Os animais e os populistas são todos iguais

28-06-2020
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Sejamos claros, André Ventura diz o que todos pensam e ninguém ousa assumir, com exceção do Bernardino, que pensa outra coisa mas, por razões atendíveis, também não pode assumir

“Mas uns são mais iguais do que outros”, assim versaram os porcos de Orwell como último mandamento em “A quinta dos animais”, supressão derradeira de tudo quanto era puro na utopia do animalismo. No clímax desta excecional fábula, o [proletariado animal] mirou “dos porcos para os [populistas], dos [populistas] para os porcos, e novamente para os porcos: mas já era impossível distingui-los uns dos outros. Moral da história: cada vez menos vale a pena atender à moral se queremos entrar, ou pelo menos constar, da história.

Sendo natural que caiba aos políticos conquistar o poder para transformar a sociedade, nas autárquicas de 2017 não faltam exemplos de espécimes de porcos e populistas. De Vila Real de Santo António a Arcos de Valdevez, prolifera a fauna de proto democratas que se renderam ao populismo mais desapoderado em troca de um punhado de votos. “Que se lixem as eleições”, vociferam à medida que dobram os quadris perante os mais elementares valores de uma sociedade dita moderna.

Atente-se no caso do inefável André Pinotes Batista, candidato à Assembleia Municipal do Barreiro, que recentemente afirmou, em declarações à imprensa, o seu amor incondicional por qualquer indivíduo de etnia cigana que receba o RSI tendo cometido vários crimes, aproveitando sem hesitações para prometer um parquímetro em cada elevador do casco histórico da sua comunista terriola - com o compromisso dele próprio os instalar no primeiro dia de mandato; a edificação de um Bairro do Aleixo por freguesia - para que os pretinhos possam oprimir as forças de segurança em paz e, por último mas não menos tocante, a duplicação do vencimento dos Deputados - consagrando ainda o direito a uma dose diária de faisão estufado em cama de selvagens e fascinantes trufas brancas, tendo nesta última proclamação chorado copiosamente.

Fontes próximas da comissão política da candidatura partilharam com este cronista que o parlamentar se prepara para prometer uma praça para torrear toureiros homossexuais não assumidos - quase até à morte medicamente assistida. O tipo é desvairado? Será. Todavia, após uma reclusão de 127 horas nas caixas de comentários dos artigos da indesejável refugiada libanesa, Safaa Dib, compreendeu o Alpha e o Omega dos dias da encruzilhada: poder é poder e o resto é paleio. Para o conquistar vale tudo, menos vender a mãe por um preço abaixo dos valores de mercado.

Por esta altura, é esperado do leitor uma profunda repulsa, e alguma confusão, a qualquer valor que rime com Liberdade, Fraternidade e Igualdade - insígnias máximas dos radicais do dito politicamente correto, essa perigosa estirpe - mas também uma vontade quase incontrolável de depositar o “botito na urna”. O populismo desavergonhado é o novo eletrodoméstico de Gondomar.

Tudo isto passado a escrito por alguém que nem gosta do André Ventura, mas que ele tem razão e coragem lá isso tem. Sejamos claros, o rapaz diz o que todos pensam, e ninguém ousa assumir, com exceção do Bernardino que pensa outra coisa, mas por razões atendíveis também não pode assumir. Ouvi-o no outro dia, em direto, a dizer que o Eliseu não tinha pisado o outro rapaz. O André. O Bernardino não vai pisar ninguém.

Se é verdade que este tipo de texto devia ser deixado ao execrável João Quadros, que além de muito mais jeito para o escárnio não tem responsabilidades de soberania, é indispensável que todos saibam quem são alguns dos representantes com que hoje podem contar: gente que prefere perder votos e poder a que escrever o que todos querem ler. Para além de que o João é caro e inconveniente. Pelo menos foi o que me transmitiu quando lhe supliquei que escrevesse este texto por mim.

Em síntese:

Hitler foi eleito com o voto popular. Eu também.

Merkel vai ser reeleita. Eu talvez não.

Os porcos de Orwell aprenderam a caminhar em duas patas. Os populistas lá chegarão. Eu não.

Uns e outros são muito iguais. Entre si. Alguns de nós não vão por ai.

Post Scriptum - As referências a terceiros não foram autorizadas e o articulista escreve de acordo com o que mais lhe convém.

