Negrão e Margarida Mano corresponsabilizam Rio: foi tudo articulado

22-05-2019
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Fernando Negrão e Margarida Mano, líder e vice-presidente da bancada do PSD, reafirmaram na manhã desta quinta-feira, perante o grupo parlamentar, que Rui Rio acompanhou a par e passo tudo o que aconteceu na famosa reunião da comissão de educação, em que foi aprovada a contagem integral do tempo de serviço dos professores, com os respetivos benefícios remuneratórios e de tempo de carreira.

Negrão defendeu que a posição do PSD foi coerente com a sua história nesta matéria - no que seria mais tarde desmentido por vários deputados - e imputou à “avalanche mediática” a perceção de que terá havido erros do PSD ou um recuo após a ameaça de demissão de António Costa. Pelo contrário, nem Negrão nem Margarida Mano, que foi a principal negociadora do PSD neste processo, reconheceram erros ou recuos. Ambos alinharam com a narrativa oficial de Rui Rio - e foi explícita a forma como o líder e a vice da bancada o corresponsabilizaram por todos os passos deste processo.

À saída da reunião, Negrão assumiu isso mesmo perante os jornalistas. À pergunta sobre se sente que Rio transformou o grupo parlamentar no bode expiatório de um processo em que os sociais-democratas tiveram de fazer marcha atrás, respondeu: "Não sinto, porque articulamos sempre com a direção do partido". E insistiu que "houve articulação, não houve passar de culpas". Rio, diz o líder parlamentar, "não lavou as mãos".

Sobre os discursos diferentes do PSD antes e depois da ameaça de demissão, e o longo hiato de mais de dois dias entre os dois momentos - primeiro, com os sociais-democratas a congratularem-se com a aprovação da lei; depois com Rui Rio a pôr todo o enfoque no facto de ter sido chumbada a norma de responsabilidade financeira, e aproveitando esse facto para preparar o recuo do partido - Negrão defendeu que, a partir do momento em que António Costa ameaçou demitir-se, estava-se “ao nível da discussão entre o primeiro-ministro e o líder da oposição". Ou seja, se o PSD demorou a corrigir o tiro, foi por responsabilidade de Rio.

Após duas horas de reunião da bancada, Negrão frisou que o tom foi de "total sintonia" com a direção do partido e do grupo parlamentar, e de "condenação" e "protesto" em relação ao "golpe teatral de António Costa quando ameaçou com a demissão". Houve de facto essa condenação mas, de acordo com relatos recolhidos pelo Expresso, não houve "total sintonia" em relação ao comportamento de Rui Rio.

Erros de fundo e de forma

A voz mais crítica foi a de Hugo Soares, que fez uma intervenção que irritou alguns dirigentes da bancada (Emídio Guerreiro verbalizou mesmo essa irritação durante o discurso do ex-líder parlamentar) e é descrita por outras testemunhas como uma das melhores intervenções de Soares em reuniões dos deputados.

O anterior líder parlamentar não deixou pedra sobre pedra. Respondendo a Pedro Pinto, que momentos antes havia defendido a coerência do PSD ao defender a contagem integral do tempo de carreira dos professores, Hugo Soares fez questão de repor a verdade histórica: “esta nunca foi a posição do PSD”, disse, lembrando que durante anos o partido afirmou que “este tempo não ia nunca ser contado”. E que, por razões de “justiça, de equidade e sustentabilidade das contas públicas” o PSD sempre votou conta as propostas de recuperação do tempo integral de serviço.

“Culpar o grupo parlamentar”

Hugo Soares considerou que o PSD falhou na questão de fundo e falhou na forma, e criticou Rui Rio pela forma como, “sempre que tem uma aflição culpa o grupo parlamentar”. Lembrou vários momentos em que o presidente do PSD se comportou assim ao longo dos últimos quinze meses, considerando muito grave a forma como Rio queima os deputados para disfarçar asneiras políticas. E não perdoou a Fernando Negrão por não ter defendido os deputados e em particular Margarida Mano - ao que Negrão respondeu que, estando o presidente do PSD a assumir as despesas de um tema, não lhe cabia a ele sobrepor-se à voz de Rio.

Outros deputados, como Miguel Morgado e Nilza Sena, confirmaram que historicamente o PSD nunca defendeu a contagem integral do tempo, invocando as mesmas razões de Hugo Soares, e consideraram um erro o comportamento do partido neste processo. Mas nenhum foi tão duro como o anterior líder parlamentar, que chamou a atenção para o absurdo a que o país vai assistir amanhã: depois de ter aprovado alínea a alínea todos os artigos da lei que repõe a contagem integral do tempo de serviço dos professores, o PSD vai votar contra essa lei.

Negrão insistiu na necessidade dessa lei incluir a norma de responsabilidade financeira que foi proposta pelo PSD e chumbada pela esquerda. E Pedro Pinto exortou o partido a aproveitar o debate, em plenário, dessa alínea, para desmascarar a crise política artificial promovida por António Costa. O tempo previsto para a discussão dessa norma serão dois minutos.

