Estudantes saem à rua na sexta-feira a exigir medidas de combate à crise climática

15-03-2019
marcar artigo

Foi no Largo de Camões que nos deparámos com seis estudantes, entre os 16 e os 20 anos, que representam a voz de milhares em todo o país e que fazem parte do movimento que vai sair às ruas esta sexta feira, 15 de março.

Momentos antes de conversarem com o Jornal Económico (JE), os seis jovens estavam à porta do Ministério do Ambiente, instalado no número 51 da Rua do Século, em Lisboa, prontos para serem recebidos pelo ministro do João Pedro Matos Fernandes e os secretários de Estado da Energia e Educação. As exigências dos representantes da Greve Climática Estudantil aparentaram ser muitas, e apesar de não terem saído satisfeitos com os resultados da reunião, a motivação para por um travão ao aquecimento global não ficou por ali.

Ao descermos as ruas de Lisboa, os jovens ativistas que se juntaram na capital vindos de Coimbra, Palmela e Setúbal iam conversando entre si, carregando nos ombros uma missão iniciada por Greta Thunberg, a jovem sueca, de 15 anos que ficou conhecida por protestar todas as sextas-feiras à porta do Parlamento e mostrar o seu descontentamento perante a inércia governamental em relação às alterações climáticas. ”Ao termos discutido as ações que se estavam a fazer nos outros países, e as ações da Greta, decidimos tentar criar e levar para frente este movimento em Portugal. Achamos que mesmo o que se está a fazer atualmente não é suficiente”, explicou Beatriz Barroso de 17 anos, estudante da escola St. Peter’s International School e que aspira ser informática no futuro.

Foi ao ar livre, e em frente ao rio Tejo, que o JE conversou com os jovens ativistas, ”achamos que as pessoas assumiram uma atitude de ‘querem resolver’ mas não uma postura de crise”, começou por explicar Carolina Silva, a mais velha do grupo. ”Como disse a Greta, nós devemos ‘panicar’ porque isto é uma crise”, vincou a aluna de psicologia da Universidade de Coimbra, de 20 anos.

A rede mundial intitula-se de #SchoolStrike4Climate e para os jovens portugueses as reivindicações são muito claras. O fim da exploração de combustíveis fósseis em Portugal e a expansão das energias renováveis, especialmente a solar – ”Portugal é dos melhores países no que toca a utilização de energias renováveis, mas mesmo os melhores países não estão a fazer o suficiente”, rematou Matilde Alvim de 17 anos e finalista Escola Secundária de Palmela e a líder das tropas na capital.

Desenvolver infraestruturas sustentáveis, nomeadamente as ciclovias e melhorar a rede de transportes públicos também foi um dos pontos referidos pelo grupo. Para além disso, pretendem chamar a atenção para casos concretos como os das centrais de Sines e do Pego, que ainda funcionam a carvão, e exigir que ”os Governos façam da resolução da crise climática a sua prioridade”.

Não deixaram de fora a urgência em atuar rápido, ”temos uma janela de oportunidade de 12, 13 anos para resolver a crise climática e um roteiro para a descarbornização com uma meta demasiado longa, 2050”, sublinhou a jovem ativista. ”Temos de agir já”.

Apesar desta greve ter como alvo principal alertar os governos, Duarte Antão, de 18 anos, sublinha que o inimigo não são apenas os Executivos, ”a nossa luta é também contra os negacionistas das alterações climáticas. Devíamo-nos preocupar não só com aqueles que negam, mas também com aqueles que sabem mas mesmo assim não fazem nada”.

O jovem sexteto integra num grupo de 41 organizadores regionais que promete fazer ”uma grande mobilização” com milhares de estudantes que vão ”parar o país”. Na conta de Instagram, o movimento já some mais de 4 mil seguidores que recebe diariamente mensagens de apoio vindas das várias regiões portuguesas.

Estão marcadas manifestações em cerca de 20 locais do país, cidades e vilas e, em simultâneo, com protestos em 50 países. Em Portugal, todas têm início às 10h30, excepto as dos Açores, que começam às 9h30 (hora local) e Beatriz Barroso, Carolina Silva, Duarte Antão, Matilde Alvim, Margarida Marques e Rita Vasconcelos prometem estar presentes.

O futuro está nas mãos dos jovens

Quando questionados se a pressão de mudar o rumo do planeta recai mais intensamente sobre os jovens ou os atuais líderes, Beatriz Barroso respondeu que a responsabilidade é partidária: ”claro que a geração que está atualmente a governar tem responsabilidade porque o que está nas mãos deles é o nosso futuro”, reconheceu. ”Mas o nosso papel é igualmente importante e vamos mostrar isso pela nossa ação, não só nesta sexta feira, mas nas outras todas que podem vir a acontecer”.

No dia 15 de março, os estudantes a nível mundial vão sair à rua. Em Portugal, vão-se ouvir cânticos e ver-se erguidos no ar cartazes que apelam por um futuro mais sustentável. ”Isto é ciência. Há inúmeros relatórios, cientistas e nacionalidades que comprovam que o clima está a mudar, que o aquecimento global é real, que o degelo é real, que o aumento do nível das águas do mar é real, que as emissões CO2 são reais”, numerou Duarte. ”Os negacionistas também vão sofrer as consequências da inação governamental face às alterações climáticas. Quem não vê isso não vive no tempo moderno, não vive perante factos, nem a realidade do século XXI.”

