Grande Loja do Queijo Limiano

05-05-2020
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Há entre nós um hábito - já com algumas decénias- de execrar bufos e quejandos. As razões são compreensíveis e justificadas para quem sofreu na pele os efeitos da bufaria. Antes de 25 de Abril de 1974, o regime de Salazar e depois o de Caetano, aprimorou as técnicas que também no bloco leste soviético se usavam com grande proveito: apanhar opositores políticos, ainda que meramente putativos. Bastava uma leve suspeita e aqueles que por incumbência escreviam ofícios "a bem da Nação", informavam os poderes constituidos, concentrados na rua António Maria Cardoso em Lisboa, e também no Terreiro do Paço, que determinada pessoa não estava ao serviço do "bem da Nação". Isso constituía um anátema fatal para as aspirações profissionais de quem quer que fosse rotulado pelas informações venenosas. Salazar não tinha pejo em afirmar em discurso que " quem não é por nós é contra nós" e segundo reza a lenda, tinha uma noção precisa de que "em política o que parece, é".

Talvez por força dessas memórias trágicas da repressão derivada do autoritarismo salazarista, levemente suavizado por um Caetano aggiornado aos fenómenos de finais dos anos sessenta, ficou na mente colectiva dos perseguidos pelo regime, o horror ao pide e ao bufo que arruinavam carreiras e pessoas.

Em regime democrático, os antigos reflexos condicionados, continuam a impor uma ética e uma moral que se vai tornando avessa ao próprio costume.

Hoje em dia, na sociedade portuguesa, ainda há quem veja os responsáveis que denunciam desmandos e os apaniguados que resolvem tocar no trombone da denúncia de malfeitorias públicas, como herdeiros bastardos de bufos, pides e até os configuram como fantasmas dos antigos inquisidores, zeladores da ortodoxia.

Em países mais civilizados, porém, não é bem assim que as coisas se passam, pois os fantasmas do passado, não conseguiram penetrar mais do que um nível: o do olvido rápido.

Os americanos, nação com um pouco mais de duzentos anos e herdeiros directos da matriz anglo-saxónica, na religião e costumes, têm uma figura institucionalizada para enquadrar aquelas pessoas que trabalhando no interior de uma organização relvante para o interesse público, se apercebem dos desvios graves que detectam nas estruturas dirigentes. Chamam-lhes WHISTLEBLOWERS! Apitadores! A imagem é apropriada, pois reflecte a noção de que há pessoas que sinalizam publicamente, através de avisos nos media, as faltas graves, no interior das organizações a que pertencem. Públicas ou privadas com relevância pública.

E não ficam pelo informalismo do fenómeno. Enquadraram-no e deram-lhe um estatuto, relevante aliás para a democracia que defendem. Até uma ética lhes arranjaram, que se sintetiza nestes princípios:

-that the act of whistleblowing stem from appropriate moral motive of preventing unnecessary harm to others;

that the whistleblower use all available internal procedures for rectifying the problematic behavior before public disclosure, although special circumstances may preclude this;

that the whistleblower have ‘evidence that would persuade a reasonable person’;

that the whistleblower perceive serious danger that can result from the violation;

that the whistleblower act in accordance with his or her responsibilities for ‘avoiding and/or exposing moral violations’;

that the whistleblower’s action have some reasonable chance for success.

pode consultar

sítio

e verificar que a revista Time, publicou

um número especial de fim de ano, em que nomeou Pessoa do Ano

Sherron Watkins que denunciou más práticas comerciais e corrupção numa grande empresa

a Enron

tinha toda a razão

Uma pessoa ao ler estas coisas das democracias estrangeiras, sonha o que seria se por cá existisse alguém que se dignasse apitar forte e feito

