PS agarrado ao Montijo, PSD, PCP e BE torcem o nariz

30-09-2019
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Se o PS voltar a ser governo vai haver um novo aeroporto às portas de Lisboa, e tudo se encaminha para que assim seja, pondo ponto final a uma discussão que dura há 50 anos. Ainda esta semana o primeiro-ministro voltou a ser perentório ao dizer que não há alternativa ao aeroporto no Montijo. “Não há plano B. Qualquer outra solução comprometeria muito fortemente a dinâmica de crescimento do turismo”, frisou António Costa. Uma convicção que parece fazer tábua rasa do Estudo de Impacte Ambiental (EIA), cuja consulta pública termina a 19 de setembro, e que tem levantado muitas reservas dos ambientalistas, uma vez que o novo aeroporto ficaria junto ao estuário do Tejo e há riscos de perturbação da avifauna e de colisão de aviões com as aves. A que se somam os problemas do ruído, numa altura em que há estudos a apontar para o disparar dos níveis de poluição sonora e atmosférica na Grande Lisboa.

Apesar da vontade férrea de Costa, fortemente apoiado pela ANA, a concessionária dos aeroportos portugueses, a opção pelo Montijo está longe de ser pacífica. O PCP defende claramente o campo de tiro de Alcochete como alternativa. O PSD também admite essa hipótese. Diz no programa eleitoral que “é prematuro afastar cenários e é previsível que a opção Montijo avance como uma decisão política sem qualquer sustentação técnica aceitável”. Rui Rio, presidente do PSD, mostrou perplexidade pelo facto de Costa dar como definitiva a opção Montijo ainda antes de estar concluída a discussão pública do EIA. E David Justino, presidente do Conselho Estratégico Nacional do partido, concretiza, ao Expresso: “Afirmar que não há solução B é da maior irresponsabilidade face aos possíveis desfechos do processo que está em curso”.

Avante Alcochete

Os comunistas consideram que a obra no Montijo resolverá apenas temporariamente a falta de capacidade aeroportuária em Lisboa. O deputado Bruno Dias remete para especialistas que referem que no início da década de 2030 o Montijo poderá já estar esgotado e, como não há ali espaço para expandir a infraestrutura, será inevitável ter um terceiro aeroporto. E alerta para o aumento da poluição. “Ao longo dos anos foi sendo construída a ideia de que um aeroporto em Alcochete seria uma obra faraónica, megalómana. Não tem de ser assim.” A lógica, explica, é que seja um projeto faseado que vá sendo aumentado quando for necessário.

Lembra que em 2008 foi tomada a decisão por Alcochete mas os governos que estiveram no poder impediram a obra. E a privatização da ANA levou à entrada da francesa Vinci, que o PCP acusa de ter conseguido impor a sua agenda: investir o menos possível. Quanto ao facto de a obra ser vista como urgente, adianta que “se custa caro ao país o atraso da construção de um novo aeroporto, ainda sairá mais cara uma solução desastrosa como a do Montijo”.

Já o BE, embora não aponte um caminho, põe uma cruz no alargamento da Base 6 do Montijo devido a problemas ambientais, mas não só. É, defende, uma alternativa que parece servir sobretudo os interesses da Vinci. É uma solução de recurso e obriga a usar a Ponte Vasco da Gama, infraestrutura controlada pela empresa francesa, sublinha a deputada Joana Mortágua.“É preciso comparar cenários, fazer uma avaliação ambiental estratégica. O Montijo não apresenta condições mínimas para ser uma solução viável”, defende. E lembra que não houve uma única referência ao Montijo nos estudos feitos nos últimos anos, ao contrário do que aconteceu, por exemplo, com Alcochete.

Costa contará nesta matéria com o apoio do CDS, que lembra no seu programa eleitoral que o Montijo foi uma escolha do Governo PSD/CDS. “Andou-se quatro anos sem avançar muito nesta matéria. Concordamos com o Montijo mas tem de estar garantida a viabilidade financeira e ambiental. Se assim não for, devem estudar-se outras alternativas”, afirma Adolfo Mesquita Nunes, o relator do programa do CDS.

