Cristas vs André Silva. CDS ao ataque contra o “autoritarismo” e o “totalitarismo” do PAN

14-10-2019
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“Eu queria era ouvir o PAN sobre outros assuntos.” A frase é de Assunção Cristas, que expressou o desejo ainda o debate contra André Silva, na RTP3, ia no início. E espelha o que foi boa parte da discussão: a líder do CDS esforçou-se por provar que o PAN é um partido “errático” e um “poço de contradições”, sem uma agenda consistente, tentando colocar André Silva fora da zona de conforto em que se tem mantido durante boa parte dos debates, durante os quais tem conseguido quase sempre cingir-se ao tema do ambiente.

Se o tom de Cristas foi agressivo, o de André Silva não ficou atrás: às acusações da presidente do CDS sobre o caráter “autoritário, ditatorial” e “profundamente ideológico” do programa do adversário, o porta-voz do PAN respondeu com críticas ao “negacionismo” e à “demagogia” do CDS. Ingredientes para um debate muito vivo, que demonstrou as profundas diferenças entre as ideias dos dois partidos — e deixou André Silva com muitas explicações a dar.

A discussão começou pelas questões económicas, sobretudo nas propostas para a área fiscal, e com Assunção Cristas a aproveitar para colar André Silva ao PS, lembrando que o PAN viabilizou ou aprovou todos os orçamentos da ‘geringonça’. Um rótulo que André Silva pareceu aceitar com agrado, chegando a fazer um verdadeiro eco das críticas que António Costa fez na sexta-feira, também em debate contra Assunção Cristas, às contas do programa do CDS: “Não propomos baixar todos os impostos com contas que, tem sido demonstrado, nos podem conduzir a uma situação financeira calamitosa.”

Seria o princípio dos ataques de Assunção Cristas à “desonestidade intelectual” do adversário — e do escrutínio que fez questão de trazer ao programa do PAN. “Vejo medidas atrás de medidas com contas não explicadas”, garantiu a presidente do CDS. “480 medidas, contei-as eu, com aumentos de impostos.” E quis “ouvir o PAN sobre outros assuntos”.

Houve oportunidade para isso quando o moderador, António José Teixeira, introduziu o tema da Saúde e das propostas para a ADSE — o CDS defende o alargamento, voluntário, a todos os trabalhadores; André Silva atacou, dizendo que o CDS faz a defesa dos interesses dos privados. Mas logo a discussão, como tem acontecido recorrentemente nos debates com o líder do PAN, caminhou para os temas do ambiente.

E foi aqui que Cristas aproveitou para tentar desarmadilhar o discurso do partido num tema que lhe é absolutamente central. Contou as vezes que aparecem, no programa do PAN, variações do verbo “proibir” — 38 — para lhe colar o rótulo de “profundamente ideológico, contra a liberdade” e “ditatorial e autoritário”. Falou às famílias para explicar que, com a retirada dos apoios à indústria da carne e do leite, o preço de um lombo de porco ou de um litro de leite poderia triplicar. Em resposta, um ataque de André Silva, que considerou o CDS um partido “negacionista” e “capturado” pelos interesses das grandes indústrias, lembrando as responsabilidades das mesmas pela deflorestação na Amazónia — mas precisou de continuar a defender-se e a justificar as suas próprias medidas.

Para o final, Cristas reservava uma última arma: desmontar as medidas do PAN para a Justiça, incluindo o agravamento de penas para fogos florestais e violência doméstica mas não para corrupção, violência doméstica, pedofilia, violações. “Propõe um conjunto de propostas sem que as pense — aliás, no final dos debates, elas mudam.” Em resumo, um partido “errático”, “um poço de contradições”, garantiu. “É a demagogia total”, respondeu André Silva.

Para Cristas, o confronto foi uma boa oportunidade para falar ao seu eleitorado, mais conservador, e se mostrar segura e preparada. Para André Silva, talvez o único debate em que se viu obrigado a sair da sua zona de conforto — e a explicar-se sobre uma série de áreas ainda por explorar no seu discurso político.

