Governo revela empresas escolhidas para projeto do hidrogénio. E também as que ficaram de fora

07-11-2020
marcar artigo

O secretário de Estado da Energia, João Galamba, decidiu revelar este sábado não apenas a sua agenda de reuniões no quadro do hidrogénio, com mais de 50 encontros desde julho de 2019, mas também a lista de empresas e projetos que foram selecionados para a "short list" da candidatura portuguesa a apresentar a Bruxelas, para obtenção do estatuto IPCEI, de projeto de interesse comum.

Em comunicado, num novo esclarecimento, o secretário de Estado da Energia nota que no quadro do hidrogénio "não há qualquer concurso público, adjudicação direta ou financiamento assegurado ou atribuído, ou qualquer decisão final tomada, pelo que, objetivamente, não poderia ter sido praticado qualquer ato que consubstancie um favorecimento, tráfico de influência ou corrupção".

Em causa está ainda a notícia da revista Sábado segundo a qual João Galamba está a ser investigado pelo Ministério Público por suspeitas de corrupção e tráfico de influência no quadro dos negócios do hidrogénio. A investigação foi aberta em 2019 a partir de uma denúncia anónima.

"Ou seja, não havendo sequer candidatura apresentada, nem projeto integralmente definido, nem empresas definitivamente selecionadas, não há qualquer ato que possa sustentar a prática dos crimes mencionados ou quaisquer outros", sublinha o comunicado enviado pelo Ministério do Ambiente.

O secretário de Estado da Energia fez questão de anexar ao comunicado a listagem de empresas e projetos selecionados em julho deste ano para integrar a candidatura portuguesa ao estatuto IPCEI. Uma listagem que confirma os vários projetos e empresas que o Expresso já noticiara esta sexta-feira.

Mas a documentação divulgada pelo Governo inclui também os projetos e empresas que ficaram de fora da "short list".

Entre os selecionados para a candidatura portuguesa ao estatuto IPCEI estão, como já era público, o consórcio H2Sines (EDP, Galp, REN, Martifer e Vestas) e a Bondalti, mas também a Águas de Portugal, Akuo Energy, Altri, Instituto Politécnico de Portalegre, Amnis Pura (com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto), Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, CP (com a Caetano Bus), Energypulse Systems, EQS, Euro FPV, Fusion Fuel, Gesto Energia, ISQ, Navigator, PRF, Enforce, Prio, Smartenergy, Turbogás, Voltalia, Hyperion, MAN Energy Solutions, entre outras entidades.

Mas houve também uma lista extensa de projetos preteridos, alguns dos quais apresentados por entidades que tiveram outros projetos aprovados. É o caso da Hyperion, mas também da empresa Amnis Pura, por exemplo.

A lista dos que ficaram de fora inclui o projeto Green Flamingo, do empresário Marc Rechter (que foi quem teve as primeiras reuniões com João Galamba sobre hidrogénio verde), mas também as empresas Tejo Energia, Technip, Hanwha Q Cells (maior vencedora do segundo leilão solar em Portugal, este ano) e OZ Energia (do empresário Manuel Champalimaud), esta última em consórcio com o LNEG e a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo.

Igualmente fora da candidatura nacional ao estatuto IPCEI ficaram projetos das empresas Infrapar, Fronius, CLH, Enerland, Dourogás (com a Efacec, Sonae Capital e LNEG), Solvay Portugal e Ar Líquido.

No seu comunicado, o secretário de Estado da Energia nota que nenhum financiamento está garantido nesta chamada (pela inclusão na candidatura ao estatuto IPCEI).

"As empresas ou entidades interessadas com projetos reconhecidos como passíveis de participar no IPCEI Hidrogénio podem ser consideradas para possível integração em grupos de trabalho e reuniões entre entidades nacionais e europeias para a constituição do primeiro IPCEI, ou, conforme a maturidade apresentada, podem ser direcionadas para outras possibilidades de financiamento ou IPCEI posterior", sublinha o mesmo comunicado.

O secretário de Estado da Energia lembra ainda que a ideia da candidatura ao estatuto IPCEI nasceu em novembro de 2019, quando teve um encontro em Bruxelas com o seu homólogo da Holanda, a que se seguiu nova reunião em dezembro, em Paris, com o ministro holandês da Economia.

Em janeiro de 2020 representantes de Portugal e da Holanda participaram numa reunião em Bruxelas com responsáveis da Comissão Europeia, e a partir daí delinearam um projeto para uma candidatura ao estatuto IPCEI (que só será concedido a projetos que incluam pelo menos dois países).

A ideia de uma cooperação luso-holandesa no hidrogénio nasceu, contudo, uns meses antes, quando o empresário Marc Rechter apresentou a João Galamba o projeto de criar um grande projeto industrial em Sines, para produção de hidrogénio e exportação para a Holanda.

Esse projeto viria a incluir a EDP e Galp, e chegou a ser apresentado aos responsáveis da Comissão Europeia. Ficou com a designação Green Flamingo. Mas uns meses depois o consórcio seria alterado: permaneceram a EDP, Galp e REN, bem como a Martifer e a Vestas, mas saindo o Resilient Group, de Marc Rechter. Com a nova composição o consórcio adotou o nome H2Sines. Rechter acabou por apresentar mesmo assim um projeto com o nome Green Flamingo, que acabou por ficar de fora da "short list" para o IPCEI.

Seria o consórcio nacional (H2Sines) a assegurar lugar na "short list" de 37 projetos nacionais para a candidatura ao estatuto IPCEI (ficando o Green Flamingo de fora), como projeto âncora, em Sines. Um outro projeto de larga escala, o da Bondalti, em Estarreja, também foi incluído na "short list". Dezenas de outros projetos de menor escala também lá estão.

