Carta aberta. O que une Vasco Lourenço e Catarina Furtado?

15-07-2016
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O que une o militar de Abril Vasco Lourenço, a deputada do CDS Teresa Caeiro, o economista Francisco Louçã ou a estrela de televisão Catarina Furtado? Uma carta aberta a todas as instituições do ensino superior contra as praxes violentas, com um apelo para que sejam criadas alternativas a esta prática.

A carta aberta reúne cem personalidades de todos os quadrantes políticos e sociais. Desde o CDS ao Bloco de Esquerda. À direita, as deputadas Ana Rita Bessa e Teresa Caeiro, do CDS, e a ex-ministra da Justiça Paula Teixeira da Cruz subscrevem a carta aberta às universidades e politécnicos. À esquerda, o ex--coordenador do BE, Francisco Louçã, a deputada socialista Isabel Moreira e a deputada do BE Joana Mortágua estão entre as 100 figuras públicas que alinham com a necessidade de agir contra as praxes.

A carta insurge-se contra os “casos de violência física, psicológica e simbólica associada às atividades da praxe” e lembra que a “pressão para aderir à praxe é, por vezes, muito forte”. A solução passa por criar, com “caráter duradouro, atividades de receção e de integração dos novos estudantes, ao longo do ano letivo, que configurem uma alternativa lúdica e formativa às iniciativas promovidas pelos grupos e organizações da praxe”.

As 100 personalidades pretendem ainda que as instituições de ensino superior “informem atempada e eficazmente os novos alunos (…) de que as atividades da praxe não constituem qualquer espécie de obrigação”.

O documento é subscrito por mais de 30 professores universitários. Adelino Maltez, Ana Benavente, Santana Castilho, André Freire e Jorge Reis Novais são alguns dos que alinham na defesa de que devem existir “alternativas consistentes” à praxe.

Investigadores no terreno O governo já pediu um estudo sobre a realidade da praxe em Portugal. João Teixeira Lopes, coordenador do mesmo, diz ao i que os investigadores estão “a comparar experiências a nível europeu e a legislação de cada país”, bem como a realizar “um inquérito às associações de estudantes e às instituições do ensino superior”. Os investigadores vão para o terreno a partir de setembro para avaliar “as receções no início do ano letivo”. O trabalho deverá ser entregue ao governo no final deste ano com um conjunto de recomendações.

A realização de um estudo sobre as praxes foi uma decisão da Assembleia da República. No início de fevereiro, os deputados aprovaram um conjunto de medidas contra as praxes violentas, nomeadamente um projeto do Bloco de Esquerda que pretendia “converter em obrigação por parte das instituições de ensino superior a realização de atividades de receção aos novos alunos de caráter lúdico e formativo”.

O deputado bloquista João Soeiro diz ao i que o BE não tenciona avançar com mais medidas legislativas, já que “o que está a faltar é a concretização das recomendações que foram feitas e garantir que ao nível das instituições se age. Neste momento, a intervenção passa mais por aí do que por iniciativas de caráter legislativo ou parlamentar”.

Soeiro está convencido de que “há cada vez mais pessoas que estão sensíveis à necessidade de intervir”. Qualquer solução, acrescenta o deputado do BE, passa pela necessidade de as universidades e politécnicos assumirem uma postura mais ativa. “Se as próprias instituições não assumirem alguma responsabilidade nesta matéria, fica sempre uma impunidade que faz com estas práticas se possam reproduzir”, conclui o deputado do BE.

luis.claro@ionline.pt

O que une o militar de Abril Vasco Lourenço, a deputada do CDS Teresa Caeiro, o economista Francisco Louçã ou a estrela de televisão Catarina Furtado? Uma carta aberta a todas as instituições do ensino superior contra as praxes violentas, com um apelo para que sejam criadas alternativas a esta prática.

A carta aberta reúne cem personalidades de todos os quadrantes políticos e sociais. Desde o CDS ao Bloco de Esquerda. À direita, as deputadas Ana Rita Bessa e Teresa Caeiro, do CDS, e a ex-ministra da Justiça Paula Teixeira da Cruz subscrevem a carta aberta às universidades e politécnicos. À esquerda, o ex--coordenador do BE, Francisco Louçã, a deputada socialista Isabel Moreira e a deputada do BE Joana Mortágua estão entre as 100 figuras públicas que alinham com a necessidade de agir contra as praxes.

A carta insurge-se contra os “casos de violência física, psicológica e simbólica associada às atividades da praxe” e lembra que a “pressão para aderir à praxe é, por vezes, muito forte”. A solução passa por criar, com “caráter duradouro, atividades de receção e de integração dos novos estudantes, ao longo do ano letivo, que configurem uma alternativa lúdica e formativa às iniciativas promovidas pelos grupos e organizações da praxe”.

As 100 personalidades pretendem ainda que as instituições de ensino superior “informem atempada e eficazmente os novos alunos (…) de que as atividades da praxe não constituem qualquer espécie de obrigação”.

O documento é subscrito por mais de 30 professores universitários. Adelino Maltez, Ana Benavente, Santana Castilho, André Freire e Jorge Reis Novais são alguns dos que alinham na defesa de que devem existir “alternativas consistentes” à praxe.

Investigadores no terreno O governo já pediu um estudo sobre a realidade da praxe em Portugal. João Teixeira Lopes, coordenador do mesmo, diz ao i que os investigadores estão “a comparar experiências a nível europeu e a legislação de cada país”, bem como a realizar “um inquérito às associações de estudantes e às instituições do ensino superior”. Os investigadores vão para o terreno a partir de setembro para avaliar “as receções no início do ano letivo”. O trabalho deverá ser entregue ao governo no final deste ano com um conjunto de recomendações.

A realização de um estudo sobre as praxes foi uma decisão da Assembleia da República. No início de fevereiro, os deputados aprovaram um conjunto de medidas contra as praxes violentas, nomeadamente um projeto do Bloco de Esquerda que pretendia “converter em obrigação por parte das instituições de ensino superior a realização de atividades de receção aos novos alunos de caráter lúdico e formativo”.

O deputado bloquista João Soeiro diz ao i que o BE não tenciona avançar com mais medidas legislativas, já que “o que está a faltar é a concretização das recomendações que foram feitas e garantir que ao nível das instituições se age. Neste momento, a intervenção passa mais por aí do que por iniciativas de caráter legislativo ou parlamentar”.

Soeiro está convencido de que “há cada vez mais pessoas que estão sensíveis à necessidade de intervir”. Qualquer solução, acrescenta o deputado do BE, passa pela necessidade de as universidades e politécnicos assumirem uma postura mais ativa. “Se as próprias instituições não assumirem alguma responsabilidade nesta matéria, fica sempre uma impunidade que faz com estas práticas se possam reproduzir”, conclui o deputado do BE.

luis.claro@ionline.pt

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