Pequenos partidos: O que fazer para dar nas vistas?

30-09-2019
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Quando lhe ligaram de uma empresa de sondagens para saber em quem ia votar nas legislativas, Vitorino Silva não teve dúvidas: “No RIR”, respondeu. “Nesse momento, desligaram-me a chamada”, desabafa o político que o País se habituou a reconhecer por um nome mais familiar, Tino de Rans. “Mas não era piada nenhuma!”, explica à VISÃO o ex-candidato presidencial. Do outro lado da linha não perceberam que Vitorino estava a falar do seu próprio partido – o Reagir, Incluir, Reciclar –, que o Tribunal Constitucional reconheceu em maio deste ano.

“Eu tenho visibilidade, tenho muita visibilidade, o RIR é que não tem nenhuma”, lamenta Tino de Rans. Essa ideia de uma certa – ou mesmo absoluta – exclusão do espaço mediático é transversal a todos os líderes partidários com os quais a VISÃO falou nos últimos dias. Estão no terreno, marcam iniciativas para mostrar aos eleitores ao que vão no dia 6 de outubro, mas depois (quase) nunca há uma câmara de televisão por perto, um microfone que os ouça ou uma linha que se escreva sobre os chamados pequenos partidos.

Há dois meses na estrada, Pedro Santana Lopes fartou-se de “ser posto de lado” e, na semana passada, invadiu a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) com mais cinquenta militantes do Aliança, num protesto simbólico contra a falta de cobertura mediática da pré-campanha do seu partido. “A ERC tem de definir como é feita a cobertura da campanha. Que definam se temos direito a uma cobertura de um terço do PS ou um quinto do Bloco de Esquerda! Definam as coisas para nós sabermos o que fazer”, reclamava, na altura, em declarações ao Público. Nesse dia, mais de uma dezena de meios de comunicação social falaram com o antigo primeiro-ministro ou, pelo menos, deram nota da iniciativa que o Aliança montou.

Santana faz agora parte de um clube maior. Depois das últimas legislativas, além do Aliança e do RIR, nasceram também o Chega, de André Ventura, e o Iniciativa Liberal – que não é de ninguém porque nunca viveu à sombra de uma figura de peso da política nacional. Têm em comum o facto de se estrearem na corrida a um lugar na Assembleia da República, mas mesmo eles formam uma pequena parte dos chamados “pequenos partidos”. Para o grupo ficar completo, é preciso juntar-lhe mais uma dúzia de forças políticas, nas quais muitos ilustres desconhecidos se cruzam com antigos autarcas, eurodeputados, candidatos presidenciais (Paulo de Morais, do Nós, Cidadãos, também concorreu a Belém, em 2016) e, claro, antigos primeiros-ministros.

Contornar o bloqueio

O raciocínio é este: sem acesso ao palco mediático, o grande público não chega a conhecer os partidos que se lançam nestas eleições; e, se não conhece os partidos, também não vai conhecer aquilo que se propõem defender se um dia chegarem à Assembleia da República. Conclusão: no dia 6, quando as urnas fecharem, não há votos suficientes que permitam cumprir o objetivo. É por isso que todos reclamam a atenção das câmaras. No entanto, também há quem dê a volta ao jogo.

“Não gosto de me queixar, os pequenos têm de conquistar o seu espaço e fazer por despertar o interesse dos canais televisivos porque, se não nos dão espaço, temos de conquistá-lo por outros meios”, explica Carlos Guimarães Pinto, presidente do Iniciativa Liberal (IL). É isso que muitos já estão a fazer.

Santana – um profundo conhecedor das regras do jogo – invadiu a ERC; Marinho e Pinto chamou o rosto da greve dos motoristas para a linha da frente do combate político; o Chega também foi buscar líderes sindicais (naquele caso, da PSP); e o Iniciativa Liberal tem apostado em vídeos e cartazes originais que se tornam virais. E, no final, vão conseguindo aquilo que à partida lhes estava vetado. “A verdade é que se os partidos souberem comunicar de forma inteligente fora das televisões, elas começam a falar de nós”, resume o líder do IL.