O secretário de Estado da Energia, João Galamba, decidiu revelar este sábado não apenas a sua agenda de reuniões no quadro do hidrogénio, com mais de 50 encontros desde julho de 2019, mas também a lista de empresas e projetos que foram selecionados para a "short list" da candidatura portuguesa a apresentar a Bruxelas, para obtenção do estatuto IPCEI, de projeto de interesse comum.

Em comunicado, num novo esclarecimento, o secretário de Estado da Energia nota que no quadro do hidrogénio "não há qualquer concurso público, adjudicação direta ou financiamento assegurado ou atribuído, ou qualquer decisão final tomada, pelo que, objetivamente, não poderia ter sido praticado qualquer ato que consubstancie um favorecimento, tráfico de influência ou corrupção".

Em causa está ainda a notícia da revista Sábado segundo a qual João Galamba está a ser investigado pelo Ministério Público por suspeitas de corrupção e tráfico de influência no quadro dos negócios do hidrogénio. A investigação foi aberta em 2019 a partir de uma denúncia anónima.

"Ou seja, não havendo sequer candidatura apresentada, nem projeto integralmente definido, nem empresas definitivamente selecionadas, não há qualquer ato que possa sustentar a prática dos crimes mencionados ou quaisquer outros", sublinha o comunicado enviado pelo Ministério do Ambiente.

O secretário de Estado da Energia fez questão de anexar ao comunicado a listagem de empresas e projetos selecionados em julho deste ano para integrar a candidatura portuguesa ao estatuto IPCEI. Uma listagem que confirma os vários projetos e empresas que o Expresso já noticiara esta sexta-feira.

Mas a documentação divulgada pelo Governo inclui também os projetos e empresas que ficaram de fora da "short list".

Entre os selecionados para a candidatura portuguesa ao estatuto IPCEI estão, como já era público, o consórcio H2Sines (EDP, Galp, REN, Martifer e Vestas) e a Bondalti, mas também a Águas de Portugal, Akuo Energy, Altri, Instituto Politécnico de Portalegre, Amnis Pura (com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto), Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, CP (com a Caetano Bus), Energypulse Systems, EQS, Euro FPV, Fusion Fuel, Gesto Energia, ISQ, Navigator, PRF, Enforce, Prio, Smartenergy, Turbogás, Voltalia, Hyperion, MAN Energy Solutions, entre outras entidades.

Mas houve também uma lista extensa de projetos preteridos, alguns dos quais apresentados por entidades que tiveram outros projetos aprovados. É o caso da Hyperion, mas também da empresa Amnis Pura, por exemplo.

A lista dos que ficaram de fora inclui o projeto Green Flamingo, do empresário Marc Rechter (que foi quem teve as primeiras reuniões com João Galamba sobre hidrogénio verde), mas também as empresas Tejo Energia, Technip, Hanwha Q Cells (maior vencedora do segundo leilão solar em Portugal, este ano) e OZ Energia (do empresário Manuel Champalimaud), esta última em consórcio com o LNEG e a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo.

Igualmente fora da candidatura nacional ao estatuto IPCEI ficaram projetos das empresas Infrapar, Fronius, CLH, Enerland, Dourogás (com a Efacec, Sonae Capital e LNEG), Solvay Portugal e Ar Líquido.

No seu comunicado, o secretário de Estado da Energia nota que nenhum financiamento está garantido nesta chamada (pela inclusão na candidatura ao estatuto IPCEI).

"As empresas ou entidades interessadas com projetos reconhecidos como passíveis de participar no IPCEI Hidrogénio podem ser consideradas para possível integração em grupos de trabalho e reuniões entre entidades nacionais e europeias para a constituição do primeiro IPCEI, ou, conforme a maturidade apresentada, podem ser direcionadas para outras possibilidades de financiamento ou IPCEI posterior", sublinha o mesmo comunicado.

O secretário de Estado da Energia lembra ainda que a ideia da candidatura ao estatuto IPCEI nasceu em novembro de 2019, quando teve um encontro em Bruxelas com o seu homólogo da Holanda, a que se seguiu nova reunião em dezembro, em Paris, com o ministro holandês da Economia.

Em janeiro de 2020 representantes de Portugal e da Holanda participaram numa reunião em Bruxelas com responsáveis da Comissão Europeia, e a partir daí delinearam um projeto para uma candidatura ao estatuto IPCEI (que só será concedido a projetos que incluam pelo menos dois países).

A ideia de uma cooperação luso-holandesa no hidrogénio nasceu, contudo, uns meses antes, quando o empresário Marc Rechter apresentou a João Galamba o projeto de criar um grande projeto industrial em Sines, para produção de hidrogénio e exportação para a Holanda.

Esse projeto viria a incluir a EDP e Galp, e chegou a ser apresentado aos responsáveis da Comissão Europeia. Ficou com a designação Green Flamingo. Mas uns meses depois o consórcio seria alterado: permaneceram a EDP, Galp e REN, bem como a Martifer e a Vestas, mas saindo o Resilient Group, de Marc Rechter. Com a nova composição o consórcio adotou o nome H2Sines. Rechter acabou por apresentar mesmo assim um projeto com o nome Green Flamingo, que acabou por ficar de fora da "short list" para o IPCEI.

Seria o consórcio nacional (H2Sines) a assegurar lugar na "short list" de 37 projetos nacionais para a candidatura ao estatuto IPCEI (ficando o Green Flamingo de fora), como projeto âncora, em Sines. Um outro projeto de larga escala, o da Bondalti, em Estarreja, também foi incluído na "short list". Dezenas de outros projetos de menor escala também lá estão.

marcar artigo