A proposta de lei do governo que impõe quotas de género nas administrações das empresas públicas e cotadas em bolsa está em risco de chumbar. Com o voto contra do PCP, o diploma está dependente da direita, mas é quase certo que o PSD vota contra e, ao contrário do CDS, não dará liberdade de voto aos seus deputados.
Os centristas, que tradicionalmente são contra as quotas, vão ter liberdade de voto, mas, neste momento, ninguém arrisca fazer contas. “Há sensibilidades diferentes no grupo parlamentar”, diz ao i a deputada Ana Rita Bessa.
A centrista garante, porém, que “dentro do CDS foi feito um caminho grande nesta matéria, porque começámos com pouco mais de um voto favorável e, neste momento, já não é nada esse o cenário. O CDS fez um trabalho de compreensão do problema e de procura de soluções equilibradas”.
O partido liderado por Assunção Cristas, que é adepta desta solução, negociou com o governo um conjunto de alterações à proposta inicial no sentido de suavizar as sanções. Ana Rita Bessa rejeita, no entanto, que o sucesso desta iniciativa dependa do CDS e considera que “está nas mãos do PSD manter ou não a disciplina de voto no sentido de votar contra”.
PSD vota contra
A direção do PSD garante que não vai dar liberdade de voto. Ao i, a deputada social-democrata Ângela Guerra diz que o partido “não está disponível” para votar favoravelmente a regra que impõe quotas de género nas empresas cotadas em bolsa. “A nossa posição é muito clara. Impor às empresas cotadas em bolsa o cumprimento de metas que as empresas do setor empresarial do Estado não cumprem é, no mínimo, discutível”, diz a deputada do PSD.
O PSD argumenta ainda que, antes de avançar com nova legislação, é preciso avaliar o acordo que foi promovido pelo governo de Passos Coelho, há dois anos, com 13 empresas cotadas no sentido de que 30% dos cargos de administração fossem ocupados por mulheres. “Não existe qualquer avaliação”, garante Ângela Guerra.
PS elogia Cristas
Os socialistas acusam o PSD de ter mudado de posição e elogiam o CDS por ter “uma posição agradavelmente surpreendente”. Elza Pais, deputada do PS e ex-secretária de Estado da Igualdade, garante que está a crescer o número de deputados do CDS favoráveis à proposta e realça “o papel importante que Assunção Cristas tem tido”.
A deputada socialista considera “fundamental” aprovar a nova legislação e garante que não é por falta de qualificações que as mulheres não estão nas administrações das empresas. “As mulheres não estão nas lideranças porque, quando chega a hora de escolher, vingam os estereótipos de género e é preciso rompê--los com leis que digam às empresas que há mulheres qualificadas”, afirma, em declarações ao i, Elza Pais.
A socialista realça ainda que ”passaríamos a estar na linha da frente dos países que, a nível mundial, tiveram a ousadia de avançar com este tipo de imposições para as empresas como a Alemanha, França ou os países nórdicos”.
Novas regras em 2018
A proposta do governo, que será votada em plenário na próxima semana, prevê que as administrações das empresas públicas passem a ser obrigadas a ter uma quota de género de 33,3% a partir de 2018. Para as empresas cotadas em bolsa, a quota é de 20% a partir de 2018 e de 33,3% a partir de 2020.
“As mulheres não estão nas lideranças porque, quando chega a hora de escolher, vingam os estereótipos de género e é preciso rompê-los com leis que digam às empresas que há mulheres qualificadas” Elza Pais deputada do ps e ex-secretária de estado da igualdade “O CDS fez um trabalho de compreensão do problema e de procura de soluções equilibradas” Ana Rita Bessa deputada do cds “Impor às empresas cotadas em bolsa o cumprimento de metas que as empresas do setor empresarial do Estado não cumprem é, no mínimo, discutível” Ângela Guerra deputada do psd “Portugal assumiu o compromisso de se associar a um conjunto de Estados – países como a Alemanha, França ou Itália – que, nos últimos anos, adotaram instrumentos legislativos desta natureza” Eduardo Cabrita ministro-adjunto, no início do ano, quando a proposta foi aprovada em conselho de ministros“As mulheres não estão nas lideranças porque, quando chega a hora de escolher, vingam os estereótipos de género e é preciso rompê-los com leis que digam às empresas que há mulheres qualificadas”
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A proposta de lei do governo que impõe quotas de género nas administrações das empresas públicas e cotadas em bolsa está em risco de chumbar. Com o voto contra do PCP, o diploma está dependente da direita, mas é quase certo que o PSD vota contra e, ao contrário do CDS, não dará liberdade de voto aos seus deputados.
