente das novas condições, na certeza de que o respeito pelas instituições é algo em que não transigirei”, declarou Ferro, no rescaldo da polémica com Ventura. E rematou: “Na AR há adversários políticos, não há inimigos pessoais”. O recado ficou dado.

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