Carlos Guimarães Pinto partilha um grupo de WhatsApp com outros dois elementos do partido. É ali que começa o brainstorming sobre as campanhas que vão desenvolver – como a do cartaz com a hashtag #ComPrimos, que atingiu o Governo numa das polémicas mais quentes da legislatura.

De luzes apagadas

Santana Lopes estava habituado a ter palco. Com um percurso de décadas ligado à política local – na Figueira da Foz e, depois, em Lisboa – e nacional – com a passagem por São Bento e com o peso que foi conquistando dentro do PSD –, nunca precisou de esforços redobrados para ter atenção mediática. É isso que os outros “pequenos” não lhe perdoam e que fazem questão de sublinhar, numa espécie de guerra paralela à que anunciam contra a comunicação social.

“Pedro Santana Lopes (PSL) até tem sorte, foi primeiro-ministro e tem uma visibilidade que nós não temos, porque, se fosse eu [a invadir a ERC], já não saía do tribunal, ficava lá numa gaveta”, anota Gonçalo da Câmara Pereira, presidente do Partido Popular Monárquico. “A queixa é extremamente legítima, concordo absolutamente com Pedro Santana Lopes, com um senão: ele esteve lá 40 anos e não se preocupou com os mais pequeninos”, lembra Fernando Loureiro, presidente do Partido Unido dos Reformados e Pensionistas (PURP). “Se alguém tem motivos de queixa, são os pequenos partidos que não resultam de cisões dentro dos grandes, como o Aliança ou o Chega”, atira Carlos Guimarães Pinto. O presidente do Iniciativa Liberal garante que o seu partido teve “menos tempo do que esses dois, nos primeiros dias em que existiram”. Pelas suas contas, no último ano, o IL “não teve mais de cinco minutos” nas grelhas de televisão. “Quando foi primeiro-ministro, aí soube-lhe muito bem os privilégios de que usufruía, mas agora que está no outro lado quer mudar”, conclui Marinho e Pinto.

O antigo primeiro-ministro parecia adivinhar o que aí vinha. Num vídeo publicado esta segunda-feira nas redes sociais, horas antes do primeiro debate a dois entre candidatos às legislativas (Costa e Jerónimo), Santana denunciava o “tratamento VIP” dado aos partidos com assento parlamentar e defendia-se: “Não foi agora que acordei para esta realidade”, disse, lembrando que recusou propostas de extinção de pequenos partidos quando esteve em São Bento e que tentou coligações com forças mais pequenas quando passou pelo poder local.

A “barreira” do poder

Num ponto, todos os partidos mais pequenos concordam: há uma “barreira” que os mantém afastados dos holofotes mediáticos. “Há dez anos que chamamos a atenção para o facto de a democracia estar a afunilar”, diz Gonçalo da Câmara Pereira. “Somos ostracizados por toda a comunicação social”, queixa-se Fernando Loureiro, presidente do Partido Unido dos Reformados e Pensionistas (PURP).

E o que explica esse desinteresse? Há várias teses. “Os órgãos de comunicação social deixaram de ser contrapoder, foram aliciados, inebriados com a possibilidade de serem parte do poder e não repararam que estão transformados num órgão de propaganda”, argumenta Marinho e Pinto. “Foram tomados pelas máquinas dos partidos, sobretudo as rádios e as televisões, e criaram uma democracia de primeira e outra de segunda, com partidos de primeira divisão e partidos de segunda”, acrescenta Gonçalo da Câmara Pereira. “É uma democracia fictícia, terceiro-mundista”, junta-se-lhes Vitorino Silva.

A RTP surge na linha de fogo por ser um órgão de comunicação social público e por ser um canal de televisão – porque, apesar de tudo, é o meio mais eficaz para quem precisa de chegar ao maior número de pessoas para fazer passar a sua mensagem. Já havia uma insatisfação generalizada com a falta de acompanhamento no terreno, mas a gota de água parece ter sido a aparente opção da estação pública de organizar debates a dois entre os líderes dos partidos com assento parlamentar e debates conjuntos entre esses mesmos líderes, mas deixando de fora todos os outros.

