Porto: Câmara afasta a hipótese de reativar hospital de campanha no Rosa Mota e aponta alternativas para servir o distrito

20-10-2020
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O hospital de campanha no Pavilhão Rosa Mota, no Porto, não deverá ser reativado. Rui Moreira manifestou hoje a disponibilidade para apoiar a luta contra a pandemia no distrito com 50 mil euros mensais e espaços alternativos.

FERNANDO VELUDO/LUSA

A imagem de macas no centro do Pavilhão Rosa Mota, no Porto, não se deverá repetir. A autarquia afasta a hipótese de reativar o hospital de retaguarda no Palácio de Cristal, mas sugere locais alternativos para apoiar o esforço face à covid-19 no distrito.

A decisão foi tomada "por comum acordo com a Comissão Distrital de Proteção Civil", explica o município. Assim, a câmara "vai encerrar o processo de cedência com o concessionário do Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota". Segundo a câmara, foi o próprio presidente da Comissão, Marco Martins (autarca de Gondomar), a dar nota a Rui Moreira, de que "há alternativas que melhor podem responder às necessidades de hospitalização", como aliás também o terá transmitido o diretor do Hospital de São João, Fernando Araújo, há cerca de um mês, explica a câmara.

O presidente da Câmara do Porto defende que "deverá ser criada uma estrutura distrital de acolhimento de pessoas com teste positivo, sem critério de internamento hospitalar e que não o possam fazer no contexto familiar", devendo ser encontrado financiamento e um operador especializado, "preferencialmente na área da saúde", diz o independente, numa carta citada pela autarquia, na sequência de uma reunião entra autarcas, governo e autoridades de saúde.

No que respeita ao pedido de identificação de outros espaços, o município sugere "as antigas instalações do Hospital Maria Pia e eventual contacto com a Misericórdia do Porto para identificar disponibilidades face ao tipo de resposta a criar". Rui Moreira não descarta ainda a possibilidade de "avaliar a disponibilidade manifestada na primeira vaga pela Diocese do Porto no que se refere às instalações do Seminário de Vilar", para acolher pessoas com teste negativo. Mas para estas respostas, o governo vai "estudar a possibilidade de afetar recursos", quer financeiros quer meios técnicos, adianta a autarquia.

O presidente da câmara municipal do Porto, Rui Moreira, enviou hoje uma carta ao presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil, Marco Martins, a manifestar "a total disponibilidade do Município do Porto em colaborar nas orientações que estão a ser definidas pelo organismo, para conter a evolução da infeção por Covid-19".

Segundo a informação da autarquia, na carta, Rui Moreira aponta a Pousada da Juventude do Porto como um espaço que "tem excelentes condições para a criação de uma estrutura de apoio a pessoas com teste negativo" e sugere que o equipamento esteja disponível para o distrito. O independente adianta ainda que a câmara da Invicta está disposta a suportar "um apoio financeiro mensal no valor de 50.000 euros, de outubro a 30 de março de 2021, devendo proceder-se a uma avaliação da resposta em finais de janeiro de 2021"um para garantir esta resposta de retaguarda.

"Este é um dos espaços identificados pela cidade, na sequência da reunião promovida pela Comissão Distrital de Proteção Civil do Porto, em que participaram representantes dos municípios, o secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro (na qualidade de coordenador regional Norte da Covid-19), os diretores do Hospital de São João e do Hospital de Santo António, o presidente da ARS-Norte e a diretora adjunta do Centro Distrital do Porto do Instituto da Segurança Social", explica a autarquia, em comunicado.

Rui Moreira relata na missiva que "os hospitais consideram que deve ser promovida pela Comissão Distrital a criação de estruturas de acolhimento para pessoas que testem positivo à doença Covid-19, mas que cumulativamente não tenham critérios de hospitalização e que não reúnam condições na habitação para recuperação, nomeadamente por falta de condições e/ou de cuidadores".

Assim, "acolhendo estas propostas, a Comissão Distrital de Proteção Civil do Porto não só equaciona a criação de estruturas de acolhimento provisório para pessoas com teste positivo ao novo coronavírus, como também propõe levantar estruturas de acolhimento municipal provisório para pessoas com teste negativo à Covid-19, item em que se enquadra a resposta da Pousada da Juventude identificada pelo Município do Porto", refere o comunicado da câmara.

