Ultraperiferias III (Notícias & Opinião): Governo: os ministros ‘ricos’ e os ‘pobres’

05-10-2019
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Pergunta para mil
euros: qual o membro do governo de António Costa com mais dinheiro guardado, à
espera de dias difíceis que possam chegar? Respondeu Mário Centeno? Ou então,
talvez, Manuel Caldeira Cabral? Até faria sentido, mas não. Esse lugar cabe a
Francisca Van Dunem. A ministra da Justiça tem investidos em certificados de aforro
e depósitos bancários – que divide com o marido, o fiscalista Eduardo Paz
Ferreira – mais de 244 mil euros. E, já agora, quem
será o ministro que mais ficou a perder ao aceitar integrar o Governo? Se a sua
resposta foi Adalberto Campos Fernandes, acertou em cheio. O ministro da Saúde,
gestor hospitalar até entrar na equipa de Costa, ganhava quase 181 mil euros,
valor declarado em rendimentos de trabalho dependente e independente durante o
ano de 2015.

Poupar e investir

De toda a equipa
de governantes, o ministro da Economia está entre os que menos rendimentos
declararam. No documento apresentado junto do Tribunal Constitucional –
obrigatório por lei e onde deve constar tudo, desde património imobiliárioa
aplicações financeiras, carros, motas, piscinas e por aí adiante –, Manuel
Caldeira Cabral refere ter recebido pouco menos de 42 mil euros. Tudo com
origem na sua atividade como professor universitário. Até podia ser que o
ministro tivesse investido o seu património em aplicações, mas também não. Em
ambos os ‘campeonatos’ (rendimentos e poupanças ou investimentos), Caldeira
Cabral está nos últimos lugares da tabela. Entre participações em empresas e
contas bancárias, soma mais de 29 mil euros.

Com menos
poupanças e investimentos declaradas, só mesmo João Soares (8.450 euros) e
Eduardo Cabrita (5.987 euros). As contas para este ministro-adjunto de Costa
podem ser vistas de duas maneiras: isoladas, ou em conjunto com Ana Paula
Vitorino, uma vez que são marido e mulher. Na sua declaração
de rendimentos, a ministra do Mar apresenta ganhos de 48.229 euros, mas as
poupanças são bastantes mais significativas do que as do marido: 92,5 mil euros
em planos poupança e obrigações do Deutsche Bank.

Mas o banco alemão
é apenas uma das instituições para as quais os ministros se voltam na hora de
aplicar os seus rendimentos, juntamente com Millenium, Santander, Barclay’s (o
predileto de Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação, que ali acumula
quatro contas diferentes), Montepio e CGD.

E as opções são
mais que muitas. Maria Manuel Leitão Marques, por exemplo, tem tantas
aplicações como o número de ministros que compõe o Governo. São 17, e todas
diferentes: fundos japoneses, portugueses e europeus, ações na Pharol (antiga
PT), Sonae, EDP, Brisa e BPI. Ao todo, só quase 156 mil euros dispersos pelas
várias entidades.

Mesmo assim, Mário
Centeno, o titular das Finanças, consegue igualar a colega da Modernização
Administrativa no que toca ao número de aplicações: tem mais de 243 mil euros
guardados em depósitos a prazo (só aqui são cinco), fundos de seguros e
instituições financeiras.

Casas, carros e
vespas

Há ainda há outro
tipo de património reportado pelos governantes. Desde que chegou
ao governo de Sócrates (como ministro da Administração Interna, em 2005) e depois
como presidente da Câmara de Lisboa, Costa já registou seis carros diferentes:
entre Smarts (foram dois), VW, Opel, Kia e BMW, o primeiro-ministro já teve de
tudo. Alguns comprados e entretanto vendidos, outros simplesmente herdados. Há quem não tenha
qualquer carro em seu nome: João Matos Fernandes (ministro doAmbiente) e Maria
Leitão Marques são disso exemplo.

Mas também há quem
tenha três carros em seu nome (João Soares, Augusto Santos Silva, Constança
Urbano de Sousa e Ana Paula Vitorino) e também há quem mantenha vivo o legado
do anterior ministro da Solidariedade e Segurança Social, Pedro Mota Soares, e
inclua no seu património relíquias de duas rodas. Nomeadamente, Manuel Heitor e
Tiago Brandão Rodrigues, os homens da Educação e do Ensino Superior, ambos com
uma Vespa com lugar de destaque no património declarado.

Depois, há as
casas (na cidade e no campo e além-mar) e os terrenos rústicos. Depois de ter
apresentado uma declaração relativa ao ano de 2006, enquanto vogal do Conselho
Superior do Ministério Público, Francisca Van Dunem juntou aos dois
apartamentos que tinha em seu nome (um em Lisboa e outro em Troia) uma casa em
Rosto de Cão, na ilha de S. Miguel (Açores). Azeredo Lopes,
ministro da Defesa, partilha com dois irmãos uma quinta em Póvoa de Lanhoso
composta por «vários prédios rústicos». Ao todo, o património imobiliário que
detém vale mais de 260 mil euros.