Durante várias semanas, era esse o modelo que se anunciava: Costa debatia com Rio, que discutia com Catarina Martins, que defrontava Assunção Cristas, que teria pela frente Jerónimo de Sousa, que, por sua vez, não debatia com ninguém a não ser que esse confronto fosse transmitido em sinal aberto. Depois, houve uma inversão.

Nada garante que a RTP (ou qualquer órgão de comunicação social em Portugal) vá acompanhar todos os candidatos de todos os partidos que concorrem a estas eleições ou, sequer, os líderes de cada um desses partidos no chamado “roteiro da carne assada”. Até porque o número recorde de partidos na corrida – em vários círculos, há 21 candidaturas inscritas – torna impossível um acompanhamento em permanência por parte das redações que não têm equipas suficientes para essa tarefa monumental. Mas, neste braço de ferro retórico, os pequenos ganharam uma batalha: no início da semana, a RTP divulgou a grelha de debates para as próximas semanas e, surpresa, o dia 30 de setembro surge com a referência de que haverá um debate, às 21 horas, entre “os partidos sem assento parlamentar”. Serão 120 minutos de troca de argumentos entre aqueles que pretendem repetir o caminho de Marinho e Pinto, nas europeias de 2014, ou fazer como André Silva, nas legislativas do ano seguinte: serem eleitos.

Detalhe: na terça-feira à tarde, a notícia ainda não tinha chegado aos interessados. Iniciativa Liberal, RIR ou PURP não sabiam que teriam acesso ao sinal aberto da RTP1, mas garantiam que, se o convite lhes chegasse, seriam os primeiros a aparecer. “Só é pena que os grandes não estejam lá, mas eles ainda vão meter uma cunha para participarem também no nosso debate, porque vão perceber que as pessoas estão mesmo descontentes”, admitia Vitorino Silva.

5 orçamentos mais baixos

MPT

Apresentou um orçamento de zero euros para 20 círculos eleitorais

PURP

Prevê gastar 1 500 euros em 19 círculos

PNR

Concorre em todo o País e prevê gastos de 1 500 euros

PTP

As duas semanas de campanha nacional custarão 4 000 euros

LIVRE

Concorre em todos os círculos e apresentou um orçamento com uma previsão de despesas de 11 mil euros

Quando lhe ligaram de uma empresa de sondagens para saber em quem ia votar nas legislativas, Vitorino Silva não teve dúvidas: “No RIR”, respondeu. “Nesse momento, desligaram-me a chamada”, desabafa o político que o País se habituou a reconhecer por um nome mais familiar, Tino de Rans. “Mas não era piada nenhuma!”, explica à VISÃO o ex-candidato presidencial. Do outro lado da linha não perceberam que Vitorino estava a falar do seu próprio partido – o Reagir, Incluir, Reciclar –, que o Tribunal Constitucional reconheceu em maio deste ano.

“Eu tenho visibilidade, tenho muita visibilidade, o RIR é que não tem nenhuma”, lamenta Tino de Rans. Essa ideia de uma certa – ou mesmo absoluta – exclusão do espaço mediático é transversal a todos os líderes partidários com os quais a VISÃO falou nos últimos dias. Estão no terreno, marcam iniciativas para mostrar aos eleitores ao que vão no dia 6 de outubro, mas depois (quase) nunca há uma câmara de televisão por perto, um microfone que os ouça ou uma linha que se escreva sobre os chamados pequenos partidos.

Há dois meses na estrada, Pedro Santana Lopes fartou-se de “ser posto de lado” e, na semana passada, invadiu a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) com mais cinquenta militantes do Aliança, num protesto simbólico contra a falta de cobertura mediática da pré-campanha do seu partido. “A ERC tem de definir como é feita a cobertura da campanha. Que definam se temos direito a uma cobertura de um terço do PS ou um quinto do Bloco de Esquerda! Definam as coisas para nós sabermos o que fazer”, reclamava, na altura, em declarações ao Público. Nesse dia, mais de uma dezena de meios de comunicação social falaram com o antigo primeiro-ministro ou, pelo menos, deram nota da iniciativa que o Aliança montou.

