Covid-19. Apoios que tardam, tecnologia de alerta e cortes de cabelo: o país começou a sair do confinamento

07-05-2020
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Portugal, agora em estado de calamidade (e aqui pode saber tudo o que pode voltar a fazer), acordou esta manhã e ficou a postos para iniciar a primeira das três fases do plano de desconfinamento apresentado pelo Governo. O dia teve um bocadinho mais de trânsito e os transportes públicos mais procura – embora ainda a meio gás – mas é importante não esquecer as novas regras a que todos estamos sujeitos.

As máscaras ou viseiras, por exemplo. Em todo o país, a GNR impediu 460 pessoas de seguirem viagem nos transportes públicos, precisamente por estas não estarem a utilizar a devida proteção. Porque era o primeiro dia, as autoridades optaram por "uma atitude pedagógica" e dizem ter detetado "um desconhecimento enorme".

Depois dos avisos, os passageiros terão mesmo de suportar os custos da infração: sem proteção, incorrem numa coima de entre 120 e 350 euros.

E sobre esta questão, o Conselho de Escolas Médicas Portuguesas e a Ordem dos Médicos vieram recordar uma achega, esclarecendo que as viseiras devem ser usadas como uma forma de proteção adicional, não dispensando o seu uso que seja também colocada a máscara no rosto. Daí o apelo que deixaram ao Governo, para que seja feita uma “alteração urgente” à lei que define o uso do equipamento de proteção, já que esta equipara viseiras e máscaras.

Este foi também o dia para a reabertura dos cabeleireiros após a paragem forçada pela pandemia. Apesar das limitações e das novas normas, não faltaram clientes. Em muitos estabelecimentos já há marcações que garantem trabalho até ao fim do mês.

Por falar em reabertura, um inquérito do Observatório de Políticas de Educação e Formação revelou que mais de metade dos inquiridos (56,7%) não concorda com a reabertura das escolas no ensino secundário no mês de maio e 37,5% estão de acordo, desde que seja mantido o distanciamento físico.

Ainda o 1º de maio. Marcelo Rebelo de Sousa fez questão de se distanciar da comemoração feita pela CGTP, vincando claramente que não a idealizara nos moldes em que aconteceu. Espera uma coisa mais pequena e "restritiva", disse esta segunda-feira.

O Governo não devolveu a bola diretamente ao Presidente, mas já tinha lembrado que quem abriu a porta à cerimónia foi o próprio Marcelo. Pelo meio, o que se apurou é que ninguém fixou número máximo de participantes (embora o decreto de Marcelo previsse essa hipótese), e ninguém fora a CGTP assume a "paternidade" dos moldes da celebração.

Podem chegar aos smartphones já em meados deste mês e o Expresso espreitou as primeiras imagens. As notificações de exposição - alertas que as pessoas podem receber nos smartphones e que avisam que se esteve na presença da alguém que testou positivo (ou é altamente provável que tenha covid-19) - são uma das soluções em desenvolvimento. A Apple e a Google estão a preparar um sistema inovador, que conta com a colaboração de portugueses.

Certo é que o consentimento dos utilizadores será obrigatório para ativar as notificações de exposição (que podem ser desativadas a qualquer momento, sem restrições). Está também dada a garantia de que o sistema não recolhe nem utiliza a localização do dispositivo, aplicando-se a norma mesmo em casos positivos de novo coronavírus — que terão a liberdade de decidir se desejam registar o seu diagnóstico positivo para ajudar no combate à propagação. A identidade dos utilizadores não é conhecida por quaisquer utilizadores ou mesmo pela Google ou pela Apple, sendo o sistema criado apenas para notificações de exposição pelas autoridades oficiais de saúde pública. Assim que a pandemia estiver controlada, tudo será desativado.

O boletim da DGS somou mais 20 óbitos, mantendo-se uma média diária de mortes em valores equiparados aos do final de março. Portugal soma agora 1.063 vítimas mortais, 25.524 casos (ritmo de novos casos continua abaixo de 1%) e 1.712 recuperações, com o aspeto mais negativo a ser a taxa de letalidade (relação entre infetados e vítimas mortais) - esta continua a subir e atingiu esta segunda-feira um novo máximo histórico: 4,2%.

Na habitual conferência de imprensa diária, o secretário de Estado da Saúde, António Sales, anunciou o início do tratamento com “plasma convalescente”, obtido através de amostras de doentes recuperados da covid-19.

Já no plano financeiro, os patrões da indústria vieram reclamar um "simplex-covid" para acelerar os pedidos de empréstimo das empresas, que já ultrapassarão os 9,3 mil milhões de euros, mas que, segundo um inquérito da CIP, tardam em chegar.

O presidente da CIP, António Saraiva, fez um balanço dos apoios que estão a chegar às empresas, e as conclusões não são famosas: pedir empréstimos bonificados continua a demorar muito tempo e, "apesar de nestas linhas ter sido proibido à banca pedir garantias pessoais e patrimoniais, estas exigências continuam a ser solicitadas às empresas".

Cerca de 100 mil empresas já recorreram ao mecanismo de apoio que prevê a comparticipação pelo Estado no pagamento de salários das empresas em crise. Um mês depois do arranque da medida, Miguel Cabrita, secretário de Estado do Trabalho garantiu que os pagamentos estarão concluídos até 15 de maio e reviu em baixa o custo da medida, estimando que o Estado fique com um encargo na ordem dos 300 a 400 milhões/mês.