Alguns governantes
são vizinhos – Costa e Manuel Heitor têm casa na zona de Sintra – e apenas um
dos membros do Executivo vive na margem sul do Tejo: Eduardo Cabrita, cuja
residência oficial é no Lavradio, Barreiro (Sol, pelo jornalista Pedro Rainho) 

Pergunta para mil
euros: qual o membro do governo de António Costa com mais dinheiro guardado, à
espera de dias difíceis que possam chegar? Respondeu Mário Centeno? Ou então,
talvez, Manuel Caldeira Cabral? Até faria sentido, mas não. Esse lugar cabe a
Francisca Van Dunem. A ministra da Justiça tem investidos em certificados de aforro
e depósitos bancários – que divide com o marido, o fiscalista Eduardo Paz
Ferreira – mais de 244 mil euros. E, já agora, quem
será o ministro que mais ficou a perder ao aceitar integrar o Governo? Se a sua
resposta foi Adalberto Campos Fernandes, acertou em cheio. O ministro da Saúde,
gestor hospitalar até entrar na equipa de Costa, ganhava quase 181 mil euros,
valor declarado em rendimentos de trabalho dependente e independente durante o
ano de 2015.

Poupar e investir

De toda a equipa
de governantes, o ministro da Economia está entre os que menos rendimentos
declararam. No documento apresentado junto do Tribunal Constitucional –
obrigatório por lei e onde deve constar tudo, desde património imobiliárioa
aplicações financeiras, carros, motas, piscinas e por aí adiante –, Manuel
Caldeira Cabral refere ter recebido pouco menos de 42 mil euros. Tudo com
origem na sua atividade como professor universitário. Até podia ser que o
ministro tivesse investido o seu património em aplicações, mas também não. Em
ambos os ‘campeonatos’ (rendimentos e poupanças ou investimentos), Caldeira
Cabral está nos últimos lugares da tabela. Entre participações em empresas e
contas bancárias, soma mais de 29 mil euros.

Com menos
poupanças e investimentos declaradas, só mesmo João Soares (8.450 euros) e
Eduardo Cabrita (5.987 euros). As contas para este ministro-adjunto de Costa
podem ser vistas de duas maneiras: isoladas, ou em conjunto com Ana Paula
Vitorino, uma vez que são marido e mulher. Na sua declaração
de rendimentos, a ministra do Mar apresenta ganhos de 48.229 euros, mas as
poupanças são bastantes mais significativas do que as do marido: 92,5 mil euros
em planos poupança e obrigações do Deutsche Bank.

Mas o banco alemão
é apenas uma das instituições para as quais os ministros se voltam na hora de
aplicar os seus rendimentos, juntamente com Millenium, Santander, Barclay’s (o
predileto de Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação, que ali acumula
quatro contas diferentes), Montepio e CGD.

E as opções são
mais que muitas. Maria Manuel Leitão Marques, por exemplo, tem tantas
aplicações como o número de ministros que compõe o Governo. São 17, e todas
diferentes: fundos japoneses, portugueses e europeus, ações na Pharol (antiga
PT), Sonae, EDP, Brisa e BPI. Ao todo, só quase 156 mil euros dispersos pelas
várias entidades.

Mesmo assim, Mário
Centeno, o titular das Finanças, consegue igualar a colega da Modernização
Administrativa no que toca ao número de aplicações: tem mais de 243 mil euros
guardados em depósitos a prazo (só aqui são cinco), fundos de seguros e
instituições financeiras.

Casas, carros e
vespas

Há ainda há outro
tipo de património reportado pelos governantes. Desde que chegou
ao governo de Sócrates (como ministro da Administração Interna, em 2005) e depois
como presidente da Câmara de Lisboa, Costa já registou seis carros diferentes:
entre Smarts (foram dois), VW, Opel, Kia e BMW, o primeiro-ministro já teve de
tudo. Alguns comprados e entretanto vendidos, outros simplesmente herdados. Há quem não tenha
qualquer carro em seu nome: João Matos Fernandes (ministro doAmbiente) e Maria
Leitão Marques são disso exemplo.

Mas também há quem
tenha três carros em seu nome (João Soares, Augusto Santos Silva, Constança
Urbano de Sousa e Ana Paula Vitorino) e também há quem mantenha vivo o legado
do anterior ministro da Solidariedade e Segurança Social, Pedro Mota Soares, e
inclua no seu património relíquias de duas rodas. Nomeadamente, Manuel Heitor e
Tiago Brandão Rodrigues, os homens da Educação e do Ensino Superior, ambos com
uma Vespa com lugar de destaque no património declarado.

Depois, há as
casas (na cidade e no campo e além-mar) e os terrenos rústicos. Depois de ter
apresentado uma declaração relativa ao ano de 2006, enquanto vogal do Conselho
Superior do Ministério Público, Francisca Van Dunem juntou aos dois
apartamentos que tinha em seu nome (um em Lisboa e outro em Troia) uma casa em
Rosto de Cão, na ilha de S. Miguel (Açores). Azeredo Lopes,
ministro da Defesa, partilha com dois irmãos uma quinta em Póvoa de Lanhoso
composta por «vários prédios rústicos». Ao todo, o património imobiliário que
detém vale mais de 260 mil euros.

Alguns governantes
são vizinhos – Costa e Manuel Heitor têm casa na zona de Sintra – e apenas um
dos membros do Executivo vive na margem sul do Tejo: Eduardo Cabrita, cuja
residência oficial é no Lavradio, Barreiro (Sol, pelo jornalista Pedro Rainho) 

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