“Eu queria era ouvir o PAN sobre outros assuntos.” A frase é de Assunção Cristas, que expressou o desejo ainda o debate contra André Silva, na RTP3, ia no início. E espelha o que foi boa parte da discussão: a líder do CDS esforçou-se por provar que o PAN é um partido “errático” e um “poço de contradições”, sem uma agenda consistente, tentando colocar André Silva fora da zona de conforto em que se tem mantido durante boa parte dos debates, durante os quais tem conseguido quase sempre cingir-se ao tema do ambiente.

Se o tom de Cristas foi agressivo, o de André Silva não ficou atrás: às acusações da presidente do CDS sobre o caráter “autoritário, ditatorial” e “profundamente ideológico” do programa do adversário, o porta-voz do PAN respondeu com críticas ao “negacionismo” e à “demagogia” do CDS. Ingredientes para um debate muito vivo, que demonstrou as profundas diferenças entre as ideias dos dois partidos — e deixou André Silva com muitas explicações a dar.

A discussão começou pelas questões económicas, sobretudo nas propostas para a área fiscal, e com Assunção Cristas a aproveitar para colar André Silva ao PS, lembrando que o PAN viabilizou ou aprovou todos os orçamentos da ‘geringonça’. Um rótulo que André Silva pareceu aceitar com agrado, chegando a fazer um verdadeiro eco das críticas que António Costa fez na sexta-feira, também em debate contra Assunção Cristas, às contas do programa do CDS: “Não propomos baixar todos os impostos com contas que, tem sido demonstrado, nos podem conduzir a uma situação financeira calamitosa.”

Seria o princípio dos ataques de Assunção Cristas à “desonestidade intelectual” do adversário — e do escrutínio que fez questão de trazer ao programa do PAN. “Vejo medidas atrás de medidas com contas não explicadas”, garantiu a presidente do CDS. “480 medidas, contei-as eu, com aumentos de impostos.” E quis “ouvir o PAN sobre outros assuntos”.

Houve oportunidade para isso quando o moderador, António José Teixeira, introduziu o tema da Saúde e das propostas para a ADSE — o CDS defende o alargamento, voluntário, a todos os trabalhadores; André Silva atacou, dizendo que o CDS faz a defesa dos interesses dos privados. Mas logo a discussão, como tem acontecido recorrentemente nos debates com o líder do PAN, caminhou para os temas do ambiente.

E foi aqui que Cristas aproveitou para tentar desarmadilhar o discurso do partido num tema que lhe é absolutamente central. Contou as vezes que aparecem, no programa do PAN, variações do verbo “proibir” — 38 — para lhe colar o rótulo de “profundamente ideológico, contra a liberdade” e “ditatorial e autoritário”. Falou às famílias para explicar que, com a retirada dos apoios à indústria da carne e do leite, o preço de um lombo de porco ou de um litro de leite poderia triplicar. Em resposta, um ataque de André Silva, que considerou o CDS um partido “negacionista” e “capturado” pelos interesses das grandes indústrias, lembrando as responsabilidades das mesmas pela deflorestação na Amazónia — mas precisou de continuar a defender-se e a justificar as suas próprias medidas.

Para o final, Cristas reservava uma última arma: desmontar as medidas do PAN para a Justiça, incluindo o agravamento de penas para fogos florestais e violência doméstica mas não para corrupção, violência doméstica, pedofilia, violações. “Propõe um conjunto de propostas sem que as pense — aliás, no final dos debates, elas mudam.” Em resumo, um partido “errático”, “um poço de contradições”, garantiu. “É a demagogia total”, respondeu André Silva.

Para Cristas, o confronto foi uma boa oportunidade para falar ao seu eleitorado, mais conservador, e se mostrar segura e preparada. Para André Silva, talvez o único debate em que se viu obrigado a sair da sua zona de conforto — e a explicar-se sobre uma série de áreas ainda por explorar no seu discurso político.

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