T o v i

23-09-2019
marcar artigo

"Devido à velocidade da luz ser superior à do som, algumas pessoas parecem inteligentes até as ouvirmos."

Limitação do preço da energia no mercado ibérico

Durante a tarde de ontem um bom amigo [Jorge de Freitas Monteiro] deu-me a conhecer o que aconteceu no Conselho Europeu: O PM espanhol terá abandonado a sala do Conselho Europeu furioso com a oposição da Alemanha, da Holanda e dos países nórdicos em relação às propostas luso espanholas para limitar o preço da energia no mercado ibérico; Pedro Sanchez terá ameaçado vetar as conclusões da reunião, que têm que se aprovadas por unanimidade. “El Consejo Europeo que se ha reunido en Bruselas se ha tenido que parar durante unos minutos por una rabieta del presidente español, Pedro Sánchez, cuando no se le ha aceptado una solución a escala europea para moderar los precios de la energía, ni tampoco centrada solo en España y Portugal, por la oposición de Alemania, de Países Bajos y de los países escandinavos. La reacción del presidente español ha sido furibunda coincidiendo con que se siente muy presionado por las protestas en la calle contra el alza de precios y entre acusaciones que el Gobierno no hace nada. "Me voy a airear un rato a ver si encuentran una solución técnica", ha soltado Sánchez mientras abandonaba el encuentro, lo que ha forzado a hacer una pausa, según informa la Ser. … "La cumbre no puede acabar sin acuerdo. Necesitamos medidas y las necesitamos ahora", afirmó ayer Sánchez en el diario económico Financial Times, reconociendo que su apuesta está en riesgo. Sánchez ha amenazado con vetar el documento de conclusiones de la reunión si no se atienden sus reclamaciones para desvincular el precio del gas del de la electricidad o si no se le da una solución separada para España y Portugal, diferente del resto del mercado eléctrico europeo.” Mais para o fim do dia de sexta-feira a comunicação social portuguesa falou do assunto:

O primeiro-ministro, António Costa, e o chefe de Governo espanhol, Pedro Sánchez, anunciaram hoje um acordo dos líderes da União Europeia (UE) para introduzir uma exceção no sistema energético europeu para a Península Ibérica, visando poder baixar preços.

António Costa falou num "objetivo muito claro" que passa por "assegurar que o crescimento que está a ter o preço do gás não vai continuar a repercutir-se no preço da eletricidade". Para isso, os dois países vão "adotar medidas para fazer um preço máximo de referência para o gás, a partir do qual do qual todos os outros preços não poderão ultrapassar e, assim, obtemos uma redução muito significativa do preço da energia com grandes poupanças para as famílias e grandes poupanças para as empresas".

A decisão esta sexta-feira tomada surge numa altura de aceso confronto armado na Ucrânia provocado pela invasão russa, tensões geopolíticas essas que têm vindo a afetar o mercado energético europeu, já que a UE importa 90% do gás que consome, sendo a Rússia responsável por cerca de 45% dessas importações, em níveis variáveis entre os Estados-membros. A Rússia é também responsável por cerca de 25% das importações de petróleo e 45% das importações de carvão da UE. Em média, na UE, os combustíveis fósseis (como gás e petróleo) têm um peso de 35%, contra 39% das energias renováveis, mas isso não acontece em todos os Estados-membros, dadas as diferenças entre o cabaz energético de cada um dos 27 Estados-membros, com alguns mais dependentes do que outros.

NATO, União Europeia e G7 reuniram-se em Bruxelas

Diplomacia em acção no dia de ontem A NATO emitiu um comunicado em que assumiu estar“preocupada” com a entrada da China no conflito que opõe a Rússia à Ucrânia. “Pedimos a todos os Estados, incluindo a China, para seguir a ordem internacional incluindo os princípios de soberania e integridade territorial”. Os 30 países da NATO apelaram mesmo a Pequim que se “abstenha” de apoiar “o esforço de guerra da Rússia”. E deixaram um recado à Rússia: “Qualquer uso de arma biológica ou química seria inaceitável e teria consequências severas”.

A declaração conjunta do Grupo dos Sete , que reúne os sete países mais industrializados do mundo, foi no mesmo sentido da NATO. Os líderes da Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido dizem mesmo que “não vão poupar esforços” para responsabilizar o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e seus apoiantes – incluindo o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko. O seu apelo vai para as forças russas que abram “caminhos seguros” na Ucrânia para permitir ajuda humanitária a Mariupol e a outras cidades cercadas. E pedem às autoridades bielorrussas para que “evitem uma nova escalada e se abstenham de usar as suas forças militares contra a Ucrânia”.

No final das reuniões, o presidente norte americano Joe Biden disse apoiar a saída da Rússia do grupo das maiores economias mundiais (G20). E quer pelo menos que a Ucrânia possa assistir às reuniões. O presidente deu mais detalhes sobre a conversa com Xi Jinping, homólogo chinês, na passada sexta-feira. “Tive uma conversa muito honesta com ele. Disse-lhe claramente que apoiar a Rússia teria consequências”. Joe Biden chamou “bruto” a Vladimir Putin. “A coisa mais importante [das sanções] é mantermo-nos unidos”, tendo como objetivo que o “mundo se continue a focar” no seguinte: “Que tipo bruto é este” e por que motivo é que “todas as vidas inocentes se perderam” e “o que está a passar” na Ucrânia.

Também o primeiro ministro britânico, Boris Johnson aproveitou a sua intervenção pública para alertar para consequências “muito, muito severas”, caso o Presidente russo usasse armas químicas ou nucleares contra a Ucrânia. “Se Putin se fosse envolver com alguma coisa desse género, as consequências seriam muito, muito severas. Vou ter de ter alguma ambiguidade na resposta, mas acho que seria catastrófico para ele. Acho q ele compreende isso. Seria um profundo e desastroso erro para Putin”, disse. Apesar da insistência dos jornalistas Johnson não indicou se, nesse cenário, haveria intervenção da NATO.

O líder francês, Emmanuel Macron , na sua vez, disse que a NATO procura não dar à Rússia um “pretexto” para atacar o Ocidente. “Não queremos fazer nada que possa provocar a escalada da tensão”, justificou o Presidente. “Não vamos lutar contra a Rússia”, assegurou o líder que tem mantido várias conversas telefónicas com o seu homólogo russo, embora sem grande sucesso para a paz.

O chanceler alemão Olaf Scholz , por seu turno, afirmou que “as tropas russas têm de sair da Ucrânia”. “Isto é necessário para atingir uma solução sustentável para o conflito entre a Rússia e a Ucrânia”, disse. Scholz apelou também ao Presidente Vladimir Putin que “aceite um cessar-fogo e permita corredores humanitários, para proteger os civis”. A Alemanha doou mais 370 milhões de euros em humanitária à Ucrânia.

Em Portugal , a partir do Porto, Marcelo Rebelo de Sousa não deixou de dar a sua opinião numa visita oficial. Aos jornalistas, o Presidente português disse considerar que o presidente russo, Vladimir Putin, cometeu um erro ao pensar que perante a sua decisão de tomar o território ucraniano iria conseguir dividir a União Europeia e a própria NATO. “É evidente que falharam. “A NATO e a UE continuam unidas”, referiu, independentemente da ideologia de cada país e apenas pela “paz e pelo respeito do direito internacional, da soberania dos estados, dos direitos das pessoas”, acrescentou.

Já da Rússia a informação que chegou foi que o Kremlin considera que “exatamente um mês depois do início da operação militar especial na Ucrânia” a vida “está a voltar ao normal” nos territórios “já libertos dos nacionalistas” ucranianos. “Está a correr como planeado e os objetivos delineados serão alcançados”, declarou a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros russos, Maria Zakharova, que espera que Kiev “reconheça a necessidade de uma solução pacífica”.

Um total de 140 países da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) votou a favor de uma resolução que pede ajuda humanitária imediata para a Ucrânia, ajudando a proteger os civis. A resolução também critica a Rússia por ter criado uma situação “dramática” humanitária. Apenas cinco países votaram contra: Bielorrússia, Coreia do Norte, Eritreia, Rússia e Síria, enquanto 38 abstiveram-se, incluindo a China, Cuba e a Índia.

É já a segunda vez que em sessões da Assembleia-Geral da ONU uma esmagadora maioria de membros isolam e condenam a “operação militar especial”, como Putin chama à invasão da Ucrânia pelas suas tropas. Mas continua a preocupar-me a posição neutra da China (abstenção) em tudo o que se refere a criticar a Rússia.

Agência Lusa - O Presidente chinês, Xi Jinping, disse hoje [6.ª feira, 25mar2022], numa conversa por telefone com o homólogo britânico, Boris Johnson, que a comunidade internacional deve “criar as condições certas” para resolver o conflito na Ucrânia e “promover negociações de paz com sinceridade”. “A comunidade internacional deve promover as negociações de paz com sinceridade. Devem ser criadas as condições necessárias para resolver este assunto. Devemos fazer tudo o possível para que a paz retorne à Ucrânia”, disse Xi, segundo a imprensa local. O Presidente chinês afirmou que o seu país já está a desempenhar “um papel construtivo” nesse sentido. Xi disse ainda que a China está "pronta para o diálogo" com o Reino Unido, desde que este seja "franco, aberto e inclusivo", afirmando esperar que Londres seja "justa e objetiva" ao lidar com Pequim. A conversa ocorre uma semana depois de Xi ter falado, por videoconferência, com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Xi instou então Washington a trabalhar em conjunto para "equilibrar as tensões" e "alcançar a paz global".

Reunião de ontem do Conselho da Europa

Volodymyr Zelensky diz que Portugal é dos países que têm mostrado mais reservas em apoiar a Ucrânia. Num discurso feito por videoconferência durante a reunião do Conselho Europeu, o presidente ucraniano comentou a postura dos 27 estados-membros perante o conflito e mencionou que Portugal tem algumas dúvidas em apoiar decisões a favor da Ucrânia. "A Bulgária está connosco, e acredito que a Grécia estará. A Alemanha está um pouco atrasada. Portugal? Bem... está quase. A Croácia está connosco; Suécia - o azul e o amarelo - estão sempre juntos", afirmou o presidente ucraniano.

A emissora turca NTV, citando o presidente Erdogan, disse ter havido progresso em vários pontos-chave nas negociações entra a Ucrânia e a Rússia. Ancara, que goza de boas relações com Moscovo e Kiev, vem tentando posicionar-se como mediadora entre os dois lados. Mas por outro lado o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse hoje que as negociações com a Rússia para acabar com o conflito são "muito difíceis" e prometeu que Kiev não recuará em suas exigências. “A delegação ucraniana assumiu uma posição forte e não abre mão de suas demandas. Insistimos, em primeiro lugar, num cessar-fogo, garantias de segurança e integridade territorial da Ucrânia”, disse Kuleba. Enquanto isso, a agência de notícias russa Interfax citou o negociador russo Vladimir Medinsky dizendo que os dois lados estavam a fazer pouco progresso em questões importantes. Medinsky também disse que Moscovo acredita que Kiev está a tentar estender as negociações. Publicado pela Embaixada da Rússia na França (@AmbRusFrance)… mas posteriormente eliminado.

Reforço da presença militar da NATO no leste europeu

Vigésimo dia da invasão russa à Ucrânia

08h37 de 15mar2022 - Kiev após ataque russo

O que se tem ouvido nos últimos dias

>> "A verdadeira liberdade vem sempre com um custo" - Mykhailo Podoliak, conselheiro de Zelensky.

>> “Isto [quarto pacote de sanções à Rússia] vai afetar a capacidade de Putin para financiar uma guerra injustificada" – Ursula von der Leyen.

>> "Estamos do lado da Ucrânia, mas não queremos estar em conflito com a Rússia" - Porta-voz do governo francês.

>> "Os Estados Unidos espalharam repetidamente desinformação maliciosa contra a China sobre a questão da Ucrânia"; "A China tem vindo a desempenhar um papel construtivo na promoção de conversações de paz"; "A principal prioridade agora é aliviar a situação, em vez de lançar gasolina na fogueira, e trabalhar para a resolução diplomática em vez de agravar ainda mais a situação" - Representação chinesa em Londres.

