Eduardo Pinheiro: "Uso do transporte público ainda está 70% abaixo do normal"

30-06-2020
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Os portugueses continuam a circular muito pouco, mais precisamente 70% abaixo do normal, apesar do Estado de Emergência ter sido levantado há já três semanas. Os dados de utilização dos transportes públicos mostram que "a procura cresceu ligeiramente e está, em média, nos 30%", disse o secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro.

"Depois de quebras na circulação da ordem dos 85% a 90% durante o Estado de Emergência, o recurso ao transporte coletivo está a crescer gradualmente, mas ainda a um ritmo ligeiro, mantendo-se 70% abaixo do nível registado antes da pandemia", admitiu o governante, esta semana, em entrevista no âmbito da segunda sessão do Portugal Mobi Summit 2020, subordinada ao tema da transição energética.

"É um processo gradual, que acompanhará o ritmo da reabertura da economia, do comércio, das escolas", apontou, justificando com o natural receio das pessoas face à covid-19. Eduardo Pinheiro garante que "o Governo tem aumentado a oferta de transporte" e considera que "a que existe neste momento é mais do que suficiente para a procura atual". Porque se segue o período das férias de verão, o executivo não prevê fazer reforços durante estes meses, adiando-os para mais tarde. "Só em setembro, depois das férias, faremos essa avaliação", e sempre em articulação com as orientações das autoridades de saúde, pois "podem ser necessárias medidas mais ou menos restritivas". Essencial para o governante é que "o transporte público não seja visto como o último recurso, mas como um transporte seguro".

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Solução é a mobilidade ativa

Certo é que a pandemia veio atrapalhar as estratégias de mobilidade sustentável das cidades europeias e Portugal não é exceção. O receio do transporte público como potencial foco de contágio ameaça um regresso em massa ao transporte individual, e às emissões poluentes, que só não é maior, porque uma parte significativa da população se encontra ainda em teletrabalho.

Sobre este risco, o secretário de Estado da Mobilidade considera que o caminho é prosseguir com a estratégia de mobilidade ativa, que passa pelas bicicletas, por andar a pé e por todas as modalidades da chamada micro-mobilidade, sem esquecer a aposta no melhoramento do transporte coletivo e na mobilidade elétrica.

Nessa matéria, e apesar dos progressos, ainda estamos longe das metas traçadas na Estratégia Nacional de Mobilidade Ativa, que prevê que o peso das bicicletas na mobilidade passe dos 0,5% em 2011 para 7,5% até 2030. Eduardo Pinheiro explica que "nem tudo depende do Governo, é um processo que passa muito pelos municípios e uns são mais ambiciosos que outros". E apontou um exemplo: foi lançado um concurso de 8 milhões de euros para investimento em ciclovias "e só houve procura para cerca de metade, nem chegou a quatro milhões".

Mas há alguns avanços, como, por exemplo, a possibilidade de os barcos da Transtejo e Softlusa estarem a ser preparados para transportar bicicletas. As dez novas embarcações que deverão estar operacionais entre 2022 e 2024, já estão adaptadas e têm uma tecnologia mais limpa, assegurou. Também a estratégia para a mobilidade ativa deverá estar em marcha este ano.

643 novos pontos de carregamento

No campo da mobilidade elétrica, o Governo prepara-se para adjudicar, já nos próximos dias, os 643 pontos de carregamento que colocou a concurso no final de 2018, revelou Eduardo Pinheiro. Segundo o Governante isso permitirá garantir uma cobertura a nível nacional da rede de carregamentos.

Perante o ritmo de crescimento de veículos elétricos - Portugal já é o quinto país da União Europeia nas vendas -, Eduardo Pinheiro admite que a rede de carregamento terá de continuar a aumentar. "A ambição é que esta rede possa crescer", mas também do lado dos operadores privados, sublinhou. Este carregamento passará a ser pago, a partir de 1 de julho, como já tinha sido anunciado. Os incentivos diretos à mobilidade elétrica passaram de três para quatro milhões de euros, este ano, tendo sido alargados aos veículos de mercadorias.

