"Prepotência e hipocrisia". Marques Mendes critica recusa da esquerda em dar tempo aos novos partidos nos debates quinzenais

11-11-2019
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O comentador da SIC, Luís Marques Mendes, considerou no domingo que a recusa dos partidos de esquerda em deixar os deputados únicos intervirem no debate quinzenal, que ocorre esta semana, mostra “falta de respeito pela democracia, hipocrisia e medo”.

No habitual espaço de comentário televisivo, Marques Mendes frisou que a justificação dada pelos partidos — de que só podem falar aqueles que têm grupo parlamentar — é uma “desculpa de mau pagador“, lembrando que na legislatura anterior o PAN não tinha grupo parlamentar, mas, numa exceção à regra, foi autorizado a falar. “Porque é que se abriu uma execução ao PAN e não se abre para o Chega!, Iniciativa Liberal e Livre?”, questionou.

A crítica foi deixada depois de PS, Bloco de Esquerda, PCP e PEV não terem concordado que os pequenos partidos pudessem intervir nos debates, pelo menos até que seja criado um novo regimento que enquadre a situação dos partidos com deputado único.

Para Mendes, esta limitação é “falta de respeito pela democracia” porque “silencia os que foram eleitos pelos portugueses“. “É uma prepotência.” Além disso, mostra “hipocrisia”: defende o comentador, dizendo que “o PS sempre foi o partido da liberdade”, mas cortou a liberdade de intervenção; o Bloco, “que sempre se disse defensor de minorias”, acabou por discriminá-las; e o PCP, que se diz um partido da democracia, “nega” o seu exercício.

“Parece que há medo do debate e do confronto. É desta maneira que o populismo vai crescendo. Depois não se queixem”, concluiu.

Já sobre as eleições no PSD, Marques Mendes adiantou que estas podem ter uma novidade: “podem ser eleições com duas voltas” porque há, neste momento, três candidatos. Com as novas regras, se ninguém conseguir obter 50% na primeira volta, poderá haver lugar a uma segunda. As diretas para eleger o presidente dos sociais-democratas realizam-se a 11 de janeiro.

“Em teoria, Rui Rio tem vantagem à primeira volta, mas pode não ser suficiente para chegar aos 50% pois tem reduzido a base de apoio”. Em caso de segunda volta, Luís Montenegro já pode sair beneficiado, mas adianta que o “ciclo pode ainda não estar fechado”, dado que Miguel Morgado “voltou à ideia de ser candidato”.

Cenário em Espanha “não é brilhante”

As eleições deste domingo em Espanha, que terminarem com uma vitória do PSOE sem maioria absoluta, não mostram um cenário “brilhante” para o país, defendeu Marques Mendes. Segundo o comentador, estas eleições foram uma “espécie da segunda volta das eleições de abril“. Mas, “aparentemente, o bloqueio mantém-se“. “A dificuldade de formar governo continua a existir.”

Mendes nota que a subida do Vox, partido de extrema-direira “é bastante preocupante para a democracia”.

Uma possível terceira volta seria “inútil” politicamente “porque os espanhóis estão fartos de eleições” e, economicamente, porque a “economia já está em queda“. “Muito provavelmente vai surgir um movimentação da opinião pública no sentido de entendimento entre PSOE e o PP”, não para formar governo, mas no sentido de o principal partido da oposição “fazer um esforço, sob condições, para apoiar um governo minoritário do partido socialista”.

Os resultados são ainda negativos “para a resolução do problema da Catalunha”, que precisa de um poder político forte em Madrid.

Sobre a libertação do ex-presidente do Brasil, Lula da Silva, Marques Mendes nota que haverá uma “radicalização da vida política no Brasil“. “Uma coisa é oposição a Bolsonaro sem Lula, outra é com Lula”, de quem se espera uma “oposição mais forte, veemente e mobilizadora” ao atual presidente do país.

O comentador da SIC, Luís Marques Mendes, considerou no domingo que a recusa dos partidos de esquerda em deixar os deputados únicos intervirem no debate quinzenal, que ocorre esta semana, mostra “falta de respeito pela democracia, hipocrisia e medo”.

No habitual espaço de comentário televisivo, Marques Mendes frisou que a justificação dada pelos partidos — de que só podem falar aqueles que têm grupo parlamentar — é uma “desculpa de mau pagador“, lembrando que na legislatura anterior o PAN não tinha grupo parlamentar, mas, numa exceção à regra, foi autorizado a falar. “Porque é que se abriu uma execução ao PAN e não se abre para o Chega!, Iniciativa Liberal e Livre?”, questionou.

A crítica foi deixada depois de PS, Bloco de Esquerda, PCP e PEV não terem concordado que os pequenos partidos pudessem intervir nos debates, pelo menos até que seja criado um novo regimento que enquadre a situação dos partidos com deputado único.

Para Mendes, esta limitação é “falta de respeito pela democracia” porque “silencia os que foram eleitos pelos portugueses“. “É uma prepotência.” Além disso, mostra “hipocrisia”: defende o comentador, dizendo que “o PS sempre foi o partido da liberdade”, mas cortou a liberdade de intervenção; o Bloco, “que sempre se disse defensor de minorias”, acabou por discriminá-las; e o PCP, que se diz um partido da democracia, “nega” o seu exercício.

“Parece que há medo do debate e do confronto. É desta maneira que o populismo vai crescendo. Depois não se queixem”, concluiu.

Já sobre as eleições no PSD, Marques Mendes adiantou que estas podem ter uma novidade: “podem ser eleições com duas voltas” porque há, neste momento, três candidatos. Com as novas regras, se ninguém conseguir obter 50% na primeira volta, poderá haver lugar a uma segunda. As diretas para eleger o presidente dos sociais-democratas realizam-se a 11 de janeiro.

“Em teoria, Rui Rio tem vantagem à primeira volta, mas pode não ser suficiente para chegar aos 50% pois tem reduzido a base de apoio”. Em caso de segunda volta, Luís Montenegro já pode sair beneficiado, mas adianta que o “ciclo pode ainda não estar fechado”, dado que Miguel Morgado “voltou à ideia de ser candidato”.

Cenário em Espanha “não é brilhante”

As eleições deste domingo em Espanha, que terminarem com uma vitória do PSOE sem maioria absoluta, não mostram um cenário “brilhante” para o país, defendeu Marques Mendes. Segundo o comentador, estas eleições foram uma “espécie da segunda volta das eleições de abril“. Mas, “aparentemente, o bloqueio mantém-se“. “A dificuldade de formar governo continua a existir.”

Mendes nota que a subida do Vox, partido de extrema-direira “é bastante preocupante para a democracia”.

Uma possível terceira volta seria “inútil” politicamente “porque os espanhóis estão fartos de eleições” e, economicamente, porque a “economia já está em queda“. “Muito provavelmente vai surgir um movimentação da opinião pública no sentido de entendimento entre PSOE e o PP”, não para formar governo, mas no sentido de o principal partido da oposição “fazer um esforço, sob condições, para apoiar um governo minoritário do partido socialista”.

Os resultados são ainda negativos “para a resolução do problema da Catalunha”, que precisa de um poder político forte em Madrid.

Sobre a libertação do ex-presidente do Brasil, Lula da Silva, Marques Mendes nota que haverá uma “radicalização da vida política no Brasil“. “Uma coisa é oposição a Bolsonaro sem Lula, outra é com Lula”, de quem se espera uma “oposição mais forte, veemente e mobilizadora” ao atual presidente do país.

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