>> "Prevenir a provocação das forças nacionalistas ucranianas contra estas infraestruturas críticas [centrais nucleares de Chernobyl e Zaporizhzhia]" - Alexey Polishchuk, diretor do Segundo Departamento do Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

>> "Hoje apreendemos - o termo técnico é 'imobilizado provisoriamente' - um iate pertencente a um dos principais oligarcas [russos]" – Pedro Sánchez, primeiro-ministro espanhol.

>> “Temos uma linha vermelha [sobre as sanções da UE à Rússia] que é a segurança do fornecimento de energia à Hungria” - Peter Szijjarto, ministro das Relações Exteriores da Hungria.

>> “Não sei o que vai acontecer comigo tão cedo. O meu advogado disse-me que eu poderia sofrer uma pena de prisão de 5 a 10 anos de acordo com o código criminal. Não me arrependo. Mas preciso do vosso apoio” - Escreveu no Twitter a produtora da rede de televisão Channel One (controlada pelo Kremlin), Marina Ovsyannikova.

>> “Sua coragem inspira a todos nós” – Disse Trudeau, primeiro-ministro canadiano, a Zelensky. Pedro Falardo e Beatriz Madaleno de Assunção, na CNN Portugal

Relações comerciais de Portugal com a Rússia

Relações comerciais de Portugal com a Ucrânia

As relações comerciais de Portugal com a Rússia e com a Ucrânia não favorecem a posição portuguesa nesta altura, dada a balança comercial negativa com ambos os países e mesmo a dependência em alguns setores. No caso da Rússia, o valor das importações em 2021 superou os mil milhões de euros (1.067.851.972 €), face a exportações pouco superiores a 178 milhões de euros (178.286.422 €): o défice comercial foi de quase 890 milhões de euros no ano passado, de acordo com dados do INE. Evolução no terreno das tropas russas de 6mar a 15mar2022

Como se pode ver, comparando os dois mapas, a evolução no terreno das tropas russas não tem sido significativa desde o décimo primeiro dia da invasão (6mar2022) até hoje (15mar2022).

Um juiz do tribunal distrital de Ostankinsky, em Moscovo, libertou a funcionária da TV estatal Marina Ovsyannikova, mas condenou-a ao pagamento de uma multa de 30.000 rublos (256,26 €) por ter invadido o noticiário noturno mais assistido da Rússia segurando um poster que dizia “No War”.

Partiu esta terça-feira o segundo camião TIR com 14 toneladas de bens recolhidos no âmbito da campanha “Somos Todos Ucrânia”, promovida pelos municípios do Porto, Vila Nova de Gaia e Matosinhos.

O Parlamento da Eslovénia autorizou esta terça-feira o estacionamento no país de até 2.100 soldados estrangeiros da NATO, no contexto da invasão russa da Ucrânia. Inicialmente, a Aliança terá naquele país uma unidade da "presença avançada reforçada" de cerca de 1.200 soldados, oriundos da República Checa, Alemanha, Países Baixos, Estados Unidos, Polónia e Eslovénia. O destacamento incluirá também um sistema de defesa aérea Patriot, adiantou esta terça-feira o ministro da Defesa, Jaroslav Nad.

O "Proteger a Ucrânia" e a "Crise dos Mísseis de Cuba"

Numa altura em que Putin se irrita por os EUA se preparam para “Proteger a Ucrânia” com o fornecimento de armamento a um país vizinho da Rússia, recordo-me da Crise dos Mísseis de Cuba, um episódio que durou de 16 a 28 outubro de 1962 entre os Estados Unidos e a União Soviética, relacionado com a implantação de mísseis balísticos soviéticos na ilha de Fidel. Foi o mais próximo que se chegou ao início de uma guerra nuclear em grande escala durante a Guerra Fria. Depois de um longo período de tensas negociações, foi alcançado um acordo entre Kennedy e Kruschev. Os soviéticos desmantelaram as suas armas em Cuba e levaram-nas para a União Soviética. Ponto da situação na Crise da Ucrânia

Os líderes das regiões separatistas do leste da Ucrânia de Donetsk e Lugansk declararam uma mobilização militar total, medidas que ocorrem numa altura em que se verifica um aumento de violência na região devastada pela guerra e que o Ocidente teme que possa ser usado como pretexto para uma invasão da Rússia.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, irá supervisionar os grandes exercícios militares ao longo das fronteiras da Ucrânia no dia de hoje [sábado, 19fev2022] enquanto o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, está viajando pela Europa para angariar apoios.

O chanceler alemão Olaf Scholz afirmou na Conferência de Segurança de Munique que um ataque russo à Ucrânia seria um "erro grave" com altos "custos políticos, económicos e geoestratégicos". Na mesma conferência o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse que Moscovo estava a apresentar questões de segurança que o Kremlin sabia nunca poderem ser atendidas pela NATO. Também foi afirmado pela chefe do executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, que as ameaças de Moscovo à Ucrânia podem remodelar todo o sistema internacional, alertando Moscovo que o seu pensamento de “um passado sombrio” pode custar à Rússia um futuro próspero.

Rostov, uma região russa na fronteira com a Ucrânia, declarou estado de emergência, citando um número crescente de pessoas que chegam de áreas controladas por separatistas na Ucrânia depois de receberem ordens de evacuação.

O presidente dos EUA, Joe Biden, continua a alertar para o facto de haver indicações que a Rússia está a planejar invadir a Ucrânia, até porque existem sinais de Moscovo estar a realizar uma operação de “bandeira falsa” para justificá-la, depois de forças ucranianas e rebeldes pró-Moscovo trocaram tiros. Esquema da ofensiva ucraniana, a partir dos dados obtidos pela inteligência da República Popular de Donetsk.

O seguro morreu de velho

Além de Portugal (existem 240 portugueses residentes naquele país), outros países pediram aos seus cidadãos na Ucrânia para que deixem o país. A lista inclui Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Noruega, Dinamarca, Bélgica, Países Baixos, Alemanha, Espanha, Israel, Austrália, Nova Zelândia, Japão, Iraque, Kuwait e Itália.

João Cravinho na Conferência de Segurança de Munique

No dia em que as tensões entre a Rússia e a Ucrânia atingiram um ponto máximo, o ministro português da Defesa, João Gomes Cravinho, presente na Conferência de Segurança de Munique (CSM), explicou de que modo Portugal poderá ser chamado a envolver-se nos conflitos: “Portugal faz parte da NATO, portanto a nossa primeira preocupação será a solidariedade em relação aos nossos aliados na NATO. Neste caso, muito em particular aqueles que fazem fronteira com a Ucrânia. .../... Existe uma força chamada VJTF (Very High Joint Readiness Task Force) que é a força de mais elevada prontidão da NATO, em que os países membros da NATO participam de forma rotativa. Portugal neste momento participa na VJTF, em 2022 estamos na VJTF. Se a VJTF for mobilizada para efeitos de defesa da NATO, naturalmente que Portugal participará”. O ministro da Defesa português disse também que a possibilidade de adesão da Ucrânia à NATO não está atualmente em cima da mesa. Gomes Cravinho salientou que “a adesão da Ucrânia à NATO foi discutida em 2008”. “Nessa altura, decidiu-se que não havia condições para a NATO aceitar a Ucrânia e desde então o assunto tem ficado exatamente nesse ponto. .../... É absolutamente falso que esta crise seja sobre a adesão da Ucrânia à NATO. Essa matéria não está em cima da mesa. Nem aqui em Munique, nem ao longo dos últimos 13, 14 anos se discutiu essa possibilidade.” O gás da Gazprom

Um fator importantíssimo a considerar no conflito que se está a viver no Leste da Europa tem a ver com as reservas de gás nas instalações de armazenamento subterrâneo na Ucrânia, que se encontram no mínimo, tendo caído, de acordo com a Gazprom, para 10,6 mil milhões de metros cúbicos, o que é 45% menos que no ano passado. Além disso, no início desta semana, as autoridades da Alemanha, que possui uma das maiores capacidades de armazenamento subterrâneo da Europa, relataram uma queda nos volumes de armazenamento para níveis historicamente baixos em comparação com os anos anteriores.

E se Putin interromper o seu fluxo de gás para a Europa?... Hoje em dia a “guerra” já não se faz só em combates militares.

Sondagens de hoje... para as Legislativas2022

Foram hoje conhecidas duas sondagens para as Legislativas2022, uma da Aximage (para o JN , DN e TSF) e uma outra da Pitagórica (para TVI e CNN Portugal).

No gráfico seguinte poderão ver todas as sondagens conhecidas nos dois últimos meses, comparando-as com os resultados das eleições Legislativas2019, bem como a média truncada (eliminando os valores mais altos e mais baixos de cada uma delas) das sondagens deste período.

Ómicron ou B.1.1.529 - O que já se sabe

A “B.1.1.529”, agora batizada de “Ómicron”, é uma das mais de 30 mutações do coronavírus e que está agora a fazer disparar a taxa de contágios, sobretudo entre os jovens. Segundo as autoridades de saúde esta nova variante foi identificada no Botsuana e na África do Sul. Mas afinal, que variante é esta?

O diretor do Centro de Resposta Epidémica e Inovação de África do Sul, Túlio de Oliveira, revelou em conferência de imprensa que “foram localizadas 50 mutações no total — e mais de 30 na proteína spike (a ‘chave’ que o vírus usa para entrar nas células e que é alvo da maioria das vacinas contra a Covid-19)”. Ora, tal pode indicar que as atuais vacinas podem não combater eficazmente mutações tão distintas. Até agora, segundo avança a imprensa internacional, foram confirmados 77 casos na Província de Gauteng, na África do Sul, quatro casos em Botsuana, e um em Hong Kong, que se crê ter surgido após viagem a África do Sul. Num comunicado divulgado pela representação regional da OMS para África. “A maioria dos profissionais de saúde na África ainda não foi vacinada e continua perigosamente exposta a formas graves” da doença, alertou Matshidiso Moeti, diretora regional da OMS para África. Esta responsável destacou que “é importante saber até que ponto esta variante se encontra em circulação na África do Sul e no Botsuana” e que a organização está igualmente muito atenta ao que se conseguir saber sobre as “características deste vírus”, que está agora no centro das preocupações dos laboratórios de análise e investigação daqueles países.

(Carla Bernardino da revista digital “Delas” / Lusa - 26nov2021) Diz a Organização Mundial da Saúde:

The B.1.1.529 variant was first reported to WHO from South Africa on 24 November 2021. The epidemiological situation in South Africa has been characterized by three distinct peaks in reported cases, the latest of which was predominantly the Delta variant. In recent weeks, infections have increased steeply, coinciding with the detection of B.1.1.529 variant. The first known confirmed B.1.1.529 infection was from a specimen collected on 9 November 2021. A nova variante Ómicron já está a criar alarme em todo o Mundo, mas para já a grande preocupação na Europa para este inverno é a sublinhagem AY.4.2 da Delta que já está a tomar o lugar da Delta no Reino Unido e espalhada em Portugal.

Uma das epidemias mais mortais da história da humanidade foi a GRIPE ESPANHOLA, uma vasta e mortal pandemia do vírus Influenza H1N1, que durou de janeiro de 1918 a dezembro de 1920. Segundo os dados mais fiáveis infetou uma estimativa de 500 milhões de pessoas, cerca de um quarto da população mundial na época. Estima-se que o número de mortos esteja entre 17 milhões e 50 milhões.

Os dados da World Health Organization dizem-nos que houve de 30dez2019 a 26nov2021, em todo o Mundo, 259.502.031 casos confirmados e 5.183.003 mortes por COVID-19.

(Na imagem soldados de Fort Riley, Kansas, doentes de gripe espanhola, sendo tratados numa enfermaria de Camp Funston)

O Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) informou hoje que os 13 casos da variante Ómicron detetados em Portugal estão associados a jogadores e staff do Belenenses SAD, sendo que um deles terá tido uma viagem recente à África do Sul. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou esta segunda-feira que o risco global representado pela nova variante Ómicron do coronavírus é "muito alto". Evolução da Caraterização Clínica em Portugal (Dados da DGS)

As Bases Sociais dos Partidos Portugueses

Ainda só dei uma vista de olhos, mas segundo dizem um interessante estudo do Instituto Português de Relações Internacionais de 2020, intitulado "As Bases Sociais dos Partidos Portugueses", chega à conclusão que os pequenos empresários e comerciantes têm sido cada vez menos abstencionistas e denotam mesmo uma predisposição para votar à Direita, ao mesmo tempo que historicamente, tanto o PSD como o CDS têm pouca atratividade para os trabalhadores dos serviços e operários, que representam mais de metade do eleitorado. E também nos diz que os pequenos empresários e comerciantes foram os mais afetados pela pandemia, não sendo, no entanto, certo se poderão eles votar no lado direito do espectro político. Ou seja, a campanha eleitoral vai ser interessante… queiram as estruturas partidárias informar seriamente os eleitores.

