Orçamento. Centeno traça roteiro ao Governo e pressiona Costa para não ceder à esquerda

27-11-2020
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Nada de medidas permanentes que façam aumentar a despesa e a dívida, investimentos públicos limitados ao que já estava em curso e cuidado para não mudar a estrutura social por causa de uma crise temporária. Não será inédito o papel mais político do governador do Banco de Portugal BdP), mas é invulgar ouvir um governador, ainda por cima ex-ministro das Finanças, entrar no debate orçamental com estrondo - quando se inicia a discussão na especialidade - traçando aquilo que considera ser o caminho certo. Não que outros governadores não tenham entrado com um pé na política, mas o tempo e o modo do discurso desta segunda-feira de Mário Centeno numa conferência do BdP são mais uma forma de condicionar o espaço de António Costa num momento em que já está pressionado por todos os lados.

O discurso sobre o foco em medidas extraordinárias que não se tornem definitivas e de preocupação com a dívida é coincidente com o do seu sucessor, João Leão, mas numa altura em que este negoceia o Orçamento do Estado à esquerda - e em que pode ter de pagar caro a aprovação do documento, como o Expresso escreveu este sábado - as palavras de Mário Centeno funcionam como alta pressão a que não aceda aos pedidos dos partidos, leia-se PCP e BE. Será sobretudo destes partidos e da sua visão de sair da crise que Mário Centeno discorda e aos quais não quer ver o Governo ceder mais do que deve.

Nada de medidas permanentes que façam aumentar a despesa e a dívida, investimentos públicos limitados ao que já estava em curso e cuidado para não mudar a estrutura social por causa de uma crise temporária. Não será inédito o papel mais político do governador do Banco de Portugal BdP), mas é invulgar ouvir um governador, ainda por cima ex-ministro das Finanças, entrar no debate orçamental com estrondo - quando se inicia a discussão na especialidade - traçando aquilo que considera ser o caminho certo. Não que outros governadores não tenham entrado com um pé na política, mas o tempo e o modo do discurso desta segunda-feira de Mário Centeno numa conferência do BdP são mais uma forma de condicionar o espaço de António Costa num momento em que já está pressionado por todos os lados.

O discurso sobre o foco em medidas extraordinárias que não se tornem definitivas e de preocupação com a dívida é coincidente com o do seu sucessor, João Leão, mas numa altura em que este negoceia o Orçamento do Estado à esquerda - e em que pode ter de pagar caro a aprovação do documento, como o Expresso escreveu este sábado - as palavras de Mário Centeno funcionam como alta pressão a que não aceda aos pedidos dos partidos, leia-se PCP e BE. Será sobretudo destes partidos e da sua visão de sair da crise que Mário Centeno discorda e aos quais não quer ver o Governo ceder mais do que deve.

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