Fernando Negrão e Margarida Mano, líder e vice-presidente da bancada do PSD, reafirmaram na manhã desta quinta-feira, perante o grupo parlamentar, que Rui Rio acompanhou a par e passo tudo o que aconteceu na famosa reunião da comissão de educação, em que foi aprovada a contagem integral do tempo de serviço dos professores, com os respetivos benefícios remuneratórios e de tempo de carreira.

Negrão defendeu que a posição do PSD foi coerente com a sua história nesta matéria - no que seria mais tarde desmentido por vários deputados - e imputou à “avalanche mediática” a perceção de que terá havido erros do PSD ou um recuo após a ameaça de demissão de António Costa. Pelo contrário, nem Negrão nem Margarida Mano, que foi a principal negociadora do PSD neste processo, reconheceram erros ou recuos. Ambos alinharam com a narrativa oficial de Rui Rio - e foi explícita a forma como o líder e a vice da bancada o corresponsabilizaram por todos os passos deste processo.

À saída da reunião, Negrão assumiu isso mesmo perante os jornalistas. À pergunta sobre se sente que Rio transformou o grupo parlamentar no bode expiatório de um processo em que os sociais-democratas tiveram de fazer marcha atrás, respondeu: "Não sinto, porque articulamos sempre com a direção do partido". E insistiu que "houve articulação, não houve passar de culpas". Rio, diz o líder parlamentar, "não lavou as mãos".

Sobre os discursos diferentes do PSD antes e depois da ameaça de demissão, e o longo hiato de mais de dois dias entre os dois momentos - primeiro, com os sociais-democratas a congratularem-se com a aprovação da lei; depois com Rui Rio a pôr todo o enfoque no facto de ter sido chumbada a norma de responsabilidade financeira, e aproveitando esse facto para preparar o recuo do partido - Negrão defendeu que, a partir do momento em que António Costa ameaçou demitir-se, estava-se “ao nível da discussão entre o primeiro-ministro e o líder da oposição". Ou seja, se o PSD demorou a corrigir o tiro, foi por responsabilidade de Rio.

Após duas horas de reunião da bancada, Negrão frisou que o tom foi de "total sintonia" com a direção do partido e do grupo parlamentar, e de "condenação" e "protesto" em relação ao "golpe teatral de António Costa quando ameaçou com a demissão". Houve de facto essa condenação mas, de acordo com relatos recolhidos pelo Expresso, não houve "total sintonia" em relação ao comportamento de Rui Rio.

Erros de fundo e de forma

A voz mais crítica foi a de Hugo Soares, que fez uma intervenção que irritou alguns dirigentes da bancada (Emídio Guerreiro verbalizou mesmo essa irritação durante o discurso do ex-líder parlamentar) e é descrita por outras testemunhas como uma das melhores intervenções de Soares em reuniões dos deputados.

O anterior líder parlamentar não deixou pedra sobre pedra. Respondendo a Pedro Pinto, que momentos antes havia defendido a coerência do PSD ao defender a contagem integral do tempo de carreira dos professores, Hugo Soares fez questão de repor a verdade histórica: “esta nunca foi a posição do PSD”, disse, lembrando que durante anos o partido afirmou que “este tempo não ia nunca ser contado”. E que, por razões de “justiça, de equidade e sustentabilidade das contas públicas” o PSD sempre votou conta as propostas de recuperação do tempo integral de serviço.

“Culpar o grupo parlamentar”

Hugo Soares considerou que o PSD falhou na questão de fundo e falhou na forma, e criticou Rui Rio pela forma como, “sempre que tem uma aflição culpa o grupo parlamentar”. Lembrou vários momentos em que o presidente do PSD se comportou assim ao longo dos últimos quinze meses, considerando muito grave a forma como Rio queima os deputados para disfarçar asneiras políticas. E não perdoou a Fernando Negrão por não ter defendido os deputados e em particular Margarida Mano - ao que Negrão respondeu que, estando o presidente do PSD a assumir as despesas de um tema, não lhe cabia a ele sobrepor-se à voz de Rio.

Outros deputados, como Miguel Morgado e Nilza Sena, confirmaram que historicamente o PSD nunca defendeu a contagem integral do tempo, invocando as mesmas razões de Hugo Soares, e consideraram um erro o comportamento do partido neste processo. Mas nenhum foi tão duro como o anterior líder parlamentar, que chamou a atenção para o absurdo a que o país vai assistir amanhã: depois de ter aprovado alínea a alínea todos os artigos da lei que repõe a contagem integral do tempo de serviço dos professores, o PSD vai votar contra essa lei.

Negrão insistiu na necessidade dessa lei incluir a norma de responsabilidade financeira que foi proposta pelo PSD e chumbada pela esquerda. E Pedro Pinto exortou o partido a aproveitar o debate, em plenário, dessa alínea, para desmascarar a crise política artificial promovida por António Costa. O tempo previsto para a discussão dessa norma serão dois minutos.

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