Da série "O fim da Geringonça"

A camioneta-fantasma

Foi há 100 anos!... Noite Sangrenta (outubro 1921) “A camioneta-fantasma! Foi o nome rocambolesco, filmesco com que o povo, os jornais atónitos ante o rocambolesco, filmesco capítulo das nossas revoluções, batizaram o estranho veículo de tragédias, em que se tornou uma simples camioneta da Administração Militar.” No dia 19 de outubro de 1921, eclode uma revolta militar sob o comando do coronel Manuel Maria Coelho, antigo revolucionário do Movimento Republicano de 31 de Janeiro de 1891. O chefe do Governo, António Granjo, apresenta a demissão, mas o Presidente da República, António José de Almeida, não nomeia um novo executivo.

Neste ambiente de impasse, na noite de 19 para 20 de outubro, um grupo de civis e militares, liderado pelo cabo marinheiro Abel Olímpio, conhecido por O Dente de Ouro, conduz os acontecimentos da designada Noite Sangrenta.

Uma camioneta – a "camioneta-fantasma" – percorre Lisboa em busca de diversas figuras do regime republicano, que, forçadas a entrar no veículo, são posteriormente executadas. Na Noite Sangrenta são assassinados, entre outros, o Primeiro-Ministro, António Granjo, e dois protagonistas da Revolução de 5 de Outubro de 1910, Machado Santos e Carlos da Maia.

No dia 20 de outubro, A Capital apresenta um relato do sucedido na noite anterior:

“Grupos de revolucionários armados tinham ido a casa do capitão sr. Cunha Leal, onde prenderam o sr. dr. António Granjo (…) e ao que parece também a casa do capitão de mar e guerra Carlos da Maia, onde igualmente prenderam este oficial. (…)

Conduzidos em automóvel ao Arsenal da Marinha, ao ser aberto o portão (…) uma grande multidão armada (…) entrou de roldão, começando logo a apupar os dois presos (…).

Quando (…) chegaram ao quarto do 1.º andar, em que deviam ficar detidos (…) foram alvo de bastantes tiros. (…)

Pouco depois da morte do sr. dr. António Granjo e do sr. Carlos da Maia, deu-se em condições idênticas a do sr. Freitas da Silva, que foi chefe de gabinete do ministro da Marinha demissionário. Um grupo de indivíduos fora buscar a sua casa aquele senhor, metendo-o no “camion” da Guarda Republicana que seguiu para o Arsenal da Marinha. Ao chegar à porta daquele estabelecimento, foi atingido por vários tiros, falecendo instantaneamente.

Cerca da meia-noite um grupo de indivíduos foi a casa do almirante sr. Machado Santos, na rua José Estêvão, convidando a acompanhá-lo ao Arsenal da Marinha. No Intendente, porém, estabeleceu-se discussão entre aqueles indivíduos e o preso. Acabando o sr. Machado Santos por ser morto a tiro.”

No dia do funeral de António Granjo, a 24 de outubro, o Diário de Lisboa apresenta uma reconstituição das últimas horas do antigo governante, desde o pedido de abrigo na casa de Cunha Leal até ao desfecho no Arsenal na Marinha, que testemunha a crueldade do crime:

“O chefe do governo vencido mantém até ao fim a coragem que o abatimento não excluiu (…) Lança as suas últimas palavras, em que há ódio e resignação: Já sei o que vocês querem! Matem-me, que matam um bom republicano!

Soou uma descarga. (…) Granjo caiu ao comprido vertendo sangue por inúmeros ferimentos. Estava ainda nas últimas convulsões, quando um dos assassinos (…) sacou da espada e a cravou no estômago com violência tal que, atravessando o corpo, ficou presa ao sobrado.

Depois, friamente, o facínora, pondo o pé sobre o peito de António Granjo, sacou a arma e gritou triunfalmente, mostrando-a aos companheiros.

– Venham ver de que cor é o sangue de porco!”

Após o interregno dos trabalhos do Parlamento, em 2 de março de 1922, a Câmara dos Deputados e o Senado prestam homenagem aos antigos parlamentares vítimas do massacre da Noite Sangrenta, exigindo o apuramento da verdade.

A homenagem é uma oportunidade para refletir sobre os confrontos políticos e também sobre a evolução do regime republicano. O Presidente da Câmara dos Deputados, Domingos Leite Pereira, refere a responsabilidade coletiva pelo sucedido: "Essa injustiça sanguinária, insaciável, implacável, é também a resultante de longa e estonteadora luta em que portugueses se vêm debatendo; luta que tanta vez atinge o aspeto e as proporções duma infindável guerra de extermínio; luta estranha e tão obcecante que, dir-se-ia, entre nós as ideias são delitos e as opiniões são crimes. É tempo de a acabar. Meditemos na dura verdade de que todos temos culpas, e não esqueçamos que o embate de opiniões, necessário e inseparável das sociedades modernas, pode e deve fazer-se numa atmosfera superior de justiça, recíproca, de respeito mútuo; sejamos dignos do nosso tempo e, sobretudo, recordemos que somos irmãos da mesma raça, filhos da mesma terra gloriosa."

O Deputado Cunha Leal, que tentara proteger António Granjo naquela noite, ficando ferido, defende a instauração da pena de morte: "É preciso que nos defendamos e repito o que aqui disse já: – precisamos restabelecer a pena de morte para certos crimes, respondendo com a morte a quem mata. Precisamos defender a sociedade por uma forma implacável. Ainda como homenagem aos mortos de 19 de outubro, eu prometo trazer aqui um projeto restabelecendo a pena de morte."

O Presidente do Ministério, António Maria da Silva, rejeita a ideia de restabelecer a pena de morte: "Há de fazer-se justiça a quem delinquiu. Ninguém tem o direito de duvidar de mim nem dos homens que estão nas cadeiras do Poder, embora o Poder Executivo não possa intervir nas averiguações da justiça. (…) Mas, para isso, não é preciso instituir de novo em Portugal a pena de morte, contra a qual toda a minha natureza se revolta. Seria um verdadeiro crime, seria corresponder ao ato do Dente de Ouro com um outro crime. Não podemos retrogradar. Seria mesmo inconstitucional que se promulgasse qualquer providência que se parecesse um pouco, embora de longe, com essa medida. Não é legítimo que num regime de liberdade se aplique qualquer penalidade, seja a quem for, que não seja inscrita no Código da Justiça para os atos praticados em determinado momento. Estou convencido de que se pudéssemos consultar António Granjo, Machado Santos e Carlos da Maia, eles próprios se revoltariam contra uma determinação da Câmara tendente a instituir a pena de morte."

Em 1923, os responsáveis diretos pelos assassinatos seriam julgados e condenados a penas de prisão e de degredo, não se tendo, no entanto, averiguado completamente as causas que permitiram o sucedido na Noite Sangrenta, nem as suas ligações com os responsáveis pela revolta do dia 19 de outubro de 1921.

Portugal 5 - 0 Luxemburgo

Ontem, no Estádio do Algarve e em jogo de apuramento para o Mundial-2022, Portugal venceu o Luxemburgo por quatro a zero: Cristiano Ronaldo de penalty ao minuto 8' e 13' e outro golo aos 87'; Bruno Fernandes ao minuto 18'; Palhinha ao minuto 69'. Classificação atual do Grupo A

Portugal é uma das melhores cozinhas europeias

António Castel-Branco na sua página do Facebook em 21set2021 VIVA PORTUGAL!!!

“Ouvir a CNN dizer que Portugal é um dos mais bem guardados segredos culinários da Europa é quase tão emocionante como ver o Ronaldo levantar a taça, no domingo, à frente de milhões de franceses. E não estamos propriamente a falar de uma francesinha perdida num texto sobre a Europa gourmet. Estamos a falar de todo um artigo onde são enumeradas as 20 razões objectivas que tornam Portugal numa das melhores cozinhas europeias, a par da francesa, da italiana ou da espanhola.

Segundo a CNN, os restaurantes portugueses no estrangeiro não deviam servir apenas para “melancholy emigrants seeking in vain to matar saudades (kill their longing) for mom's home-cooked food”. Há razões para valorizar a cozinha portuguesa. E começam logo com a mais indiscutível de todas: o melhor peixe do Mundo.

1. O peixe perfeito - Só há um país na Europa onde se come mais peixe do que em Portugal – e são logo os nossos amigos islandeses. No entanto, existe uma diferença colossal que a estação de televisão destaca: o famosíssimo chef Ferran Adriá diz que o melhor peixe do mundo vem do mar português. E ele é espanhol, como lembra a CNN.

O canal americano fala dos fantásticos mercados, onde se compra todo o tipo de peixe, do magnífico robalo grelhado no churrasco e dos fabulosos restaurantes onde comer um peixinho único: São Roque, em Lagos; Restinga, no Alvor; Furnas, na Ericeira; Azenhas do Mar ou Restaurante da Adraga, em Sintra; Ribamar, em Sesimbra; ou Doca das Cavacas, na Madeira.

2. O maravilhoso azeite - É a base da cozinha portuguesa e, para a CNN, é também uma maravilha difícil de igualar – seja o azeite do Alentejo, da Beira Interior ou de Trás-os-Montes. Tanto fica óptimo por cima do bacalhau, de uma simples sopa ou de uma fatia de pão saloio acabado de sair do forno a lenha.

O canal de TV fala dos gigantes Gallo e Oliveira da Serra ou dos pequenos e artesanais produtores que estão a fazer um azeite imperdível – o destaque vai para o último prémio internacional ganho pelo azeite biológico Olmais.

3. O cozido à portuguesa - A cozinha portuguesa pode ser mais pesada no Norte e mediterrânica no Sul, mas uma coisa une todo o país: o cozido à portuguesa. A CNN fala inclusivamente dos vários tipos de cozido: o do Algarve, com grão e hortelã; o do Alentejo, com borrego; o da Madeira, com batata-doce; ou o das Furnas, cozido debaixo do chão.

4. Os novos chefs gourmet de Lisboa - Esta diferenciação regional não se percebe muito bem. A CNN elogia o magnífico trabalho de José Avillez, no Belcanto, de Henrique Sá Pessoa, no Alma, ou de João Rodrigues, na Feitoria – e elogia muito bem e merecidamente – mas esquece-se do fabuloso trabalho que está a ser feito no Porto (Pedro Lemos, Rui Paula ou Vítor Matos são só alguns exemplos) ou no Algarve.

Entre os pratos que encantaram a CNN, está o fantástico salmonete braseado com molho de fígados e xerém de amêijoas à Bulhão Pato, do Belcanto.

5. O bacalhau - A CNN ficou encantada com os pastéis de bacalhau com feijão-frade, ou com o bacalhau à Brás, ou à lagareiro, ou com broa, ou à Zé-do-Pipo ou de qualquer maneira e feitio. Dizem que em Portugal há muito mais de 365 receitas de bacalhau, o que dá mais de um prato diferente por cada dia do ano.

Para a CNN, o melhor sítio para comer bacalhau é essa contradição de género que dá pelo nome de Laurentina, O Rei do Bacalhau.

6. O queijo - Isto, sim, é um assunto que merece ser esclarecido internacio-nalmente: por que é que os queijos portugueses não são mais conhecidos? Segundo a estação de televisão, é um mistério por esclarecer. Seja por causa do extraordinário Queijo da Serra, do Queijo Amarelo da Beira Baixa, do Queijo da Ilha de São Jorge, do Terrincho de Trás-os-Montes, ou de tantos outros. Para acompanhar, os americanos recomendam Vinho do Porto, vinho tinto ou marmelada.

7. As tripas à moda do Porto - É inegável que se trata de um dos pratos mais procurados do Porto. A CNN fala ainda das francesinhas.

8. Os pratos de arroz - Mais uma injustiça identificada – e muito bem – pela CNN: se a paella e o risotto são famosos internacio-nalmente, por que raio é que o arroz de marisco não é conhecido em todo o mundo? De facto, ninguém consegue replicar aquele maravilhoso arroz malandrinho, nem o delicioso sabor a alho, tomate e coentros, muito menos os suculentos nacos de lavagante, santola, gambas ou amêijoas.

