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Razões de uma candidatura: dinamismo bloqueado
Quando nos candidatamos à Concelhia de Lisboa em 2012 partimos da constatação de que os aderentes de Lisboa tinham poucos ou nenhuns espaços para intervirem na vida do Bloco e serem ouvidos nas decisões. Tínhamos como objetivo principal aumentar a democracia interna, no sentido claro de ampliar a participação dos aderentes para além da distribuição de propaganda e participação em plenários ocasionais. Considerávamos que a maioria das decisões que afetam a vida interna do Bloco eram conhecidas por canais indiretos, nomeadamente os meios de comunicação social, e era preciso corrigir esta realidade.
Considerávamos que os militantes detinham um espaço diminuto na organização do partido. Os plenários de aderentes eram muitas vezes convocados com dois objetivos: por um lado para votar e aprovar listas nos momentos eleitorais e, por outro, para conhecer propostas e projetos decididos e determinados pela direção do partido, com tempos de intervenção entre três e cinco minutos, o que deixava extremamente frustrada a maioria dos participantes. Tornou-se evidente que estes momentos cumpriam uma necessidade estatutária e pouco ou nenhuma importância tinha na tomada de decisão. Para lá disso, restava aos aderentes serem convocados para distribuição de propaganda.
Desta análise nasceu a profunda necessidade de combater a falta de democracia interna e de dar voz aos aderentes. Este facto fundou em nós a vontade de contrariar estas tendências burocratizantes que esmagam a participação e reduzem a militância.
Propusemo-nos renovar a Concelhia de Lisboa, que na altura se afigurava como uma estrutura que pouco ou nada respondia às suas necessidades de participação e pertença ao projeto político do Bloco de Esquerda. A concelhia enquanto direção política na cidade de Lisboa pouco ou nada existia, as iniciativas sobre Lisboa ou problemas centrais de Lisboa escasseavam. Era necessário reavivar os debates sobre a cidade e promover a discussão em torno das propostas políticas do Bloco a nível nacional, convidar para o debate especialistas sobre os diversos temas e diversificar as iniciativas e campanhas em torno de problemas e temas específicos. Era necessário envolver os militantes na vida do partido, animar a participação e com isso contribuir para uma maior visibilidade do Bloco. Em ano preparatório de eleições, era necessário construir a implementação local e autárquica.
Em suma, criar as estruturas que potenciassem uma implementação local do Bloco. Construir os alicerces que apoiassem uma maior capacidade de intervenção para mudar radicalmente a vida concreta das pessoas no confronto com as políticas de austeridade e reforçar a representação nacional e parlamentar. Era nossa convicção que o caminho a fazer deveria sempre incluir um maior estímulo à participação dos aderentes e simpatizantes.
Elegemos 5 representantes, o que correspondeu a aproximadamente 40% dos votos. No entanto, ficou logo clara a dificuldade em formar uma equipa de trabalho na Concelhia eleita. As diferenças expressas entre as duas listas durante a campanha eleitoral prevaleceram e tiveram um considerável impacto na capacidade de colaboração, debate e convergência entre os aderentes que agora constituíam a Coordenadora Concelhia de Lisboa. Seguros da necessidade de transformação interna, fomos apresentando diferentes propostas e protagonizámos a organização de diversas iniciativas, procurando assim cumprir os objetivos da nossa candidatura. Consideramos que algumas das atividades, de nossa iniciativa, que decorreram durante este mandato contribuíram para um maior dinamismo da Concelhia de Lisboa, apesar de todas as divergências e conflitos.
Embora os resultados obtidos pareçam pouco expressivos consideramos que a formação da Concelhia com elementos de diferentes listas representou de uma forma muito mais clara a vontade dos aderentes naquela altura. As dificuldades manifestadas são as dificuldades inerentes à prática democrática que o Bloco tem de aprofundar.
