Inquérito ao Banif arrancou. O que querem saber os deputados

30-03-2016
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António Filipe, presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ao Banif e deputado pelo PCP, espera liderar uma comissão de “ritmo intenso”, culpa das “quatro audições por semana” que os deputados deverão realizar.

As audições arrancam esta terça-feira e para já está definida apenas a ronda inicial: os gestores que lideraram o Banif entre 2010 e 2015 e, na próxima semana, a ministra das Finanças dos últimos anos do banco, Maria Luís Albuquerque, e Mário Centeno, que herdou a dossiê na reta final.

“O que espero é que os deputados tenham todas as condições para realizar as iniciativas e investigações que considerem necessárias pois os portugueses merecem e exigem luz sobre o que aconteceu”, explicou António Filipe ao Dinheiro Vivo sobre a comissão que vai presidir. “Como é que o banco chegou à situação que chegou e como foram acautelados os dinheiros públicos?” é a pergunta que o deputado do PCP espera que os trabalhos permitam responder para dar origem “a um relatório extenso” sobre o caso Banif.

Já Carlos Abreu Amorim, coordenador do grupo parlamentar do PSD, vê nesta CPI a forma de “esmiuçar os factos para que se compreenda o que se passou no Banif”. O deputado considera de especial relevo analisar “o que levou à recapitalização do banco e os três anos que se passaram desde essa e a resolução, assim como o que esteve na base da própria resolução e se havia outras alternativas”, explicou ao Dinheiro Vivo.

Sobre as audições de terça-feira, Abreu Amorim acredita que importa ver “até que ponto a situação do Banif tem a ver com os créditos imobiliários concedidos entre 2008 e 2011, com Joaquim Marques dos Santos” e em que condições é que tais créditos foram cedidos. Já em relação a Jorge Tomé, o PSD procurará entender “o que foi feito nos últimos três anos” pelo Banif e o porquê de tantos planos de reestruturação terem sido recusados, “e também qual a real situação do Banif aquando da resolução”.

Quanto às primeiras audições, Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, aponta que será importante “perceber como é que o processo se arrastou” ao longo dos anos em que Jorge Tomé esteve à frente do banco, até para entender melhor “o que conduziu aos problemas de capital e solvabilidade do Banif”.

Entender se a intervenção pública era, de facto, a melhor solução ou se este banco já estaria com problemas de solvência claros estão entre as questões que o Bloco procurará detalhar, explicou a deputada ao DV. Também “perceber a questão da venda” dos ativos do Banif ao Santander e “perceber a natureza de muitas operações financeiras” realizadas pelo banco ao longo dos anos são outros dos pontos essenciais a esclarecer, diz.

Miguel Tiago, do PCP, considera que o Banif “é um caso que, em muitos aspetos, é semelhante a outros: um banco descapitalizado por dentro, para benefício dos próprios acionistas que, graças às bolhas especulativas, caiu numa situação frágil”. A diferença, aponta ao DN/DV, é que neste caso o Estado era dono de 60% do capital, pelo que identifica uma “cobertura da operação de destruição de um banco com capitais públicos”.

Sobre as audições desta terça-feira, o deputado do PCP, não querendo abrir muito o jogo, apontou ao Dinheiro Vivo que se tentará perceber junto dos dois ex-presidentes do Banif como eram as “práticas do banco nos mais diversos aspetos”, desde a avaliação de riscos ao controlo interno.

António Filipe, presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ao Banif e deputado pelo PCP, espera liderar uma comissão de “ritmo intenso”, culpa das “quatro audições por semana” que os deputados deverão realizar.

As audições arrancam esta terça-feira e para já está definida apenas a ronda inicial: os gestores que lideraram o Banif entre 2010 e 2015 e, na próxima semana, a ministra das Finanças dos últimos anos do banco, Maria Luís Albuquerque, e Mário Centeno, que herdou a dossiê na reta final.

“O que espero é que os deputados tenham todas as condições para realizar as iniciativas e investigações que considerem necessárias pois os portugueses merecem e exigem luz sobre o que aconteceu”, explicou António Filipe ao Dinheiro Vivo sobre a comissão que vai presidir. “Como é que o banco chegou à situação que chegou e como foram acautelados os dinheiros públicos?” é a pergunta que o deputado do PCP espera que os trabalhos permitam responder para dar origem “a um relatório extenso” sobre o caso Banif.

Já Carlos Abreu Amorim, coordenador do grupo parlamentar do PSD, vê nesta CPI a forma de “esmiuçar os factos para que se compreenda o que se passou no Banif”. O deputado considera de especial relevo analisar “o que levou à recapitalização do banco e os três anos que se passaram desde essa e a resolução, assim como o que esteve na base da própria resolução e se havia outras alternativas”, explicou ao Dinheiro Vivo.

Sobre as audições de terça-feira, Abreu Amorim acredita que importa ver “até que ponto a situação do Banif tem a ver com os créditos imobiliários concedidos entre 2008 e 2011, com Joaquim Marques dos Santos” e em que condições é que tais créditos foram cedidos. Já em relação a Jorge Tomé, o PSD procurará entender “o que foi feito nos últimos três anos” pelo Banif e o porquê de tantos planos de reestruturação terem sido recusados, “e também qual a real situação do Banif aquando da resolução”.

Quanto às primeiras audições, Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, aponta que será importante “perceber como é que o processo se arrastou” ao longo dos anos em que Jorge Tomé esteve à frente do banco, até para entender melhor “o que conduziu aos problemas de capital e solvabilidade do Banif”.

Entender se a intervenção pública era, de facto, a melhor solução ou se este banco já estaria com problemas de solvência claros estão entre as questões que o Bloco procurará detalhar, explicou a deputada ao DV. Também “perceber a questão da venda” dos ativos do Banif ao Santander e “perceber a natureza de muitas operações financeiras” realizadas pelo banco ao longo dos anos são outros dos pontos essenciais a esclarecer, diz.

Miguel Tiago, do PCP, considera que o Banif “é um caso que, em muitos aspetos, é semelhante a outros: um banco descapitalizado por dentro, para benefício dos próprios acionistas que, graças às bolhas especulativas, caiu numa situação frágil”. A diferença, aponta ao DN/DV, é que neste caso o Estado era dono de 60% do capital, pelo que identifica uma “cobertura da operação de destruição de um banco com capitais públicos”.

Sobre as audições desta terça-feira, o deputado do PCP, não querendo abrir muito o jogo, apontou ao Dinheiro Vivo que se tentará perceber junto dos dois ex-presidentes do Banif como eram as “práticas do banco nos mais diversos aspetos”, desde a avaliação de riscos ao controlo interno.

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