Corrida ao multibanco por Santana e Rio: 20 mil pagaram quotas no último dia

21-12-2017
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Os sociais-democratas fizeram uma verdadeira corrida ao multibanco para votar em Rui Rio e em Santana Lopes nas eleições internas. Cerca de 20 mil militantes do PSD pagaram as quotas num só dia, a última sexta-feira, de forma a terem capacidade eleitoral nas diretas de 13 de janeiro. Isto significa que entraram nos cofres do partido, à última hora, no mínimo 240 mil euros em quotas (que valem 12 euros anuais). Em comunicado e na newsletter diária, o PSD anunciou esta quarta-feira que nos cadernos eleitorais vão constar 70 385 militantes ativos com quotas pagas, quando na sexta-feira, sabe o Observador, rondavam os 50 mil.

Muitas destas quotas foram pagas por caciques que guardaram para o último dia o pagamento de quotas, de forma a não revelarem os trunfos que têm na mão aos adversários (que conseguiriam perceber, pelo pagamento de quotas por concelhia, se ganharam ou perderam força). Ao que o Observador apurou houve centenas de telefonemas para a sede a solicitar referências de multibanco de militantes de forma a que fosse possível pagar as quotas. Pelos próprios militantes e não só (por telefone não é possível verificar quem é a pessoa do outro lado da linha e os serviços, por uma questão de simplificação dos processos, cediam a referência de multibanco mediante a informação do número de militante e a secção).

De acordo com os dados distribuídos pelo PSD, a maior distrital do país continua a ser o Porto, com 13 132 militantes, seguindo-se Lisboa (Área Metropolitana) com 10 765 militantes. Ambas as distritais são presididas por apoiantes de Santana Lopes (Bragança Fernandes, no Porto, e Pedro Pinto, em Lisboa), mas as estruturas estão dividas entre os dois candidatos, não sendo claro quem está em vantagem neste momento. A terceira maior distrital é Braga — em que o líder não assumiu um apoio a nenhum candidato — com 7830, seguido muito próximo por Aveiro (com 7683 militantes), que é presidida por um apoiante de Rui Rio (Salvador Malheiro), mas igualmente dividida. A distrital mais pequena é a de Évora com 641 militantes.

De acordo com estes dados, o Congresso terá um total de 960 delegados: 750 delegados são distribuídos pelo Continente, Regiões Autónomas e comunidades portuguesas. De acordo com os estatutos, são atribuídos 18 delegados ao círculo das comunidades portuguesas, 30 à Região Autónoma dos Açores, 30 à Região Autónoma da Madeira e um delegado a cada secção do Continente com mais de 40 militantes inscritos ou com órgãos eleitos. Os restantes delegados, explica o PSD na sua newletter, “são distribuídos pelas secções do Continente rateados proporcionalmente pelos militantes ativos com quotas pagas”. A JSD, os ASD e os TSD elegem 70 delegados cada e são rateados de acordo com os regulamentos de cada uma destas estruturas.

Estas são as terceiras diretas mais participadas de sempre. A nível de militantes inscritos as eleições de 13 de janeiro só são batidas em dois momentos:

Nas diretas de 2008, ganhas por Manuela Ferreira Leite contra Passos Coelho e Santana Lopes, o número de militantes atingiu os 77 mil (votaram só 45 mil);

Nas diretas de 2010, quando Pedro Passos Coelho conquistou a liderança do partido e derrotou Paulo Rangel e José Pedro Aguiar-Branco, o universo eleitoral foi de 78 mil filiados (mas votaram apenas 51 mil).

As eleições que opõe Rio a Santana vão bater o número de inscritos das que opuseram Menezes e Mendes. Em 2007, no primeiro ano em que houve diretas no PSD, Luís Filipe Menezes venceu Luís Marques Mendes, numa eleição em que estavam inscritos 63 mil militantes (dos quais apenas votaram 39 mil).

O PSD não faz nenhuma referência a este aumento fugaz de militantes com capacidade eleitoral na sua newsletter, referindo apenas que “PSD mobiliza-se para a eleição do líder”. As eleições diretas no PSD decorrem a 13 de janeiro e o Congresso entre 16 e 18 de fevereiro, no Centro de Congressos de Lisboa, em Belém.