Propostas e iniciativas
Durante o nosso mandato coordenámos e participámos ativamente na dinamização de várias iniciativas e atividades de esclarecimento que visavam um maior contacto com as populações, respondendo de uma forma mais direta às suas necessidades de informação. Nesse sentido é de louvar iniciativas como as sessões públicas sobre a chamada “Lei das rendas” bem como os debates com os deputados do Bloco como oradores.
Face à necessidade de uma reestruturação interna na perspetiva de um maior envolvimento dos militantes, valorização do poder local e divulgação da informação, fomentámos e dinamizámos a criação de grupos de trabalho: são exemplos o Grupo de trabalho autárquico, o Grupo de comunicação, o Grupo de receção aos novos aderentes e o Grupo das freguesias. Continuámos ainda a dinamizar o Grupo de trabalho dos transportes.
Foi proposta por nós a formação de um Grupo de trabalho autárquico com ligação aos eleitos na Assembleia Municipal e aos eleitos nas Assembleias de Freguesia, apoiado por elementos da Concelhia que garantiriam apoio político e administrativo. Nesta estrutura proposta, incluímos ainda um grupo constituído por militantes e especialistas de diferentes áreas para pensar e discutir linhas de intervenção na cidade. Este grupo de trabalho encontrou uma grande resistência à sua implementação por ter sido considerado pela maioria da Concelhia como demasiado rígido, hierarquizado e pouco adequado à matriz organizativa do Bloco. Este grupo acabou por reunir algumas vezes, num formato diferente do inicialmente proposto e acabou por pouco ou nada contribuir para a resolução das dificuldades na implementação local do Bloco. A sua ação foi residual, tendo deixado de existir durante a campanha eleitoral autárquica aquando da transferência das suas funções para o grupo de direção da campanha eleitoral em Lisboa. Em consequência, a falta de apoio aos eleitos autárquicos do Bloco continuou a ser regra e importante razão de desmotivação, prejudicando a afirmação das propostas e do próprio Bloco.
Face à inexistência de um veículo eficaz na divulgação de informação sobre a atividade da Concelhia e do grupo municipal foi constituído o Grupo de comunicação com responsabilidade na dinamização do portal da Concelhia assim como da página de Facebook. Estes instrumentos de comunicação revelaram-se essenciais na divulgação das propostas, projetos e iniciativas da concelhia contribuindo positivamente na aproximação aos aderentes e eleitores de Lisboa. É no entanto de lamentar que a atividade fundamental desenvolvida por este grupo tenha sofrido com a ausência reiterada dos elementos da maioria eleita, apesar de inicialmente terem demonstrado interesse em participar. Infelizmente, o Grupo de comunicação foi desativado após o Coordenador Nacional e candidato a Lisboa ter decidido, à revelia da Coordenadora Concelhia, criar um sítio autónomo para a campanha eleitoral autárquica, atualizado por funcionários.
Eleições autárquicas
Fomos persistentes na defesa de processos mais participativos na construção das listas para as freguesias, tentando quebrar com práticas nefastas de orientações de cima para baixo, que afogam a iniciativa própria dos aderentes e dos núcleos locais do Bloco. Tínhamos a convicção que o processo seria mais robusto se os núcleos de freguesia tivessem liberdade na construção das listas e na escolha do cabeça de lista.
Tendo conseguido aprovar esta proposta o resultado foi extremamente positivo. Garantiu-se uma maior participação dos militantes, estimulou-se a criação de núcleos de freguesia onde ainda não existiam e a aproximação de militantes pouco envolvidos na vida do Bloco, alargando-se a nossa base de influência com a integração de independentes nas listas.
É de realçar o total envolvimento dos aderentes simpatizantes da Democracia em Bloco na campanha autárquica. Das candidaturas nas freguesias à candidatura central, em todos os pontos da cidade, foi por isso possível garantir um funcionamento digno da campanha autárquica em Lisboa. Bem nos recordamos de muitas ações de rua com o João Semedo nas quais, para além dos funcionários do partido, apenas estavam presentes elementos da Democracia em Bloco. Este empenho contribuiu para atenuar a ausência reiterada nas ações de campanha de alguns membros da coordenadora concelhia de Lisboa eleitos pela maioria.
