A passagem de ano "seria um balão de oxigénio” — as piruetas dos restaurantes para tentar salvar o dia 31

01-01-2021
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Escolheram as entradas, os aperitivos, os pratos e as sobremesas. Fizeram compras, investiram em publicidade, receberam reservas. E, se tudo corresse dentro da normalidade possível por estes dias, esta sexta-feira seria feita “a prova do menu todo”. Estava tudo devidamente planeado para a passagem de ano, só que, de um momento para o outro, os donos do Lost In, um restaurante no Príncipe Real, em Lisboa, tiveram de começar a improvisar. Não são os únicos.

Depois de o primeiro-ministro ter anunciado que seria necessário “cortar totalmente as celebrações de Ano Novo” — o que significa recolher obrigatório a partir das 23h de 31 de dezembro — são vários os empresários que fazem por esta altura contas em cima do joelho. O que é que possível salvar a menos de duas semanas da passagem de ano?

No caso de António Bastos, sócio-gerente do Lost In, a “ginástica” já começou. “Não podemos cobrar às pessoas a mesma coisa, não podemos fazer um menu todo espetacular e cobrar 80 a 100 euros, ou seja o que for, para depois fechar as portas às 22h30. Não faz qualquer tipo de sentido”. Por isso, caiu tudo do menu, menos os pratos, que passam a ser “especiais de fim de ano”, com o restante a ficar disponível a la carte.

show more

Esticar até à 1h00, como estava definido até esta quinta-feira, permitiria “fazer uma coisa mais valorizada e puxar um bocadinho mais pelo negócio”, diz António Bastos. Sem isso, “um cliente não vai querer pagar”, porque é necessário ter “um mínimo de festa”. Os fins de semana confinados (recolher obrigatório a partir das 13h00) em novembro e início de dezembro visavam “salvar o Natal”, mas também – se fosse possível – as festividades (ainda que mais controladas) do Ano Novo. Mas António Costa acabou com isso na comunicação que fez ao país a seguir ao último conselho de ministros.

“É um murro no estômago” — diz o empresário —, porque, tendo em conta as restrições dos últimos fins-de-semana, em que “praticamente não se tem trabalhado”, a passagem de ano “ajudaria à faturação do mês de dezembro”.

A alteração governamental desta quinta-feira significa que a última noite do ano já vai começar com perda — “pelo investimento em marketing, pelas reservas que já tínhamos e pelo investimento no menu que estávamos a fazer e que não vamos poder concretizar”, explica António Bastos.

Apesar de não ter dados concretos sobre reservas canceladas em restaurantes para essa noite, a secretária-geral da Associação da hotelaria, restauração e similares de Portugal (AHRESP) adianta que “foram muitas”, uma vez que a associação recebeu queixas de empresários “o dia todo”.

Escolheram as entradas, os aperitivos, os pratos e as sobremesas. Fizeram compras, investiram em publicidade, receberam reservas. E, se tudo corresse dentro da normalidade possível por estes dias, esta sexta-feira seria feita “a prova do menu todo”. Estava tudo devidamente planeado para a passagem de ano, só que, de um momento para o outro, os donos do Lost In, um restaurante no Príncipe Real, em Lisboa, tiveram de começar a improvisar. Não são os únicos.

Depois de o primeiro-ministro ter anunciado que seria necessário “cortar totalmente as celebrações de Ano Novo” — o que significa recolher obrigatório a partir das 23h de 31 de dezembro — são vários os empresários que fazem por esta altura contas em cima do joelho. O que é que possível salvar a menos de duas semanas da passagem de ano?

No caso de António Bastos, sócio-gerente do Lost In, a “ginástica” já começou. “Não podemos cobrar às pessoas a mesma coisa, não podemos fazer um menu todo espetacular e cobrar 80 a 100 euros, ou seja o que for, para depois fechar as portas às 22h30. Não faz qualquer tipo de sentido”. Por isso, caiu tudo do menu, menos os pratos, que passam a ser “especiais de fim de ano”, com o restante a ficar disponível a la carte.

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Esticar até à 1h00, como estava definido até esta quinta-feira, permitiria “fazer uma coisa mais valorizada e puxar um bocadinho mais pelo negócio”, diz António Bastos. Sem isso, “um cliente não vai querer pagar”, porque é necessário ter “um mínimo de festa”. Os fins de semana confinados (recolher obrigatório a partir das 13h00) em novembro e início de dezembro visavam “salvar o Natal”, mas também – se fosse possível – as festividades (ainda que mais controladas) do Ano Novo. Mas António Costa acabou com isso na comunicação que fez ao país a seguir ao último conselho de ministros.

“É um murro no estômago” — diz o empresário —, porque, tendo em conta as restrições dos últimos fins-de-semana, em que “praticamente não se tem trabalhado”, a passagem de ano “ajudaria à faturação do mês de dezembro”.

A alteração governamental desta quinta-feira significa que a última noite do ano já vai começar com perda — “pelo investimento em marketing, pelas reservas que já tínhamos e pelo investimento no menu que estávamos a fazer e que não vamos poder concretizar”, explica António Bastos.

Apesar de não ter dados concretos sobre reservas canceladas em restaurantes para essa noite, a secretária-geral da Associação da hotelaria, restauração e similares de Portugal (AHRESP) adianta que “foram muitas”, uma vez que a associação recebeu queixas de empresários “o dia todo”.

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