Os centristas, que tradicionalmente são contra as quotas, vão ter liberdade de voto, mas, neste momento, ninguém arrisca fazer contas. “Há sensibilidades diferentes no grupo parlamentar”, diz ao i a deputada Ana Rita Bessa.
A centrista garante, porém, que “dentro do CDS foi feito um caminho grande nesta matéria, porque começámos com pouco mais de um voto favorável e, neste momento, já não é nada esse o cenário. O CDS fez um trabalho de compreensão do problema e de procura de soluções equilibradas”.
O partido liderado por Assunção Cristas, que é adepta desta solução, negociou com o governo um conjunto de alterações à proposta inicial no sentido de suavizar as sanções. Ana Rita Bessa rejeita, no entanto, que o sucesso desta iniciativa dependa do CDS e considera que “está nas mãos do PSD manter ou não a disciplina de voto no sentido de votar contra”.
PSD vota contra
A direção do PSD garante que não vai dar liberdade de voto. Ao i, a deputada social-democrata Ângela Guerra diz que o partido “não está disponível” para votar favoravelmente a regra que impõe quotas de género nas empresas cotadas em bolsa. “A nossa posição é muito clara. Impor às empresas cotadas em bolsa o cumprimento de metas que as empresas do setor empresarial do Estado não cumprem é, no mínimo, discutível”, diz a deputada do PSD.
O PSD argumenta ainda que, antes de avançar com nova legislação, é preciso avaliar o acordo que foi promovido pelo governo de Passos Coelho, há dois anos, com 13 empresas cotadas no sentido de que 30% dos cargos de administração fossem ocupados por mulheres. “Não existe qualquer avaliação”, garante Ângela Guerra.
PS elogia Cristas
Os socialistas acusam o PSD de ter mudado de posição e elogiam o CDS por ter “uma posição agradavelmente surpreendente”. Elza Pais, deputada do PS e ex-secretária de Estado da Igualdade, garante que está a crescer o número de deputados do CDS favoráveis à proposta e realça “o papel importante que Assunção Cristas tem tido”.
A deputada socialista considera “fundamental” aprovar a nova legislação e garante que não é por falta de qualificações que as mulheres não estão nas administrações das empresas. “As mulheres não estão nas lideranças porque, quando chega a hora de escolher, vingam os estereótipos de género e é preciso rompê--los com leis que digam às empresas que há mulheres qualificadas”, afirma, em declarações ao i, Elza Pais.
A socialista realça ainda que ”passaríamos a estar na linha da frente dos países que, a nível mundial, tiveram a ousadia de avançar com este tipo de imposições para as empresas como a Alemanha, França ou os países nórdicos”.
Novas regras em 2018
A proposta do governo, que será votada em plenário na próxima semana, prevê que as administrações das empresas públicas passem a ser obrigadas a ter uma quota de género de 33,3% a partir de 2018. Para as empresas cotadas em bolsa, a quota é de 20% a partir de 2018 e de 33,3% a partir de 2020.
“As mulheres não estão nas lideranças porque, quando chega a hora de escolher, vingam os estereótipos de género e é preciso rompê-los com leis que digam às empresas que há mulheres qualificadas” Elza Pais deputada do ps e ex-secretária de estado da igualdade “O CDS fez um trabalho de compreensão do problema e de procura de soluções equilibradas” Ana Rita Bessa deputada do cds “Impor às empresas cotadas em bolsa o cumprimento de metas que as empresas do setor empresarial do Estado não cumprem é, no mínimo, discutível” Ângela Guerra deputada do psd “Portugal assumiu o compromisso de se associar a um conjunto de Estados – países como a Alemanha, França ou Itália – que, nos últimos anos, adotaram instrumentos legislativos desta natureza” Eduardo Cabrita ministro-adjunto, no início do ano, quando a proposta foi aprovada em conselho de ministros“As mulheres não estão nas lideranças porque, quando chega a hora de escolher, vingam os estereótipos de género e é preciso rompê-los com leis que digam às empresas que há mulheres qualificadas”