O dia em que a campanha da CDU teve de ser vegan

30-09-2019
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Afinal, a organização comunista também falha. A máquina da campanha da CDU costuma estar sempre muito bem oleada, mas ao quarto dia de terreno baralhou-se nos planos. E o que era para ser uma visita a uma produtora de carne bovina, acabou por se transformar numa visita a uma estufa de cogumelos. "O produtor não quis entrar em polémicas sobre o consumo de carne", justificaram os assessores do PCP aos jornalistas. "Problemas técnicos", explicou Jerónimo, mais tarde. Por ele, que tanto gosta "de cogumelos, como de bife" o primeiro momento vegan da campanha foi, também, uma surpresa.

No coração do Minho, encontrar a "Eira do Pato" e os seus mil hectares de estufa de cogumelos não foi fácil. Nem mesmo para a comitiva da CDU, responsável por guiar os jornalistas no labirinto de estradinhas, onde estão semeadas as pequenas quintas dos arredores de Ponte de Lima. Os habitantes, pouco ou mesmo nada habituados a ver caravanas, olhavam espantados para os carros com símbolos de todas as televisões, que entupiam a estrada ora num sentido, ora, logo a seguir, no sentido contrário. O GPS não colhe por estes lados.

Perdida entre mini e microfundios, a comitiva lá acabou por desembocar na exploração agrícola, onde Jerónimo de Sousa e Jorge Machado (o deputado e cabeça de lista da CDU por Viana do Castelo) há muito esperavam, sentados frente a uma improvisada mesa de paletes de madeira. O programa estava fora de horas e de local, mas avançou como pôde. Ao lado da delegação comunista, um grupo de crianças da creche e da pré-primária também aguardavam pelas explicações do "como, quando e porquê " se fabricavam cogumelos. Desta vez, sem dúvida, a juventude dominou esta ação de campanha comunista.

Carlos Amorim, de 36 anos, é o proprietário, inventor, funcionário e trabalhador da empresa que entrou, sem querer, nas Legislativas de 2019. Era informático, mas há dois anos, decidiu mudar de vida. Concorreu a um projeto de financiamento da sua exploração de cogumelos. Avançou com 100 mil euros e recebeu apoio e ânimo para arrancar. Quando as coisas correm de feição, consegue retirar 60 quilos de cogumelos das estufas e isso permite-lhe sonhar com mais.

ana baião

A visita de Jerónimo, combinada em cima da hora, foi uma oportunidade que não podia desperdiçar. "Tem alguma ligação à CDU?", pergunta o Expresso. "Prefiro não ir por aí. Já não tenho envolvimento político e quando tive... foi com o PSD", confessa sem qualquer problema. Política, política, negócios à parte. A proposta da CDU de levar o secretário-geral comunista - e um mar de jornalistas - à pequena quinta no meio do nada minhoto foi uma bênção. "Claro que quero promover o meu produto", resume Carlos Amorim. O resto, não é com ele.

Jerónimo poupa Marcelo

O líder de comunista também não é homem para desperdiçar oportunidades. Mesmo se as coisas não estão a correr como previsto, o certo é que também aqui se pode aproveitar para elogiar as vantagens da produção nacional, lamentar o défice alimentar português e apontar os riscos da "perda de soberania nacional" neste domínio. Foi isso que fez, mas, infelizmente o tema do dia não era nem o veganismo, nem a produção agrícola, nem as dúvidas dos produtores de carne.

Em cima da agenda mediática, as suspeitas de que o Presidente da República tinha informações sobre o assalto ao paiol de Tancos levaram os jornalistas a pedir a Jerónimo que se pronunciasse sobre a matéria. O líder comunista tentou poupar Marcelo Rebelo de Sousa. "Ouvi o Presidente da República dizer que não tinha tido qualquer conhecimento. É a palavra do Presidente e não tenho nenhuma razão para suspeitas", começou por dizer. O importante, é também citar Marcelo e a vontade expressa pelo chefe de Estado de um total apuramento dos factos. "Faça-se esse apuramento e a verdade virá acima", concluiu Jerónimo.

