Vencedores e perdedores da noite das legislativas

10-10-2019
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Vencedor (quase) absoluto: António Costa

No início da noite chegou a ter perspetivas de maioria absoluta, não chegando a aproximar-se assim tanto dos 116 deputados. Certo é que já ganhou 20 deputados quando ainda falta apurar os círculos da emigração, subiu 120 mil votos, e viu legitimados os quatro anos da “geringonça”. Tem agora a oportunidade de escolher a solução governativa que considere mais vantajosa, sendo certo que abriu as portas à manutenção da parceria com Bloco de Esquerda e CDU (e até fez uma piscadela de olhos aos quatro deputados do PAN), mas com a ligeira diferença de que os 106 deputados já eleitos (não sendo descabido que some ainda mais dois ou até três) tornam possível a “dispensa” de um dos dois parceiros.

Vencedora pela resistência: Catarina Martins

O Bloco de Esquerda conseguiu a proeza de perder mais de 50 mil votos sem que isso provocasse um assinalável revés a Catarina Martins, cujos planos de manter-se essencial para a governação de Portugal foram cumpridos, conseguindo que a “geringonça” fosse assumida por todos os seus intervenientes. Dir-se-ia que os quatro anos não passaram por ela.

Vencedor pela multiplicação: André Silva

Conseguiu passar de um para quatro deputados, multiplicando a voz do PAN na Assembleia da República, e até ouviu palavras de incentivo de António Costa, claramente interessado em manter todas as opções em aberto. Estranha-se, por isso, a hesitação que teve em falar na noite eleitoral, dirigindo-se aos apoiantes (e ao país) já depois do vencedor das eleições legislativas.

Vencedor pela sobrevivência (ainda que do lado dos perdedores): Rui Rio

Na hora de reagir a um resultado de 27,90% que só pode ser considerado positivo devido às baixíssimas expetativas, Rui Rio não se esqueceu de alfinetar a comunicação social, os comentadores, os críticos internos e até os partidos nascidos de dissidências do PSD. Mas a verdade é que os quase nove pontos de desvantagem em relação ao PS mantêm os sociais-democratas bem mais vivos do que muitos esperavam e abrem uma autoestrada para que o seu líder se mantenha em funções num ciclo político em que difícil será fazer pior do que Passos Coelho fez nas últimas eleições autárquicas.

Vencedores pela novidade: João Cotrim de Figueiredo, Jociane Katar-Moreira e André Ventura

Os cabeças de lista por Lisboa do Iniciativa Liberal, do Livre e do Chega só têm em comum o facto de entrarem para a Assembleia da República pela primeira vez. Concorde-se ou não com as respetivas ideologias, são três vozes novas que podem enriquecer a democracia portuguesa e terão uma legislatura para provar que são necessárias e devem ser mantidas ou reforçadas.

Perdedor pelo desgaste (ainda que do lado dos vencedores): Jerónimo de Sousa

Era desde há muito evidente que os comunistas seriam os parceiros de “geringonça” que maior preço pagariam, e a realidade não veio desmentir essa impressão. Jerónimo de Sousa ainda não tinha a certeza da dimensão da quebra na votação e no número de deputados e já se apressava a oferecer-se para a manutenção da “geringonça”. António Costa veio dar essa garantia ao final da noite, quando a CDU já tinha perdido mais de 100 mil votos e cinco mandatos em relação a 2015.

Perdedores por esquecimento: Pedro Santana Lopes e António Marinho e Pinto

O Aliança chegou ao final da noite com 39.316 votos (0,77%) e o seu fundador, o ex-primeiro-ministro e ex-presidente do PSD Pedro Santana Lopes ficou a mais de oito mil votos de ser eleito em Lisboa, mostrando que o novo projeto mereceu um esquecimento do eleitorado só superado por aquele a que foi votado o Partido Democrático Republicano do ex-eurodeputado Marinho e Pinto. Somou apenas 9.217 votos (0,18%), nem lhe valendo a escolha de Pardal Henriques, vice-presidente do Sindicato dos Motoristas das Matérias Perigosas, como cabeça de lista por Lisboa.

Perdedora por “knock out”: Assunção Cristas

Reconduziu o CDS-PP ao estatuto “partido do táxi” de que Manuel Monteiro e Paulo Portas o haviam resgatado nas legislativas de 1995, vendo a bancada parlamentar encolher de 18 para apenas cinco deputados. Derrotada sem apelo nem agravo, vítima de quatro anos em que serviu de “lebre queniana” da oposição a António Costa, chegando a alimentar o sonho de chegar ao final da corrida em boa posição, teve o bom-senso de assumir as consequências da hecatombe, abrindo as portas para um processo de escolha de nova liderança de que prontamente se autoexcluiu.

