Gotas de Poesias e Outras Essências

28-03-2020
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Foto de Aker8Abelha branca zumbes, ébria de mel, em minha almae te torces em lentas espirais de fumo.Sou o desesperado, a palavra sem eco,o que tudo perdeu, o que já teve tudo.Amarra extrema, range em ti minha ânsia última.Em meu país deserto és tu a última rosa.Ah, silenciosa!Fecha os olhos profundos. Além adeja a noite.Ah, desnuda teu corpo de estátua temerosa!Tens profundos os olhos onde a noite esvoaça,Frescos braços de flor e regaço de rosa.Teus seios se assemelham a caramujos brancos.Veio dormir em teu ventre uma borboleta de sombra.Ah, silenciosa!É aqui a soledade de onde estás ausente.Chove.O vento do mar caça errantes gaivotas.A água anda descalça pelas ruas molhadas.Queixam-se, como enfermos, naquela árvore,as folhas.Abelha branca, ausente, tu zumbes em minha almae revives no tempo, delgada e silenciosa. Ah, silenciosa! Pablo NerudaIn Vinte poemas de amor


Foto de Aker8Abelha branca zumbes, ébria de mel, em minha almae te torces em lentas espirais de fumo.Sou o desesperado, a palavra sem eco,o que tudo perdeu, o que já teve tudo.Amarra extrema, range em ti minha ânsia última.Em meu país deserto és tu a última rosa.Ah, silenciosa!Fecha os olhos profundos. Além adeja a noite.Ah, desnuda teu corpo de estátua temerosa!Tens profundos os olhos onde a noite esvoaça,Frescos braços de flor e regaço de rosa.Teus seios se assemelham a caramujos brancos.Veio dormir em teu ventre uma borboleta de sombra.Ah, silenciosa!É aqui a soledade de onde estás ausente.Chove.O vento do mar caça errantes gaivotas.A água anda descalça pelas ruas molhadas.Queixam-se, como enfermos, naquela árvore,as folhas.Abelha branca, ausente, tu zumbes em minha almae revives no tempo, delgada e silenciosa. Ah, silenciosa! Pablo NerudaIn Vinte poemas de amor

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