Santana faz agora parte de um clube maior. Depois das últimas legislativas, além do Aliança e do RIR, nasceram também o Chega, de André Ventura, e o Iniciativa Liberal – que não é de ninguém porque nunca viveu à sombra de uma figura de peso da política nacional. Têm em comum o facto de se estrearem na corrida a um lugar na Assembleia da República, mas mesmo eles formam uma pequena parte dos chamados “pequenos partidos”. Para o grupo ficar completo, é preciso juntar-lhe mais uma dúzia de forças políticas, nas quais muitos ilustres desconhecidos se cruzam com antigos autarcas, eurodeputados, candidatos presidenciais (Paulo de Morais, do Nós, Cidadãos, também concorreu a Belém, em 2016) e, claro, antigos primeiros-ministros.

Contornar o bloqueio

O raciocínio é este: sem acesso ao palco mediático, o grande público não chega a conhecer os partidos que se lançam nestas eleições; e, se não conhece os partidos, também não vai conhecer aquilo que se propõem defender se um dia chegarem à Assembleia da República. Conclusão: no dia 6, quando as urnas fecharem, não há votos suficientes que permitam cumprir o objetivo. É por isso que todos reclamam a atenção das câmaras. No entanto, também há quem dê a volta ao jogo.

“Não gosto de me queixar, os pequenos têm de conquistar o seu espaço e fazer por despertar o interesse dos canais televisivos porque, se não nos dão espaço, temos de conquistá-lo por outros meios”, explica Carlos Guimarães Pinto, presidente do Iniciativa Liberal (IL). É isso que muitos já estão a fazer.

Santana – um profundo conhecedor das regras do jogo – invadiu a ERC; Marinho e Pinto chamou o rosto da greve dos motoristas para a linha da frente do combate político; o Chega também foi buscar líderes sindicais (naquele caso, da PSP); e o Iniciativa Liberal tem apostado em vídeos e cartazes originais que se tornam virais. E, no final, vão conseguindo aquilo que à partida lhes estava vetado. “A verdade é que se os partidos souberem comunicar de forma inteligente fora das televisões, elas começam a falar de nós”, resume o líder do IL.

Carlos Guimarães Pinto partilha um grupo de WhatsApp com outros dois elementos do partido. É ali que começa o brainstorming sobre as campanhas que vão desenvolver – como a do cartaz com a hashtag #ComPrimos, que atingiu o Governo numa das polémicas mais quentes da legislatura.

De luzes apagadas

Santana Lopes estava habituado a ter palco. Com um percurso de décadas ligado à política local – na Figueira da Foz e, depois, em Lisboa – e nacional – com a passagem por São Bento e com o peso que foi conquistando dentro do PSD –, nunca precisou de esforços redobrados para ter atenção mediática. É isso que os outros “pequenos” não lhe perdoam e que fazem questão de sublinhar, numa espécie de guerra paralela à que anunciam contra a comunicação social.

“Pedro Santana Lopes (PSL) até tem sorte, foi primeiro-ministro e tem uma visibilidade que nós não temos, porque, se fosse eu [a invadir a ERC], já não saía do tribunal, ficava lá numa gaveta”, anota Gonçalo da Câmara Pereira, presidente do Partido Popular Monárquico. “A queixa é extremamente legítima, concordo absolutamente com Pedro Santana Lopes, com um senão: ele esteve lá 40 anos e não se preocupou com os mais pequeninos”, lembra Fernando Loureiro, presidente do Partido Unido dos Reformados e Pensionistas (PURP). “Se alguém tem motivos de queixa, são os pequenos partidos que não resultam de cisões dentro dos grandes, como o Aliança ou o Chega”, atira Carlos Guimarães Pinto. O presidente do Iniciativa Liberal garante que o seu partido teve “menos tempo do que esses dois, nos primeiros dias em que existiram”. Pelas suas contas, no último ano, o IL “não teve mais de cinco minutos” nas grelhas de televisão. “Quando foi primeiro-ministro, aí soube-lhe muito bem os privilégios de que usufruía, mas agora que está no outro lado quer mudar”, conclui Marinho e Pinto.