Segundo a CNN, também vale a pena provar o fantástico arroz de pato, o maravilhoso arroz de cabidela ou o divinal arroz doce.

9. O presunto - Mais uma injustiça desmascarada pela CNN: Portugal tem o mais saboroso e suculento porco da Europa. O presunto de porco preto alentejano é tão bom ou melhor do que o presunto espanhol ou italiano.

E não sou eu que o digo...

10. Os pratos típicos regionais - É verdade: cada região tem um prato típico que é único e delicioso. A CNN destaca a sopa de cação do Porto Santana, em Alcácer do Sal; as lulas do Correia, em Vila do Bispo; o ensopado de enguias, do Telheiro, em Aveiro; ou a perdiz do Solar Bragançano, em Bragança. Convenhamos que é de quem conhece, de facto, o país.

11. O vinho - Espantoso. É esse o adjectivo que a CNN usa para qualificar a variedade de vinhos que tem um país tão pequeno como Portugal. Desde o vinho verde até ao vinho de Carcavelos, a estação de televisão fala de tudo.

12. A abertura ao mundo - Desde o século XV que Portugal influenciou e foi influenciado pelas mais variadas cozinhas internacionais. Foram os portugueses que levaram a tempura para o Japão ou o caril vindaalo para Goa. Em troca recebemos o frango assado com piri-piri, a feijoada ou as especialidades de Angola, Moçambique e Cabo Verde.

13. O leitão - Da Bairrada, claro. A CNN fala do Pedro e da Meta dos Leitões, na Mealhada ou da Casa Vidal, em Aguada de Cima. Mas para mim, o melhor leitão da Bairrada é claramente o da Meta, onde tudo é bom: o leitão com a pele estaladiça, o molho picante, a salada de alface e cebola, as batatas fritas fininhas e o fantástico vinho frisante da Casa Sarmentinho.

14. A fruta - As bananas da Madeira, o ananás dos Açores, as cerejas da Serra da Gardunha, as laranjas e os figos do Algarve, os melões do Tejo, as ameixas de Elvas e as maçãs Bravo Esmolfe merecem tudo. Mas eu acrescentava as meloas da Ilha Graciosa nos Açores. De facto, não há fruta como a portuguesa.

15. As sardinhas - A CNN está deslumbrada com os Santos Populares e as magníficas sardinhas assadas na rua. Não há dúvida de que é um programa imperdível. Mas se experimentarem as sardinhas fora da época dos Santos, entre Julho e Agosto, então, sim, vão comer um peixe inesquecível, gordo, saboroso e cheio de ovas.

16. Os petiscos mais estranhos - Da fantástica lampreia aos imperdíveis percebes, passando pelas línguas de bacalhau ou pelo pudim Abade de Priscos, a CNN ficou impressionada pelos petiscos exóticos portugueses. E nem provaram os ovos mexidos com mioleira.

17. Os mercados - Especialmente os mercados de frescos, com o peixe acabado de pescar, as frutas e os legumes das quintas ou as flores apanhadas diariamente.

18. Os rivais dos pastéis de nata - Não é que os pastéis de nata não sejam bons, é que a CNN descobriu os outros deliciosos bolos portugueses, como o bolo de mel da Madeira, o bolo de figo, amêndoa e alfarroba do Algarve, os pastéis de Tentúgal, o toucinho do céu ou as barrigas de freira, aqui pomposamente apresentadas como “nun’s belly”.

19. Os pregos e as bifanas - São boas escolhas, mas francamente não estão entre as 20 melhores especialidades da cozinha portuguesa. A CNN destaca os pregos do Ramiro, em Lisboa. Eu prefiro as gambas. Ou o delicioso presunto.

20. O cabrito e outros animais - A CNN diz – e muito bem – que a carne em Portugal não se resume ao porco e ao leitão. O cabrito é elogiadíssimo, tal como a chanfana de Coimbra, a carne Barrosã ou a vaca maronesa. Também se fala do javali, do veado e da lebre.”

Azerbaijão 0 - 3 Portugal

Portugal jogou hoje com o Azerbaijão, em Baku, a 5.ª jornada da fase de apuramento do Mundial2022. 26' - Goooolo de Portugal. Bernardo Silva fez o 1-0 para a Seleção Nacional com uma finalização cheia de classe. Cruzamento de Bruno Fernandes e Bernardo aparece nas costas da defesa para, de calcanhar e com a bola no ar, fazer balançar as redes do Azerbaijão. 31'- Goooolo de Portugal. Marca André Silva. Cruzamento de Bruno Fernandes (novamente ele), toque de Jota para André Silva e o avançado do Leipzig só tem de encostar. Portugal vence agora por dois golos. 75' - Goooolo de Portugal. Marca Diogo Jota. Cruzamento teleguiado de Cancelo para a cabeça do avançado do Liverpool que, sem marcação, faz de cabeça o 3-0 para a seleção nacional. 88'- Inacreditável. Quatro adeptos entram para o relvado, vão ter com Bruno Fernandes, tiram selfies com o jogador português, e nem sinal de um steward. Os 'invasores' acabaram a sair pelo próprio pé do relvado e o jogo foi retomado. Classificação atual

Os dias seguintes no Afeganistão

Lusa, 31ago2021 às 15h49

Aqui estão os cinco principais desafios que o novo regime afegão enfrenta.

1. Défice de confiança - Há uma suspeita generalizada entre a população urbana e educada sobre os Talibã e com boas razões. Muitos afegãos ainda se lembram do período 1996-2001, quando o movimento islamita estava no poder e aplicava uma leitura ultrarrigorosa da 'sharia', a lei islâmica. As mulheres não eram autorizadas a trabalhar e as escolas para raparigas foram fechadas, enquanto os opositores políticos foram executados e as minorias étnicas perseguidas. Vinte anos mais tarde, os Talibã dizem que pretendem prosseguir uma política diferente, inclusive em matéria de direitos da mulher. Prometeram também estabelecer um Governo inclusivo, entrando em contacto com o ex-Presidente Hamid Karzai. Enviaram também representantes para falar com a minoria predominantemente xiita Hazara, perseguida pelos Talibã nos anos 1990. Embora o regresso dos Talibã tenha sido acolhido com alívio em algumas zonas rurais do país, onde as pessoas querem, acima de tudo, acabar com a violência, muitos afegãos afirmaram querer primeiro ver as ações adotadas para depois fazer um julgamento. As mulheres permanecem em estado de alerta, na sua maioria enclausuradas em casa, um sinal da desconfiança generalizada. No vale de Panchir, a nordeste de Cabul, foi organizada uma verdadeira resistência em torno de Ahmad Massoud, filho do comandante Ahmed Shah Massou, assassinado em 2001 pela Al-Qaeda.

2. Desastre humanitário e económico - O Afeganistão é um dos países mais pobres do mundo. Após a queda do regime talibã, expulso do poder em 2001, a ajuda estrangeira inundou o país, representando, em 2020, mais de 40% do Produto Interno Bruto (PIB). Mas grande parte desta ajuda foi agora suspensa e os Talibã não têm acesso aos fundos do banco central afegão, a maioria dos quais está no estrangeiro. Washington já indicou que os Talibã não terão acesso aos bens e valores que estão no país, enquanto a Alemanha suspendeu a ajuda financeira total. Portanto, a situação poderá tornar-se num desastre, já que os Talibã terão de encontrar rapidamente dinheiro para pagar os salários dos funcionários públicos e assegurar que as infraestruturas vitais (água, eletricidade, comunicações) continuam a funcionar. As receitas atuais dos Talibã, que provêm principalmente de atividades criminosas, são estimadas pelas Nações Unidas entre 250 milhões e mais de 1,3 mil milhões de euros por ano. Um ganho financeiro que é visto como uma gota no oceano face às necessidades atuais do Afeganistão, segundo os especialistas. Neste contexto, a ONU alertou para uma "catástrofe humanitária" que poderá atingir duramente os afegãos neste inverno.

3. Fuga de cérebros - Para além da crise económica, os Talibã também terão de lidar com outra escassez, igualmente crítica e dramática: a de cérebros. Advogados, funcionários públicos, técnicos e muitos outros afegãos qualificados têm fugido do país em voos de retirada fretados por potências estrangeiras nas últimas semanas. Como sinal da sua preocupação, os Talibã instaram na semana passada os ocidentais a retirar apenas os estrangeiros e não os peritos afegãos, como por exemplo os engenheiros, necessários para a manutenção das infraestruturas do país.

4. Isolamento diplomático - Entre 1996 e 2001, o regime Talibã foi um pária na cena internacional. Desta vez, o movimento islamita parece inclinado a procurar um amplo reconhecimento no estrangeiro, embora a maioria dos países tenha suspendido ou encerrado as missões diplomáticas em Cabul. O grupo tem mantido contactos com várias potências regionais, incluindo Paquistão, Irão, Rússia, China e Qatar, mas nenhum deles reconheceu ainda a nova liderança em Cabul e os EUA advertiram que os Talibã terão "de conquistar" a sua legitimidade.

5. Ameaça terrorista - A tomada de controlo do país pelos Talibã não colocou um ponto final à ameaça terrorista, como ficou demonstrado pelo ataque de 26 de agosto, numa zona próxima do aeroporto de Cabul, reivindicado pela filial local do Estado Islâmico. O Estado Islâmico de Khorasan (ISPK), que segue uma linha sunita radical semelhante à dos Talibã, difere destes últimos em termos de teologia e estratégia. Como sinal da forte inimizade entre ambos, o Estado Islâmico qualificou os Talibã como apóstatas em vários comunicados e não os felicitou após a conquista de Cabul, em 15 de agosto. O desafio para os Talibã é, portanto, complexo: defender a população afegã do mesmo tipo de ataques que os seus próprios combatentes levam a cabo há anos no país. Al Jazeera, 31ago2021 às 18h15

O novo governo do Afeganistão será anunciado nos próximos dias.

Al Jazeera, 31ago2021 às 20h05

Querem uma apostinha como não tarda muito e a Índia reconhece oficialmente o governo Talibã no Afeganistão?... E se assim for quem “perde a corrida” é o Paquistão.

Jorge De Freitas Monteiro - Nada é impossível por aquelas paragens mas a Índia foi dos países que mais apoiou a ocupação…

David Ribeiro - Eu também achei estranho os indianos serem os primeiros a fazerem reuniões com os Talibã, Jorge De Freitas Monteiro... mas é capaz de ser uma forma da Índia "passar a perna" ao Paquistão. Wakil Kohsar da AFP News Agency fotografou os membros da unidade das forças especiais Badri 313 dos Talibã a chegarem ao aeroporto de Cabul a 31 de agosto de 2021, depois da retirada total das tropas dos EUA.

AFP News Agency

Cronologia dos principais acontecimentos no Afeganistão, desde a ocupação soviética até à derrota dos EUA.

Zabihullah Mujahid... o "Talibã 2.0".

“We want to build the future, and forget what happened in the past."

Al Jazeera, notícia de 08fev2021

E agora como estará o combate à pandemia no Afeganistão?

Situação da pandemia no Afeganistão (dados reportados à Organização Mundial da Saúde de 03jan2020 a 01set2021).

Reuters, 02set2021 às 16h06

O secretário de relações exteriores britânico, Dominic Raab, afirmou hoje, durante uma missão diplomática em Doha, que “a realidade é que não reconheceremos os Talibã em nenhum momento num futuro previsível, mas acho que há um espaço importante para engajamento e diálogo”.

Al Jazeera, 02set2021 às 19h57

A maior empresa de transferência de dinheiro do mundo vai retomar os seus serviços para o Afeganistão depois de ter suspendido a sua operação há duas semanas, quando os Talibã avançaram em Cabul.

JN, 02set2021 às 22h18

Militares portugueses partem para o Kosovo para cooperar com forças de outras nações, no campo Bechtel, um alojamento temporário para a operação de apoio aos cidadãos civis afegãos retirados de Cabul e que aguardam para serem recolocados em vários países de acolhimento.

Portugal 2 - 1 República da Irlanda

R o n a l d o ! . . . Ficam para a história os dois golos de cabeça de Cristiano Ronaldo neste encontro com a República da Irlanda, em jogo da quarta jornada do Grupo A de apuramento para o Mundial2022, disputado no estádio Algarve. O resto foi fraquinho.

