Ricardo Arroja, o liberal que quer romper com o eixo horizontal direita-esquerda em prol de uma doutrina vertical

22-05-2019
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“Conhece a Iniciativa Liberal? É um partido novo”, pergunta e responde de pronto o cabeça de lista da Iniciativa Liberal, numa ação de campanha, esta terça-feira, na semanal Feira de Braga. “Ok”, replicam as feirantes mais preocupadas em vender do que em escutar cantos de sereia, enquanto outras lá olham para o folheto com a cara do candidato-estreante às eleições europeias e concedem um “sei quem é” ou “já o vi, acho que na televisão”.

Cassandra, vendedora de vestuário feminino, é a exceção que confirma a regra, ao declarar sem hesitações que conhece “perfeitamente” Ricardo Arroja. “Também sou do Porto, por isso aqui sinta-se em casa”, atira, incentivando o candidato a explicar ao que vai: “Somos um partido que vai concorrer pela primeira vez, que é novo e nada tem com os políticos do passado, que defende menos impostos e menos burocracia e mais liberdade para as pessoas decidirem o que querem para si e para o país, em vez do Estado central”.

À questão “posso contar com o seu voto?”, a jovem Cassandra declina um enigmático “pode ser que sim”, porque, ao contrário da homónima profeta da desgraça, encara com simpatia o nascimento de novos partidos. “Quantos mais melhor, pois são mais escolhas, mais democracia”, sentencia, mesmo que da banca ao lado advirtam que “os partidos são todos iguais” e que, se estiver bom tempo domingo, “o povo vai é para a praia”.

Votem ou não, nas bancas já lá estão os flyers do Bloco de Esquerda, que também andou pela Feira de Braga e a CDU. “Agora que querem votos, vêm todos cá ter”, afirmam os mercadores ambulantes, queixosos das vendas fracas e dos impostos pagos para terem banca no espaço da feira. “Isto é uma pouca vergonha. Os que estão cá dentro têm de pagar para cima de €50 por mês, os que estão do outro lado da estrada, no campo, é de borla, fazem preços mais baratos e vendem mais”, diz Jorge Gomes, arrancando à vizinha da banca em frente o comentário que “uns são filhos da mãe, outros filhos do pai”.

“Querem ajudar-nos? Comprem camisas!”

A revolta dos comerciantes é que já apresentaram várias queixas aos vereadores da Câmara de Braga e “até agora nada”. O economista e docente Ricardo Arroja atalha que é para ouvir “os anseios das pessoas” que a Iniciativa Liberal foi a Braga e poder dar resposta e ajudar. “Querem ajudar-nos? Comprem camisas. Se comprarem todos uma camisinha, isso melhorava hoje uma boa ajudinha”, pede o veterano da feira João Paulo Pereira à comitiva de uma dezena de membros e apoiantes.

Quando a caravana passa, João Paulo avança ao Expresso que domingo “vai experimentar estes, que nunca lá estiveram”, agradado com a perspetiva de pagar menos impostos e a ideia de um “mercado mais livre”, a nível nacional e europeu. “Uma Europa de mercado livre. Uma Europa que promove o livre comércio. Uma Europa que aprofunda o mercado único. Uma Europa que promove a concorrência fiscal...”, lê no folheto, depois de ouvir o candidato a eurodeputado, antes de rematar: “Oxalá não fique igual aos outros, quando for para Bruxelas ganhar €15 mil por mês”.

Outra das razões para dar “o benefício” à Iniciativa Liberal é que não andou a “amparar os professores, como se em Portugal fossem os únicos a ter uma profissão stressante”, refere, desabafando que também “stressa quando o negócio vai fraco”.

Apesar de a Iniciativa Liberal ter apostado numa campanha nas redes socais para conquistar os mais jovens - “os mais alheados da política e talvez os que mais pesam na abstenção crescente -, Ricardo Arroja justifica as romarias à feira e as tradicionais arruadas pela necessidade que o partido e ele “ganharem notoriedade junto do público”, além de ser essencial para quem quer representar o país no Parlamento Europeu “ficar a saber o que querem os portugueses”.

“E é preciso lembrar às pessoas o quanto as eleições europeias são importantes, o quanto da nova vida quotidiana é decidido em Bruxelas”, afirma, recordando que 80% da legislação nacional é emanada de normas e leis aprovadas na UE. O partido constituído em 2017 e com 400 militantes de cartão espalhados pelo país não se posiciona como sendo de direita ou de esquerda, afirmando o professor universitário que defende “a liberdade económica, política e social”.

Para Arroja, o eixo horizontal direita-esquerda deve ser substituído por um eixo vertical, “no cimo do qual está a iniciativa privada e em que o Estado está ao serviço das pessoas”. O economista assume que o setor privado deve ser a força motriz da sociedade e do mercado concorrencial, defendendo ser um erro “que o Estado continue a ser vendido pelos partidos tradicionais como a solução para o desenvolvimento do país”.

Depois do banho de feira, a Iniciativa Liberal optou por fazer uma visita mais reservada ao CeNTI - Centro de Nanotecnologia e Matrias Técnicos, Funcionais e Inteligentes, em Famalicão. Ricardo Arroja justificou a visita ao laboratório de tecnologia de ponta e de transferência de conhecimento para as setores automóvel, da saúde, da construção ou têxtil por ser um exemplo de sucesso da iniciativa privada e de competitividade de inovação a nível mundial.

A campanha da Iniciativa Liberal irá encerrar, sexta-feira, num café-restaurante histórico no centro de Braga e aguardará os resultados da sua primeira noite eleitoral num restaurante na Baixa do Porto.