O antigo primeiro-ministro parecia adivinhar o que aí vinha. Num vídeo publicado esta segunda-feira nas redes sociais, horas antes do primeiro debate a dois entre candidatos às legislativas (Costa e Jerónimo), Santana denunciava o “tratamento VIP” dado aos partidos com assento parlamentar e defendia-se: “Não foi agora que acordei para esta realidade”, disse, lembrando que recusou propostas de extinção de pequenos partidos quando esteve em São Bento e que tentou coligações com forças mais pequenas quando passou pelo poder local.

A “barreira” do poder

Num ponto, todos os partidos mais pequenos concordam: há uma “barreira” que os mantém afastados dos holofotes mediáticos. “Há dez anos que chamamos a atenção para o facto de a democracia estar a afunilar”, diz Gonçalo da Câmara Pereira. “Somos ostracizados por toda a comunicação social”, queixa-se Fernando Loureiro, presidente do Partido Unido dos Reformados e Pensionistas (PURP).

E o que explica esse desinteresse? Há várias teses. “Os órgãos de comunicação social deixaram de ser contrapoder, foram aliciados, inebriados com a possibilidade de serem parte do poder e não repararam que estão transformados num órgão de propaganda”, argumenta Marinho e Pinto. “Foram tomados pelas máquinas dos partidos, sobretudo as rádios e as televisões, e criaram uma democracia de primeira e outra de segunda, com partidos de primeira divisão e partidos de segunda”, acrescenta Gonçalo da Câmara Pereira. “É uma democracia fictícia, terceiro-mundista”, junta-se-lhes Vitorino Silva.

A RTP surge na linha de fogo por ser um órgão de comunicação social público e por ser um canal de televisão – porque, apesar de tudo, é o meio mais eficaz para quem precisa de chegar ao maior número de pessoas para fazer passar a sua mensagem. Já havia uma insatisfação generalizada com a falta de acompanhamento no terreno, mas a gota de água parece ter sido a aparente opção da estação pública de organizar debates a dois entre os líderes dos partidos com assento parlamentar e debates conjuntos entre esses mesmos líderes, mas deixando de fora todos os outros.

Durante várias semanas, era esse o modelo que se anunciava: Costa debatia com Rio, que discutia com Catarina Martins, que defrontava Assunção Cristas, que teria pela frente Jerónimo de Sousa, que, por sua vez, não debatia com ninguém a não ser que esse confronto fosse transmitido em sinal aberto. Depois, houve uma inversão.

Nada garante que a RTP (ou qualquer órgão de comunicação social em Portugal) vá acompanhar todos os candidatos de todos os partidos que concorrem a estas eleições ou, sequer, os líderes de cada um desses partidos no chamado “roteiro da carne assada”. Até porque o número recorde de partidos na corrida – em vários círculos, há 21 candidaturas inscritas – torna impossível um acompanhamento em permanência por parte das redações que não têm equipas suficientes para essa tarefa monumental. Mas, neste braço de ferro retórico, os pequenos ganharam uma batalha: no início da semana, a RTP divulgou a grelha de debates para as próximas semanas e, surpresa, o dia 30 de setembro surge com a referência de que haverá um debate, às 21 horas, entre “os partidos sem assento parlamentar”. Serão 120 minutos de troca de argumentos entre aqueles que pretendem repetir o caminho de Marinho e Pinto, nas europeias de 2014, ou fazer como André Silva, nas legislativas do ano seguinte: serem eleitos.

Detalhe: na terça-feira à tarde, a notícia ainda não tinha chegado aos interessados. Iniciativa Liberal, RIR ou PURP não sabiam que teriam acesso ao sinal aberto da RTP1, mas garantiam que, se o convite lhes chegasse, seriam os primeiros a aparecer. “Só é pena que os grandes não estejam lá, mas eles ainda vão meter uma cunha para participarem também no nosso debate, porque vão perceber que as pessoas estão mesmo descontentes”, admitia Vitorino Silva.

5 orçamentos mais baixos

MPT

Apresentou um orçamento de zero euros para 20 círculos eleitorais

PURP

Prevê gastar 1 500 euros em 19 círculos

PNR

Concorre em todo o País e prevê gastos de 1 500 euros

PTP

As duas semanas de campanha nacional custarão 4 000 euros

LIVRE

Concorre em todos os círculos e apresentou um orçamento com uma previsão de despesas de 11 mil euros

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