O Afeganistão pelos olhos de um militar português

"Devido à velocidade da luz ser superior à do som, algumas pessoas parecem inteligentes até as ouvirmos."

Limitação do preço da energia no mercado ibérico

Durante a tarde de ontem um bom amigo [Jorge de Freitas Monteiro] deu-me a conhecer o que aconteceu no Conselho Europeu: O PM espanhol terá abandonado a sala do Conselho Europeu furioso com a oposição da Alemanha, da Holanda e dos países nórdicos em relação às propostas luso espanholas para limitar o preço da energia no mercado ibérico; Pedro Sanchez terá ameaçado vetar as conclusões da reunião, que têm que se aprovadas por unanimidade. “El Consejo Europeo que se ha reunido en Bruselas se ha tenido que parar durante unos minutos por una rabieta del presidente español, Pedro Sánchez, cuando no se le ha aceptado una solución a escala europea para moderar los precios de la energía, ni tampoco centrada solo en España y Portugal, por la oposición de Alemania, de Países Bajos y de los países escandinavos. La reacción del presidente español ha sido furibunda coincidiendo con que se siente muy presionado por las protestas en la calle contra el alza de precios y entre acusaciones que el Gobierno no hace nada. "Me voy a airear un rato a ver si encuentran una solución técnica", ha soltado Sánchez mientras abandonaba el encuentro, lo que ha forzado a hacer una pausa, según informa la Ser. … "La cumbre no puede acabar sin acuerdo. Necesitamos medidas y las necesitamos ahora", afirmó ayer Sánchez en el diario económico Financial Times, reconociendo que su apuesta está en riesgo. Sánchez ha amenazado con vetar el documento de conclusiones de la reunión si no se atienden sus reclamaciones para desvincular el precio del gas del de la electricidad o si no se le da una solución separada para España y Portugal, diferente del resto del mercado eléctrico europeo.” Mais para o fim do dia de sexta-feira a comunicação social portuguesa falou do assunto:

O primeiro-ministro, António Costa, e o chefe de Governo espanhol, Pedro Sánchez, anunciaram hoje um acordo dos líderes da União Europeia (UE) para introduzir uma exceção no sistema energético europeu para a Península Ibérica, visando poder baixar preços.

António Costa falou num "objetivo muito claro" que passa por "assegurar que o crescimento que está a ter o preço do gás não vai continuar a repercutir-se no preço da eletricidade". Para isso, os dois países vão "adotar medidas para fazer um preço máximo de referência para o gás, a partir do qual do qual todos os outros preços não poderão ultrapassar e, assim, obtemos uma redução muito significativa do preço da energia com grandes poupanças para as famílias e grandes poupanças para as empresas".

A decisão esta sexta-feira tomada surge numa altura de aceso confronto armado na Ucrânia provocado pela invasão russa, tensões geopolíticas essas que têm vindo a afetar o mercado energético europeu, já que a UE importa 90% do gás que consome, sendo a Rússia responsável por cerca de 45% dessas importações, em níveis variáveis entre os Estados-membros. A Rússia é também responsável por cerca de 25% das importações de petróleo e 45% das importações de carvão da UE. Em média, na UE, os combustíveis fósseis (como gás e petróleo) têm um peso de 35%, contra 39% das energias renováveis, mas isso não acontece em todos os Estados-membros, dadas as diferenças entre o cabaz energético de cada um dos 27 Estados-membros, com alguns mais dependentes do que outros.

NATO, União Europeia e G7 reuniram-se em Bruxelas

Diplomacia em acção no dia de ontem A NATO emitiu um comunicado em que assumiu estar“preocupada” com a entrada da China no conflito que opõe a Rússia à Ucrânia. “Pedimos a todos os Estados, incluindo a China, para seguir a ordem internacional incluindo os princípios de soberania e integridade territorial”. Os 30 países da NATO apelaram mesmo a Pequim que se “abstenha” de apoiar “o esforço de guerra da Rússia”. E deixaram um recado à Rússia: “Qualquer uso de arma biológica ou química seria inaceitável e teria consequências severas”.

A declaração conjunta do Grupo dos Sete , que reúne os sete países mais industrializados do mundo, foi no mesmo sentido da NATO. Os líderes da Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido dizem mesmo que “não vão poupar esforços” para responsabilizar o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e seus apoiantes – incluindo o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko. O seu apelo vai para as forças russas que abram “caminhos seguros” na Ucrânia para permitir ajuda humanitária a Mariupol e a outras cidades cercadas. E pedem às autoridades bielorrussas para que “evitem uma nova escalada e se abstenham de usar as suas forças militares contra a Ucrânia”.

No final das reuniões, o presidente norte americano Joe Biden disse apoiar a saída da Rússia do grupo das maiores economias mundiais (G20). E quer pelo menos que a Ucrânia possa assistir às reuniões. O presidente deu mais detalhes sobre a conversa com Xi Jinping, homólogo chinês, na passada sexta-feira. “Tive uma conversa muito honesta com ele. Disse-lhe claramente que apoiar a Rússia teria consequências”. Joe Biden chamou “bruto” a Vladimir Putin. “A coisa mais importante [das sanções] é mantermo-nos unidos”, tendo como objetivo que o “mundo se continue a focar” no seguinte: “Que tipo bruto é este” e por que motivo é que “todas as vidas inocentes se perderam” e “o que está a passar” na Ucrânia.

Também o primeiro ministro britânico, Boris Johnson aproveitou a sua intervenção pública para alertar para consequências “muito, muito severas”, caso o Presidente russo usasse armas químicas ou nucleares contra a Ucrânia. “Se Putin se fosse envolver com alguma coisa desse género, as consequências seriam muito, muito severas. Vou ter de ter alguma ambiguidade na resposta, mas acho que seria catastrófico para ele. Acho q ele compreende isso. Seria um profundo e desastroso erro para Putin”, disse. Apesar da insistência dos jornalistas Johnson não indicou se, nesse cenário, haveria intervenção da NATO.

O líder francês, Emmanuel Macron , na sua vez, disse que a NATO procura não dar à Rússia um “pretexto” para atacar o Ocidente. “Não queremos fazer nada que possa provocar a escalada da tensão”, justificou o Presidente. “Não vamos lutar contra a Rússia”, assegurou o líder que tem mantido várias conversas telefónicas com o seu homólogo russo, embora sem grande sucesso para a paz.

O chanceler alemão Olaf Scholz , por seu turno, afirmou que “as tropas russas têm de sair da Ucrânia”. “Isto é necessário para atingir uma solução sustentável para o conflito entre a Rússia e a Ucrânia”, disse. Scholz apelou também ao Presidente Vladimir Putin que “aceite um cessar-fogo e permita corredores humanitários, para proteger os civis”. A Alemanha doou mais 370 milhões de euros em humanitária à Ucrânia.

Em Portugal , a partir do Porto, Marcelo Rebelo de Sousa não deixou de dar a sua opinião numa visita oficial. Aos jornalistas, o Presidente português disse considerar que o presidente russo, Vladimir Putin, cometeu um erro ao pensar que perante a sua decisão de tomar o território ucraniano iria conseguir dividir a União Europeia e a própria NATO. “É evidente que falharam. “A NATO e a UE continuam unidas”, referiu, independentemente da ideologia de cada país e apenas pela “paz e pelo respeito do direito internacional, da soberania dos estados, dos direitos das pessoas”, acrescentou.

Já da Rússia a informação que chegou foi que o Kremlin considera que “exatamente um mês depois do início da operação militar especial na Ucrânia” a vida “está a voltar ao normal” nos territórios “já libertos dos nacionalistas” ucranianos. “Está a correr como planeado e os objetivos delineados serão alcançados”, declarou a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros russos, Maria Zakharova, que espera que Kiev “reconheça a necessidade de uma solução pacífica”.

Um total de 140 países da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) votou a favor de uma resolução que pede ajuda humanitária imediata para a Ucrânia, ajudando a proteger os civis. A resolução também critica a Rússia por ter criado uma situação “dramática” humanitária. Apenas cinco países votaram contra: Bielorrússia, Coreia do Norte, Eritreia, Rússia e Síria, enquanto 38 abstiveram-se, incluindo a China, Cuba e a Índia.

É já a segunda vez que em sessões da Assembleia-Geral da ONU uma esmagadora maioria de membros isolam e condenam a “operação militar especial”, como Putin chama à invasão da Ucrânia pelas suas tropas. Mas continua a preocupar-me a posição neutra da China (abstenção) em tudo o que se refere a criticar a Rússia.

Agência Lusa - O Presidente chinês, Xi Jinping, disse hoje [6.ª feira, 25mar2022], numa conversa por telefone com o homólogo britânico, Boris Johnson, que a comunidade internacional deve “criar as condições certas” para resolver o conflito na Ucrânia e “promover negociações de paz com sinceridade”. “A comunidade internacional deve promover as negociações de paz com sinceridade. Devem ser criadas as condições necessárias para resolver este assunto. Devemos fazer tudo o possível para que a paz retorne à Ucrânia”, disse Xi, segundo a imprensa local. O Presidente chinês afirmou que o seu país já está a desempenhar “um papel construtivo” nesse sentido. Xi disse ainda que a China está "pronta para o diálogo" com o Reino Unido, desde que este seja "franco, aberto e inclusivo", afirmando esperar que Londres seja "justa e objetiva" ao lidar com Pequim. A conversa ocorre uma semana depois de Xi ter falado, por videoconferência, com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Xi instou então Washington a trabalhar em conjunto para "equilibrar as tensões" e "alcançar a paz global".

Reunião de ontem do Conselho da Europa

Volodymyr Zelensky diz que Portugal é dos países que têm mostrado mais reservas em apoiar a Ucrânia. Num discurso feito por videoconferência durante a reunião do Conselho Europeu, o presidente ucraniano comentou a postura dos 27 estados-membros perante o conflito e mencionou que Portugal tem algumas dúvidas em apoiar decisões a favor da Ucrânia. "A Bulgária está connosco, e acredito que a Grécia estará. A Alemanha está um pouco atrasada. Portugal? Bem... está quase. A Croácia está connosco; Suécia - o azul e o amarelo - estão sempre juntos", afirmou o presidente ucraniano.

A emissora turca NTV, citando o presidente Erdogan, disse ter havido progresso em vários pontos-chave nas negociações entra a Ucrânia e a Rússia. Ancara, que goza de boas relações com Moscovo e Kiev, vem tentando posicionar-se como mediadora entre os dois lados. Mas por outro lado o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse hoje que as negociações com a Rússia para acabar com o conflito são "muito difíceis" e prometeu que Kiev não recuará em suas exigências. “A delegação ucraniana assumiu uma posição forte e não abre mão de suas demandas. Insistimos, em primeiro lugar, num cessar-fogo, garantias de segurança e integridade territorial da Ucrânia”, disse Kuleba. Enquanto isso, a agência de notícias russa Interfax citou o negociador russo Vladimir Medinsky dizendo que os dois lados estavam a fazer pouco progresso em questões importantes. Medinsky também disse que Moscovo acredita que Kiev está a tentar estender as negociações. Publicado pela Embaixada da Rússia na França (@AmbRusFrance)… mas posteriormente eliminado.

Reforço da presença militar da NATO no leste europeu

Vigésimo dia da invasão russa à Ucrânia

08h37 de 15mar2022 - Kiev após ataque russo

O que se tem ouvido nos últimos dias

>> "A verdadeira liberdade vem sempre com um custo" - Mykhailo Podoliak, conselheiro de Zelensky.

>> “Isto [quarto pacote de sanções à Rússia] vai afetar a capacidade de Putin para financiar uma guerra injustificada" – Ursula von der Leyen.

>> "Estamos do lado da Ucrânia, mas não queremos estar em conflito com a Rússia" - Porta-voz do governo francês.

>> "Os Estados Unidos espalharam repetidamente desinformação maliciosa contra a China sobre a questão da Ucrânia"; "A China tem vindo a desempenhar um papel construtivo na promoção de conversações de paz"; "A principal prioridade agora é aliviar a situação, em vez de lançar gasolina na fogueira, e trabalhar para a resolução diplomática em vez de agravar ainda mais a situação" - Representação chinesa em Londres.

>> "Prevenir a provocação das forças nacionalistas ucranianas contra estas infraestruturas críticas [centrais nucleares de Chernobyl e Zaporizhzhia]" - Alexey Polishchuk, diretor do Segundo Departamento do Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

>> "Hoje apreendemos - o termo técnico é 'imobilizado provisoriamente' - um iate pertencente a um dos principais oligarcas [russos]" – Pedro Sánchez, primeiro-ministro espanhol.