Se o PS voltar a ser governo vai haver um novo aeroporto às portas de Lisboa, e tudo se encaminha para que assim seja, pondo ponto final a uma discussão que dura há 50 anos. Ainda esta semana o primeiro-ministro voltou a ser perentório ao dizer que não há alternativa ao aeroporto no Montijo. “Não há plano B. Qualquer outra solução comprometeria muito fortemente a dinâmica de crescimento do turismo”, frisou António Costa. Uma convicção que parece fazer tábua rasa do Estudo de Impacte Ambiental (EIA), cuja consulta pública termina a 19 de setembro, e que tem levantado muitas reservas dos ambientalistas, uma vez que o novo aeroporto ficaria junto ao estuário do Tejo e há riscos de perturbação da avifauna e de colisão de aviões com as aves. A que se somam os problemas do ruído, numa altura em que há estudos a apontar para o disparar dos níveis de poluição sonora e atmosférica na Grande Lisboa.

Apesar da vontade férrea de Costa, fortemente apoiado pela ANA, a concessionária dos aeroportos portugueses, a opção pelo Montijo está longe de ser pacífica. O PCP defende claramente o campo de tiro de Alcochete como alternativa. O PSD também admite essa hipótese. Diz no programa eleitoral que “é prematuro afastar cenários e é previsível que a opção Montijo avance como uma decisão política sem qualquer sustentação técnica aceitável”. Rui Rio, presidente do PSD, mostrou perplexidade pelo facto de Costa dar como definitiva a opção Montijo ainda antes de estar concluída a discussão pública do EIA. E David Justino, presidente do Conselho Estratégico Nacional do partido, concretiza, ao Expresso: “Afirmar que não há solução B é da maior irresponsabilidade face aos possíveis desfechos do processo que está em curso”.

Avante Alcochete

Os comunistas consideram que a obra no Montijo resolverá apenas temporariamente a falta de capacidade aeroportuária em Lisboa. O deputado Bruno Dias remete para especialistas que referem que no início da década de 2030 o Montijo poderá já estar esgotado e, como não há ali espaço para expandir a infraestrutura, será inevitável ter um terceiro aeroporto. E alerta para o aumento da poluição. “Ao longo dos anos foi sendo construída a ideia de que um aeroporto em Alcochete seria uma obra faraónica, megalómana. Não tem de ser assim.” A lógica, explica, é que seja um projeto faseado que vá sendo aumentado quando for necessário.

Lembra que em 2008 foi tomada a decisão por Alcochete mas os governos que estiveram no poder impediram a obra. E a privatização da ANA levou à entrada da francesa Vinci, que o PCP acusa de ter conseguido impor a sua agenda: investir o menos possível. Quanto ao facto de a obra ser vista como urgente, adianta que “se custa caro ao país o atraso da construção de um novo aeroporto, ainda sairá mais cara uma solução desastrosa como a do Montijo”.

Já o BE, embora não aponte um caminho, põe uma cruz no alargamento da Base 6 do Montijo devido a problemas ambientais, mas não só. É, defende, uma alternativa que parece servir sobretudo os interesses da Vinci. É uma solução de recurso e obriga a usar a Ponte Vasco da Gama, infraestrutura controlada pela empresa francesa, sublinha a deputada Joana Mortágua.“É preciso comparar cenários, fazer uma avaliação ambiental estratégica. O Montijo não apresenta condições mínimas para ser uma solução viável”, defende. E lembra que não houve uma única referência ao Montijo nos estudos feitos nos últimos anos, ao contrário do que aconteceu, por exemplo, com Alcochete.

Costa contará nesta matéria com o apoio do CDS, que lembra no seu programa eleitoral que o Montijo foi uma escolha do Governo PSD/CDS. “Andou-se quatro anos sem avançar muito nesta matéria. Concordamos com o Montijo mas tem de estar garantida a viabilidade financeira e ambiental. Se assim não for, devem estudar-se outras alternativas”, afirma Adolfo Mesquita Nunes, o relator do programa do CDS.

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