Chega de populismo amador

03-04-2019
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Chega de populismo amador

Já que é inevitável que venhamos a ter o nosso partido nacionalista e pseudoxenófobo, o mínimo que podemos pedir é que nos apareça alguma coisa com a qual valha a pena perder tempo. É que até nessa corrida atrás dos ventos que sopram da Europa parecemos um bando de amadores, liderado por um chefe de claque com estudos, que arregimenta agremiações políticas sem qualquer substância, a ver se lhes cai alguma coisa no prato.

Sim, se os outros países europeus têm quase todos o seu populismo nacionalista, porque não havemos nós de o ter? A pergunta tem toda a lógica, porque, de facto, só Portugal e a Irlanda não têm ainda partidos desta natureza com expressão parlamentar. Espanha foi o último a reconhecer nas urnas esses movimentos, dando um resultado espetacular ao VOX na Andaluzia e um lugar de destaque em todas as sondagens para as legislativas de fim de abril. Quem disser que a composição da direita espanhola mudou a sério não estará enganado.

Como comentador regular de assuntos de crime e de futebol – dois temas que apaixonam qualquer sociedade – André Ventura percebe com facilidade “o que está a dar”. Pois bem, isso até chega (desculpem...) para fazer uns cartazes, mas chega (ai...) para mais qualquer coisa?

O projeto de André Ventura é esse, o de apanhar um espírito dos tempos – que existe, não haja dúvidas sobre isso –, criando um espaço num sistema partidário bastante rígido. Tentou a sua sorte em Loures num partido clássico, colocando o PSD numa situação embaraçosa pela campanha que fez, mas conseguindo passar os 20%. Como percebeu que nunca teria muito espaço no partido, saiu acompanhado desse prodígio de pensamento que é a expressão “chega”. Chega de quê? Chega disto, chega daquilo, chega do que apetecer ou do que as pessoas não gostam no Facebook.

Como comentador regular de assuntos de crime e de futebol – dois temas que apaixonam qualquer sociedade – percebe com facilidade “o que está a dar”. Pois bem, isso até chega (desculpem...) para fazer uns cartazes, mas chega (ai...) para mais qualquer coisa?

Para começar, o quase partido não conseguiu organizar uma básica recolha de assinaturas, o que é bizarro quando há tanta gente a dizer que já chega destes partidos. Depois, tentou o clássico truque da barriga de aluguer de partidos zombies, como o PPM e mais uns quantos sem qualquer expressão, para formar uma coligação e... o truque bateu no poste do Tribunal Constitucional.

Caro André Ventura, já chega, não? Que tal recolher as assinaturas que faltam e formar o partido? É que já chega de incompetência e de truques. Formem o partido, concorram e contem votos. Eu até acho que um movimento desses, com mais ou menos folclore, vai ter espaço no sistema partidário português. Mas se querem correr atrás dos 7% que Marinho Pinto teve nas europeias de há cinco anos, então, chega de lamentos. A política não é para todos e já chega de nos fazer rir.

Chega de populismo amador

Já que é inevitável que venhamos a ter o nosso partido nacionalista e pseudoxenófobo, o mínimo que podemos pedir é que nos apareça alguma coisa com a qual valha a pena perder tempo. É que até nessa corrida atrás dos ventos que sopram da Europa parecemos um bando de amadores, liderado por um chefe de claque com estudos, que arregimenta agremiações políticas sem qualquer substância, a ver se lhes cai alguma coisa no prato.

Sim, se os outros países europeus têm quase todos o seu populismo nacionalista, porque não havemos nós de o ter? A pergunta tem toda a lógica, porque, de facto, só Portugal e a Irlanda não têm ainda partidos desta natureza com expressão parlamentar. Espanha foi o último a reconhecer nas urnas esses movimentos, dando um resultado espetacular ao VOX na Andaluzia e um lugar de destaque em todas as sondagens para as legislativas de fim de abril. Quem disser que a composição da direita espanhola mudou a sério não estará enganado.

Como comentador regular de assuntos de crime e de futebol – dois temas que apaixonam qualquer sociedade – André Ventura percebe com facilidade “o que está a dar”. Pois bem, isso até chega (desculpem...) para fazer uns cartazes, mas chega (ai...) para mais qualquer coisa?

O projeto de André Ventura é esse, o de apanhar um espírito dos tempos – que existe, não haja dúvidas sobre isso –, criando um espaço num sistema partidário bastante rígido. Tentou a sua sorte em Loures num partido clássico, colocando o PSD numa situação embaraçosa pela campanha que fez, mas conseguindo passar os 20%. Como percebeu que nunca teria muito espaço no partido, saiu acompanhado desse prodígio de pensamento que é a expressão “chega”. Chega de quê? Chega disto, chega daquilo, chega do que apetecer ou do que as pessoas não gostam no Facebook.

Como comentador regular de assuntos de crime e de futebol – dois temas que apaixonam qualquer sociedade – percebe com facilidade “o que está a dar”. Pois bem, isso até chega (desculpem...) para fazer uns cartazes, mas chega (ai...) para mais qualquer coisa?

Para começar, o quase partido não conseguiu organizar uma básica recolha de assinaturas, o que é bizarro quando há tanta gente a dizer que já chega destes partidos. Depois, tentou o clássico truque da barriga de aluguer de partidos zombies, como o PPM e mais uns quantos sem qualquer expressão, para formar uma coligação e... o truque bateu no poste do Tribunal Constitucional.

Caro André Ventura, já chega, não? Que tal recolher as assinaturas que faltam e formar o partido? É que já chega de incompetência e de truques. Formem o partido, concorram e contem votos. Eu até acho que um movimento desses, com mais ou menos folclore, vai ter espaço no sistema partidário português. Mas se querem correr atrás dos 7% que Marinho Pinto teve nas europeias de há cinco anos, então, chega de lamentos. A política não é para todos e já chega de nos fazer rir.

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