>> “Temos uma linha vermelha [sobre as sanções da UE à Rússia] que é a segurança do fornecimento de energia à Hungria” - Peter Szijjarto, ministro das Relações Exteriores da Hungria.

>> “Não sei o que vai acontecer comigo tão cedo. O meu advogado disse-me que eu poderia sofrer uma pena de prisão de 5 a 10 anos de acordo com o código criminal. Não me arrependo. Mas preciso do vosso apoio” - Escreveu no Twitter a produtora da rede de televisão Channel One (controlada pelo Kremlin), Marina Ovsyannikova.

>> “Sua coragem inspira a todos nós” – Disse Trudeau, primeiro-ministro canadiano, a Zelensky. Pedro Falardo e Beatriz Madaleno de Assunção, na CNN Portugal

Relações comerciais de Portugal com a Rússia

Relações comerciais de Portugal com a Ucrânia

As relações comerciais de Portugal com a Rússia e com a Ucrânia não favorecem a posição portuguesa nesta altura, dada a balança comercial negativa com ambos os países e mesmo a dependência em alguns setores. No caso da Rússia, o valor das importações em 2021 superou os mil milhões de euros (1.067.851.972 €), face a exportações pouco superiores a 178 milhões de euros (178.286.422 €): o défice comercial foi de quase 890 milhões de euros no ano passado, de acordo com dados do INE. Evolução no terreno das tropas russas de 6mar a 15mar2022

Como se pode ver, comparando os dois mapas, a evolução no terreno das tropas russas não tem sido significativa desde o décimo primeiro dia da invasão (6mar2022) até hoje (15mar2022).

Um juiz do tribunal distrital de Ostankinsky, em Moscovo, libertou a funcionária da TV estatal Marina Ovsyannikova, mas condenou-a ao pagamento de uma multa de 30.000 rublos (256,26 €) por ter invadido o noticiário noturno mais assistido da Rússia segurando um poster que dizia “No War”.

Partiu esta terça-feira o segundo camião TIR com 14 toneladas de bens recolhidos no âmbito da campanha “Somos Todos Ucrânia”, promovida pelos municípios do Porto, Vila Nova de Gaia e Matosinhos.

O Parlamento da Eslovénia autorizou esta terça-feira o estacionamento no país de até 2.100 soldados estrangeiros da NATO, no contexto da invasão russa da Ucrânia. Inicialmente, a Aliança terá naquele país uma unidade da "presença avançada reforçada" de cerca de 1.200 soldados, oriundos da República Checa, Alemanha, Países Baixos, Estados Unidos, Polónia e Eslovénia. O destacamento incluirá também um sistema de defesa aérea Patriot, adiantou esta terça-feira o ministro da Defesa, Jaroslav Nad.

O "Proteger a Ucrânia" e a "Crise dos Mísseis de Cuba"

Numa altura em que Putin se irrita por os EUA se preparam para “Proteger a Ucrânia” com o fornecimento de armamento a um país vizinho da Rússia, recordo-me da Crise dos Mísseis de Cuba, um episódio que durou de 16 a 28 outubro de 1962 entre os Estados Unidos e a União Soviética, relacionado com a implantação de mísseis balísticos soviéticos na ilha de Fidel. Foi o mais próximo que se chegou ao início de uma guerra nuclear em grande escala durante a Guerra Fria. Depois de um longo período de tensas negociações, foi alcançado um acordo entre Kennedy e Kruschev. Os soviéticos desmantelaram as suas armas em Cuba e levaram-nas para a União Soviética. Ponto da situação na Crise da Ucrânia

Os líderes das regiões separatistas do leste da Ucrânia de Donetsk e Lugansk declararam uma mobilização militar total, medidas que ocorrem numa altura em que se verifica um aumento de violência na região devastada pela guerra e que o Ocidente teme que possa ser usado como pretexto para uma invasão da Rússia.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, irá supervisionar os grandes exercícios militares ao longo das fronteiras da Ucrânia no dia de hoje [sábado, 19fev2022] enquanto o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, está viajando pela Europa para angariar apoios.

O chanceler alemão Olaf Scholz afirmou na Conferência de Segurança de Munique que um ataque russo à Ucrânia seria um "erro grave" com altos "custos políticos, económicos e geoestratégicos". Na mesma conferência o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse que Moscovo estava a apresentar questões de segurança que o Kremlin sabia nunca poderem ser atendidas pela NATO. Também foi afirmado pela chefe do executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, que as ameaças de Moscovo à Ucrânia podem remodelar todo o sistema internacional, alertando Moscovo que o seu pensamento de “um passado sombrio” pode custar à Rússia um futuro próspero.

Rostov, uma região russa na fronteira com a Ucrânia, declarou estado de emergência, citando um número crescente de pessoas que chegam de áreas controladas por separatistas na Ucrânia depois de receberem ordens de evacuação.

O presidente dos EUA, Joe Biden, continua a alertar para o facto de haver indicações que a Rússia está a planejar invadir a Ucrânia, até porque existem sinais de Moscovo estar a realizar uma operação de “bandeira falsa” para justificá-la, depois de forças ucranianas e rebeldes pró-Moscovo trocaram tiros. Esquema da ofensiva ucraniana, a partir dos dados obtidos pela inteligência da República Popular de Donetsk.

O seguro morreu de velho

Além de Portugal (existem 240 portugueses residentes naquele país), outros países pediram aos seus cidadãos na Ucrânia para que deixem o país. A lista inclui Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Noruega, Dinamarca, Bélgica, Países Baixos, Alemanha, Espanha, Israel, Austrália, Nova Zelândia, Japão, Iraque, Kuwait e Itália.

João Cravinho na Conferência de Segurança de Munique

No dia em que as tensões entre a Rússia e a Ucrânia atingiram um ponto máximo, o ministro português da Defesa, João Gomes Cravinho, presente na Conferência de Segurança de Munique (CSM), explicou de que modo Portugal poderá ser chamado a envolver-se nos conflitos: “Portugal faz parte da NATO, portanto a nossa primeira preocupação será a solidariedade em relação aos nossos aliados na NATO. Neste caso, muito em particular aqueles que fazem fronteira com a Ucrânia. .../... Existe uma força chamada VJTF (Very High Joint Readiness Task Force) que é a força de mais elevada prontidão da NATO, em que os países membros da NATO participam de forma rotativa. Portugal neste momento participa na VJTF, em 2022 estamos na VJTF. Se a VJTF for mobilizada para efeitos de defesa da NATO, naturalmente que Portugal participará”. O ministro da Defesa português disse também que a possibilidade de adesão da Ucrânia à NATO não está atualmente em cima da mesa. Gomes Cravinho salientou que “a adesão da Ucrânia à NATO foi discutida em 2008”. “Nessa altura, decidiu-se que não havia condições para a NATO aceitar a Ucrânia e desde então o assunto tem ficado exatamente nesse ponto. .../... É absolutamente falso que esta crise seja sobre a adesão da Ucrânia à NATO. Essa matéria não está em cima da mesa. Nem aqui em Munique, nem ao longo dos últimos 13, 14 anos se discutiu essa possibilidade.” O gás da Gazprom

Um fator importantíssimo a considerar no conflito que se está a viver no Leste da Europa tem a ver com as reservas de gás nas instalações de armazenamento subterrâneo na Ucrânia, que se encontram no mínimo, tendo caído, de acordo com a Gazprom, para 10,6 mil milhões de metros cúbicos, o que é 45% menos que no ano passado. Além disso, no início desta semana, as autoridades da Alemanha, que possui uma das maiores capacidades de armazenamento subterrâneo da Europa, relataram uma queda nos volumes de armazenamento para níveis historicamente baixos em comparação com os anos anteriores.

E se Putin interromper o seu fluxo de gás para a Europa?... Hoje em dia a “guerra” já não se faz só em combates militares.

Sondagens de hoje... para as Legislativas2022

Foram hoje conhecidas duas sondagens para as Legislativas2022, uma da Aximage (para o JN , DN e TSF) e uma outra da Pitagórica (para TVI e CNN Portugal).

No gráfico seguinte poderão ver todas as sondagens conhecidas nos dois últimos meses, comparando-as com os resultados das eleições Legislativas2019, bem como a média truncada (eliminando os valores mais altos e mais baixos de cada uma delas) das sondagens deste período.

Ómicron ou B.1.1.529 - O que já se sabe

A “B.1.1.529”, agora batizada de “Ómicron”, é uma das mais de 30 mutações do coronavírus e que está agora a fazer disparar a taxa de contágios, sobretudo entre os jovens. Segundo as autoridades de saúde esta nova variante foi identificada no Botsuana e na África do Sul. Mas afinal, que variante é esta?

O diretor do Centro de Resposta Epidémica e Inovação de África do Sul, Túlio de Oliveira, revelou em conferência de imprensa que “foram localizadas 50 mutações no total — e mais de 30 na proteína spike (a ‘chave’ que o vírus usa para entrar nas células e que é alvo da maioria das vacinas contra a Covid-19)”. Ora, tal pode indicar que as atuais vacinas podem não combater eficazmente mutações tão distintas. Até agora, segundo avança a imprensa internacional, foram confirmados 77 casos na Província de Gauteng, na África do Sul, quatro casos em Botsuana, e um em Hong Kong, que se crê ter surgido após viagem a África do Sul. Num comunicado divulgado pela representação regional da OMS para África. “A maioria dos profissionais de saúde na África ainda não foi vacinada e continua perigosamente exposta a formas graves” da doença, alertou Matshidiso Moeti, diretora regional da OMS para África. Esta responsável destacou que “é importante saber até que ponto esta variante se encontra em circulação na África do Sul e no Botsuana” e que a organização está igualmente muito atenta ao que se conseguir saber sobre as “características deste vírus”, que está agora no centro das preocupações dos laboratórios de análise e investigação daqueles países.

(Carla Bernardino da revista digital “Delas” / Lusa - 26nov2021) Diz a Organização Mundial da Saúde:

The B.1.1.529 variant was first reported to WHO from South Africa on 24 November 2021. The epidemiological situation in South Africa has been characterized by three distinct peaks in reported cases, the latest of which was predominantly the Delta variant. In recent weeks, infections have increased steeply, coinciding with the detection of B.1.1.529 variant. The first known confirmed B.1.1.529 infection was from a specimen collected on 9 November 2021. A nova variante Ómicron já está a criar alarme em todo o Mundo, mas para já a grande preocupação na Europa para este inverno é a sublinhagem AY.4.2 da Delta que já está a tomar o lugar da Delta no Reino Unido e espalhada em Portugal.

Uma das epidemias mais mortais da história da humanidade foi a GRIPE ESPANHOLA, uma vasta e mortal pandemia do vírus Influenza H1N1, que durou de janeiro de 1918 a dezembro de 1920. Segundo os dados mais fiáveis infetou uma estimativa de 500 milhões de pessoas, cerca de um quarto da população mundial na época. Estima-se que o número de mortos esteja entre 17 milhões e 50 milhões.

Os dados da World Health Organization dizem-nos que houve de 30dez2019 a 26nov2021, em todo o Mundo, 259.502.031 casos confirmados e 5.183.003 mortes por COVID-19.

(Na imagem soldados de Fort Riley, Kansas, doentes de gripe espanhola, sendo tratados numa enfermaria de Camp Funston)

O Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) informou hoje que os 13 casos da variante Ómicron detetados em Portugal estão associados a jogadores e staff do Belenenses SAD, sendo que um deles terá tido uma viagem recente à África do Sul. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou esta segunda-feira que o risco global representado pela nova variante Ómicron do coronavírus é "muito alto". Evolução da Caraterização Clínica em Portugal (Dados da DGS)

As Bases Sociais dos Partidos Portugueses

Ainda só dei uma vista de olhos, mas segundo dizem um interessante estudo do Instituto Português de Relações Internacionais de 2020, intitulado "As Bases Sociais dos Partidos Portugueses", chega à conclusão que os pequenos empresários e comerciantes têm sido cada vez menos abstencionistas e denotam mesmo uma predisposição para votar à Direita, ao mesmo tempo que historicamente, tanto o PSD como o CDS têm pouca atratividade para os trabalhadores dos serviços e operários, que representam mais de metade do eleitorado. E também nos diz que os pequenos empresários e comerciantes foram os mais afetados pela pandemia, não sendo, no entanto, certo se poderão eles votar no lado direito do espectro político. Ou seja, a campanha eleitoral vai ser interessante… queiram as estruturas partidárias informar seriamente os eleitores.

