PCP demarca-se de Governo e Bloco e exige integração no sistema público bancário

01-01-2021
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PCP demarca-se de Governo e Bloco e exige integração no sistema público bancário

O líder parlamentar do PCP confirmou hoje que a bancada comunista votará na quarta-feira contra a proposta do Governo de Orçamento Retificativo para 2015, defendendo em contrapartida a integração do Banif na esfera pública do sistema bancário.

"Defendemos a integração da atividade bancária do Banif na esfera do sistema público bancário, porque essa era a solução que corresponderia melhor à defesa dos interesses nacionais", sustentou João Oliveira em conferência de imprensa na Assembleia da República.

Durante a conferência de imprensa, em que esteve acompanhado pelo deputado do PCP Miguel Tiago, João Oliveira mostrou-se em total desacordo com a solução inscrita pelo executivo socialista no Orçamento Retificativo para 2015 no sentido de transferir para um veículo público potenciais perdas do Banif - perdas que podem atingir os três mil milhões de euros -, mas também com a venda desta instituição bancária a um banco multinacional estrangeiro, o Santander Totta, por cerca de 150 milhões de euros.

"O Estado deveria dispor daquilo que fica da atividade do banco e daquilo que deve ser salvaguardado, como os postos de trabalho, a atividade bancária e os depositantes (em particular as economias das regiões autónomas dos Açores e Madeira). Não podemos acompanhar uma solução em que se prevê que o Estado gaste para cobrir o buraco do Banif e, ao mesmo tempo, entregue o Banif a um banco privado estrangeiro", justificou o presidente do Grupo Parlamentar do PCP.

Ao longo da conferência de imprensa, o líder da bancada comunista advertiu que "a culpa" deste processo de venda do Banif "não pode morrer solteira", apontando então "pesadas responsabilidades" ao anterior Governo PSD/CDS-PP - isto, já depois de ter classificado como "insustentável" a posição de Carlos Costa enquanto governador do Banco de Portugal.

Interrogado sobre a real coesão do suporte parlamentar de esquerda ao executivo socialista, na sequência da posição do PCP sobre este processo, João Oliveira frisou que a solução para o Banif, assim como o quadro da proposta do Governo de Orçamento Retificativo para 2015, "não fazem parte do acordo político" celebrado entre PS e PCP.

Já sobre a opção do Bloco de Esquerda de impor condições ao Governo socialista para aceitar viabilizar a proposta de Orçamento Retificativo, o presidente do Grupo Parlamentar do PCP demarcou-se deste caminho seguido pelos bloquistas: "Não fazemos depender a nossa posição de quaisquer condições, porque não podemos admitir a possibilidade de contribuir para que os portugueses sejam responsabilizados pela situação do Banif", vincou.

Na conferência de imprensa, João Oliveira insurgiu-se ainda contra as regras europeias sobre União Bancária, defendendo que se trata de uma perda de soberania e que apenas tem como objetivo a concentração de capital em grandes instituições bancárias multinacionais.

Por outro lado, o presidente do Grupo Parlamentar do PCP recusou-se a encarar como um mal menor a adoção de uma solução pelo Estado Português antes da entrada em vigor das novas regras europeias para o setor bancário a 1 de janeiro de 2016.

"É como escolher entre o lume ou a frigideira", comentou, usando a ironia.

PCP demarca-se de Governo e Bloco e exige integração no sistema público bancário

O líder parlamentar do PCP confirmou hoje que a bancada comunista votará na quarta-feira contra a proposta do Governo de Orçamento Retificativo para 2015, defendendo em contrapartida a integração do Banif na esfera pública do sistema bancário.

"Defendemos a integração da atividade bancária do Banif na esfera do sistema público bancário, porque essa era a solução que corresponderia melhor à defesa dos interesses nacionais", sustentou João Oliveira em conferência de imprensa na Assembleia da República.

Durante a conferência de imprensa, em que esteve acompanhado pelo deputado do PCP Miguel Tiago, João Oliveira mostrou-se em total desacordo com a solução inscrita pelo executivo socialista no Orçamento Retificativo para 2015 no sentido de transferir para um veículo público potenciais perdas do Banif - perdas que podem atingir os três mil milhões de euros -, mas também com a venda desta instituição bancária a um banco multinacional estrangeiro, o Santander Totta, por cerca de 150 milhões de euros.

"O Estado deveria dispor daquilo que fica da atividade do banco e daquilo que deve ser salvaguardado, como os postos de trabalho, a atividade bancária e os depositantes (em particular as economias das regiões autónomas dos Açores e Madeira). Não podemos acompanhar uma solução em que se prevê que o Estado gaste para cobrir o buraco do Banif e, ao mesmo tempo, entregue o Banif a um banco privado estrangeiro", justificou o presidente do Grupo Parlamentar do PCP.

Ao longo da conferência de imprensa, o líder da bancada comunista advertiu que "a culpa" deste processo de venda do Banif "não pode morrer solteira", apontando então "pesadas responsabilidades" ao anterior Governo PSD/CDS-PP - isto, já depois de ter classificado como "insustentável" a posição de Carlos Costa enquanto governador do Banco de Portugal.

Interrogado sobre a real coesão do suporte parlamentar de esquerda ao executivo socialista, na sequência da posição do PCP sobre este processo, João Oliveira frisou que a solução para o Banif, assim como o quadro da proposta do Governo de Orçamento Retificativo para 2015, "não fazem parte do acordo político" celebrado entre PS e PCP.

Já sobre a opção do Bloco de Esquerda de impor condições ao Governo socialista para aceitar viabilizar a proposta de Orçamento Retificativo, o presidente do Grupo Parlamentar do PCP demarcou-se deste caminho seguido pelos bloquistas: "Não fazemos depender a nossa posição de quaisquer condições, porque não podemos admitir a possibilidade de contribuir para que os portugueses sejam responsabilizados pela situação do Banif", vincou.

Na conferência de imprensa, João Oliveira insurgiu-se ainda contra as regras europeias sobre União Bancária, defendendo que se trata de uma perda de soberania e que apenas tem como objetivo a concentração de capital em grandes instituições bancárias multinacionais.

Por outro lado, o presidente do Grupo Parlamentar do PCP recusou-se a encarar como um mal menor a adoção de uma solução pelo Estado Português antes da entrada em vigor das novas regras europeias para o setor bancário a 1 de janeiro de 2016.

"É como escolher entre o lume ou a frigideira", comentou, usando a ironia.

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