Afinal, a organização comunista também falha. A máquina da campanha da CDU costuma estar sempre muito bem oleada, mas ao quarto dia de terreno baralhou-se nos planos. E o que era para ser uma visita a uma produtora de carne bovina, acabou por se transformar numa visita a uma estufa de cogumelos. "O produtor não quis entrar em polémicas sobre o consumo de carne", justificaram os assessores do PCP aos jornalistas. "Problemas técnicos", explicou Jerónimo, mais tarde. Por ele, que tanto gosta "de cogumelos, como de bife" o primeiro momento vegan da campanha foi, também, uma surpresa.

No coração do Minho, encontrar a "Eira do Pato" e os seus mil hectares de estufa de cogumelos não foi fácil. Nem mesmo para a comitiva da CDU, responsável por guiar os jornalistas no labirinto de estradinhas, onde estão semeadas as pequenas quintas dos arredores de Ponte de Lima. Os habitantes, pouco ou mesmo nada habituados a ver caravanas, olhavam espantados para os carros com símbolos de todas as televisões, que entupiam a estrada ora num sentido, ora, logo a seguir, no sentido contrário. O GPS não colhe por estes lados.

Perdida entre mini e microfundios, a comitiva lá acabou por desembocar na exploração agrícola, onde Jerónimo de Sousa e Jorge Machado (o deputado e cabeça de lista da CDU por Viana do Castelo) há muito esperavam, sentados frente a uma improvisada mesa de paletes de madeira. O programa estava fora de horas e de local, mas avançou como pôde. Ao lado da delegação comunista, um grupo de crianças da creche e da pré-primária também aguardavam pelas explicações do "como, quando e porquê " se fabricavam cogumelos. Desta vez, sem dúvida, a juventude dominou esta ação de campanha comunista.

Carlos Amorim, de 36 anos, é o proprietário, inventor, funcionário e trabalhador da empresa que entrou, sem querer, nas Legislativas de 2019. Era informático, mas há dois anos, decidiu mudar de vida. Concorreu a um projeto de financiamento da sua exploração de cogumelos. Avançou com 100 mil euros e recebeu apoio e ânimo para arrancar. Quando as coisas correm de feição, consegue retirar 60 quilos de cogumelos das estufas e isso permite-lhe sonhar com mais.

ana baião

A visita de Jerónimo, combinada em cima da hora, foi uma oportunidade que não podia desperdiçar. "Tem alguma ligação à CDU?", pergunta o Expresso. "Prefiro não ir por aí. Já não tenho envolvimento político e quando tive... foi com o PSD", confessa sem qualquer problema. Política, política, negócios à parte. A proposta da CDU de levar o secretário-geral comunista - e um mar de jornalistas - à pequena quinta no meio do nada minhoto foi uma bênção. "Claro que quero promover o meu produto", resume Carlos Amorim. O resto, não é com ele.

Jerónimo poupa Marcelo

O líder de comunista também não é homem para desperdiçar oportunidades. Mesmo se as coisas não estão a correr como previsto, o certo é que também aqui se pode aproveitar para elogiar as vantagens da produção nacional, lamentar o défice alimentar português e apontar os riscos da "perda de soberania nacional" neste domínio. Foi isso que fez, mas, infelizmente o tema do dia não era nem o veganismo, nem a produção agrícola, nem as dúvidas dos produtores de carne.

Em cima da agenda mediática, as suspeitas de que o Presidente da República tinha informações sobre o assalto ao paiol de Tancos levaram os jornalistas a pedir a Jerónimo que se pronunciasse sobre a matéria. O líder comunista tentou poupar Marcelo Rebelo de Sousa. "Ouvi o Presidente da República dizer que não tinha tido qualquer conhecimento. É a palavra do Presidente e não tenho nenhuma razão para suspeitas", começou por dizer. O importante, é também citar Marcelo e a vontade expressa pelo chefe de Estado de um total apuramento dos factos. "Faça-se esse apuramento e a verdade virá acima", concluiu Jerónimo.

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