Os portugueses continuam a circular muito pouco, mais precisamente 70% abaixo do normal, apesar do Estado de Emergência ter sido levantado há já três semanas. Os dados de utilização dos transportes públicos mostram que "a procura cresceu ligeiramente e está, em média, nos 30%", disse o secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro.

"Depois de quebras na circulação da ordem dos 85% a 90% durante o Estado de Emergência, o recurso ao transporte coletivo está a crescer gradualmente, mas ainda a um ritmo ligeiro, mantendo-se 70% abaixo do nível registado antes da pandemia", admitiu o governante, esta semana, em entrevista no âmbito da segunda sessão do Portugal Mobi Summit 2020, subordinada ao tema da transição energética.

"É um processo gradual, que acompanhará o ritmo da reabertura da economia, do comércio, das escolas", apontou, justificando com o natural receio das pessoas face à covid-19. Eduardo Pinheiro garante que "o Governo tem aumentado a oferta de transporte" e considera que "a que existe neste momento é mais do que suficiente para a procura atual". Porque se segue o período das férias de verão, o executivo não prevê fazer reforços durante estes meses, adiando-os para mais tarde. "Só em setembro, depois das férias, faremos essa avaliação", e sempre em articulação com as orientações das autoridades de saúde, pois "podem ser necessárias medidas mais ou menos restritivas". Essencial para o governante é que "o transporte público não seja visto como o último recurso, mas como um transporte seguro".

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Solução é a mobilidade ativa

Certo é que a pandemia veio atrapalhar as estratégias de mobilidade sustentável das cidades europeias e Portugal não é exceção. O receio do transporte público como potencial foco de contágio ameaça um regresso em massa ao transporte individual, e às emissões poluentes, que só não é maior, porque uma parte significativa da população se encontra ainda em teletrabalho.

Sobre este risco, o secretário de Estado da Mobilidade considera que o caminho é prosseguir com a estratégia de mobilidade ativa, que passa pelas bicicletas, por andar a pé e por todas as modalidades da chamada micro-mobilidade, sem esquecer a aposta no melhoramento do transporte coletivo e na mobilidade elétrica.

Nessa matéria, e apesar dos progressos, ainda estamos longe das metas traçadas na Estratégia Nacional de Mobilidade Ativa, que prevê que o peso das bicicletas na mobilidade passe dos 0,5% em 2011 para 7,5% até 2030. Eduardo Pinheiro explica que "nem tudo depende do Governo, é um processo que passa muito pelos municípios e uns são mais ambiciosos que outros". E apontou um exemplo: foi lançado um concurso de 8 milhões de euros para investimento em ciclovias "e só houve procura para cerca de metade, nem chegou a quatro milhões".

Mas há alguns avanços, como, por exemplo, a possibilidade de os barcos da Transtejo e Softlusa estarem a ser preparados para transportar bicicletas. As dez novas embarcações que deverão estar operacionais entre 2022 e 2024, já estão adaptadas e têm uma tecnologia mais limpa, assegurou. Também a estratégia para a mobilidade ativa deverá estar em marcha este ano.

643 novos pontos de carregamento

No campo da mobilidade elétrica, o Governo prepara-se para adjudicar, já nos próximos dias, os 643 pontos de carregamento que colocou a concurso no final de 2018, revelou Eduardo Pinheiro. Segundo o Governante isso permitirá garantir uma cobertura a nível nacional da rede de carregamentos.

Perante o ritmo de crescimento de veículos elétricos - Portugal já é o quinto país da União Europeia nas vendas -, Eduardo Pinheiro admite que a rede de carregamento terá de continuar a aumentar. "A ambição é que esta rede possa crescer", mas também do lado dos operadores privados, sublinhou. Este carregamento passará a ser pago, a partir de 1 de julho, como já tinha sido anunciado. Os incentivos diretos à mobilidade elétrica passaram de três para quatro milhões de euros, este ano, tendo sido alargados aos veículos de mercadorias.

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