Da série "O fim da Geringonça"

A camioneta-fantasma

Foi há 100 anos!... Noite Sangrenta (outubro 1921) “A camioneta-fantasma! Foi o nome rocambolesco, filmesco com que o povo, os jornais atónitos ante o rocambolesco, filmesco capítulo das nossas revoluções, batizaram o estranho veículo de tragédias, em que se tornou uma simples camioneta da Administração Militar.” No dia 19 de outubro de 1921, eclode uma revolta militar sob o comando do coronel Manuel Maria Coelho, antigo revolucionário do Movimento Republicano de 31 de Janeiro de 1891. O chefe do Governo, António Granjo, apresenta a demissão, mas o Presidente da República, António José de Almeida, não nomeia um novo executivo.

Neste ambiente de impasse, na noite de 19 para 20 de outubro, um grupo de civis e militares, liderado pelo cabo marinheiro Abel Olímpio, conhecido por O Dente de Ouro, conduz os acontecimentos da designada Noite Sangrenta.

Uma camioneta – a "camioneta-fantasma" – percorre Lisboa em busca de diversas figuras do regime republicano, que, forçadas a entrar no veículo, são posteriormente executadas. Na Noite Sangrenta são assassinados, entre outros, o Primeiro-Ministro, António Granjo, e dois protagonistas da Revolução de 5 de Outubro de 1910, Machado Santos e Carlos da Maia.

No dia 20 de outubro, A Capital apresenta um relato do sucedido na noite anterior:

“Grupos de revolucionários armados tinham ido a casa do capitão sr. Cunha Leal, onde prenderam o sr. dr. António Granjo (…) e ao que parece também a casa do capitão de mar e guerra Carlos da Maia, onde igualmente prenderam este oficial. (…)

Conduzidos em automóvel ao Arsenal da Marinha, ao ser aberto o portão (…) uma grande multidão armada (…) entrou de roldão, começando logo a apupar os dois presos (…).

Quando (…) chegaram ao quarto do 1.º andar, em que deviam ficar detidos (…) foram alvo de bastantes tiros. (…)

Pouco depois da morte do sr. dr. António Granjo e do sr. Carlos da Maia, deu-se em condições idênticas a do sr. Freitas da Silva, que foi chefe de gabinete do ministro da Marinha demissionário. Um grupo de indivíduos fora buscar a sua casa aquele senhor, metendo-o no “camion” da Guarda Republicana que seguiu para o Arsenal da Marinha. Ao chegar à porta daquele estabelecimento, foi atingido por vários tiros, falecendo instantaneamente.

Cerca da meia-noite um grupo de indivíduos foi a casa do almirante sr. Machado Santos, na rua José Estêvão, convidando a acompanhá-lo ao Arsenal da Marinha. No Intendente, porém, estabeleceu-se discussão entre aqueles indivíduos e o preso. Acabando o sr. Machado Santos por ser morto a tiro.”

No dia do funeral de António Granjo, a 24 de outubro, o Diário de Lisboa apresenta uma reconstituição das últimas horas do antigo governante, desde o pedido de abrigo na casa de Cunha Leal até ao desfecho no Arsenal na Marinha, que testemunha a crueldade do crime:

“O chefe do governo vencido mantém até ao fim a coragem que o abatimento não excluiu (…) Lança as suas últimas palavras, em que há ódio e resignação: Já sei o que vocês querem! Matem-me, que matam um bom republicano!

Soou uma descarga. (…) Granjo caiu ao comprido vertendo sangue por inúmeros ferimentos. Estava ainda nas últimas convulsões, quando um dos assassinos (…) sacou da espada e a cravou no estômago com violência tal que, atravessando o corpo, ficou presa ao sobrado.

Depois, friamente, o facínora, pondo o pé sobre o peito de António Granjo, sacou a arma e gritou triunfalmente, mostrando-a aos companheiros.

– Venham ver de que cor é o sangue de porco!”

Após o interregno dos trabalhos do Parlamento, em 2 de março de 1922, a Câmara dos Deputados e o Senado prestam homenagem aos antigos parlamentares vítimas do massacre da Noite Sangrenta, exigindo o apuramento da verdade.

A homenagem é uma oportunidade para refletir sobre os confrontos políticos e também sobre a evolução do regime republicano. O Presidente da Câmara dos Deputados, Domingos Leite Pereira, refere a responsabilidade coletiva pelo sucedido: "Essa injustiça sanguinária, insaciável, implacável, é também a resultante de longa e estonteadora luta em que portugueses se vêm debatendo; luta que tanta vez atinge o aspeto e as proporções duma infindável guerra de extermínio; luta estranha e tão obcecante que, dir-se-ia, entre nós as ideias são delitos e as opiniões são crimes. É tempo de a acabar. Meditemos na dura verdade de que todos temos culpas, e não esqueçamos que o embate de opiniões, necessário e inseparável das sociedades modernas, pode e deve fazer-se numa atmosfera superior de justiça, recíproca, de respeito mútuo; sejamos dignos do nosso tempo e, sobretudo, recordemos que somos irmãos da mesma raça, filhos da mesma terra gloriosa."

O Deputado Cunha Leal, que tentara proteger António Granjo naquela noite, ficando ferido, defende a instauração da pena de morte: "É preciso que nos defendamos e repito o que aqui disse já: – precisamos restabelecer a pena de morte para certos crimes, respondendo com a morte a quem mata. Precisamos defender a sociedade por uma forma implacável. Ainda como homenagem aos mortos de 19 de outubro, eu prometo trazer aqui um projeto restabelecendo a pena de morte."

O Presidente do Ministério, António Maria da Silva, rejeita a ideia de restabelecer a pena de morte: "Há de fazer-se justiça a quem delinquiu. Ninguém tem o direito de duvidar de mim nem dos homens que estão nas cadeiras do Poder, embora o Poder Executivo não possa intervir nas averiguações da justiça. (…) Mas, para isso, não é preciso instituir de novo em Portugal a pena de morte, contra a qual toda a minha natureza se revolta. Seria um verdadeiro crime, seria corresponder ao ato do Dente de Ouro com um outro crime. Não podemos retrogradar. Seria mesmo inconstitucional que se promulgasse qualquer providência que se parecesse um pouco, embora de longe, com essa medida. Não é legítimo que num regime de liberdade se aplique qualquer penalidade, seja a quem for, que não seja inscrita no Código da Justiça para os atos praticados em determinado momento. Estou convencido de que se pudéssemos consultar António Granjo, Machado Santos e Carlos da Maia, eles próprios se revoltariam contra uma determinação da Câmara tendente a instituir a pena de morte."

Em 1923, os responsáveis diretos pelos assassinatos seriam julgados e condenados a penas de prisão e de degredo, não se tendo, no entanto, averiguado completamente as causas que permitiram o sucedido na Noite Sangrenta, nem as suas ligações com os responsáveis pela revolta do dia 19 de outubro de 1921.

Portugal 5 - 0 Luxemburgo

Ontem, no Estádio do Algarve e em jogo de apuramento para o Mundial-2022, Portugal venceu o Luxemburgo por quatro a zero: Cristiano Ronaldo de penalty ao minuto 8' e 13' e outro golo aos 87'; Bruno Fernandes ao minuto 18'; Palhinha ao minuto 69'. Classificação atual do Grupo A

Portugal é uma das melhores cozinhas europeias

António Castel-Branco na sua página do Facebook em 21set2021 VIVA PORTUGAL!!!

“Ouvir a CNN dizer que Portugal é um dos mais bem guardados segredos culinários da Europa é quase tão emocionante como ver o Ronaldo levantar a taça, no domingo, à frente de milhões de franceses. E não estamos propriamente a falar de uma francesinha perdida num texto sobre a Europa gourmet. Estamos a falar de todo um artigo onde são enumeradas as 20 razões objectivas que tornam Portugal numa das melhores cozinhas europeias, a par da francesa, da italiana ou da espanhola.

Segundo a CNN, os restaurantes portugueses no estrangeiro não deviam servir apenas para “melancholy emigrants seeking in vain to matar saudades (kill their longing) for mom's home-cooked food”. Há razões para valorizar a cozinha portuguesa. E começam logo com a mais indiscutível de todas: o melhor peixe do Mundo.

1. O peixe perfeito - Só há um país na Europa onde se come mais peixe do que em Portugal – e são logo os nossos amigos islandeses. No entanto, existe uma diferença colossal que a estação de televisão destaca: o famosíssimo chef Ferran Adriá diz que o melhor peixe do mundo vem do mar português. E ele é espanhol, como lembra a CNN.

O canal americano fala dos fantásticos mercados, onde se compra todo o tipo de peixe, do magnífico robalo grelhado no churrasco e dos fabulosos restaurantes onde comer um peixinho único: São Roque, em Lagos; Restinga, no Alvor; Furnas, na Ericeira; Azenhas do Mar ou Restaurante da Adraga, em Sintra; Ribamar, em Sesimbra; ou Doca das Cavacas, na Madeira.

2. O maravilhoso azeite - É a base da cozinha portuguesa e, para a CNN, é também uma maravilha difícil de igualar – seja o azeite do Alentejo, da Beira Interior ou de Trás-os-Montes. Tanto fica óptimo por cima do bacalhau, de uma simples sopa ou de uma fatia de pão saloio acabado de sair do forno a lenha.

O canal de TV fala dos gigantes Gallo e Oliveira da Serra ou dos pequenos e artesanais produtores que estão a fazer um azeite imperdível – o destaque vai para o último prémio internacional ganho pelo azeite biológico Olmais.

3. O cozido à portuguesa - A cozinha portuguesa pode ser mais pesada no Norte e mediterrânica no Sul, mas uma coisa une todo o país: o cozido à portuguesa. A CNN fala inclusivamente dos vários tipos de cozido: o do Algarve, com grão e hortelã; o do Alentejo, com borrego; o da Madeira, com batata-doce; ou o das Furnas, cozido debaixo do chão.

4. Os novos chefs gourmet de Lisboa - Esta diferenciação regional não se percebe muito bem. A CNN elogia o magnífico trabalho de José Avillez, no Belcanto, de Henrique Sá Pessoa, no Alma, ou de João Rodrigues, na Feitoria – e elogia muito bem e merecidamente – mas esquece-se do fabuloso trabalho que está a ser feito no Porto (Pedro Lemos, Rui Paula ou Vítor Matos são só alguns exemplos) ou no Algarve.

Entre os pratos que encantaram a CNN, está o fantástico salmonete braseado com molho de fígados e xerém de amêijoas à Bulhão Pato, do Belcanto.

5. O bacalhau - A CNN ficou encantada com os pastéis de bacalhau com feijão-frade, ou com o bacalhau à Brás, ou à lagareiro, ou com broa, ou à Zé-do-Pipo ou de qualquer maneira e feitio. Dizem que em Portugal há muito mais de 365 receitas de bacalhau, o que dá mais de um prato diferente por cada dia do ano.

Para a CNN, o melhor sítio para comer bacalhau é essa contradição de género que dá pelo nome de Laurentina, O Rei do Bacalhau.

6. O queijo - Isto, sim, é um assunto que merece ser esclarecido internacio-nalmente: por que é que os queijos portugueses não são mais conhecidos? Segundo a estação de televisão, é um mistério por esclarecer. Seja por causa do extraordinário Queijo da Serra, do Queijo Amarelo da Beira Baixa, do Queijo da Ilha de São Jorge, do Terrincho de Trás-os-Montes, ou de tantos outros. Para acompanhar, os americanos recomendam Vinho do Porto, vinho tinto ou marmelada.

7. As tripas à moda do Porto - É inegável que se trata de um dos pratos mais procurados do Porto. A CNN fala ainda das francesinhas.

8. Os pratos de arroz - Mais uma injustiça identificada – e muito bem – pela CNN: se a paella e o risotto são famosos internacio-nalmente, por que raio é que o arroz de marisco não é conhecido em todo o mundo? De facto, ninguém consegue replicar aquele maravilhoso arroz malandrinho, nem o delicioso sabor a alho, tomate e coentros, muito menos os suculentos nacos de lavagante, santola, gambas ou amêijoas.

