Rumar À Direita: Eduardo "Testa de" Ferro Rodrigues

24-06-2020
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Por Alfredo Sousa

Há uns dias, estava eu a ver o debate quinzenal com o primeiro-ministro e a assistir a mais uma prestação miserável de Ferro Rodrigues. Aquilo intrigou-me e uma pergunta não me saía da cabeça: porque será que António Costa escolheu alguém tão fraquinho para liderar a bancada do PS e enfrentar Passos Coelho na AR? Depois de muito pensar com os meus botões e, também, recordar alguns momentos da vida do PS cheguei, então, a uma conclusão: Ferro Rodrigues é o “testa de ferro” do PS.

Ora vejamos: Ferro Rodrigues não tem dotes de oratória (penso que estamos todos de acordo nisto), não tem carisma, nem sequer uma chamazinha que se aproveite e que seja capaz de motivar alguém. Mas tem uma característica que dá um grande jeito ao PS: não tem amor-próprio. Isto é, sempre que é necessário alguém ficar mal visto, levar com o que de mal se conota com o PS, Ferro Rodrigues dá a cara. Foi Secretário-Geral do Partido Socialista quando ninguém quis ser, mais concretamente, depois do pântano deixado por António Guterres. Ferro Rodrigues sabia que nunca chegaria a primeiro-ministro e voluntariou-se a dar a cara pelo partido quando ninguém o queria. Quando chegou a hora de o PS concorrer a novas legislativas, ou seja, quando Jorge Sampaio empossou Santana Lopes para dar tempo a José Sócrates para se preparar para a campanha, Ferro Rodrigues saiu da liderança do PS para dar lugar ao engenheiro da bancarrota. Foi, também ele, quem deu a cara por Paulo Pedroso, deputado socialista acusado de pedofilia. Quem mais o faria? António Costa, por exemplo, não dá a cara por José Sócrates, indiciado por crimes de corrupção e fraude fiscal, Ferro Rodrigues dá.

Isto para dizer o quê? O Partido Socialista não mudou rigorosamente nada! O que assistimos hoje, não passa de um método usado pelo PS vezes sem conta, com a excepção de António José Seguro. Seguro saiu da linha. Era mais um que seria “carne para canhão” mas, firme nas suas convicções, considerou que poderia mudar o PS. Dou-lhe valor por isso. 

Mas voltemos à actual “liderança” do PS. O que mais me incomoda é que António Costa não é, de facto, o líder do PS. É apenas alguém que tem uma boa imagem (ou tinha) e que faz o que lhe mandam fazer. António Costa não apresenta ideias para o país porque não as tem, está à espera que a verdadeira liderança do PS lhas dê. Um líder não necessita de “testas de ferro” nem de ninguém que “dê o corpo às balas” por ele. 

Comparemos António Costa com Passos Coelho ou com Paulo Portas. Passos Coelho ganhou o partido contra os seus “barões”. Conseguiu influenciar e motivar muitos militantes do PSD e, posteriormente, muitos portugueses para um projecto que tem para Portugal. Tem ideias firmes e convicções próprias. Dá a cara quando as coisas correm mal, assumindo os erros e enfrentando as adversidades. Defende os seus ministros como uma mãe defende os seus filhos. Paulo Portas, na minha opinião, o melhor líder político dos últimos anos, concorreu ao CDS contra os poderes instalados. Trouxe para o partido as suas ideias e as suas convicções, muita gente, e ainda no último congresso foi reeleito com mais de 80% dos votos. É o político que se encontra há mais tempo na liderança de um partido. Goste-se ou não, o episódio do “irrevogável” é o melhor exemplo de como um líder deve actuar. Paulo Portas estava cansado da forma como o CDS vinha a ser tratado no Governo. Era preciso dar um murro na mesa e Paulo Portas fê-lo. Só que, ao contrário de António Costa, que precisa que alguém leve os tiros por ele e foge de Sócrates como o diabo foge da cruz, Paulo Portas tomou a responsabilidade toda para ele. Sabia que aquela atitude era arriscada, traria consequências negativas para a imagem de quem a fizesse e, no entanto, Paulo Portas tomou para si todas as consequências daquele acto, não dizendo a ninguém o que iria fazer e, assim, protegendo todos os outros das suas consequências. É o que um verdadeiro líder faz. Felizmente, mais uma vez, Paulo Portas estava certo e o Governo melhorou muito depois do “irrevogável”. 

Fui procurar uma definição de líder e encontrei esta: “O verdadeiro líder é aquele que consegue influenciar fortemente outras pessoas à acção, sem o uso da força ou do medo. Tem a sua base na atitude pessoal, na competência e no carisma, levando os demais a admirar, respeitar e defender o líder e as suas ideias.”

Alguém revê António Costa nesta definição?

