Filipe Lobo d’Ávila questiona protagonismo de Cristas e desprendimento ideológico do CDS

07-03-2018
marcar artigo

Filipe Lobo d’Ávila, que no último Congresso do CDS protagonizou a única candidatura alternativa à de Assunção Cristas, acredita que o partido “precisa de um projeto que não esteja centrado na imagem” de Cristas. Mais: o CDS, diz, não pode desistir da identidade em função de uma ideia de pragmatismo que lhe granjeie mais votos. “O pragmatismo é uma desculpa esfarrapada, uma discussão que não faz qualquer sentido”, nota.

Em entrevista ao jornal Público, o deputado democrata-cristão criticou a indefinição de Assunção Críticas em torno de matérias que deveriam ser fundamentais para o CDS, como nas questões “do direito à vida, relacionadas com o instituto da adoção [e] do casamento”. “Ao longo de 43 anos de história, o CDS foi muito sólido no plano pragmático sem nunca ter sido dogmático. Nem sei porque é que se coloca a palavra pragmatismo, neste momento, como linha de acção. Porque o pragmatismo por si só não é rigorosamente nada e pode levar-nos a um partido catavento que vai para onde o vento nos diz para ir”, defende Lobo d’Ávila.

O democrata-cristão critica ainda o facto de Assunção Cristas ter rejeitado, à partida, qualquer coligação pré-eleitoral com o PSD.

[O CDS] está a dar pouca margem para um entendimento e para conversas com o PSD. Está a dar-se um sinal a esse partido de que o encaminhamento para uma coligação é difícil. Não tenho a certeza de que o resultado em termos eleitorais seja melhor se os dois partidos forem separados do que se houver uma coligação pré-eleitoral. Ao fecharmos a porta a um entendimento possível, estamos a caminhar para que não exista mesmo. E eu acho que o país vai precisar desse entendimento”, avisa o deputado do CDS.

Com Assunção Cristas galvanizada depois do resultado em Lisboa, e num momento em que no CDS já ninguém esconde a ambição e a convicção de que é possível ultrapassar o PSD, Lobo d’Ávila vem colocar alguma água na fervura. “O PS teve um candidato à Câmara de Lisboa que não é o primeiro-ministro atual e o PSD teve uma candidata que também não é o presidente do PSD atual. A ideia de replicar o resultado de Lisboa no país deve merecer cautelas, porque o resultado final dessa replicação é o PS governar em toda a linha. O nosso objectivo político deve ser o contrário”, alerta.

E é nesse sentido, sem excessivo protagonismo de ninguém, que Filipe Lobo d’Ávila defendeu que o CDS se esforce para criar um “projeto político sólido que não esteja única e exclusivamente centrado na imagem da presidente”.

Gonçalves Pereira não fecha a porta ao diálogo com o PS e aponta ao topo

Em sentido contrário, João Gonçalves Pereira, vereador do CDS e líder da distrital do CDS/Lisboa, não esconde a ambição do partido de conquistar o centro-direita ao PSD. “Lisboa veio provar que não há impossíveis para o CDS”, afirmou o democrata-cristão, alinhado com a atual liderança de Assunção Cristas e membro da comissão política do partido.

Em entrevista à SIC Notícias, no programa “10 Minutos, João Gonçalves Pereira defendeu que o “CDS tem de ter a ambição de ser a primeira escolha do eleitorado ao centro e à direita”. Sem hostilizar o PSD, o vereador democrata-cristão considera que chegou o momento de o CDS se afirmar como verdadeira alternativa ao PS.

Mas mesmo criticando António Costa por lidar mal com o escrutínio e fiscalização do CDS, João Gonçalves Pereira acredita que o partido não pode fechar a porta ao diálogo com o PS. “O CDS sempre dialogou com os vários partidos. Mal seria se assim não fosse”, rematou.

Continuar a ler

Filipe Lobo d’Ávila, que no último Congresso do CDS protagonizou a única candidatura alternativa à de Assunção Cristas, acredita que o partido “precisa de um projeto que não esteja centrado na imagem” de Cristas. Mais: o CDS, diz, não pode desistir da identidade em função de uma ideia de pragmatismo que lhe granjeie mais votos. “O pragmatismo é uma desculpa esfarrapada, uma discussão que não faz qualquer sentido”, nota.

Em entrevista ao jornal Público, o deputado democrata-cristão criticou a indefinição de Assunção Críticas em torno de matérias que deveriam ser fundamentais para o CDS, como nas questões “do direito à vida, relacionadas com o instituto da adoção [e] do casamento”. “Ao longo de 43 anos de história, o CDS foi muito sólido no plano pragmático sem nunca ter sido dogmático. Nem sei porque é que se coloca a palavra pragmatismo, neste momento, como linha de acção. Porque o pragmatismo por si só não é rigorosamente nada e pode levar-nos a um partido catavento que vai para onde o vento nos diz para ir”, defende Lobo d’Ávila.

O democrata-cristão critica ainda o facto de Assunção Cristas ter rejeitado, à partida, qualquer coligação pré-eleitoral com o PSD.

[O CDS] está a dar pouca margem para um entendimento e para conversas com o PSD. Está a dar-se um sinal a esse partido de que o encaminhamento para uma coligação é difícil. Não tenho a certeza de que o resultado em termos eleitorais seja melhor se os dois partidos forem separados do que se houver uma coligação pré-eleitoral. Ao fecharmos a porta a um entendimento possível, estamos a caminhar para que não exista mesmo. E eu acho que o país vai precisar desse entendimento”, avisa o deputado do CDS.

Com Assunção Cristas galvanizada depois do resultado em Lisboa, e num momento em que no CDS já ninguém esconde a ambição e a convicção de que é possível ultrapassar o PSD, Lobo d’Ávila vem colocar alguma água na fervura. “O PS teve um candidato à Câmara de Lisboa que não é o primeiro-ministro atual e o PSD teve uma candidata que também não é o presidente do PSD atual. A ideia de replicar o resultado de Lisboa no país deve merecer cautelas, porque o resultado final dessa replicação é o PS governar em toda a linha. O nosso objectivo político deve ser o contrário”, alerta.

E é nesse sentido, sem excessivo protagonismo de ninguém, que Filipe Lobo d’Ávila defendeu que o CDS se esforce para criar um “projeto político sólido que não esteja única e exclusivamente centrado na imagem da presidente”.

Gonçalves Pereira não fecha a porta ao diálogo com o PS e aponta ao topo

Em sentido contrário, João Gonçalves Pereira, vereador do CDS e líder da distrital do CDS/Lisboa, não esconde a ambição do partido de conquistar o centro-direita ao PSD. “Lisboa veio provar que não há impossíveis para o CDS”, afirmou o democrata-cristão, alinhado com a atual liderança de Assunção Cristas e membro da comissão política do partido.

Em entrevista à SIC Notícias, no programa “10 Minutos, João Gonçalves Pereira defendeu que o “CDS tem de ter a ambição de ser a primeira escolha do eleitorado ao centro e à direita”. Sem hostilizar o PSD, o vereador democrata-cristão considera que chegou o momento de o CDS se afirmar como verdadeira alternativa ao PS.

Mas mesmo criticando António Costa por lidar mal com o escrutínio e fiscalização do CDS, João Gonçalves Pereira acredita que o partido não pode fechar a porta ao diálogo com o PS. “O CDS sempre dialogou com os vários partidos. Mal seria se assim não fosse”, rematou.

Continuar a ler

marcar artigo