Paulo Portas: a Viúva Política da TSU e a retaliação de Passos Coelho!

15-10-2019
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Paulo Portas não é apenas o vice-Primeiro-Ministro: afinal, desde o passado Verão, que o líder do CDS/PP é, de facto, o novo Primeiro-Ministro! Se Paulo Portas, enquanto Ministro dos Negócios Estrangeiros, passava os dias fora dando a imagem de um outsider do Governo, sem qualquer responsabilidade nas decisões trágicas para Portugal do Governo, a verdade é que, presentemente, tem sido ele a dar a cara pelas medidas socialmente mais difíceis do executivo, libertando Passos Coelho e o PSD.

Pois bem, recordo os meus caríssimos leitores que escrevi no meu último texto que o discurso ensaiado já por Passos Coelho no debate de quarta-feira na RTP mostrava algo muito significativo no que concerne ao funcionamento interno do Governo. Afinal, as tensões não desapareceram: vive-se um clima de "guerra civil" no interior do executivo, com Passos Coelho a revelar (pela enésima vez!) que não tem perfil de líder, nem tão pouco habilidade ou sequer vocação de liderança. Em rigor, temos quatro facções no Conselho de Ministros: uma liderada pela Ministra das Finanças, coadjuvada por José Pedro Aguiar-Branco (o tal que se afirmava social-democrata, mas que afinal se assume como um defensor da linha financeirista ortodoxa); outra cujo principal figura é Miguel Macedo, que começa a construir um caminho próprio e já anda mais preocupado com o controlo da máquina partidária do que propriamente com as suas funções como Ministro da Administração Interna (será que também já a pensar nas presidenciais, tentando lançar a candidatura de Luís Marques Mendes? Os dois mantêm uma relação de grande amizade e inquebrantável lealdade política, sendo Macedo a fonte das revelações semanais de Marques Mendes...); outra liderada por Paula Teixeira da Cruz, a qual, desde o início que tem feito um caminho solitário no Governo, comentando os seus próprios colegas na comunicação social (o que é uma originalidade: uma Ministra da Justiça que comenta o desempenho dos seus pares do Conselho de Ministros!) e que, inclusive, poderá em breve abandonar o Governo Passos Coelho. E, depois, temos Paulo Portas: ora, o líder do CDS sabe que vive dias muito complicados. É que o Orçamento para 2014 vai ser o Orçamento Paulo Portas: mesmo que discorde pontualmente do alcance de algumas medidas, Portas vai ser o rosto de defesa da política financeira do Governo, sendo essa, afinal, a sua grande missão como Vice-Primeiro-Ministro.

De facto, Passos Coelho sempre poderá dizer que foi Paulo Portas quem negociou com a troika; a tal negociação política, enfim, não se revelou tão determinante como os analistas previam inicialmente, pois a troika - ironia do destino! - foi mais exigente e inflexível com uma negociação política (liderada por Paulo Portas) do que havia sido com uma negociação técnica (liderada por Vítor Gaspar!); Paulo Portas venceu na inviabilização da "tsu dos idosos" e, por conseguinte, é o responsável máximo pela "tsu das viúvas", como muito bem apelidou o Daniel Oliveira. Assim se compreende a tentativa de entalar Paulo Portas que teve origem no gabinete do Primeiro-Ministro: note-se que a propósito do corte das pensões de sobrevivência, ocorreu uma fuga de informação que antecipou a revelação da medida, a qual só deveria ter ocorrido aquando da apresentação do Orçamento de Estado para 2014. Isto para quê? Para evitar o contínuo desgaste do PSD e de Passos Coelho, derrotados esmagadoramente nas eleições autárquicas, e concentrar as atenções críticas e a censura política da opinião pública em Paulo Portas e no CDS/PP. No fundo, a "TSU das viúvas" é a retaliação de Passos Coelho face ao "penta do CDS" nas autárquicas. E Paulo Portas, por muito habilidoso que seja - e é, não tem sido conseguido minimizar os efeitos da traição que esta medida representa para o eleitorado base do CDS/PP.

Não deixa, no entanto, que a principal preocupação de Passos Coelho seja destruir Paulo Portas e o seu "Penta", em vez de governar o país e procurar as melhores soluções para o futuro dos portugueses. Com líderes mesquinhos como Passos Coelho, bem podemos cortar na despesa, reduzir a dívida pública, que nunca sairemos da cepa torta...Enfim, Paulo Portas, com a TSU das Viúvas, poderá tornar-se a Viúva política da TSU!