"A estes espaços, chegariam pessoas provenientes de estruturas residenciais que necessitem de segregar positivos ou excecionalmente pessoas que perderam cuidadores por teste positivo. O financiamento seria assegurado por uma parceria entre cada Comissão Municipal de Proteção Civil e a Segurança Social, em despacho a definir pelo Governo", acrescenta. Rui Moreira coloca ainda à disposição o Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto "para colaborar no transporte de pessoas para estas estruturas, nomeadamente com Covid-19, bem como apoiar em processos de descontaminação, processos de vistoria e formação", pode ler-se na carta, citada pela câmara.

Rui Moreira acrescenta ainda que está igualmente "disponível para abrir, operar e financiar, logo que se revele necessário, um Centro de Acolhimento de Emergência para pessoas em situação de sem-abrigo, com a capacidade para 40 pessoas, nas antigas instalações do Hospital Joaquim Urbano", em articulação com a Segurança Social, a Autoridade de Saúde e o Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo (NPISA) Porto.

Já aos dois Agrupamentos de Centro de Saúde (ACES) da cidade, a câmara do Porto vai ainda disponibilizar três viaturas "para reforço do trabalho das equipas de intervenção rápida e/ou deslocação às estruturas residenciais de acolhimento", sendo que ao ACES Porto Ocidental cede a Escola Básica António Aroso, em regime de comodato por meio ano, para aumentar a capacidade de resposta.

Portugal regressa ao estado de calamidade. Novos casos podem chegar aos três mil

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou hoje que vai ser elevado o nível de alerta para situação de calamidade no território nacional, uma decisão acompanhada por um conjunto de novas medidas, visando travar a expansão da pandemia.

Portugal poderá chegar, nos próximos dias, aos três mil novos casos diários de infeção de covid-19, anunciou hoje a ministra da Saúde, Marta Temido, baseando-se numa estimativa feita pelo Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge.

Portugal tem hoje 2.072 novos casos de infeção com o novo coronavirus, o valor diário mais elevado desde o início da pandemia de covid-19, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Os valores mais altos desde o início da pandemia tinham sido atingidos em 10 de abril, com a notificação de 1.516 novas infeções, número que foi superado em 10 de outubro, quando se atingiram 1.646 casos.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão e oitenta e sete mil mortos e mais de 38,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 2.117 pessoas dos 91.193 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da DGS.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

*Com Lusa

O hospital de campanha no Pavilhão Rosa Mota, no Porto, não deverá ser reativado. Rui Moreira manifestou hoje a disponibilidade para apoiar a luta contra a pandemia no distrito com 50 mil euros mensais e espaços alternativos.

FERNANDO VELUDO/LUSA

A imagem de macas no centro do Pavilhão Rosa Mota, no Porto, não se deverá repetir. A autarquia afasta a hipótese de reativar o hospital de retaguarda no Palácio de Cristal, mas sugere locais alternativos para apoiar o esforço face à covid-19 no distrito.

A decisão foi tomada "por comum acordo com a Comissão Distrital de Proteção Civil", explica o município. Assim, a câmara "vai encerrar o processo de cedência com o concessionário do Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota". Segundo a câmara, foi o próprio presidente da Comissão, Marco Martins (autarca de Gondomar), a dar nota a Rui Moreira, de que "há alternativas que melhor podem responder às necessidades de hospitalização", como aliás também o terá transmitido o diretor do Hospital de São João, Fernando Araújo, há cerca de um mês, explica a câmara.

O presidente da Câmara do Porto defende que "deverá ser criada uma estrutura distrital de acolhimento de pessoas com teste positivo, sem critério de internamento hospitalar e que não o possam fazer no contexto familiar", devendo ser encontrado financiamento e um operador especializado, "preferencialmente na área da saúde", diz o independente, numa carta citada pela autarquia, na sequência de uma reunião entra autarcas, governo e autoridades de saúde.

No que respeita ao pedido de identificação de outros espaços, o município sugere "as antigas instalações do Hospital Maria Pia e eventual contacto com a Misericórdia do Porto para identificar disponibilidades face ao tipo de resposta a criar". Rui Moreira não descarta ainda a possibilidade de "avaliar a disponibilidade manifestada na primeira vaga pela Diocese do Porto no que se refere às instalações do Seminário de Vilar", para acolher pessoas com teste negativo. Mas para estas respostas, o governo vai "estudar a possibilidade de afetar recursos", quer financeiros quer meios técnicos, adianta a autarquia.