Reconhecendo a importância política das listas de cidadãos, apoiámos um movimento de cidadãos, a Lista Move, à freguesia de Alcântara, em lugar de uma candidatura própria do partido. As candidaturas independentes representam uma oportunidade de alargamento e abertura, que reforçam a implantação e convergência com movimentos e outros interlocutores que intervêm no mesmo campo político que o Bloco de Esquerda.
No processo da construção da lista de candidatos à Assembleia Municipal de Lisboa influenciámos claramente a seleção dos candidatos. Defendemos a escolha da Ana Drago para a cabeça de lista e batemo-nos por uma lista aberta não composta exclusivamente por militantes do Bloco. O posicionamento da Democracia em Bloco garantiu, de facto, que se elegesse uma lista forte, com o João Semedo e a Ana Drago a candidatos. A verdade é que, apesar da queda eleitoral, este processo evitou o enquistamento de posições arcaicas, e nomeadamente que o desprezo pelas eleições locais manifestado por vários elementos da lista A se tornasse orientação única do Bloco. Os mesmos elementos que tinham dito que o «António Costa era a Troika em Lisboa» perderam e, felizmente, o Bloco conseguiu avançar.
Este processo é de uma importância vital, pois um dos principais problemas do BE em Lisboa era a atividade na Assembleia Municipal estar totalmente capturada por alguns dirigentes de correntes. Nenhum militante sabia o que se passava na AML, nem sequer os membros da coordenadora concelhia de Lisboa. Esta situação foi corrigida na 2ª parte do mandato da Concelhia, já em 2014. No entanto, manteve-se o distanciamento em relação aos aderentes, o que deverá ser melhorado no futuro.
As posições sectárias assumidas durante quatro anos de mandato pelos anteriores membros contribuíram para o mau resultado eleitoral alcançado pelo BE em 2013. A partir deste ano tal deixará de suceder. Foram criadas as condições para a coordenadora concelhia e os aderentes do BE terem mais influência na atividade da Assembleia Municipal.
Algumas atividades impulsionadas pela Democracia em Bloco
Ciclo de Debates: Ideias para Lisboa
1ª Sessão: Como revolucionar a Cidadania Local? – Modernização Administrativa, Sociedade de Informação e Administração Aberta
Data: 31 de Janeiro de 2013
Responsável: Helena Figueiredo
Moderado por João Ricardo de Vasconcelos: Politólogo, Gestor de Projetos e criador do blogue “activismodesofa.net”
Oradores:
Carlos Santos – Dirigente do Bloco de Esquerda, Diretor do *Esquerda*
Gonçalo Caseiro – Eng Informático, estudante de doutoramento, com experiência das áreas de modernização administrativa, compras públicas e serviços partilhados
Luís de Sousa – Presidente da Transparência e Integridade, Associação Cívica (TIAC), Investigador do ICS-UL
Mariana Avelãs
2º Sessão: Associativismo, Cultura e Educação
Data: 20 de Março de 2013
Responsável: Beatriz Dias e Rita Namorado
Moderadoras: Beatriz Gomes Dias e Rita Namorado (Concelhia de Lisboa)
Oradores:
Helena Amaral – professora do 1º Ciclo
José Gema – Associativista
3º Sessão: Ambiente e Espaço Público – O que queremos da nossa Cidade?