Foi no Largo de Camões que nos deparámos com seis estudantes, entre os 16 e os 20 anos, que representam a voz de milhares em todo o país e que fazem parte do movimento que vai sair às ruas esta sexta feira, 15 de março.

Momentos antes de conversarem com o Jornal Económico (JE), os seis jovens estavam à porta do Ministério do Ambiente, instalado no número 51 da Rua do Século, em Lisboa, prontos para serem recebidos pelo ministro do João Pedro Matos Fernandes e os secretários de Estado da Energia e Educação. As exigências dos representantes da Greve Climática Estudantil aparentaram ser muitas, e apesar de não terem saído satisfeitos com os resultados da reunião, a motivação para por um travão ao aquecimento global não ficou por ali.

Ao descermos as ruas de Lisboa, os jovens ativistas que se juntaram na capital vindos de Coimbra, Palmela e Setúbal iam conversando entre si, carregando nos ombros uma missão iniciada por Greta Thunberg, a jovem sueca, de 15 anos que ficou conhecida por protestar todas as sextas-feiras à porta do Parlamento e mostrar o seu descontentamento perante a inércia governamental em relação às alterações climáticas. ”Ao termos discutido as ações que se estavam a fazer nos outros países, e as ações da Greta, decidimos tentar criar e levar para frente este movimento em Portugal. Achamos que mesmo o que se está a fazer atualmente não é suficiente”, explicou Beatriz Barroso de 17 anos, estudante da escola St. Peter’s International School e que aspira ser informática no futuro.

Foi ao ar livre, e em frente ao rio Tejo, que o JE conversou com os jovens ativistas, ”achamos que as pessoas assumiram uma atitude de ‘querem resolver’ mas não uma postura de crise”, começou por explicar Carolina Silva, a mais velha do grupo. ”Como disse a Greta, nós devemos ‘panicar’ porque isto é uma crise”, vincou a aluna de psicologia da Universidade de Coimbra, de 20 anos.

A rede mundial intitula-se de #SchoolStrike4Climate e para os jovens portugueses as reivindicações são muito claras. O fim da exploração de combustíveis fósseis em Portugal e a expansão das energias renováveis, especialmente a solar – ”Portugal é dos melhores países no que toca a utilização de energias renováveis, mas mesmo os melhores países não estão a fazer o suficiente”, rematou Matilde Alvim de 17 anos e finalista Escola Secundária de Palmela e a líder das tropas na capital.

Desenvolver infraestruturas sustentáveis, nomeadamente as ciclovias e melhorar a rede de transportes públicos também foi um dos pontos referidos pelo grupo. Para além disso, pretendem chamar a atenção para casos concretos como os das centrais de Sines e do Pego, que ainda funcionam a carvão, e exigir que ”os Governos façam da resolução da crise climática a sua prioridade”.

Não deixaram de fora a urgência em atuar rápido, ”temos uma janela de oportunidade de 12, 13 anos para resolver a crise climática e um roteiro para a descarbornização com uma meta demasiado longa, 2050”, sublinhou a jovem ativista. ”Temos de agir já”.

Apesar desta greve ter como alvo principal alertar os governos, Duarte Antão, de 18 anos, sublinha que o inimigo não são apenas os Executivos, ”a nossa luta é também contra os negacionistas das alterações climáticas. Devíamo-nos preocupar não só com aqueles que negam, mas também com aqueles que sabem mas mesmo assim não fazem nada”.

O jovem sexteto integra num grupo de 41 organizadores regionais que promete fazer ”uma grande mobilização” com milhares de estudantes que vão ”parar o país”. Na conta de Instagram, o movimento já some mais de 4 mil seguidores que recebe diariamente mensagens de apoio vindas das várias regiões portuguesas.

Estão marcadas manifestações em cerca de 20 locais do país, cidades e vilas e, em simultâneo, com protestos em 50 países. Em Portugal, todas têm início às 10h30, excepto as dos Açores, que começam às 9h30 (hora local) e Beatriz Barroso, Carolina Silva, Duarte Antão, Matilde Alvim, Margarida Marques e Rita Vasconcelos prometem estar presentes.

O futuro está nas mãos dos jovens

Quando questionados se a pressão de mudar o rumo do planeta recai mais intensamente sobre os jovens ou os atuais líderes, Beatriz Barroso respondeu que a responsabilidade é partidária: ”claro que a geração que está atualmente a governar tem responsabilidade porque o que está nas mãos deles é o nosso futuro”, reconheceu. ”Mas o nosso papel é igualmente importante e vamos mostrar isso pela nossa ação, não só nesta sexta feira, mas nas outras todas que podem vir a acontecer”.

No dia 15 de março, os estudantes a nível mundial vão sair à rua. Em Portugal, vão-se ouvir cânticos e ver-se erguidos no ar cartazes que apelam por um futuro mais sustentável. ”Isto é ciência. Há inúmeros relatórios, cientistas e nacionalidades que comprovam que o clima está a mudar, que o aquecimento global é real, que o degelo é real, que o aumento do nível das águas do mar é real, que as emissões CO2 são reais”, numerou Duarte. ”Os negacionistas também vão sofrer as consequências da inação governamental face às alterações climáticas. Quem não vê isso não vive no tempo moderno, não vive perante factos, nem a realidade do século XXI.”

marcar artigo