Passos vê duas saídas em caso de crise: um Governo de coligação PS/BE/PCP ou eleições

02-03-2016
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Pedro Passos Coelho exclui voltar ao poder sem eleições. O anúncio da sua recandidatura a líder do PSD foi dominado pela dúvida: o que fará se a "geringonça" partir? E embora a sua moção de estratégia seja propositadamente pouco clara - Passos não quer alimentar a ideia de que está a torcer por uma crise -, acaba por elencar as duas saídas que encara para uma eventual crise política: o PCP ou o BE irem para o Governo ou haver eleições.

"Qualquer crise que sobrevenha no atual quadro parlamentar não pode deixar de resultar do desentendimento gerado no seio da maioria que suporta o Governo", lê-se na moção. Logo a seguir, Passos conclui: "Saber se tal contingência originará um outro Governo de coligação entre as forças que atualmente apoiam o Governo ou se acabará por conduzir à realização de eleições é matéria que não cabe, a esta distância e a quem lidera a oposição, especular".

"Quem foi eleito Presidente da República não aceitou especular. Estamos muito sintonizados nessa matéria", afirmou Passos Coelho aos jornalistas. Na moção, o líder do PSD lembra que o seu partido "não deixará de estar sempre preparado para reassumir responsabilidades de Governo, se a isso vier a conduzir o esgotamento da solução protagonizada pelo PS".

Também lembra ser "certo que existem mecanismos no quadro constitucional que permitirão aos partidos políticos com responsabilidades parlamentares e ao sr. Presidente da República avaliarem as melhores soluções a adotar em face das circunstâncias concretas". E foi quanto baste para gerar a ideia - de imediato divulgada e logo a seguir desmentida pelo assessor de imprensa de Passos - de que o líder social-democrata estava a admitir voltar ao poder sem eleições.

Luis Barra

No parágrafo onde concretiza as saídas que vê em caso de crise, Passos é claro: ou um novo Governo de esquerda com um reforço da atual maioria em forma de coligação. Ou eleições. De viva voz, o líder do PSD recusou-se sempre a dizê-lo: "Não vou criar cenários de resposta a uma crise que não sei se vai existir", repetiu aos jornalistas. Deixando claro estar "muito de acordo com a drª Assunção Cristas", quando esta diz que "PSD e CDS são dois partidos muito próximos, têm uma diálogo preferencial, mas precisam de espaço para crescer".

Posicionar-se como alternativa reformista a um Governo que admite poder conduzir o país a um cenário "de desgraça nacional" é o objetivo da moção de estratégia com que se recandidata a líder do PSD e se assume como candidato a primeiro-ministro.

Sem querer aparecer como promotor de crises polícas, o ex-PM diz esperar que a legislatura se cumpra mas avisa que, mesmo que isso aconteça, o país não crescerá mais de 1% a 2%. E propõe uma segunda vaga de reformas para ir além disso.

"Compromisso reformista" é, aliás, o título da moção, onde o líder do PSD se propõe liderar uma segunda geração de reformas estruturais que "é preciso levar mais longe para aumentar o potencial de crescimento do país e atrair investimento estrangeiro".

Luis Barra

Como duas grandes prioridades para este seu quarto mandato à frente do PSD, Passos escolheu o combate ao problema demográfico e às desigualdades de natureza económica e social no país. E apresenta-se com uma agenda para o crescimento sustentável, com destaque para as áreas do conhecimento, da inovação, da reindustarialização e do crescimento verde.

Ainda no âmbito do ajuste de contas com o passado, o líder do PSD inclui na sua moção uma capítulo sobre a austeridade - "uma história muito mal contada" -, recorda o resgate, as eleições que ganhou, acabando na oposição, e conclui: "O PS e o Governo começaram mal".

A moção do recandidato é um alerta para "o exacerbamento dos riscos" que o Governo de Costa, na sua opinião, está a representar para o país. O líder do PSD propõe-se a protagonizar uma "decisiva alternativa reformista".

Ao seu lado, no anúncio da recandidatura, na sede nacional do partido, em Lisboa, estiveram o seu primeiro-vice-presidente, Jorge Moreira da Silva, e Pedro Reis, Calvão da Silva e Duarte Pacheco, responsáveis, respetivamente, da Comissão Nacional de Auditoria Financeira do partido, do Conselho de Jurisdição e da Mesa do Congresso do PSD.

