Iniciativa Liberal e Chega indignados com distribuição de lugares no Parlamento, Livre satisfeito

17-10-2019
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A decisão da conferência de líderes do Parlamento sobre os lugares que os novos partidos assumirão nesta legislatura não foi pacífica. Pelo menos, para quem não teve assento na reunião em que os assentos foram atribuídos e era parte interessada no processo, como é o caso do Iniciativa Liberal (IL) e do Chega.

O IL, que se estreia este ano no Parlamento com a eleição de João Cotrim Figueiredo por Lisboa, ficará sentado entre o PSD e o CDS - uma escolha em que os liberais não participaram e que não agrada, desde logo pela forma como o processo decorreu. “As conclusões da conferência de líderes demonstram uma vez mais o sentimento de propriedade que alguns têm da democracia. Tomam decisões sobre deputados que não estão presentes e, neste caso, até ignorando uma vontade demonstrada publicamente”, explica o partido numa nota enviada ao Expresso.

O que o Iniciativa Liberal queria, desejo que expressou várias vezes publicamente, era ficar “o mais distante dos extremos” que fosse possível, ou seja, ao centro - uma vontade que promete voltar a frisar “assim que os trabalhos começarem”. E ironiza, no mesmo comunicado: “O mundo evoluiu, mas alguns continuam presos a estereótipos da revolução francesa”. O hemiciclo, “assim como a política portuguesa, precisa de se renovar”, concluem os liberais.

A escolha é também criticada no Chega, desta feita não pela localização no espetro esquerda-direita mas pelo recuo do lugar. Ou seja, André Ventura terá um lugar no extremo direito do hemiciclo, mas sem direito a primeira fila, como costuma acontecer com os deputados únicos - foi o caso de André Silva, pelo PAN, nesta legislatura, que também não teve direito ao lugar da frente. Ao Expresso, Ventura classifica a decisão como "vergonhosa". "Se pudessem, colocavam o Chega cá fora na escadaria", acusa, acrescentando que o partido deveria também ter direito a voto em conferência de líderes. Em soma, "o sistema a defender-se de demasiados anos de promiscuidade e conformismo".

O único estreante contente com o lugar atribuído é o Livre, que confirma ao Expresso através de fonte oficial que o seu assento, entre PS e PCP, corresponde à vontade que tinha expressado inclusivamente nas reuniões com os "órgãos institucionais" próprios.

As reações surgem no dia em que a conferência de líderes - ou seja, os líderes das bancadas que já existiam, mas não dos partidos estreantes - deu a conhecer as suas decisões sobre a nova ‘arrumação’ do Parlamento.

Texto atualizado às 17h44 com as reações dos partidos Chega e Livre.

A decisão da conferência de líderes do Parlamento sobre os lugares que os novos partidos assumirão nesta legislatura não foi pacífica. Pelo menos, para quem não teve assento na reunião em que os assentos foram atribuídos e era parte interessada no processo, como é o caso do Iniciativa Liberal (IL) e do Chega.

O IL, que se estreia este ano no Parlamento com a eleição de João Cotrim Figueiredo por Lisboa, ficará sentado entre o PSD e o CDS - uma escolha em que os liberais não participaram e que não agrada, desde logo pela forma como o processo decorreu. “As conclusões da conferência de líderes demonstram uma vez mais o sentimento de propriedade que alguns têm da democracia. Tomam decisões sobre deputados que não estão presentes e, neste caso, até ignorando uma vontade demonstrada publicamente”, explica o partido numa nota enviada ao Expresso.

O que o Iniciativa Liberal queria, desejo que expressou várias vezes publicamente, era ficar “o mais distante dos extremos” que fosse possível, ou seja, ao centro - uma vontade que promete voltar a frisar “assim que os trabalhos começarem”. E ironiza, no mesmo comunicado: “O mundo evoluiu, mas alguns continuam presos a estereótipos da revolução francesa”. O hemiciclo, “assim como a política portuguesa, precisa de se renovar”, concluem os liberais.

A escolha é também criticada no Chega, desta feita não pela localização no espetro esquerda-direita mas pelo recuo do lugar. Ou seja, André Ventura terá um lugar no extremo direito do hemiciclo, mas sem direito a primeira fila, como costuma acontecer com os deputados únicos - foi o caso de André Silva, pelo PAN, nesta legislatura, que também não teve direito ao lugar da frente. Ao Expresso, Ventura classifica a decisão como "vergonhosa". "Se pudessem, colocavam o Chega cá fora na escadaria", acusa, acrescentando que o partido deveria também ter direito a voto em conferência de líderes. Em soma, "o sistema a defender-se de demasiados anos de promiscuidade e conformismo".

O único estreante contente com o lugar atribuído é o Livre, que confirma ao Expresso através de fonte oficial que o seu assento, entre PS e PCP, corresponde à vontade que tinha expressado inclusivamente nas reuniões com os "órgãos institucionais" próprios.

As reações surgem no dia em que a conferência de líderes - ou seja, os líderes das bancadas que já existiam, mas não dos partidos estreantes - deu a conhecer as suas decisões sobre a nova ‘arrumação’ do Parlamento.

Texto atualizado às 17h44 com as reações dos partidos Chega e Livre.

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