Governo. Choque de personalidades em remodelação virada para dentro

28-09-2020
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O facto de uma ministra independente demitir uma dirigente socialista com peso no aparelho, como Jamila Madeira, caiu mal em sectores do PS — e a forma como tudo aconteceu “arrepiou” alguns dirigentes —, mas também causou surpresa no partido a própria Marta Temido ter conseguido fazê-lo: revela cobertura do primeiro-ministro e prova o reforço de poder que a titular da Saúde tem no momento agudo da pandemia. A remodelação de secretários de Estado (em áreas sob pressão como a Educação ou a Saúde) desencadeada pela saída de José Apolinário das Pescas para a CCDR-Algarve também mostra um Governo a fechar-se em soluções internas, na promoção de membros de gabinetes. E indicia um aumento do peso de Mariana Vieira da Silva e de Pedro Nuno Santos, que influenciaram ou fizeram escolhas pessoais.

Na Saúde, a substituição de Jamila Madeira fez emergir a existência de tensões no relacionamento pessoal com a ministra Marta Temido: se houve dossiês a gerar choques entre as duas, foi sobretudo um conflito de personalidades a ditar a exigência da ministra. Perante os comentários públicos de Jamila — que ficou “muito surpreendida” e não queria sair —, Temido disse ontem que as “remodelações devem ser encaradas com normalidade” e justificou que queria “afinar métodos de trabalho e aprofundar resultados, independentemente de quem ocupou os lugares”. Uma resposta à antiga ajudante que se gabara às portas de Belém, no fim da tomada de posse dos novos titulares, de que “o mito de que o SNS é um buraco sem fundo, terminou. Os números mostram a sua sustentabilidade”. Pelo vistos, a ministra queria melhores resultados e uma equipa mais coesa. Sobre a relação com a ex-ajudante disse: nada.

O facto de uma ministra independente demitir uma dirigente socialista com peso no aparelho, como Jamila Madeira, caiu mal em sectores do PS — e a forma como tudo aconteceu “arrepiou” alguns dirigentes —, mas também causou surpresa no partido a própria Marta Temido ter conseguido fazê-lo: revela cobertura do primeiro-ministro e prova o reforço de poder que a titular da Saúde tem no momento agudo da pandemia. A remodelação de secretários de Estado (em áreas sob pressão como a Educação ou a Saúde) desencadeada pela saída de José Apolinário das Pescas para a CCDR-Algarve também mostra um Governo a fechar-se em soluções internas, na promoção de membros de gabinetes. E indicia um aumento do peso de Mariana Vieira da Silva e de Pedro Nuno Santos, que influenciaram ou fizeram escolhas pessoais.

Na Saúde, a substituição de Jamila Madeira fez emergir a existência de tensões no relacionamento pessoal com a ministra Marta Temido: se houve dossiês a gerar choques entre as duas, foi sobretudo um conflito de personalidades a ditar a exigência da ministra. Perante os comentários públicos de Jamila — que ficou “muito surpreendida” e não queria sair —, Temido disse ontem que as “remodelações devem ser encaradas com normalidade” e justificou que queria “afinar métodos de trabalho e aprofundar resultados, independentemente de quem ocupou os lugares”. Uma resposta à antiga ajudante que se gabara às portas de Belém, no fim da tomada de posse dos novos titulares, de que “o mito de que o SNS é um buraco sem fundo, terminou. Os números mostram a sua sustentabilidade”. Pelo vistos, a ministra queria melhores resultados e uma equipa mais coesa. Sobre a relação com a ex-ajudante disse: nada.

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