“Conhece a Iniciativa Liberal? É um partido novo”, pergunta e responde de pronto o cabeça de lista da Iniciativa Liberal, numa ação de campanha, esta terça-feira, na semanal Feira de Braga. “Ok”, replicam as feirantes mais preocupadas em vender do que em escutar cantos de sereia, enquanto outras lá olham para o folheto com a cara do candidato-estreante às eleições europeias e concedem um “sei quem é” ou “já o vi, acho que na televisão”.

Cassandra, vendedora de vestuário feminino, é a exceção que confirma a regra, ao declarar sem hesitações que conhece “perfeitamente” Ricardo Arroja. “Também sou do Porto, por isso aqui sinta-se em casa”, atira, incentivando o candidato a explicar ao que vai: “Somos um partido que vai concorrer pela primeira vez, que é novo e nada tem com os políticos do passado, que defende menos impostos e menos burocracia e mais liberdade para as pessoas decidirem o que querem para si e para o país, em vez do Estado central”.

À questão “posso contar com o seu voto?”, a jovem Cassandra declina um enigmático “pode ser que sim”, porque, ao contrário da homónima profeta da desgraça, encara com simpatia o nascimento de novos partidos. “Quantos mais melhor, pois são mais escolhas, mais democracia”, sentencia, mesmo que da banca ao lado advirtam que “os partidos são todos iguais” e que, se estiver bom tempo domingo, “o povo vai é para a praia”.

Votem ou não, nas bancas já lá estão os flyers do Bloco de Esquerda, que também andou pela Feira de Braga e a CDU. “Agora que querem votos, vêm todos cá ter”, afirmam os mercadores ambulantes, queixosos das vendas fracas e dos impostos pagos para terem banca no espaço da feira. “Isto é uma pouca vergonha. Os que estão cá dentro têm de pagar para cima de €50 por mês, os que estão do outro lado da estrada, no campo, é de borla, fazem preços mais baratos e vendem mais”, diz Jorge Gomes, arrancando à vizinha da banca em frente o comentário que “uns são filhos da mãe, outros filhos do pai”.

“Querem ajudar-nos? Comprem camisas!”

A revolta dos comerciantes é que já apresentaram várias queixas aos vereadores da Câmara de Braga e “até agora nada”. O economista e docente Ricardo Arroja atalha que é para ouvir “os anseios das pessoas” que a Iniciativa Liberal foi a Braga e poder dar resposta e ajudar. “Querem ajudar-nos? Comprem camisas. Se comprarem todos uma camisinha, isso melhorava hoje uma boa ajudinha”, pede o veterano da feira João Paulo Pereira à comitiva de uma dezena de membros e apoiantes.

Quando a caravana passa, João Paulo avança ao Expresso que domingo “vai experimentar estes, que nunca lá estiveram”, agradado com a perspetiva de pagar menos impostos e a ideia de um “mercado mais livre”, a nível nacional e europeu. “Uma Europa de mercado livre. Uma Europa que promove o livre comércio. Uma Europa que aprofunda o mercado único. Uma Europa que promove a concorrência fiscal...”, lê no folheto, depois de ouvir o candidato a eurodeputado, antes de rematar: “Oxalá não fique igual aos outros, quando for para Bruxelas ganhar €15 mil por mês”.

Outra das razões para dar “o benefício” à Iniciativa Liberal é que não andou a “amparar os professores, como se em Portugal fossem os únicos a ter uma profissão stressante”, refere, desabafando que também “stressa quando o negócio vai fraco”.

Apesar de a Iniciativa Liberal ter apostado numa campanha nas redes socais para conquistar os mais jovens - “os mais alheados da política e talvez os que mais pesam na abstenção crescente -, Ricardo Arroja justifica as romarias à feira e as tradicionais arruadas pela necessidade que o partido e ele “ganharem notoriedade junto do público”, além de ser essencial para quem quer representar o país no Parlamento Europeu “ficar a saber o que querem os portugueses”.

“E é preciso lembrar às pessoas o quanto as eleições europeias são importantes, o quanto da nova vida quotidiana é decidido em Bruxelas”, afirma, recordando que 80% da legislação nacional é emanada de normas e leis aprovadas na UE. O partido constituído em 2017 e com 400 militantes de cartão espalhados pelo país não se posiciona como sendo de direita ou de esquerda, afirmando o professor universitário que defende “a liberdade económica, política e social”.

Para Arroja, o eixo horizontal direita-esquerda deve ser substituído por um eixo vertical, “no cimo do qual está a iniciativa privada e em que o Estado está ao serviço das pessoas”. O economista assume que o setor privado deve ser a força motriz da sociedade e do mercado concorrencial, defendendo ser um erro “que o Estado continue a ser vendido pelos partidos tradicionais como a solução para o desenvolvimento do país”.

Depois do banho de feira, a Iniciativa Liberal optou por fazer uma visita mais reservada ao CeNTI - Centro de Nanotecnologia e Matrias Técnicos, Funcionais e Inteligentes, em Famalicão. Ricardo Arroja justificou a visita ao laboratório de tecnologia de ponta e de transferência de conhecimento para as setores automóvel, da saúde, da construção ou têxtil por ser um exemplo de sucesso da iniciativa privada e de competitividade de inovação a nível mundial.

A campanha da Iniciativa Liberal irá encerrar, sexta-feira, num café-restaurante histórico no centro de Braga e aguardará os resultados da sua primeira noite eleitoral num restaurante na Baixa do Porto.

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