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Os sociais-democratas fizeram uma verdadeira corrida ao multibanco para votar em Rui Rio e em Santana Lopes nas eleições internas. Cerca de 20 mil militantes do PSD pagaram as quotas num só dia, a última sexta-feira, de forma a terem capacidade eleitoral nas diretas de 13 de janeiro. Isto significa que entraram nos cofres do partido, à última hora, no mínimo 240 mil euros em quotas (que valem 12 euros anuais). Em comunicado e na newsletter diária, o PSD anunciou esta quarta-feira que nos cadernos eleitorais vão constar 70 385 militantes ativos com quotas pagas, quando na sexta-feira, sabe o Observador, rondavam os 50 mil.

Muitas destas quotas foram pagas por caciques que guardaram para o último dia o pagamento de quotas, de forma a não revelarem os trunfos que têm na mão aos adversários (que conseguiriam perceber, pelo pagamento de quotas por concelhia, se ganharam ou perderam força). Ao que o Observador apurou houve centenas de telefonemas para a sede a solicitar referências de multibanco de militantes de forma a que fosse possível pagar as quotas. Pelos próprios militantes e não só (por telefone não é possível verificar quem é a pessoa do outro lado da linha e os serviços, por uma questão de simplificação dos processos, cediam a referência de multibanco mediante a informação do número de militante e a secção).

De acordo com os dados distribuídos pelo PSD, a maior distrital do país continua a ser o Porto, com 13 132 militantes, seguindo-se Lisboa (Área Metropolitana) com 10 765 militantes. Ambas as distritais são presididas por apoiantes de Santana Lopes (Bragança Fernandes, no Porto, e Pedro Pinto, em Lisboa), mas as estruturas estão dividas entre os dois candidatos, não sendo claro quem está em vantagem neste momento. A terceira maior distrital é Braga — em que o líder não assumiu um apoio a nenhum candidato — com 7830, seguido muito próximo por Aveiro (com 7683 militantes), que é presidida por um apoiante de Rui Rio (Salvador Malheiro), mas igualmente dividida. A distrital mais pequena é a de Évora com 641 militantes.

De acordo com estes dados, o Congresso terá um total de 960 delegados: 750 delegados são distribuídos pelo Continente, Regiões Autónomas e comunidades portuguesas. De acordo com os estatutos, são atribuídos 18 delegados ao círculo das comunidades portuguesas, 30 à Região Autónoma dos Açores, 30 à Região Autónoma da Madeira e um delegado a cada secção do Continente com mais de 40 militantes inscritos ou com órgãos eleitos. Os restantes delegados, explica o PSD na sua newletter, “são distribuídos pelas secções do Continente rateados proporcionalmente pelos militantes ativos com quotas pagas”. A JSD, os ASD e os TSD elegem 70 delegados cada e são rateados de acordo com os regulamentos de cada uma destas estruturas.

Estas são as terceiras diretas mais participadas de sempre. A nível de militantes inscritos as eleições de 13 de janeiro só são batidas em dois momentos:

Nas diretas de 2008, ganhas por Manuela Ferreira Leite contra Passos Coelho e Santana Lopes, o número de militantes atingiu os 77 mil (votaram só 45 mil);

Nas diretas de 2010, quando Pedro Passos Coelho conquistou a liderança do partido e derrotou Paulo Rangel e José Pedro Aguiar-Branco, o universo eleitoral foi de 78 mil filiados (mas votaram apenas 51 mil).

As eleições que opõe Rio a Santana vão bater o número de inscritos das que opuseram Menezes e Mendes. Em 2007, no primeiro ano em que houve diretas no PSD, Luís Filipe Menezes venceu Luís Marques Mendes, numa eleição em que estavam inscritos 63 mil militantes (dos quais apenas votaram 39 mil).

O PSD não faz nenhuma referência a este aumento fugaz de militantes com capacidade eleitoral na sua newsletter, referindo apenas que “PSD mobiliza-se para a eleição do líder”. As eleições diretas no PSD decorrem a 13 de janeiro e o Congresso entre 16 e 18 de fevereiro, no Centro de Congressos de Lisboa, em Belém.

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