Ninguém votou na CDU, Bloco e PAN em algumas freguesias da Madeira

30-09-2019
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O descalabro eleitoral da CDU, do Bloco de Esquerda (BE) e do PAN – Pessoas, Animais, Naturezas nas eleições regionais da Madeira, com os três partidos a serem as principais vítimas da bipolarização entre PSD e PS, ficou patente no facto de não terem obtido nenhum voto em algumas das 54 freguesias madeirenses. E de cada um desses três partidos, que no seu conjunto não foram além de 5,0% do total de votos apurado, não ter contado com mais do que dez eleitores em mais de duas dezenas de freguesias.

Apesar de manter representação na Assembleia Legislativa da Madeira, graças à eleição do cabeça de lista Edgar Silva, a CDU perdeu um dos mandatos que detinha ao obter apenas 2.577 votos (1,80%), nenhum dos quais entre os eleitores das freguesias de Achadas da Cruz e de Ribeira da Janela, no concelho de Porto Moniz. Já em Ilha (concelho de Santana) houve uma única cruz no quadrado relativo à coligação entre comunistas e verdes, havendo ainda mais 12 freguesias com dois a cinco eleitores e outras sete com apenas seis a dez.

Esmagado pelo voto útil, o BE perdeu os seus dois deputados regionais, ficando pelos 2.489 votos (1,74%). Para tal queda contribuiu não ter tido um único voto nas freguesias de Prazeres (concelho da Calheta) e de Ribeira da Janela (concelho de Porto Moniz), sendo a escolha de apenas um eleitor nas freguesias de Ilha (concelho de Santana), Fajã da Ovelha (concelho da Calheta) e Seixal (concelho de Porto Moniz). Noutras sete teve entre dois e cinco votos e houve mais nove em que somou entre seis e dez votos.

Por seu lado, o PAN contou zero votos nas freguesias de Arco de São Jorge, Ilha (ambas no concelho de Santana) e Achadas da Cruz (concelho de Porto Moniz). O partido que teve 2.095 votos (1,46%) no domingo convenceu um único eleitor em mais três freguesias – Fajã da Ovelha (concelho da Calheta), Madalena do Mar (concelho de Ponta do Sol) e Ribeira da Janela (concelho de Porto Moniz) – e somou dois a cinco noutras nove e entre seis e dez votos em mais sete.

Para que os três partidos não tivessem resultados ainda mais fracos contribuiu o concelho do Funchal, de longe o mais populoso da região autónoma, onde a CDU obteve 1.529 dos seus 2.577 votos, enquanto o Bloco de Esquerda concentrou 1.327 dos 2.489 eleitores que lhe restaram, e o PAN somou 1.142 dos seus 2.095 votos, recolhendo menos de um milhar (953) nos restantes dez concelhos das ilhas da Madeira e de Porto Santo.

Foi graças à votação dos funchalenses que o PURP não ficou à frente da CDU e do PAN – o BE, relativamente menos dependente do maior concelho da região do que os comunistas, manteria uma vantagem de 93 votos em relação ao partido dos reformados -, até porque os resultados totais deixaram a pouco distância dos três maiores perdedores da noite eleitoral na Madeira não só o PURP (1,23%) como também o recém-criado RIR (1,21%) e o PTP (1,00), que deixará de ter a representação parlamentar que na última legislatura se traduzia num mandato eleito em coligação com o PS, tal qual não regressará o independente Gil Canha, eleito em 2015 pela Nova Democracia.

Fim da maioria absoluta abre portas a coligação

Mesmo tendo perdido a maioria absoluta pela primeira vez em democracia, o PSD venceu as eleições regionais, com 56.448 votos (39,42%), pelo que o atual presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, deverá manter-se em funções. Espera-se que aos 21 deputados mantidos pelos sociais-democratas se possam somar os três mandatos do CDS-PP, assegurando 24 deputados num total de 47. Os centristas perderam mais de metade dos eleitores (menos 9.243) e quatro mandatos em relação a 2015, conseguindo apenas 8.246 votos (5,76%), mas estão pela primeira vez à beira de participarem na governação da região autónoma.

As eleições regionais ficaram também marcadas pelo enorme crescimento do PS, cuja lista foi encabeçada pelo ex-presidente da Câmara do Funchal, Paulo Cafôfo. Os socialistas ficaram a cinco mil votos dos sociais-democratas, com 51.207 votos (35,76%), elegendo 19 deputados e sendo os mais votados no Funchal, Machico, Santa Cruz e Porto Santo. Um “resultado histórico”, como lhe chamou o primeiro-ministro António Costa, mas aquém do objetivo da vitória e da retirada do PSD do poder, ainda que na noite eleitoral Cafôfo tenha apelado a conversações com toda a oposição, num apelo implícito ao CDS-PP.

Outro sobrevivente à bipolarização foi o Juntos Pelo Povo (JPP), que manteve três dos atuais cinco deputados, e o estatuto de quarta força da região autónoma, com 7.830 votos (5,76%), em grande parte devido à elevada votação no concelho de Santa Cruz (5.247 votos), autarquia que é gerida pelo JPP.

