André Ventura. Porque é que as contradições não penalizam os populistas?

27-11-2020
marcar artigo

Antes de fundar o Chega, enquanto candidato do PSD/CDS à Câmara de Loures, André Ventura já acusava a comunidade cigana de constituir um “problema” na cidade. Atualmente, o combate à alegada “subsidiodependência” é uma das suas principais bandeiras, o que esta semana lhe valeu uma multa de mais de 400 euros por “discriminação em função da origem étnica”. O baixo valor foi contestado pela deputada Joacine Katar Moreira e o líder do Chega não hesitou em insistir, através do Twitter, na saída da deputada do país. Com o recente acordo de governação nos Açores, Ventura voltou aos holofotes e às contradições. No domingo passado, o candidato a Belém defendeu o casamento entre homossexuais numa entrevista à Lusa. Mas depressa se arrependeu e voltou ao Twitter para desmentir: “Fake, fake, fake!”, exclamou na rede social.

Foram muitas as vezes que o líder do Chega deu o dito por não dito e fez declarações polémicas — sem consequências aparentes no seu eleitorado, segundo as sondagens. Mas que razões explicam isso? Para Sefi Shaked, estratego israelita e gestor de campanhas eleitorais, as pessoas são “por natureza tendenciosas”, pelo que tendem a analisar as questões de modo a “confirmar as suas próprias crenças”. “A maioria das pessoas aceita os argumentos falsos porque isso as tranquiliza. E para confirmar os seus preconceitos. Se odiarem imigrantes, acreditarão em histórias que indicam que são todos criminosos e terroristas. Se odiarem Trump, acreditarão que ele violou mulheres”, diz, por sua vez, ao Expresso Darren Lilleker, professor de comunicação política da Universidade de Bournemouth, em Inglaterra.

Antes de fundar o Chega, enquanto candidato do PSD/CDS à Câmara de Loures, André Ventura já acusava a comunidade cigana de constituir um “problema” na cidade. Atualmente, o combate à alegada “subsidiodependência” é uma das suas principais bandeiras, o que esta semana lhe valeu uma multa de mais de 400 euros por “discriminação em função da origem étnica”. O baixo valor foi contestado pela deputada Joacine Katar Moreira e o líder do Chega não hesitou em insistir, através do Twitter, na saída da deputada do país. Com o recente acordo de governação nos Açores, Ventura voltou aos holofotes e às contradições. No domingo passado, o candidato a Belém defendeu o casamento entre homossexuais numa entrevista à Lusa. Mas depressa se arrependeu e voltou ao Twitter para desmentir: “Fake, fake, fake!”, exclamou na rede social.

Foram muitas as vezes que o líder do Chega deu o dito por não dito e fez declarações polémicas — sem consequências aparentes no seu eleitorado, segundo as sondagens. Mas que razões explicam isso? Para Sefi Shaked, estratego israelita e gestor de campanhas eleitorais, as pessoas são “por natureza tendenciosas”, pelo que tendem a analisar as questões de modo a “confirmar as suas próprias crenças”. “A maioria das pessoas aceita os argumentos falsos porque isso as tranquiliza. E para confirmar os seus preconceitos. Se odiarem imigrantes, acreditarão em histórias que indicam que são todos criminosos e terroristas. Se odiarem Trump, acreditarão que ele violou mulheres”, diz, por sua vez, ao Expresso Darren Lilleker, professor de comunicação política da Universidade de Bournemouth, em Inglaterra.

marcar artigo