Galp. Ou da PT

Refer

Para não falar em

certas

sociedades de advogados

se alguém o fizesse, não demoraria um dia até que aparecesse alguém a dizer que o denunciador mais não era que um abjecto caluniador

traidor, pulha fassista e bufo da pior espécie

isto a propósito da entrevista de Paulo Morais

Visão

já comentada

A atitude de Paulo Morais

é desvalorizada através dos habituais mecanismos

de neutralização de esforços cívicos

não há a noção do autêntico serviço público que essas denúncias podem revestir

generalidade dos comentadores, entram por uma de duas vias

o cinismo mais perturbador

aconteceu neste caso com Fernando Ruas e um tal Agostinho Branquinho

por outra mais sofisticada

por causa de o autor ter o apito guardado e escondido e só agora fazer uso dele

Extraordinário

o facto de alguém se cansar e resolver apitar

não deveria chagar para lhe darem atenção

neste caso, terão dado

A PGR

DCIAP

parece que irá fazer algo

o cepticismo é grande,

Como dizia um antigo director da PJ

saudoso

Adelino Salvado

não vale a pena: isso não vai dar nada

Veremos

o que gostaríamos de ver, seria o aparecimento de mais apitadores

Garcia dos Santos

Pedro Ferraz da Costa

Maria José Morgado

novel

Venham as apitadelas de ouro

quem tem de ouvir que oiça e seja consequente

Quem quiser saber mais,há relativamente pouco tempo,, precisamente uma dessas pessoas -americana,! Sabe-se agora queno seio da. Ou até da. Sonhos... porque. Um desavergonhado de umVem, àde hoje,neste e noutros blogs., bem como a de outras pessoas que ao longo dos anos tem aparecido com o mesmo tipo de denúncias,, atávicos na sociedade portuguesa,Como, mesmo naquilo que todos reconhecem como óbvio e claro, eventualmente por causa daquele atavismo dos tempos do autoritarismo salazarista, a: ou pela d, como; ou entãoe que é a daqueles que retiram valor e legitimidade à apitadela,Então,, com base e razão,?!É certo que(leia-se o),. Esperemos que sim. Mastendo em conta experiências anteriores., o, "!...". No entanto,. Já tivemos os exemplos dee dee temos uma profissional em campo:que felicitou - e bem, no meu entender,- oapitador.! E

Publicado por josé

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Há entre nós um hábito - já com algumas decénias- de execrar bufos e quejandos. As razões são compreensíveis e justificadas para quem sofreu na pele os efeitos da bufaria. Antes de 25 de Abril de 1974, o regime de Salazar e depois o de Caetano, aprimorou as técnicas que também no bloco leste soviético se usavam com grande proveito: apanhar opositores políticos, ainda que meramente putativos. Bastava uma leve suspeita e aqueles que por incumbência escreviam ofícios "a bem da Nação", informavam os poderes constituidos, concentrados na rua António Maria Cardoso em Lisboa, e também no Terreiro do Paço, que determinada pessoa não estava ao serviço do "bem da Nação". Isso constituía um anátema fatal para as aspirações profissionais de quem quer que fosse rotulado pelas informações venenosas. Salazar não tinha pejo em afirmar em discurso que " quem não é por nós é contra nós" e segundo reza a lenda, tinha uma noção precisa de que "em política o que parece, é".

Talvez por força dessas memórias trágicas da repressão derivada do autoritarismo salazarista, levemente suavizado por um Caetano aggiornado aos fenómenos de finais dos anos sessenta, ficou na mente colectiva dos perseguidos pelo regime, o horror ao pide e ao bufo que arruinavam carreiras e pessoas.

Em regime democrático, os antigos reflexos condicionados, continuam a impor uma ética e uma moral que se vai tornando avessa ao próprio costume.

Hoje em dia, na sociedade portuguesa, ainda há quem veja os responsáveis que denunciam desmandos e os apaniguados que resolvem tocar no trombone da denúncia de malfeitorias públicas, como herdeiros bastardos de bufos, pides e até os configuram como fantasmas dos antigos inquisidores, zeladores da ortodoxia.

Em países mais civilizados, porém, não é bem assim que as coisas se passam, pois os fantasmas do passado, não conseguiram penetrar mais do que um nível: o do olvido rápido.