Data: 2 de Maio de 2013
Responsável: Rosa Félix
Oradores
Arqº Pedro Homem de Gouveia – Especialista em Espaço Público, Coordenador do Núcleo de Acessibilidades da CML
David Avelar – Biólogo, Movimento Transição Universitária da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Engº Mário Alves – Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M)
Fórum da Mobilidade e Transportes Públicos
Data: 25 de Novembro de 2012
Responsável: Helena Figueiredo, Frederico Pinheiro
Mobilização e lutas pelos Transportes Públicos
António Medeiros – SMAQ – Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses
Vítor Pereira – FECTRANS – Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações
Carlos Lopes – Comissão de Trabalhadores do Metropolitano de Lisboa
Tiago Carvalho – ativista do Movimento Cívico pela linha do Tua
A Política de Transportes Públicos e Mobilidade do Governo PSD/CDS
Frederico Pinheiro – Jornalista
Heitor Sousa – Economista/Carris
Manuel Tão – Especialista em Economia dos Transportes / Univ. Algarve
Contributos para uma política alternativa de Mobilidade e Transportes Públicos
Carlos Gaivoto – Engenheiro, especialista, em mobilidade
Fernando Nunes da Silva – Vereador da Mobilidade da CML
Mário Alves – Engenheiro, especialista em mobilidade
Intervenção de encerramento de Catarina Martins
Ciclo de Cinema – Cine Palmeiras
“Alemanha, Ano Zero”, de Roberto Rossellini
Data: 22 Fevereiro de 2013
Apresentado e comentado por Margarida Gil – cineasta
“Às Segundas ao Sol”, de Fernando León de Aranoa
Data: 4 de Abril de 2013
Apresentado e comentado por Catarina Martins – coordenadora do Bloco de Esquerda
Discussão Participativa do Programa Eleitoral Autárquico
Data:13 de Julho de 2013
Apresentação: Ana Drago e José Gusmão
Lisboa Habitada: Rita Silva e Mariana Mortágua
Lisboa Viva: Heitor Sousa, Manuela Correia, Rosa Félix e Tiago Ivo Cruz
Lisboa Solidária: Helena Pinto, Sofia Crisóstomo e Conceição Peralta
Encerramento: João Semedo
Debate com Marisa Matias, Mamadou Ba e Rita Ramos
“Migrações: de Lampedusa a Bruxelas”
13 Fevereiro 2014, 21h, Liceu Camões
Lisboa, 06 Junho 2014
38.722252 -9.139337
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Razões de uma candidatura: dinamismo bloqueado
Quando nos candidatamos à Concelhia de Lisboa em 2012 partimos da constatação de que os aderentes de Lisboa tinham poucos ou nenhuns espaços para intervirem na vida do Bloco e serem ouvidos nas decisões. Tínhamos como objetivo principal aumentar a democracia interna, no sentido claro de ampliar a participação dos aderentes para além da distribuição de propaganda e participação em plenários ocasionais. Considerávamos que a maioria das decisões que afetam a vida interna do Bloco eram conhecidas por canais indiretos, nomeadamente os meios de comunicação social, e era preciso corrigir esta realidade.
Considerávamos que os militantes detinham um espaço diminuto na organização do partido. Os plenários de aderentes eram muitas vezes convocados com dois objetivos: por um lado para votar e aprovar listas nos momentos eleitorais e, por outro, para conhecer propostas e projetos decididos e determinados pela direção do partido, com tempos de intervenção entre três e cinco minutos, o que deixava extremamente frustrada a maioria dos participantes. Tornou-se evidente que estes momentos cumpriam uma necessidade estatutária e pouco ou nenhuma importância tinha na tomada de decisão. Para lá disso, restava aos aderentes serem convocados para distribuição de propaganda.
Desta análise nasceu a profunda necessidade de combater a falta de democracia interna e de dar voz aos aderentes. Este facto fundou em nós a vontade de contrariar estas tendências burocratizantes que esmagam a participação e reduzem a militância.
Propusemo-nos renovar a Concelhia de Lisboa, que na altura se afigurava como uma estrutura que pouco ou nada respondia às suas necessidades de participação e pertença ao projeto político do Bloco de Esquerda. A concelhia enquanto direção política na cidade de Lisboa pouco ou nada existia, as iniciativas sobre Lisboa ou problemas centrais de Lisboa escasseavam. Era necessário reavivar os debates sobre a cidade e promover a discussão em torno das propostas políticas do Bloco a nível nacional, convidar para o debate especialistas sobre os diversos temas e diversificar as iniciativas e campanhas em torno de problemas e temas específicos. Era necessário envolver os militantes na vida do partido, animar a participação e com isso contribuir para uma maior visibilidade do Bloco. Em ano preparatório de eleições, era necessário construir a implementação local e autárquica.