Vencedor (quase) absoluto: António Costa

No início da noite chegou a ter perspetivas de maioria absoluta, não chegando a aproximar-se assim tanto dos 116 deputados. Certo é que já ganhou 20 deputados quando ainda falta apurar os círculos da emigração, subiu 120 mil votos, e viu legitimados os quatro anos da “geringonça”. Tem agora a oportunidade de escolher a solução governativa que considere mais vantajosa, sendo certo que abriu as portas à manutenção da parceria com Bloco de Esquerda e CDU (e até fez uma piscadela de olhos aos quatro deputados do PAN), mas com a ligeira diferença de que os 106 deputados já eleitos (não sendo descabido que some ainda mais dois ou até três) tornam possível a “dispensa” de um dos dois parceiros.

Vencedora pela resistência: Catarina Martins

O Bloco de Esquerda conseguiu a proeza de perder mais de 50 mil votos sem que isso provocasse um assinalável revés a Catarina Martins, cujos planos de manter-se essencial para a governação de Portugal foram cumpridos, conseguindo que a “geringonça” fosse assumida por todos os seus intervenientes. Dir-se-ia que os quatro anos não passaram por ela.

Vencedor pela multiplicação: André Silva

Conseguiu passar de um para quatro deputados, multiplicando a voz do PAN na Assembleia da República, e até ouviu palavras de incentivo de António Costa, claramente interessado em manter todas as opções em aberto. Estranha-se, por isso, a hesitação que teve em falar na noite eleitoral, dirigindo-se aos apoiantes (e ao país) já depois do vencedor das eleições legislativas.

Vencedor pela sobrevivência (ainda que do lado dos perdedores): Rui Rio

Na hora de reagir a um resultado de 27,90% que só pode ser considerado positivo devido às baixíssimas expetativas, Rui Rio não se esqueceu de alfinetar a comunicação social, os comentadores, os críticos internos e até os partidos nascidos de dissidências do PSD. Mas a verdade é que os quase nove pontos de desvantagem em relação ao PS mantêm os sociais-democratas bem mais vivos do que muitos esperavam e abrem uma autoestrada para que o seu líder se mantenha em funções num ciclo político em que difícil será fazer pior do que Passos Coelho fez nas últimas eleições autárquicas.

Vencedores pela novidade: João Cotrim de Figueiredo, Jociane Katar-Moreira e André Ventura

Os cabeças de lista por Lisboa do Iniciativa Liberal, do Livre e do Chega só têm em comum o facto de entrarem para a Assembleia da República pela primeira vez. Concorde-se ou não com as respetivas ideologias, são três vozes novas que podem enriquecer a democracia portuguesa e terão uma legislatura para provar que são necessárias e devem ser mantidas ou reforçadas.

Perdedor pelo desgaste (ainda que do lado dos vencedores): Jerónimo de Sousa

Era desde há muito evidente que os comunistas seriam os parceiros de “geringonça” que maior preço pagariam, e a realidade não veio desmentir essa impressão. Jerónimo de Sousa ainda não tinha a certeza da dimensão da quebra na votação e no número de deputados e já se apressava a oferecer-se para a manutenção da “geringonça”. António Costa veio dar essa garantia ao final da noite, quando a CDU já tinha perdido mais de 100 mil votos e cinco mandatos em relação a 2015.

Perdedores por esquecimento: Pedro Santana Lopes e António Marinho e Pinto

O Aliança chegou ao final da noite com 39.316 votos (0,77%) e o seu fundador, o ex-primeiro-ministro e ex-presidente do PSD Pedro Santana Lopes ficou a mais de oito mil votos de ser eleito em Lisboa, mostrando que o novo projeto mereceu um esquecimento do eleitorado só superado por aquele a que foi votado o Partido Democrático Republicano do ex-eurodeputado Marinho e Pinto. Somou apenas 9.217 votos (0,18%), nem lhe valendo a escolha de Pardal Henriques, vice-presidente do Sindicato dos Motoristas das Matérias Perigosas, como cabeça de lista por Lisboa.

Perdedora por “knock out”: Assunção Cristas

Reconduziu o CDS-PP ao estatuto “partido do táxi” de que Manuel Monteiro e Paulo Portas o haviam resgatado nas legislativas de 1995, vendo a bancada parlamentar encolher de 18 para apenas cinco deputados. Derrotada sem apelo nem agravo, vítima de quatro anos em que serviu de “lebre queniana” da oposição a António Costa, chegando a alimentar o sonho de chegar ao final da corrida em boa posição, teve o bom-senso de assumir as consequências da hecatombe, abrindo as portas para um processo de escolha de nova liderança de que prontamente se autoexcluiu.

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