Militante do PCP há 80 anos vaticina: "Aqui ganhamos sempre, o pior é o resto"

30-09-2019
marcar artigo

Faz toda a diferença quando a campanha comunista joga em casa. Em Alpiarça, no distrito de Santarém, a câmara é do PCP e o pavilhão onde decorreu o almoço com o secretário geral estava cheio e animado. "É sempre assim", diz Manuel Miguel. O velho militante que, desde os 16 anos e na clandestinidade, começou por distribuir cópias do "Avante!" escondidas, no forro da samarra, acha que o partido "vai ficar mais ou menos na mesma". Ali, porém, o resultado está garantido: "Ganhamos sempre".

Jerónimo de Sousa levantou-se da mesa e, antes de subir ao palco, fez questão de o cumprimentar. Manuel Miguel gostou do gesto e assume ser um apoiante do líder e da sua estratégia política. A 'geringonça' "foi um passo em frente". E se é verdade que "o PS, no passado, nunca ajudou o partido", a verdade é que as coisas mudaram. "Mário Soares era um traidor, Costa é mais sincero", resume o velho militante comunista, que abraça literalmente a bandeira antes de a desfraldar.

Na sala do pavilhão de Alpiarça, há muitos anos de militância espalhados pelas mesas do almoço. Jerónimo também fez questão de cumprimentar um outra "glória" local do partido, que, discretamente, participava na ação da campanha. Custódio Ferreira, foi deputado eleito pelo PCP nas primeiras eleições democráticas. Tal como o líder comunista, foi um dos "constituintes", chamados em 1975 a fazer a primeira Constituição e a preparar as primeiras eleições para a Assembleia da República.

A sua biografia é longa e vem dos tempos da ditadura, onde foi dirigente sindical dos ferroviários e activista do MUD ou da campanha presidencial de Humberto Delgado. Foi ainda dirigente e autarca pelo PCP, mas como a militância não tem idade de reforma, mesmo com filhos, netos e bisnetos, faz questão de marcar presença "no apoio aos camaradas e à CDU".

Em casa, mesmo os jogos mais difíceis parecem ficar mais fáceis. O apoio das bases é "um conforto muito grande" que lhe "dá força para continuar esta batalha", diz Jerónimo. António Filipe, o deputado de Santarém e, novamente, cabeça de lista pelo distrito, também se entusiasma. "A prova de que a campanha está bem e recomenda-se está à vista", diz no arranque da sua intervenção e dirigindo-se à casa cheia.

A reconquista do deputado por Santarém parece assegurada para a próxima legislatura, mas com o clima propício, até se ganha entusiasmo eleitoral nas hostes comunistas. O distrito elege nove deputados para a Assembleia da República, mas há várias eleições que a representação do PCP se resume a um. "Não estamos condenados a eleger só um deputado", diz António Filipe, que lembra que "os deputados só estão eleitos depois de todos os votos contados". A sala aplaude e agita bandeiras.

Jerónimo também ganha alento. O dia correu de feição, mas ainda há muito caminho a percorrer na campanha. "Sois homens e mulheres calejados na democracia. Não vão deixar que ela fuja e de lutar pela possibilidade de uma vida melhor". O líder sabe que conta com aqueles que o aplaudem."Os votos aqui estão ganhos. Muito obrigada, camaradas, mas isso não chega", lembra. Ou, como disse Manuel Miguel, "o pior é o resto".

Faz toda a diferença quando a campanha comunista joga em casa. Em Alpiarça, no distrito de Santarém, a câmara é do PCP e o pavilhão onde decorreu o almoço com o secretário geral estava cheio e animado. "É sempre assim", diz Manuel Miguel. O velho militante que, desde os 16 anos e na clandestinidade, começou por distribuir cópias do "Avante!" escondidas, no forro da samarra, acha que o partido "vai ficar mais ou menos na mesma". Ali, porém, o resultado está garantido: "Ganhamos sempre".

Jerónimo de Sousa levantou-se da mesa e, antes de subir ao palco, fez questão de o cumprimentar. Manuel Miguel gostou do gesto e assume ser um apoiante do líder e da sua estratégia política. A 'geringonça' "foi um passo em frente". E se é verdade que "o PS, no passado, nunca ajudou o partido", a verdade é que as coisas mudaram. "Mário Soares era um traidor, Costa é mais sincero", resume o velho militante comunista, que abraça literalmente a bandeira antes de a desfraldar.

Na sala do pavilhão de Alpiarça, há muitos anos de militância espalhados pelas mesas do almoço. Jerónimo também fez questão de cumprimentar um outra "glória" local do partido, que, discretamente, participava na ação da campanha. Custódio Ferreira, foi deputado eleito pelo PCP nas primeiras eleições democráticas. Tal como o líder comunista, foi um dos "constituintes", chamados em 1975 a fazer a primeira Constituição e a preparar as primeiras eleições para a Assembleia da República.

A sua biografia é longa e vem dos tempos da ditadura, onde foi dirigente sindical dos ferroviários e activista do MUD ou da campanha presidencial de Humberto Delgado. Foi ainda dirigente e autarca pelo PCP, mas como a militância não tem idade de reforma, mesmo com filhos, netos e bisnetos, faz questão de marcar presença "no apoio aos camaradas e à CDU".

Em casa, mesmo os jogos mais difíceis parecem ficar mais fáceis. O apoio das bases é "um conforto muito grande" que lhe "dá força para continuar esta batalha", diz Jerónimo. António Filipe, o deputado de Santarém e, novamente, cabeça de lista pelo distrito, também se entusiasma. "A prova de que a campanha está bem e recomenda-se está à vista", diz no arranque da sua intervenção e dirigindo-se à casa cheia.

A reconquista do deputado por Santarém parece assegurada para a próxima legislatura, mas com o clima propício, até se ganha entusiasmo eleitoral nas hostes comunistas. O distrito elege nove deputados para a Assembleia da República, mas há várias eleições que a representação do PCP se resume a um. "Não estamos condenados a eleger só um deputado", diz António Filipe, que lembra que "os deputados só estão eleitos depois de todos os votos contados". A sala aplaude e agita bandeiras.

Jerónimo também ganha alento. O dia correu de feição, mas ainda há muito caminho a percorrer na campanha. "Sois homens e mulheres calejados na democracia. Não vão deixar que ela fuja e de lutar pela possibilidade de uma vida melhor". O líder sabe que conta com aqueles que o aplaudem."Os votos aqui estão ganhos. Muito obrigada, camaradas, mas isso não chega", lembra. Ou, como disse Manuel Miguel, "o pior é o resto".

marcar artigo