Em suma, criar as estruturas que potenciassem uma implementação local do Bloco. Construir os alicerces que apoiassem uma maior capacidade de intervenção para mudar radicalmente a vida concreta das pessoas no confronto com as políticas de austeridade e reforçar a representação nacional e parlamentar. Era nossa convicção que o caminho a fazer deveria sempre incluir um maior estímulo à participação dos aderentes e simpatizantes.
Elegemos 5 representantes, o que correspondeu a aproximadamente 40% dos votos. No entanto, ficou logo clara a dificuldade em formar uma equipa de trabalho na Concelhia eleita. As diferenças expressas entre as duas listas durante a campanha eleitoral prevaleceram e tiveram um considerável impacto na capacidade de colaboração, debate e convergência entre os aderentes que agora constituíam a Coordenadora Concelhia de Lisboa. Seguros da necessidade de transformação interna, fomos apresentando diferentes propostas e protagonizámos a organização de diversas iniciativas, procurando assim cumprir os objetivos da nossa candidatura. Consideramos que algumas das atividades, de nossa iniciativa, que decorreram durante este mandato contribuíram para um maior dinamismo da Concelhia de Lisboa, apesar de todas as divergências e conflitos.
Embora os resultados obtidos pareçam pouco expressivos consideramos que a formação da Concelhia com elementos de diferentes listas representou de uma forma muito mais clara a vontade dos aderentes naquela altura. As dificuldades manifestadas são as dificuldades inerentes à prática democrática que o Bloco tem de aprofundar.
Propostas e iniciativas
Durante o nosso mandato coordenámos e participámos ativamente na dinamização de várias iniciativas e atividades de esclarecimento que visavam um maior contacto com as populações, respondendo de uma forma mais direta às suas necessidades de informação. Nesse sentido é de louvar iniciativas como as sessões públicas sobre a chamada “Lei das rendas” bem como os debates com os deputados do Bloco como oradores.
Face à necessidade de uma reestruturação interna na perspetiva de um maior envolvimento dos militantes, valorização do poder local e divulgação da informação, fomentámos e dinamizámos a criação de grupos de trabalho: são exemplos o Grupo de trabalho autárquico, o Grupo de comunicação, o Grupo de receção aos novos aderentes e o Grupo das freguesias. Continuámos ainda a dinamizar o Grupo de trabalho dos transportes.
Foi proposta por nós a formação de um Grupo de trabalho autárquico com ligação aos eleitos na Assembleia Municipal e aos eleitos nas Assembleias de Freguesia, apoiado por elementos da Concelhia que garantiriam apoio político e administrativo. Nesta estrutura proposta, incluímos ainda um grupo constituído por militantes e especialistas de diferentes áreas para pensar e discutir linhas de intervenção na cidade. Este grupo de trabalho encontrou uma grande resistência à sua implementação por ter sido considerado pela maioria da Concelhia como demasiado rígido, hierarquizado e pouco adequado à matriz organizativa do Bloco. Este grupo acabou por reunir algumas vezes, num formato diferente do inicialmente proposto e acabou por pouco ou nada contribuir para a resolução das dificuldades na implementação local do Bloco. A sua ação foi residual, tendo deixado de existir durante a campanha eleitoral autárquica aquando da transferência das suas funções para o grupo de direção da campanha eleitoral em Lisboa. Em consequência, a falta de apoio aos eleitos autárquicos do Bloco continuou a ser regra e importante razão de desmotivação, prejudicando a afirmação das propostas e do próprio Bloco.