O presidente da câmara municipal do Porto, Rui Moreira, enviou hoje uma carta ao presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil, Marco Martins, a manifestar "a total disponibilidade do Município do Porto em colaborar nas orientações que estão a ser definidas pelo organismo, para conter a evolução da infeção por Covid-19".

Segundo a informação da autarquia, na carta, Rui Moreira aponta a Pousada da Juventude do Porto como um espaço que "tem excelentes condições para a criação de uma estrutura de apoio a pessoas com teste negativo" e sugere que o equipamento esteja disponível para o distrito. O independente adianta ainda que a câmara da Invicta está disposta a suportar "um apoio financeiro mensal no valor de 50.000 euros, de outubro a 30 de março de 2021, devendo proceder-se a uma avaliação da resposta em finais de janeiro de 2021"um para garantir esta resposta de retaguarda.

"Este é um dos espaços identificados pela cidade, na sequência da reunião promovida pela Comissão Distrital de Proteção Civil do Porto, em que participaram representantes dos municípios, o secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro (na qualidade de coordenador regional Norte da Covid-19), os diretores do Hospital de São João e do Hospital de Santo António, o presidente da ARS-Norte e a diretora adjunta do Centro Distrital do Porto do Instituto da Segurança Social", explica a autarquia, em comunicado.

Rui Moreira relata na missiva que "os hospitais consideram que deve ser promovida pela Comissão Distrital a criação de estruturas de acolhimento para pessoas que testem positivo à doença Covid-19, mas que cumulativamente não tenham critérios de hospitalização e que não reúnam condições na habitação para recuperação, nomeadamente por falta de condições e/ou de cuidadores".

Assim, "acolhendo estas propostas, a Comissão Distrital de Proteção Civil do Porto não só equaciona a criação de estruturas de acolhimento provisório para pessoas com teste positivo ao novo coronavírus, como também propõe levantar estruturas de acolhimento municipal provisório para pessoas com teste negativo à Covid-19, item em que se enquadra a resposta da Pousada da Juventude identificada pelo Município do Porto", refere o comunicado da câmara.

"A estes espaços, chegariam pessoas provenientes de estruturas residenciais que necessitem de segregar positivos ou excecionalmente pessoas que perderam cuidadores por teste positivo. O financiamento seria assegurado por uma parceria entre cada Comissão Municipal de Proteção Civil e a Segurança Social, em despacho a definir pelo Governo", acrescenta. Rui Moreira coloca ainda à disposição o Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto "para colaborar no transporte de pessoas para estas estruturas, nomeadamente com Covid-19, bem como apoiar em processos de descontaminação, processos de vistoria e formação", pode ler-se na carta, citada pela câmara.

Rui Moreira acrescenta ainda que está igualmente "disponível para abrir, operar e financiar, logo que se revele necessário, um Centro de Acolhimento de Emergência para pessoas em situação de sem-abrigo, com a capacidade para 40 pessoas, nas antigas instalações do Hospital Joaquim Urbano", em articulação com a Segurança Social, a Autoridade de Saúde e o Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo (NPISA) Porto.

Já aos dois Agrupamentos de Centro de Saúde (ACES) da cidade, a câmara do Porto vai ainda disponibilizar três viaturas "para reforço do trabalho das equipas de intervenção rápida e/ou deslocação às estruturas residenciais de acolhimento", sendo que ao ACES Porto Ocidental cede a Escola Básica António Aroso, em regime de comodato por meio ano, para aumentar a capacidade de resposta.

Portugal regressa ao estado de calamidade. Novos casos podem chegar aos três mil

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou hoje que vai ser elevado o nível de alerta para situação de calamidade no território nacional, uma decisão acompanhada por um conjunto de novas medidas, visando travar a expansão da pandemia.

Portugal poderá chegar, nos próximos dias, aos três mil novos casos diários de infeção de covid-19, anunciou hoje a ministra da Saúde, Marta Temido, baseando-se numa estimativa feita pelo Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge.

Portugal tem hoje 2.072 novos casos de infeção com o novo coronavirus, o valor diário mais elevado desde o início da pandemia de covid-19, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Os valores mais altos desde o início da pandemia tinham sido atingidos em 10 de abril, com a notificação de 1.516 novas infeções, número que foi superado em 10 de outubro, quando se atingiram 1.646 casos.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão e oitenta e sete mil mortos e mais de 38,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 2.117 pessoas dos 91.193 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da DGS.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

*Com Lusa

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