Aos 112 anos, os vinhos verdes querem sair da “borda da piscina”

02-10-2020
marcar artigo

Impulsionada até aqui sobretudo pelas vendas em volume e pela forte presença no mercado – é a segunda maior do país tanto a nível interno como externo, a seguir ao Alentejo e ao Douro, respetivamente –, a centenária região dos vinhos verdes aponta agora à maior valorização do produto. Aproveitando a renovação das vinhas e o surgimento de uma nova geração de enólogos e produtores, quer aumentar a qualidade e também os momentos de consumo.

"O vinho verde não é [só] um vinho de verão, para se beber na borda da piscina. Se temos vinhos mais jovens e alegres, também temos loureiros, alvarinhos, avessos e outras tantas variedades, que dão vinhos mais complexos e mais ricos e que podemos harmonizar com todas as gastronomias ao longo do ano. O vinho verde é um vinho para os 12 meses do ano", decretou Manuel Pinheiro, presidente desta comissão de viticultura (CVRVV).

Leia Também Vinho verde desconfina com investimento de 300 mil em promoção

Manuel Pinheiro, presidente da região dos vinhos verdes, foi um dos principais impulsionadores da liberalização do alvarinho.

Falando na sessão solene que assinalou o 112.º aniversário da publicação da Carta de Lei de 18 de Setembro de 1908, que demarcou a Região dos Vinhos Verdes, o responsável sublinhou a importância económica e social de uma atividade que envolve centenas de empresas e milhares de empregos. E lembrou que no terreno, onde se multiplicam os projetos e as "oportunidades" no enoturismo, estão por estes dias mais de 15 mil pessoas, espalhadas por 48 concelhos, a vindimar cerca de 100 mil toneladas de uvas.

Leia Também Seguro de colheitas dispara indemnizações nos vinhos verdes

Compras alemãs e americanas na pandemia

Leia Também Fonseca compra armazém à Sogrape para ter caves e visitas em Gaia

Num ano marcado pela pandemia de covid-19, mas que promete ser "muito bom" em termos vitícolas, Manuel Pinheiro sublinhou aos jornalistas que "tudo indica que [vai] fechar o ano sem perdas nas vendas". Com mais de 50% da faturação assegurada em 107 mercados internacionais – há duas décadas pesavam apenas 15% -, as vendas prosseguiam em terreno positivo até ao final de julho, a recuperar já dos meses "dificílimos" de abril e maio, suportadas num crescimento próximo dos 10% na exportação e alimentado sobretudo pelas compras da Alemanha e dos EUA.

"O ano de 2020 não está a ser fácil e 2021 se calhar também não será. O que marca as nossas vendas este ano é a disparidade entre os produtores que dependiam mais dos restaurantes e dos hotéis – que são sobretudo os mais pequenos e de maior valor; e, por outro lado, os mercados de exportação e as grandes superfícies e a grande distribuição, que têm ajudado a impulsionar o negócio", resumiu o líder da CVRVV.

Leia Também Novo Barca-Velha chega acima de 400 euros e com selo antifalsificação

Entendemos que haja algumas limitações ao consumo de álcool [devido à covid], mas esperamos poder voltar rapidamente à liberdade de venda e ao consumo responsável. Manuel Pinheiro, presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes

Leia Também Falua de Almeirim e adega em Monção abrem negócio do vinho ao grupo Roullier

Na presença de Nuno Russo, secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Manuel Pinheiro declarou ainda que "embora [entenda] bem por que é que no âmbito da covid há algumas limitações ao consumo de álcool", nomeadamente a proibição da venda a partir das 20h, "os vinhos são uma parte natural da dieta e da alimentação" nacional. "Esperamos poder voltar rapidamente à liberdade de venda e ao consumo responsável", concluiu.

Impulsionada até aqui sobretudo pelas vendas em volume e pela forte presença no mercado – é a segunda maior do país tanto a nível interno como externo, a seguir ao Alentejo e ao Douro, respetivamente –, a centenária região dos vinhos verdes aponta agora à maior valorização do produto. Aproveitando a renovação das vinhas e o surgimento de uma nova geração de enólogos e produtores, quer aumentar a qualidade e também os momentos de consumo.

"O vinho verde não é [só] um vinho de verão, para se beber na borda da piscina. Se temos vinhos mais jovens e alegres, também temos loureiros, alvarinhos, avessos e outras tantas variedades, que dão vinhos mais complexos e mais ricos e que podemos harmonizar com todas as gastronomias ao longo do ano. O vinho verde é um vinho para os 12 meses do ano", decretou Manuel Pinheiro, presidente desta comissão de viticultura (CVRVV).

Leia Também Vinho verde desconfina com investimento de 300 mil em promoção

Manuel Pinheiro, presidente da região dos vinhos verdes, foi um dos principais impulsionadores da liberalização do alvarinho.

Falando na sessão solene que assinalou o 112.º aniversário da publicação da Carta de Lei de 18 de Setembro de 1908, que demarcou a Região dos Vinhos Verdes, o responsável sublinhou a importância económica e social de uma atividade que envolve centenas de empresas e milhares de empregos. E lembrou que no terreno, onde se multiplicam os projetos e as "oportunidades" no enoturismo, estão por estes dias mais de 15 mil pessoas, espalhadas por 48 concelhos, a vindimar cerca de 100 mil toneladas de uvas.

Leia Também Seguro de colheitas dispara indemnizações nos vinhos verdes

Compras alemãs e americanas na pandemia

Leia Também Fonseca compra armazém à Sogrape para ter caves e visitas em Gaia

Num ano marcado pela pandemia de covid-19, mas que promete ser "muito bom" em termos vitícolas, Manuel Pinheiro sublinhou aos jornalistas que "tudo indica que [vai] fechar o ano sem perdas nas vendas". Com mais de 50% da faturação assegurada em 107 mercados internacionais – há duas décadas pesavam apenas 15% -, as vendas prosseguiam em terreno positivo até ao final de julho, a recuperar já dos meses "dificílimos" de abril e maio, suportadas num crescimento próximo dos 10% na exportação e alimentado sobretudo pelas compras da Alemanha e dos EUA.

"O ano de 2020 não está a ser fácil e 2021 se calhar também não será. O que marca as nossas vendas este ano é a disparidade entre os produtores que dependiam mais dos restaurantes e dos hotéis – que são sobretudo os mais pequenos e de maior valor; e, por outro lado, os mercados de exportação e as grandes superfícies e a grande distribuição, que têm ajudado a impulsionar o negócio", resumiu o líder da CVRVV.

Leia Também Novo Barca-Velha chega acima de 400 euros e com selo antifalsificação

Entendemos que haja algumas limitações ao consumo de álcool [devido à covid], mas esperamos poder voltar rapidamente à liberdade de venda e ao consumo responsável. Manuel Pinheiro, presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes

Leia Também Falua de Almeirim e adega em Monção abrem negócio do vinho ao grupo Roullier

Na presença de Nuno Russo, secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Manuel Pinheiro declarou ainda que "embora [entenda] bem por que é que no âmbito da covid há algumas limitações ao consumo de álcool", nomeadamente a proibição da venda a partir das 20h, "os vinhos são uma parte natural da dieta e da alimentação" nacional. "Esperamos poder voltar rapidamente à liberdade de venda e ao consumo responsável", concluiu.

marcar artigo