Deputado do Grupo Parlamentar do PS

Sejamos claros, André Ventura diz o que todos pensam e ninguém ousa assumir, com exceção do Bernardino, que pensa outra coisa mas, por razões atendíveis, também não pode assumir

“Mas uns são mais iguais do que outros”, assim versaram os porcos de Orwell como último mandamento em “A quinta dos animais”, supressão derradeira de tudo quanto era puro na utopia do animalismo. No clímax desta excecional fábula, o [proletariado animal] mirou “dos porcos para os [populistas], dos [populistas] para os porcos, e novamente para os porcos: mas já era impossível distingui-los uns dos outros. Moral da história: cada vez menos vale a pena atender à moral se queremos entrar, ou pelo menos constar, da história.

Sendo natural que caiba aos políticos conquistar o poder para transformar a sociedade, nas autárquicas de 2017 não faltam exemplos de espécimes de porcos e populistas. De Vila Real de Santo António a Arcos de Valdevez, prolifera a fauna de proto democratas que se renderam ao populismo mais desapoderado em troca de um punhado de votos. “Que se lixem as eleições”, vociferam à medida que dobram os quadris perante os mais elementares valores de uma sociedade dita moderna.

Atente-se no caso do inefável André Pinotes Batista, candidato à Assembleia Municipal do Barreiro, que recentemente afirmou, em declarações à imprensa, o seu amor incondicional por qualquer indivíduo de etnia cigana que receba o RSI tendo cometido vários crimes, aproveitando sem hesitações para prometer um parquímetro em cada elevador do casco histórico da sua comunista terriola - com o compromisso dele próprio os instalar no primeiro dia de mandato; a edificação de um Bairro do Aleixo por freguesia - para que os pretinhos possam oprimir as forças de segurança em paz e, por último mas não menos tocante, a duplicação do vencimento dos Deputados - consagrando ainda o direito a uma dose diária de faisão estufado em cama de selvagens e fascinantes trufas brancas, tendo nesta última proclamação chorado copiosamente.

Fontes próximas da comissão política da candidatura partilharam com este cronista que o parlamentar se prepara para prometer uma praça para torrear toureiros homossexuais não assumidos - quase até à morte medicamente assistida. O tipo é desvairado? Será. Todavia, após uma reclusão de 127 horas nas caixas de comentários dos artigos da indesejável refugiada libanesa, Safaa Dib, compreendeu o Alpha e o Omega dos dias da encruzilhada: poder é poder e o resto é paleio. Para o conquistar vale tudo, menos vender a mãe por um preço abaixo dos valores de mercado.

Por esta altura, é esperado do leitor uma profunda repulsa, e alguma confusão, a qualquer valor que rime com Liberdade, Fraternidade e Igualdade - insígnias máximas dos radicais do dito politicamente correto, essa perigosa estirpe - mas também uma vontade quase incontrolável de depositar o “botito na urna”. O populismo desavergonhado é o novo eletrodoméstico de Gondomar.

Tudo isto passado a escrito por alguém que nem gosta do André Ventura, mas que ele tem razão e coragem lá isso tem. Sejamos claros, o rapaz diz o que todos pensam, e ninguém ousa assumir, com exceção do Bernardino que pensa outra coisa, mas por razões atendíveis também não pode assumir. Ouvi-o no outro dia, em direto, a dizer que o Eliseu não tinha pisado o outro rapaz. O André. O Bernardino não vai pisar ninguém.

Se é verdade que este tipo de texto devia ser deixado ao execrável João Quadros, que além de muito mais jeito para o escárnio não tem responsabilidades de soberania, é indispensável que todos saibam quem são alguns dos representantes com que hoje podem contar: gente que prefere perder votos e poder a que escrever o que todos querem ler. Para além de que o João é caro e inconveniente. Pelo menos foi o que me transmitiu quando lhe supliquei que escrevesse este texto por mim.

Em síntese:

Hitler foi eleito com o voto popular. Eu também.

Merkel vai ser reeleita. Eu talvez não.

Os porcos de Orwell aprenderam a caminhar em duas patas. Os populistas lá chegarão. Eu não.

Uns e outros são muito iguais. Entre si. Alguns de nós não vão por ai.

Post Scriptum - As referências a terceiros não foram autorizadas e o articulista escreve de acordo com o que mais lhe convém.

Deputado do Grupo Parlamentar do PS

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