Passos vai a votos em diretas no próximo sábado.O Congresso é a 1,2 e 3 de abril.

Pedro Passos Coelho exclui voltar ao poder sem eleições. O anúncio da sua recandidatura a líder do PSD foi dominado pela dúvida: o que fará se a "geringonça" partir? E embora a sua moção de estratégia seja propositadamente pouco clara - Passos não quer alimentar a ideia de que está a torcer por uma crise -, acaba por elencar as duas saídas que encara para uma eventual crise política: o PCP ou o BE irem para o Governo ou haver eleições.

"Qualquer crise que sobrevenha no atual quadro parlamentar não pode deixar de resultar do desentendimento gerado no seio da maioria que suporta o Governo", lê-se na moção. Logo a seguir, Passos conclui: "Saber se tal contingência originará um outro Governo de coligação entre as forças que atualmente apoiam o Governo ou se acabará por conduzir à realização de eleições é matéria que não cabe, a esta distância e a quem lidera a oposição, especular".

"Quem foi eleito Presidente da República não aceitou especular. Estamos muito sintonizados nessa matéria", afirmou Passos Coelho aos jornalistas. Na moção, o líder do PSD lembra que o seu partido "não deixará de estar sempre preparado para reassumir responsabilidades de Governo, se a isso vier a conduzir o esgotamento da solução protagonizada pelo PS".

Também lembra ser "certo que existem mecanismos no quadro constitucional que permitirão aos partidos políticos com responsabilidades parlamentares e ao sr. Presidente da República avaliarem as melhores soluções a adotar em face das circunstâncias concretas". E foi quanto baste para gerar a ideia - de imediato divulgada e logo a seguir desmentida pelo assessor de imprensa de Passos - de que o líder social-democrata estava a admitir voltar ao poder sem eleições.

Luis Barra

No parágrafo onde concretiza as saídas que vê em caso de crise, Passos é claro: ou um novo Governo de esquerda com um reforço da atual maioria em forma de coligação. Ou eleições. De viva voz, o líder do PSD recusou-se sempre a dizê-lo: "Não vou criar cenários de resposta a uma crise que não sei se vai existir", repetiu aos jornalistas. Deixando claro estar "muito de acordo com a drª Assunção Cristas", quando esta diz que "PSD e CDS são dois partidos muito próximos, têm uma diálogo preferencial, mas precisam de espaço para crescer".

Posicionar-se como alternativa reformista a um Governo que admite poder conduzir o país a um cenário "de desgraça nacional" é o objetivo da moção de estratégia com que se recandidata a líder do PSD e se assume como candidato a primeiro-ministro.

Sem querer aparecer como promotor de crises polícas, o ex-PM diz esperar que a legislatura se cumpra mas avisa que, mesmo que isso aconteça, o país não crescerá mais de 1% a 2%. E propõe uma segunda vaga de reformas para ir além disso.

"Compromisso reformista" é, aliás, o título da moção, onde o líder do PSD se propõe liderar uma segunda geração de reformas estruturais que "é preciso levar mais longe para aumentar o potencial de crescimento do país e atrair investimento estrangeiro".

Luis Barra

Como duas grandes prioridades para este seu quarto mandato à frente do PSD, Passos escolheu o combate ao problema demográfico e às desigualdades de natureza económica e social no país. E apresenta-se com uma agenda para o crescimento sustentável, com destaque para as áreas do conhecimento, da inovação, da reindustarialização e do crescimento verde.

Ainda no âmbito do ajuste de contas com o passado, o líder do PSD inclui na sua moção uma capítulo sobre a austeridade - "uma história muito mal contada" -, recorda o resgate, as eleições que ganhou, acabando na oposição, e conclui: "O PS e o Governo começaram mal".

A moção do recandidato é um alerta para "o exacerbamento dos riscos" que o Governo de Costa, na sua opinião, está a representar para o país. O líder do PSD propõe-se a protagonizar uma "decisiva alternativa reformista".

Ao seu lado, no anúncio da recandidatura, na sede nacional do partido, em Lisboa, estiveram o seu primeiro-vice-presidente, Jorge Moreira da Silva, e Pedro Reis, Calvão da Silva e Duarte Pacheco, responsáveis, respetivamente, da Comissão Nacional de Auditoria Financeira do partido, do Conselho de Jurisdição e da Mesa do Congresso do PSD.

Passos vai a votos em diretas no próximo sábado.O Congresso é a 1,2 e 3 de abril.

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