Catarina Martins: “É tempo de o PS dar sinais mais claros sobre a sua vontade”

12-12-2020
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A duas semanas da entrega do Orçamento do Estado e com todos os dossiês cruciais ainda parados nas negociações com o Governo, o Bloco de Esquerda trabalha para gerir expectativas. E foi isso mesmo que Catarina Martins fez esta segunda-feira em entrevista ao Polígrafo/SIC, ao garantir que a bola está do lado do Governo: “É tempo de o PS dar sinais mais claros sobre a sua vontade negocial”.

Os recados que chegam dos dois lados são mais táticos do que nunca. Enquanto as negociações pouco avançam, e apesar de ter desenhado linhas vermelhas a traço grosso para este Orçamento, a coordenadora bloquista reforçou: “Discutir cenários de crise política só interessa a quem queira uma crise política. O BE não está a trabalhar para uma crise política mas para um Orçamento do Estado”.

O “compromisso” do partido é, garantiu, com o país. Mas é certo que, com o PCP cada vez mais afastado e a recusar falar sobre as negociações, o ónus da aprovação - que, para mais, seria matematicamente possível se o Bloco decidisse abster-se - está cada vez mais colocado junto do partido de Catarina Martins. E a líder fez por sacudir a pressão: “Não estamos obrigados a nada, mas não fugimos das nossas responsabilidades”.

Com esse ónus a pairar sobre o BE, Catarina Martins mostrou-se defensiva e deu respostas mais recuadas no que toca a uma das pastas mais quentes deste Orçamento: o Novo Banco. Se é verdade que o Bloco tem garantido que não aprovará um Orçamento que contenha um só cêntimo a mais para o banco, desta vez, quando questionada sobre a via de financiamento alternativa - o financiamento junto da banca privada -, a coordenadora mostrou-se contra mas explicou que BE e Governo estão a “trabalhar” para tentar chegar a uma solução.

De resto, críticas ferozes à gestão do banco: o Bloco diz-se contra o “gangsterismo financeiro” e, por isso, defende que o Estado “se leve a sério” e exija uma auditoria que avalie o registo de imparidades (perdas) do banco, que funcionam como argumento para ir buscar mais dinheiro ao Fundo de Resolução. Uma proposta que “não é suicida”, uma vez que “há todo o tempo” para fazer uma investigação às perdas sem causar danos reputacionais graves ao banco e aos seus depositantes, garantiu.

Ao mesmo tempo que uma delegação bloquista se reunia com o ministro das Finanças, Catarina Martins fazia questão de sublinhar na SIC que o Bloco “debate soluções” e que o partido está unido com o objetivo de conseguir ganhos reais neste Orçamento. Resta saber se, caso contrário, se juntará ao caminho que o PCP parece começar a trilhar, mais perto da oposição do que dos tempos de geringonça.

A duas semanas da entrega do Orçamento do Estado e com todos os dossiês cruciais ainda parados nas negociações com o Governo, o Bloco de Esquerda trabalha para gerir expectativas. E foi isso mesmo que Catarina Martins fez esta segunda-feira em entrevista ao Polígrafo/SIC, ao garantir que a bola está do lado do Governo: “É tempo de o PS dar sinais mais claros sobre a sua vontade negocial”.

Os recados que chegam dos dois lados são mais táticos do que nunca. Enquanto as negociações pouco avançam, e apesar de ter desenhado linhas vermelhas a traço grosso para este Orçamento, a coordenadora bloquista reforçou: “Discutir cenários de crise política só interessa a quem queira uma crise política. O BE não está a trabalhar para uma crise política mas para um Orçamento do Estado”.

O “compromisso” do partido é, garantiu, com o país. Mas é certo que, com o PCP cada vez mais afastado e a recusar falar sobre as negociações, o ónus da aprovação - que, para mais, seria matematicamente possível se o Bloco decidisse abster-se - está cada vez mais colocado junto do partido de Catarina Martins. E a líder fez por sacudir a pressão: “Não estamos obrigados a nada, mas não fugimos das nossas responsabilidades”.

Com esse ónus a pairar sobre o BE, Catarina Martins mostrou-se defensiva e deu respostas mais recuadas no que toca a uma das pastas mais quentes deste Orçamento: o Novo Banco. Se é verdade que o Bloco tem garantido que não aprovará um Orçamento que contenha um só cêntimo a mais para o banco, desta vez, quando questionada sobre a via de financiamento alternativa - o financiamento junto da banca privada -, a coordenadora mostrou-se contra mas explicou que BE e Governo estão a “trabalhar” para tentar chegar a uma solução.

De resto, críticas ferozes à gestão do banco: o Bloco diz-se contra o “gangsterismo financeiro” e, por isso, defende que o Estado “se leve a sério” e exija uma auditoria que avalie o registo de imparidades (perdas) do banco, que funcionam como argumento para ir buscar mais dinheiro ao Fundo de Resolução. Uma proposta que “não é suicida”, uma vez que “há todo o tempo” para fazer uma investigação às perdas sem causar danos reputacionais graves ao banco e aos seus depositantes, garantiu.

Ao mesmo tempo que uma delegação bloquista se reunia com o ministro das Finanças, Catarina Martins fazia questão de sublinhar na SIC que o Bloco “debate soluções” e que o partido está unido com o objetivo de conseguir ganhos reais neste Orçamento. Resta saber se, caso contrário, se juntará ao caminho que o PCP parece começar a trilhar, mais perto da oposição do que dos tempos de geringonça.

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