Presidente da Distrital de Braga da Juventude Popular

Por Alfredo Sousa

Há uns dias, estava eu a ver o debate quinzenal com o primeiro-ministro e a assistir a mais uma prestação miserável de Ferro Rodrigues. Aquilo intrigou-me e uma pergunta não me saía da cabeça: porque será que António Costa escolheu alguém tão fraquinho para liderar a bancada do PS e enfrentar Passos Coelho na AR? Depois de muito pensar com os meus botões e, também, recordar alguns momentos da vida do PS cheguei, então, a uma conclusão: Ferro Rodrigues é o “testa de ferro” do PS.

Ora vejamos: Ferro Rodrigues não tem dotes de oratória (penso que estamos todos de acordo nisto), não tem carisma, nem sequer uma chamazinha que se aproveite e que seja capaz de motivar alguém. Mas tem uma característica que dá um grande jeito ao PS: não tem amor-próprio. Isto é, sempre que é necessário alguém ficar mal visto, levar com o que de mal se conota com o PS, Ferro Rodrigues dá a cara. Foi Secretário-Geral do Partido Socialista quando ninguém quis ser, mais concretamente, depois do pântano deixado por António Guterres. Ferro Rodrigues sabia que nunca chegaria a primeiro-ministro e voluntariou-se a dar a cara pelo partido quando ninguém o queria. Quando chegou a hora de o PS concorrer a novas legislativas, ou seja, quando Jorge Sampaio empossou Santana Lopes para dar tempo a José Sócrates para se preparar para a campanha, Ferro Rodrigues saiu da liderança do PS para dar lugar ao engenheiro da bancarrota. Foi, também ele, quem deu a cara por Paulo Pedroso, deputado socialista acusado de pedofilia. Quem mais o faria? António Costa, por exemplo, não dá a cara por José Sócrates, indiciado por crimes de corrupção e fraude fiscal, Ferro Rodrigues dá.

Isto para dizer o quê? O Partido Socialista não mudou rigorosamente nada! O que assistimos hoje, não passa de um método usado pelo PS vezes sem conta, com a excepção de António José Seguro. Seguro saiu da linha. Era mais um que seria “carne para canhão” mas, firme nas suas convicções, considerou que poderia mudar o PS. Dou-lhe valor por isso. 

Mas voltemos à actual “liderança” do PS. O que mais me incomoda é que António Costa não é, de facto, o líder do PS. É apenas alguém que tem uma boa imagem (ou tinha) e que faz o que lhe mandam fazer. António Costa não apresenta ideias para o país porque não as tem, está à espera que a verdadeira liderança do PS lhas dê. Um líder não necessita de “testas de ferro” nem de ninguém que “dê o corpo às balas” por ele. 

Comparemos António Costa com Passos Coelho ou com Paulo Portas. Passos Coelho ganhou o partido contra os seus “barões”. Conseguiu influenciar e motivar muitos militantes do PSD e, posteriormente, muitos portugueses para um projecto que tem para Portugal. Tem ideias firmes e convicções próprias. Dá a cara quando as coisas correm mal, assumindo os erros e enfrentando as adversidades. Defende os seus ministros como uma mãe defende os seus filhos. Paulo Portas, na minha opinião, o melhor líder político dos últimos anos, concorreu ao CDS contra os poderes instalados. Trouxe para o partido as suas ideias e as suas convicções, muita gente, e ainda no último congresso foi reeleito com mais de 80% dos votos. É o político que se encontra há mais tempo na liderança de um partido. Goste-se ou não, o episódio do “irrevogável” é o melhor exemplo de como um líder deve actuar. Paulo Portas estava cansado da forma como o CDS vinha a ser tratado no Governo. Era preciso dar um murro na mesa e Paulo Portas fê-lo. Só que, ao contrário de António Costa, que precisa que alguém leve os tiros por ele e foge de Sócrates como o diabo foge da cruz, Paulo Portas tomou a responsabilidade toda para ele. Sabia que aquela atitude era arriscada, traria consequências negativas para a imagem de quem a fizesse e, no entanto, Paulo Portas tomou para si todas as consequências daquele acto, não dizendo a ninguém o que iria fazer e, assim, protegendo todos os outros das suas consequências. É o que um verdadeiro líder faz. Felizmente, mais uma vez, Paulo Portas estava certo e o Governo melhorou muito depois do “irrevogável”. 

Fui procurar uma definição de líder e encontrei esta: “O verdadeiro líder é aquele que consegue influenciar fortemente outras pessoas à acção, sem o uso da força ou do medo. Tem a sua base na atitude pessoal, na competência e no carisma, levando os demais a admirar, respeitar e defender o líder e as suas ideias.”

Alguém revê António Costa nesta definição?

Presidente da Distrital de Braga da Juventude Popular

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