Paulo Portas não é apenas o vice-Primeiro-Ministro: afinal, desde o passado Verão, que o líder do CDS/PP é, de facto, o novo Primeiro-Ministro! Se Paulo Portas, enquanto Ministro dos Negócios Estrangeiros, passava os dias fora dando a imagem de um outsider do Governo, sem qualquer responsabilidade nas decisões trágicas para Portugal do Governo, a verdade é que, presentemente, tem sido ele a dar a cara pelas medidas socialmente mais difíceis do executivo, libertando Passos Coelho e o PSD.

Pois bem, recordo os meus caríssimos leitores que escrevi no meu último texto que o discurso ensaiado já por Passos Coelho no debate de quarta-feira na RTP mostrava algo muito significativo no que concerne ao funcionamento interno do Governo. Afinal, as tensões não desapareceram: vive-se um clima de "guerra civil" no interior do executivo, com Passos Coelho a revelar (pela enésima vez!) que não tem perfil de líder, nem tão pouco habilidade ou sequer vocação de liderança. Em rigor, temos quatro facções no Conselho de Ministros: uma liderada pela Ministra das Finanças, coadjuvada por José Pedro Aguiar-Branco (o tal que se afirmava social-democrata, mas que afinal se assume como um defensor da linha financeirista ortodoxa); outra cujo principal figura é Miguel Macedo, que começa a construir um caminho próprio e já anda mais preocupado com o controlo da máquina partidária do que propriamente com as suas funções como Ministro da Administração Interna (será que também já a pensar nas presidenciais, tentando lançar a candidatura de Luís Marques Mendes? Os dois mantêm uma relação de grande amizade e inquebrantável lealdade política, sendo Macedo a fonte das revelações semanais de Marques Mendes...); outra liderada por Paula Teixeira da Cruz, a qual, desde o início que tem feito um caminho solitário no Governo, comentando os seus próprios colegas na comunicação social (o que é uma originalidade: uma Ministra da Justiça que comenta o desempenho dos seus pares do Conselho de Ministros!) e que, inclusive, poderá em breve abandonar o Governo Passos Coelho. E, depois, temos Paulo Portas: ora, o líder do CDS sabe que vive dias muito complicados. É que o Orçamento para 2014 vai ser o Orçamento Paulo Portas: mesmo que discorde pontualmente do alcance de algumas medidas, Portas vai ser o rosto de defesa da política financeira do Governo, sendo essa, afinal, a sua grande missão como Vice-Primeiro-Ministro.

De facto, Passos Coelho sempre poderá dizer que foi Paulo Portas quem negociou com a troika; a tal negociação política, enfim, não se revelou tão determinante como os analistas previam inicialmente, pois a troika - ironia do destino! - foi mais exigente e inflexível com uma negociação política (liderada por Paulo Portas) do que havia sido com uma negociação técnica (liderada por Vítor Gaspar!); Paulo Portas venceu na inviabilização da "tsu dos idosos" e, por conseguinte, é o responsável máximo pela "tsu das viúvas", como muito bem apelidou o Daniel Oliveira. Assim se compreende a tentativa de entalar Paulo Portas que teve origem no gabinete do Primeiro-Ministro: note-se que a propósito do corte das pensões de sobrevivência, ocorreu uma fuga de informação que antecipou a revelação da medida, a qual só deveria ter ocorrido aquando da apresentação do Orçamento de Estado para 2014. Isto para quê? Para evitar o contínuo desgaste do PSD e de Passos Coelho, derrotados esmagadoramente nas eleições autárquicas, e concentrar as atenções críticas e a censura política da opinião pública em Paulo Portas e no CDS/PP. No fundo, a "TSU das viúvas" é a retaliação de Passos Coelho face ao "penta do CDS" nas autárquicas. E Paulo Portas, por muito habilidoso que seja - e é, não tem sido conseguido minimizar os efeitos da traição que esta medida representa para o eleitorado base do CDS/PP.

Não deixa, no entanto, que a principal preocupação de Passos Coelho seja destruir Paulo Portas e o seu "Penta", em vez de governar o país e procurar as melhores soluções para o futuro dos portugueses. Com líderes mesquinhos como Passos Coelho, bem podemos cortar na despesa, reduzir a dívida pública, que nunca sairemos da cepa torta...Enfim, Paulo Portas, com a TSU das Viúvas, poderá tornar-se a Viúva política da TSU!

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