Segundo a CNN, também vale a pena provar o fantástico arroz de pato, o maravilhoso arroz de cabidela ou o divinal arroz doce.

9. O presunto - Mais uma injustiça desmascarada pela CNN: Portugal tem o mais saboroso e suculento porco da Europa. O presunto de porco preto alentejano é tão bom ou melhor do que o presunto espanhol ou italiano.

E não sou eu que o digo...

10. Os pratos típicos regionais - É verdade: cada região tem um prato típico que é único e delicioso. A CNN destaca a sopa de cação do Porto Santana, em Alcácer do Sal; as lulas do Correia, em Vila do Bispo; o ensopado de enguias, do Telheiro, em Aveiro; ou a perdiz do Solar Bragançano, em Bragança. Convenhamos que é de quem conhece, de facto, o país.

11. O vinho - Espantoso. É esse o adjectivo que a CNN usa para qualificar a variedade de vinhos que tem um país tão pequeno como Portugal. Desde o vinho verde até ao vinho de Carcavelos, a estação de televisão fala de tudo.

12. A abertura ao mundo - Desde o século XV que Portugal influenciou e foi influenciado pelas mais variadas cozinhas internacionais. Foram os portugueses que levaram a tempura para o Japão ou o caril vindaalo para Goa. Em troca recebemos o frango assado com piri-piri, a feijoada ou as especialidades de Angola, Moçambique e Cabo Verde.

13. O leitão - Da Bairrada, claro. A CNN fala do Pedro e da Meta dos Leitões, na Mealhada ou da Casa Vidal, em Aguada de Cima. Mas para mim, o melhor leitão da Bairrada é claramente o da Meta, onde tudo é bom: o leitão com a pele estaladiça, o molho picante, a salada de alface e cebola, as batatas fritas fininhas e o fantástico vinho frisante da Casa Sarmentinho.

14. A fruta - As bananas da Madeira, o ananás dos Açores, as cerejas da Serra da Gardunha, as laranjas e os figos do Algarve, os melões do Tejo, as ameixas de Elvas e as maçãs Bravo Esmolfe merecem tudo. Mas eu acrescentava as meloas da Ilha Graciosa nos Açores. De facto, não há fruta como a portuguesa.

15. As sardinhas - A CNN está deslumbrada com os Santos Populares e as magníficas sardinhas assadas na rua. Não há dúvida de que é um programa imperdível. Mas se experimentarem as sardinhas fora da época dos Santos, entre Julho e Agosto, então, sim, vão comer um peixe inesquecível, gordo, saboroso e cheio de ovas.

16. Os petiscos mais estranhos - Da fantástica lampreia aos imperdíveis percebes, passando pelas línguas de bacalhau ou pelo pudim Abade de Priscos, a CNN ficou impressionada pelos petiscos exóticos portugueses. E nem provaram os ovos mexidos com mioleira.

17. Os mercados - Especialmente os mercados de frescos, com o peixe acabado de pescar, as frutas e os legumes das quintas ou as flores apanhadas diariamente.

18. Os rivais dos pastéis de nata - Não é que os pastéis de nata não sejam bons, é que a CNN descobriu os outros deliciosos bolos portugueses, como o bolo de mel da Madeira, o bolo de figo, amêndoa e alfarroba do Algarve, os pastéis de Tentúgal, o toucinho do céu ou as barrigas de freira, aqui pomposamente apresentadas como “nun’s belly”.

19. Os pregos e as bifanas - São boas escolhas, mas francamente não estão entre as 20 melhores especialidades da cozinha portuguesa. A CNN destaca os pregos do Ramiro, em Lisboa. Eu prefiro as gambas. Ou o delicioso presunto.

20. O cabrito e outros animais - A CNN diz – e muito bem – que a carne em Portugal não se resume ao porco e ao leitão. O cabrito é elogiadíssimo, tal como a chanfana de Coimbra, a carne Barrosã ou a vaca maronesa. Também se fala do javali, do veado e da lebre.”

Azerbaijão 0 - 3 Portugal

Portugal jogou hoje com o Azerbaijão, em Baku, a 5.ª jornada da fase de apuramento do Mundial2022. 26' - Goooolo de Portugal. Bernardo Silva fez o 1-0 para a Seleção Nacional com uma finalização cheia de classe. Cruzamento de Bruno Fernandes e Bernardo aparece nas costas da defesa para, de calcanhar e com a bola no ar, fazer balançar as redes do Azerbaijão. 31'- Goooolo de Portugal. Marca André Silva. Cruzamento de Bruno Fernandes (novamente ele), toque de Jota para André Silva e o avançado do Leipzig só tem de encostar. Portugal vence agora por dois golos. 75' - Goooolo de Portugal. Marca Diogo Jota. Cruzamento teleguiado de Cancelo para a cabeça do avançado do Liverpool que, sem marcação, faz de cabeça o 3-0 para a seleção nacional. 88'- Inacreditável. Quatro adeptos entram para o relvado, vão ter com Bruno Fernandes, tiram selfies com o jogador português, e nem sinal de um steward. Os 'invasores' acabaram a sair pelo próprio pé do relvado e o jogo foi retomado. Classificação atual

Os dias seguintes no Afeganistão

Lusa, 31ago2021 às 15h49

Aqui estão os cinco principais desafios que o novo regime afegão enfrenta.

1. Défice de confiança - Há uma suspeita generalizada entre a população urbana e educada sobre os Talibã e com boas razões. Muitos afegãos ainda se lembram do período 1996-2001, quando o movimento islamita estava no poder e aplicava uma leitura ultrarrigorosa da 'sharia', a lei islâmica. As mulheres não eram autorizadas a trabalhar e as escolas para raparigas foram fechadas, enquanto os opositores políticos foram executados e as minorias étnicas perseguidas. Vinte anos mais tarde, os Talibã dizem que pretendem prosseguir uma política diferente, inclusive em matéria de direitos da mulher. Prometeram também estabelecer um Governo inclusivo, entrando em contacto com o ex-Presidente Hamid Karzai. Enviaram também representantes para falar com a minoria predominantemente xiita Hazara, perseguida pelos Talibã nos anos 1990. Embora o regresso dos Talibã tenha sido acolhido com alívio em algumas zonas rurais do país, onde as pessoas querem, acima de tudo, acabar com a violência, muitos afegãos afirmaram querer primeiro ver as ações adotadas para depois fazer um julgamento. As mulheres permanecem em estado de alerta, na sua maioria enclausuradas em casa, um sinal da desconfiança generalizada. No vale de Panchir, a nordeste de Cabul, foi organizada uma verdadeira resistência em torno de Ahmad Massoud, filho do comandante Ahmed Shah Massou, assassinado em 2001 pela Al-Qaeda.

2. Desastre humanitário e económico - O Afeganistão é um dos países mais pobres do mundo. Após a queda do regime talibã, expulso do poder em 2001, a ajuda estrangeira inundou o país, representando, em 2020, mais de 40% do Produto Interno Bruto (PIB). Mas grande parte desta ajuda foi agora suspensa e os Talibã não têm acesso aos fundos do banco central afegão, a maioria dos quais está no estrangeiro. Washington já indicou que os Talibã não terão acesso aos bens e valores que estão no país, enquanto a Alemanha suspendeu a ajuda financeira total. Portanto, a situação poderá tornar-se num desastre, já que os Talibã terão de encontrar rapidamente dinheiro para pagar os salários dos funcionários públicos e assegurar que as infraestruturas vitais (água, eletricidade, comunicações) continuam a funcionar. As receitas atuais dos Talibã, que provêm principalmente de atividades criminosas, são estimadas pelas Nações Unidas entre 250 milhões e mais de 1,3 mil milhões de euros por ano. Um ganho financeiro que é visto como uma gota no oceano face às necessidades atuais do Afeganistão, segundo os especialistas. Neste contexto, a ONU alertou para uma "catástrofe humanitária" que poderá atingir duramente os afegãos neste inverno.

3. Fuga de cérebros - Para além da crise económica, os Talibã também terão de lidar com outra escassez, igualmente crítica e dramática: a de cérebros. Advogados, funcionários públicos, técnicos e muitos outros afegãos qualificados têm fugido do país em voos de retirada fretados por potências estrangeiras nas últimas semanas. Como sinal da sua preocupação, os Talibã instaram na semana passada os ocidentais a retirar apenas os estrangeiros e não os peritos afegãos, como por exemplo os engenheiros, necessários para a manutenção das infraestruturas do país.

4. Isolamento diplomático - Entre 1996 e 2001, o regime Talibã foi um pária na cena internacional. Desta vez, o movimento islamita parece inclinado a procurar um amplo reconhecimento no estrangeiro, embora a maioria dos países tenha suspendido ou encerrado as missões diplomáticas em Cabul. O grupo tem mantido contactos com várias potências regionais, incluindo Paquistão, Irão, Rússia, China e Qatar, mas nenhum deles reconheceu ainda a nova liderança em Cabul e os EUA advertiram que os Talibã terão "de conquistar" a sua legitimidade.

5. Ameaça terrorista - A tomada de controlo do país pelos Talibã não colocou um ponto final à ameaça terrorista, como ficou demonstrado pelo ataque de 26 de agosto, numa zona próxima do aeroporto de Cabul, reivindicado pela filial local do Estado Islâmico. O Estado Islâmico de Khorasan (ISPK), que segue uma linha sunita radical semelhante à dos Talibã, difere destes últimos em termos de teologia e estratégia. Como sinal da forte inimizade entre ambos, o Estado Islâmico qualificou os Talibã como apóstatas em vários comunicados e não os felicitou após a conquista de Cabul, em 15 de agosto. O desafio para os Talibã é, portanto, complexo: defender a população afegã do mesmo tipo de ataques que os seus próprios combatentes levam a cabo há anos no país. Al Jazeera, 31ago2021 às 18h15

O novo governo do Afeganistão será anunciado nos próximos dias.

Al Jazeera, 31ago2021 às 20h05

Querem uma apostinha como não tarda muito e a Índia reconhece oficialmente o governo Talibã no Afeganistão?... E se assim for quem “perde a corrida” é o Paquistão.

Jorge De Freitas Monteiro - Nada é impossível por aquelas paragens mas a Índia foi dos países que mais apoiou a ocupação…

David Ribeiro - Eu também achei estranho os indianos serem os primeiros a fazerem reuniões com os Talibã, Jorge De Freitas Monteiro... mas é capaz de ser uma forma da Índia "passar a perna" ao Paquistão. Wakil Kohsar da AFP News Agency fotografou os membros da unidade das forças especiais Badri 313 dos Talibã a chegarem ao aeroporto de Cabul a 31 de agosto de 2021, depois da retirada total das tropas dos EUA.

AFP News Agency

Cronologia dos principais acontecimentos no Afeganistão, desde a ocupação soviética até à derrota dos EUA.

Zabihullah Mujahid... o "Talibã 2.0".

“We want to build the future, and forget what happened in the past."

Al Jazeera, notícia de 08fev2021

E agora como estará o combate à pandemia no Afeganistão?

Situação da pandemia no Afeganistão (dados reportados à Organização Mundial da Saúde de 03jan2020 a 01set2021).

Reuters, 02set2021 às 16h06

O secretário de relações exteriores britânico, Dominic Raab, afirmou hoje, durante uma missão diplomática em Doha, que “a realidade é que não reconheceremos os Talibã em nenhum momento num futuro previsível, mas acho que há um espaço importante para engajamento e diálogo”.

Al Jazeera, 02set2021 às 19h57

A maior empresa de transferência de dinheiro do mundo vai retomar os seus serviços para o Afeganistão depois de ter suspendido a sua operação há duas semanas, quando os Talibã avançaram em Cabul.

JN, 02set2021 às 22h18

Militares portugueses partem para o Kosovo para cooperar com forças de outras nações, no campo Bechtel, um alojamento temporário para a operação de apoio aos cidadãos civis afegãos retirados de Cabul e que aguardam para serem recolocados em vários países de acolhimento.

Portugal 2 - 1 República da Irlanda

R o n a l d o ! . . . Ficam para a história os dois golos de cabeça de Cristiano Ronaldo neste encontro com a República da Irlanda, em jogo da quarta jornada do Grupo A de apuramento para o Mundial2022, disputado no estádio Algarve. O resto foi fraquinho.

O Afeganistão pelos olhos de um militar português

marcar artigo