Fact Check. BE recusou acordo para a legislatura em 2019, como diz Ana Catarina Mendes?

01-01-2021
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É mais uma linha para a história da rutura recente entre Partido Socialista e Bloco de Esquerda. Desta vez, foi a líder parlamentar dos socialistas a tentar empurrar a culpa da falta de um acordo à esquerda nesta legislatura para o Bloco de Esquerda. No tempo do PS para o encerramento do debate sobre o Orçamento do Estado, Ana Catarina Mendes tentava explicar que não tinha sido o PS a criar a “rutura” e que “não desistia da junção de esforços à esquerda”, argumentos que o PS tem repetido nos últimos dias.. Mas, depois, a novidade: segundo Ana Catarina Mendes, foi o BE que, “logo em outubro de 2019, disse ‘não queremos uma coisa para a legislatura, faremos medida a medida, orçamento a orçamento'”. Mas está longe da verdade.

Logo nas semanas seguintes às eleições legislativas de outubro de 2019, foram públicas as reuniões entre a líder do Bloco de Esquerda, António Costa e o PCP. O Partido Socialista dizia querer um “acordo sólido e duradouro” e iniciou as reuniões com os vários partidos. Foi o Governo a falar em “documentos” que deveriam ser “escritos em conjunto”, onde deveriam constar os “compromissos a ter de assumir” entre os (agora ex) parceiros. Mas, pouco mais de uma semana depois, após uma reunião da Comissão Política Nacional do PS, o partido divulgou um comunicado onde dava conta de que não iria ser concretizado qualquer acordo escrito com qualquer dos partidos.

A líder do Bloco de Esquerda reagiria no dia seguinte, na sede do partido, culpando o PS pelo fim da “geringonça”. “Ao decidir pôr um ponto final à existência do modelo de acordo político que ficou conhecido como geringonça, o Partido Socialista recusa um modelo que deu provas de resistência face a turbulências políticas, que impediu recuos e assegurou um percurso estável e de respeito pelos direitos e rendimentos”, disse Catarina Martins, lamentando “a decisão do PS de não seguir este caminho”.

Ainda assim, à data, o comunicado divulgado após a reunião da Comissão Política Nacional do PS não foi surpresa alguma para os bloquistas (ao contrário da afirmação feita esta quarta-feira pela líder parlamentar). Catarina Martins revelou que soube de antemão que o PS ia abandonar as negociações para um acordo para quatro anos, com o “horizonte de uma legislatura”. Soube-o logo a seguir à reunião que António Costa manteve “com as confederações patronais“. “Desse ponto de vista não houve nenhuma indelicadeza da parte do PS”, explicou a líder bloquista.

Conclusão:

Foi o Partido Socialista a anunciar, pelo menos publicamente, que não haveria qualquer acordo escrito para a legislatura. Depois de ter tentado acordo com os anteriores parceiros da “geringonça”, mas não ter conseguido convencer os comunistas, o PS ainda tentou apenas com o Bloco de Esquerda, mas haveria de repensar a opção e, depois de uma reunião da Comissão Política Nacional, divulgar um comunicado onde afirmava que não seria feito nenhum acordo escrito com os partidos da esquerda parlamentar. Assim, a afirmação de Ana Catarina Mendes no debate desta quarta-feira é falsa.

Segundo a classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:

FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

É mais uma linha para a história da rutura recente entre Partido Socialista e Bloco de Esquerda. Desta vez, foi a líder parlamentar dos socialistas a tentar empurrar a culpa da falta de um acordo à esquerda nesta legislatura para o Bloco de Esquerda. No tempo do PS para o encerramento do debate sobre o Orçamento do Estado, Ana Catarina Mendes tentava explicar que não tinha sido o PS a criar a “rutura” e que “não desistia da junção de esforços à esquerda”, argumentos que o PS tem repetido nos últimos dias.. Mas, depois, a novidade: segundo Ana Catarina Mendes, foi o BE que, “logo em outubro de 2019, disse ‘não queremos uma coisa para a legislatura, faremos medida a medida, orçamento a orçamento'”. Mas está longe da verdade.

Logo nas semanas seguintes às eleições legislativas de outubro de 2019, foram públicas as reuniões entre a líder do Bloco de Esquerda, António Costa e o PCP. O Partido Socialista dizia querer um “acordo sólido e duradouro” e iniciou as reuniões com os vários partidos. Foi o Governo a falar em “documentos” que deveriam ser “escritos em conjunto”, onde deveriam constar os “compromissos a ter de assumir” entre os (agora ex) parceiros. Mas, pouco mais de uma semana depois, após uma reunião da Comissão Política Nacional do PS, o partido divulgou um comunicado onde dava conta de que não iria ser concretizado qualquer acordo escrito com qualquer dos partidos.

A líder do Bloco de Esquerda reagiria no dia seguinte, na sede do partido, culpando o PS pelo fim da “geringonça”. “Ao decidir pôr um ponto final à existência do modelo de acordo político que ficou conhecido como geringonça, o Partido Socialista recusa um modelo que deu provas de resistência face a turbulências políticas, que impediu recuos e assegurou um percurso estável e de respeito pelos direitos e rendimentos”, disse Catarina Martins, lamentando “a decisão do PS de não seguir este caminho”.

Ainda assim, à data, o comunicado divulgado após a reunião da Comissão Política Nacional do PS não foi surpresa alguma para os bloquistas (ao contrário da afirmação feita esta quarta-feira pela líder parlamentar). Catarina Martins revelou que soube de antemão que o PS ia abandonar as negociações para um acordo para quatro anos, com o “horizonte de uma legislatura”. Soube-o logo a seguir à reunião que António Costa manteve “com as confederações patronais“. “Desse ponto de vista não houve nenhuma indelicadeza da parte do PS”, explicou a líder bloquista.

Conclusão:

Foi o Partido Socialista a anunciar, pelo menos publicamente, que não haveria qualquer acordo escrito para a legislatura. Depois de ter tentado acordo com os anteriores parceiros da “geringonça”, mas não ter conseguido convencer os comunistas, o PS ainda tentou apenas com o Bloco de Esquerda, mas haveria de repensar a opção e, depois de uma reunião da Comissão Política Nacional, divulgar um comunicado onde afirmava que não seria feito nenhum acordo escrito com os partidos da esquerda parlamentar. Assim, a afirmação de Ana Catarina Mendes no debate desta quarta-feira é falsa.

Segundo a classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

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FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

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