Face à inexistência de um veículo eficaz na divulgação de informação sobre a atividade da Concelhia e do grupo municipal foi constituído o Grupo de comunicação com responsabilidade na dinamização do portal da Concelhia assim como da página de Facebook. Estes instrumentos de comunicação revelaram-se essenciais na divulgação das propostas, projetos e iniciativas da concelhia contribuindo positivamente na aproximação aos aderentes e eleitores de Lisboa. É no entanto de lamentar que a atividade fundamental desenvolvida por este grupo tenha sofrido com a ausência reiterada dos elementos da maioria eleita, apesar de inicialmente terem demonstrado interesse em participar. Infelizmente, o Grupo de comunicação foi desativado após o Coordenador Nacional e candidato a Lisboa ter decidido, à revelia da Coordenadora Concelhia, criar um sítio autónomo para a campanha eleitoral autárquica, atualizado por funcionários.
Eleições autárquicas
Fomos persistentes na defesa de processos mais participativos na construção das listas para as freguesias, tentando quebrar com práticas nefastas de orientações de cima para baixo, que afogam a iniciativa própria dos aderentes e dos núcleos locais do Bloco. Tínhamos a convicção que o processo seria mais robusto se os núcleos de freguesia tivessem liberdade na construção das listas e na escolha do cabeça de lista.
Tendo conseguido aprovar esta proposta o resultado foi extremamente positivo. Garantiu-se uma maior participação dos militantes, estimulou-se a criação de núcleos de freguesia onde ainda não existiam e a aproximação de militantes pouco envolvidos na vida do Bloco, alargando-se a nossa base de influência com a integração de independentes nas listas.
É de realçar o total envolvimento dos aderentes simpatizantes da Democracia em Bloco na campanha autárquica. Das candidaturas nas freguesias à candidatura central, em todos os pontos da cidade, foi por isso possível garantir um funcionamento digno da campanha autárquica em Lisboa. Bem nos recordamos de muitas ações de rua com o João Semedo nas quais, para além dos funcionários do partido, apenas estavam presentes elementos da Democracia em Bloco. Este empenho contribuiu para atenuar a ausência reiterada nas ações de campanha de alguns membros da coordenadora concelhia de Lisboa eleitos pela maioria.
Reconhecendo a importância política das listas de cidadãos, apoiámos um movimento de cidadãos, a Lista Move, à freguesia de Alcântara, em lugar de uma candidatura própria do partido. As candidaturas independentes representam uma oportunidade de alargamento e abertura, que reforçam a implantação e convergência com movimentos e outros interlocutores que intervêm no mesmo campo político que o Bloco de Esquerda.
No processo da construção da lista de candidatos à Assembleia Municipal de Lisboa influenciámos claramente a seleção dos candidatos. Defendemos a escolha da Ana Drago para a cabeça de lista e batemo-nos por uma lista aberta não composta exclusivamente por militantes do Bloco. O posicionamento da Democracia em Bloco garantiu, de facto, que se elegesse uma lista forte, com o João Semedo e a Ana Drago a candidatos. A verdade é que, apesar da queda eleitoral, este processo evitou o enquistamento de posições arcaicas, e nomeadamente que o desprezo pelas eleições locais manifestado por vários elementos da lista A se tornasse orientação única do Bloco. Os mesmos elementos que tinham dito que o «António Costa era a Troika em Lisboa» perderam e, felizmente, o Bloco conseguiu avançar.
Este processo é de uma importância vital, pois um dos principais problemas do BE em Lisboa era a atividade na Assembleia Municipal estar totalmente capturada por alguns dirigentes de correntes. Nenhum militante sabia o que se passava na AML, nem sequer os membros da coordenadora concelhia de Lisboa. Esta situação foi corrigida na 2ª parte do mandato da Concelhia, já em 2014. No entanto, manteve-se o distanciamento em relação aos aderentes, o que deverá ser melhorado no futuro.