Os americanos, nação com um pouco mais de duzentos anos e herdeiros directos da matriz anglo-saxónica, na religião e costumes, têm uma figura institucionalizada para enquadrar aquelas pessoas que trabalhando no interior de uma organização relvante para o interesse público, se apercebem dos desvios graves que detectam nas estruturas dirigentes. Chamam-lhes WHISTLEBLOWERS! Apitadores! A imagem é apropriada, pois reflecte a noção de que há pessoas que sinalizam publicamente, através de avisos nos media, as faltas graves, no interior das organizações a que pertencem. Públicas ou privadas com relevância pública.

E não ficam pelo informalismo do fenómeno. Enquadraram-no e deram-lhe um estatuto, relevante aliás para a democracia que defendem. Até uma ética lhes arranjaram, que se sintetiza nestes princípios:

-that the act of whistleblowing stem from appropriate moral motive of preventing unnecessary harm to others;

that the whistleblower use all available internal procedures for rectifying the problematic behavior before public disclosure, although special circumstances may preclude this;

that the whistleblower have ‘evidence that would persuade a reasonable person’;

that the whistleblower perceive serious danger that can result from the violation;

that the whistleblower act in accordance with his or her responsibilities for ‘avoiding and/or exposing moral violations’;

that the whistleblower’s action have some reasonable chance for success.

pode consultar

sítio

e verificar que a revista Time, publicou

um número especial de fim de ano, em que nomeou Pessoa do Ano

Sherron Watkins que denunciou más práticas comerciais e corrupção numa grande empresa

a Enron

tinha toda a razão

Uma pessoa ao ler estas coisas das democracias estrangeiras, sonha o que seria se por cá existisse alguém que se dignasse apitar forte e feito

Galp. Ou da PT

Refer

Para não falar em

certas

sociedades de advogados

se alguém o fizesse, não demoraria um dia até que aparecesse alguém a dizer que o denunciador mais não era que um abjecto caluniador

traidor, pulha fassista e bufo da pior espécie

isto a propósito da entrevista de Paulo Morais

Visão

já comentada

A atitude de Paulo Morais

é desvalorizada através dos habituais mecanismos

de neutralização de esforços cívicos

não há a noção do autêntico serviço público que essas denúncias podem revestir

generalidade dos comentadores, entram por uma de duas vias

o cinismo mais perturbador

aconteceu neste caso com Fernando Ruas e um tal Agostinho Branquinho

por outra mais sofisticada

por causa de o autor ter o apito guardado e escondido e só agora fazer uso dele

Extraordinário

o facto de alguém se cansar e resolver apitar

não deveria chagar para lhe darem atenção

neste caso, terão dado

A PGR

DCIAP

parece que irá fazer algo

o cepticismo é grande,

Como dizia um antigo director da PJ

saudoso

Adelino Salvado

não vale a pena: isso não vai dar nada

Veremos

o que gostaríamos de ver, seria o aparecimento de mais apitadores

Garcia dos Santos

Pedro Ferraz da Costa

Maria José Morgado

novel

Venham as apitadelas de ouro

quem tem de ouvir que oiça e seja consequente

Quem quiser saber mais,há relativamente pouco tempo,, precisamente uma dessas pessoas -americana,! Sabe-se agora queno seio da. Ou até da. Sonhos... porque. Um desavergonhado de umVem, àde hoje,neste e noutros blogs., bem como a de outras pessoas que ao longo dos anos tem aparecido com o mesmo tipo de denúncias,, atávicos na sociedade portuguesa,Como, mesmo naquilo que todos reconhecem como óbvio e claro, eventualmente por causa daquele atavismo dos tempos do autoritarismo salazarista, a: ou pela d, como; ou entãoe que é a daqueles que retiram valor e legitimidade à apitadela,Então,, com base e razão,?!É certo que(leia-se o),. Esperemos que sim. Mastendo em conta experiências anteriores., o, "!...". No entanto,. Já tivemos os exemplos dee dee temos uma profissional em campo:que felicitou - e bem, no meu entender,- oapitador.! E

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