O descalabro eleitoral da CDU, do Bloco de Esquerda (BE) e do PAN – Pessoas, Animais, Naturezas nas eleições regionais da Madeira, com os três partidos a serem as principais vítimas da bipolarização entre PSD e PS, ficou patente no facto de não terem obtido nenhum voto em algumas das 54 freguesias madeirenses. E de cada um desses três partidos, que no seu conjunto não foram além de 5,0% do total de votos apurado, não ter contado com mais do que dez eleitores em mais de duas dezenas de freguesias.

Apesar de manter representação na Assembleia Legislativa da Madeira, graças à eleição do cabeça de lista Edgar Silva, a CDU perdeu um dos mandatos que detinha ao obter apenas 2.577 votos (1,80%), nenhum dos quais entre os eleitores das freguesias de Achadas da Cruz e de Ribeira da Janela, no concelho de Porto Moniz. Já em Ilha (concelho de Santana) houve uma única cruz no quadrado relativo à coligação entre comunistas e verdes, havendo ainda mais 12 freguesias com dois a cinco eleitores e outras sete com apenas seis a dez.

Esmagado pelo voto útil, o BE perdeu os seus dois deputados regionais, ficando pelos 2.489 votos (1,74%). Para tal queda contribuiu não ter tido um único voto nas freguesias de Prazeres (concelho da Calheta) e de Ribeira da Janela (concelho de Porto Moniz), sendo a escolha de apenas um eleitor nas freguesias de Ilha (concelho de Santana), Fajã da Ovelha (concelho da Calheta) e Seixal (concelho de Porto Moniz). Noutras sete teve entre dois e cinco votos e houve mais nove em que somou entre seis e dez votos.

Por seu lado, o PAN contou zero votos nas freguesias de Arco de São Jorge, Ilha (ambas no concelho de Santana) e Achadas da Cruz (concelho de Porto Moniz). O partido que teve 2.095 votos (1,46%) no domingo convenceu um único eleitor em mais três freguesias – Fajã da Ovelha (concelho da Calheta), Madalena do Mar (concelho de Ponta do Sol) e Ribeira da Janela (concelho de Porto Moniz) – e somou dois a cinco noutras nove e entre seis e dez votos em mais sete.

Para que os três partidos não tivessem resultados ainda mais fracos contribuiu o concelho do Funchal, de longe o mais populoso da região autónoma, onde a CDU obteve 1.529 dos seus 2.577 votos, enquanto o Bloco de Esquerda concentrou 1.327 dos 2.489 eleitores que lhe restaram, e o PAN somou 1.142 dos seus 2.095 votos, recolhendo menos de um milhar (953) nos restantes dez concelhos das ilhas da Madeira e de Porto Santo.

Foi graças à votação dos funchalenses que o PURP não ficou à frente da CDU e do PAN – o BE, relativamente menos dependente do maior concelho da região do que os comunistas, manteria uma vantagem de 93 votos em relação ao partido dos reformados -, até porque os resultados totais deixaram a pouco distância dos três maiores perdedores da noite eleitoral na Madeira não só o PURP (1,23%) como também o recém-criado RIR (1,21%) e o PTP (1,00), que deixará de ter a representação parlamentar que na última legislatura se traduzia num mandato eleito em coligação com o PS, tal qual não regressará o independente Gil Canha, eleito em 2015 pela Nova Democracia.

Fim da maioria absoluta abre portas a coligação

Mesmo tendo perdido a maioria absoluta pela primeira vez em democracia, o PSD venceu as eleições regionais, com 56.448 votos (39,42%), pelo que o atual presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, deverá manter-se em funções. Espera-se que aos 21 deputados mantidos pelos sociais-democratas se possam somar os três mandatos do CDS-PP, assegurando 24 deputados num total de 47. Os centristas perderam mais de metade dos eleitores (menos 9.243) e quatro mandatos em relação a 2015, conseguindo apenas 8.246 votos (5,76%), mas estão pela primeira vez à beira de participarem na governação da região autónoma.

As eleições regionais ficaram também marcadas pelo enorme crescimento do PS, cuja lista foi encabeçada pelo ex-presidente da Câmara do Funchal, Paulo Cafôfo. Os socialistas ficaram a cinco mil votos dos sociais-democratas, com 51.207 votos (35,76%), elegendo 19 deputados e sendo os mais votados no Funchal, Machico, Santa Cruz e Porto Santo. Um “resultado histórico”, como lhe chamou o primeiro-ministro António Costa, mas aquém do objetivo da vitória e da retirada do PSD do poder, ainda que na noite eleitoral Cafôfo tenha apelado a conversações com toda a oposição, num apelo implícito ao CDS-PP.

Outro sobrevivente à bipolarização foi o Juntos Pelo Povo (JPP), que manteve três dos atuais cinco deputados, e o estatuto de quarta força da região autónoma, com 7.830 votos (5,76%), em grande parte devido à elevada votação no concelho de Santa Cruz (5.247 votos), autarquia que é gerida pelo JPP.

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