As posições sectárias assumidas durante quatro anos de mandato pelos anteriores membros contribuíram para o mau resultado eleitoral alcançado pelo BE em 2013. A partir deste ano tal deixará de suceder. Foram criadas as condições para a coordenadora concelhia e os aderentes do BE terem mais influência na atividade da Assembleia Municipal.
Algumas atividades impulsionadas pela Democracia em Bloco
Ciclo de Debates: Ideias para Lisboa
1ª Sessão: Como revolucionar a Cidadania Local? – Modernização Administrativa, Sociedade de Informação e Administração Aberta
Data: 31 de Janeiro de 2013
Responsável: Helena Figueiredo
Moderado por João Ricardo de Vasconcelos: Politólogo, Gestor de Projetos e criador do blogue “activismodesofa.net”
Oradores:
Carlos Santos – Dirigente do Bloco de Esquerda, Diretor do *Esquerda*
Gonçalo Caseiro – Eng Informático, estudante de doutoramento, com experiência das áreas de modernização administrativa, compras públicas e serviços partilhados
Luís de Sousa – Presidente da Transparência e Integridade, Associação Cívica (TIAC), Investigador do ICS-UL
Mariana Avelãs
2º Sessão: Associativismo, Cultura e Educação
Data: 20 de Março de 2013
Responsável: Beatriz Dias e Rita Namorado
Moderadoras: Beatriz Gomes Dias e Rita Namorado (Concelhia de Lisboa)
Oradores:
Helena Amaral – professora do 1º Ciclo
José Gema – Associativista
3º Sessão: Ambiente e Espaço Público – O que queremos da nossa Cidade?
Data: 2 de Maio de 2013
Responsável: Rosa Félix
Oradores
Arqº Pedro Homem de Gouveia – Especialista em Espaço Público, Coordenador do Núcleo de Acessibilidades da CML
David Avelar – Biólogo, Movimento Transição Universitária da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Engº Mário Alves – Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M)
Fórum da Mobilidade e Transportes Públicos
Data: 25 de Novembro de 2012
Responsável: Helena Figueiredo, Frederico Pinheiro
Mobilização e lutas pelos Transportes Públicos
António Medeiros – SMAQ – Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses
Vítor Pereira – FECTRANS – Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações
Carlos Lopes – Comissão de Trabalhadores do Metropolitano de Lisboa
Tiago Carvalho – ativista do Movimento Cívico pela linha do Tua
A Política de Transportes Públicos e Mobilidade do Governo PSD/CDS
Frederico Pinheiro – Jornalista
Heitor Sousa – Economista/Carris
Manuel Tão – Especialista em Economia dos Transportes / Univ. Algarve
Contributos para uma política alternativa de Mobilidade e Transportes Públicos
Carlos Gaivoto – Engenheiro, especialista, em mobilidade
Fernando Nunes da Silva – Vereador da Mobilidade da CML
Mário Alves – Engenheiro, especialista em mobilidade
Intervenção de encerramento de Catarina Martins
Ciclo de Cinema – Cine Palmeiras
“Alemanha, Ano Zero”, de Roberto Rossellini
Data: 22 Fevereiro de 2013
Apresentado e comentado por Margarida Gil – cineasta
“Às Segundas ao Sol”, de Fernando León de Aranoa
Data: 4 de Abril de 2013
Apresentado e comentado por Catarina Martins – coordenadora do Bloco de Esquerda
Discussão Participativa do Programa Eleitoral Autárquico
Data:13 de Julho de 2013
Apresentação: Ana Drago e José Gusmão
Lisboa Habitada: Rita Silva e Mariana Mortágua
Lisboa Viva: Heitor Sousa, Manuela Correia, Rosa Félix e Tiago Ivo Cruz
Lisboa Solidária: Helena Pinto, Sofia Crisóstomo e Conceição Peralta
Encerramento: João Semedo
Debate com Marisa Matias, Mamadou Ba e Rita Ramos
“Migrações: de Lampedusa a Bruxelas”
13 Fevereiro 2014, 21h, Liceu Camões
Lisboa, 06 Junho 2014
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