A última referência do dia vai para Fátima. O reitor do Santuário, Carlos Cabecinhas, pediu esta segunda-feira aos peregrinos que não se desloquem ao recinto nos dias 12 e 13. Aos fiéis, pediu que façam a peregrinação, mas de um modo diferente, “pelo coração".

Portugal, agora em estado de calamidade (e aqui pode saber tudo o que pode voltar a fazer), acordou esta manhã e ficou a postos para iniciar a primeira das três fases do plano de desconfinamento apresentado pelo Governo. O dia teve um bocadinho mais de trânsito e os transportes públicos mais procura – embora ainda a meio gás – mas é importante não esquecer as novas regras a que todos estamos sujeitos.

As máscaras ou viseiras, por exemplo. Em todo o país, a GNR impediu 460 pessoas de seguirem viagem nos transportes públicos, precisamente por estas não estarem a utilizar a devida proteção. Porque era o primeiro dia, as autoridades optaram por "uma atitude pedagógica" e dizem ter detetado "um desconhecimento enorme".

Depois dos avisos, os passageiros terão mesmo de suportar os custos da infração: sem proteção, incorrem numa coima de entre 120 e 350 euros.

E sobre esta questão, o Conselho de Escolas Médicas Portuguesas e a Ordem dos Médicos vieram recordar uma achega, esclarecendo que as viseiras devem ser usadas como uma forma de proteção adicional, não dispensando o seu uso que seja também colocada a máscara no rosto. Daí o apelo que deixaram ao Governo, para que seja feita uma “alteração urgente” à lei que define o uso do equipamento de proteção, já que esta equipara viseiras e máscaras.

Este foi também o dia para a reabertura dos cabeleireiros após a paragem forçada pela pandemia. Apesar das limitações e das novas normas, não faltaram clientes. Em muitos estabelecimentos já há marcações que garantem trabalho até ao fim do mês.

Por falar em reabertura, um inquérito do Observatório de Políticas de Educação e Formação revelou que mais de metade dos inquiridos (56,7%) não concorda com a reabertura das escolas no ensino secundário no mês de maio e 37,5% estão de acordo, desde que seja mantido o distanciamento físico.

Ainda o 1º de maio. Marcelo Rebelo de Sousa fez questão de se distanciar da comemoração feita pela CGTP, vincando claramente que não a idealizara nos moldes em que aconteceu. Espera uma coisa mais pequena e "restritiva", disse esta segunda-feira.

O Governo não devolveu a bola diretamente ao Presidente, mas já tinha lembrado que quem abriu a porta à cerimónia foi o próprio Marcelo. Pelo meio, o que se apurou é que ninguém fixou número máximo de participantes (embora o decreto de Marcelo previsse essa hipótese), e ninguém fora a CGTP assume a "paternidade" dos moldes da celebração.

Podem chegar aos smartphones já em meados deste mês e o Expresso espreitou as primeiras imagens. As notificações de exposição - alertas que as pessoas podem receber nos smartphones e que avisam que se esteve na presença da alguém que testou positivo (ou é altamente provável que tenha covid-19) - são uma das soluções em desenvolvimento. A Apple e a Google estão a preparar um sistema inovador, que conta com a colaboração de portugueses.

Certo é que o consentimento dos utilizadores será obrigatório para ativar as notificações de exposição (que podem ser desativadas a qualquer momento, sem restrições). Está também dada a garantia de que o sistema não recolhe nem utiliza a localização do dispositivo, aplicando-se a norma mesmo em casos positivos de novo coronavírus — que terão a liberdade de decidir se desejam registar o seu diagnóstico positivo para ajudar no combate à propagação. A identidade dos utilizadores não é conhecida por quaisquer utilizadores ou mesmo pela Google ou pela Apple, sendo o sistema criado apenas para notificações de exposição pelas autoridades oficiais de saúde pública. Assim que a pandemia estiver controlada, tudo será desativado.

O boletim da DGS somou mais 20 óbitos, mantendo-se uma média diária de mortes em valores equiparados aos do final de março. Portugal soma agora 1.063 vítimas mortais, 25.524 casos (ritmo de novos casos continua abaixo de 1%) e 1.712 recuperações, com o aspeto mais negativo a ser a taxa de letalidade (relação entre infetados e vítimas mortais) - esta continua a subir e atingiu esta segunda-feira um novo máximo histórico: 4,2%.

Na habitual conferência de imprensa diária, o secretário de Estado da Saúde, António Sales, anunciou o início do tratamento com “plasma convalescente”, obtido através de amostras de doentes recuperados da covid-19.

Já no plano financeiro, os patrões da indústria vieram reclamar um "simplex-covid" para acelerar os pedidos de empréstimo das empresas, que já ultrapassarão os 9,3 mil milhões de euros, mas que, segundo um inquérito da CIP, tardam em chegar.

O presidente da CIP, António Saraiva, fez um balanço dos apoios que estão a chegar às empresas, e as conclusões não são famosas: pedir empréstimos bonificados continua a demorar muito tempo e, "apesar de nestas linhas ter sido proibido à banca pedir garantias pessoais e patrimoniais, estas exigências continuam a ser solicitadas às empresas".

Cerca de 100 mil empresas já recorreram ao mecanismo de apoio que prevê a comparticipação pelo Estado no pagamento de salários das empresas em crise. Um mês depois do arranque da medida, Miguel Cabrita, secretário de Estado do Trabalho garantiu que os pagamentos estarão concluídos até 15 de maio e reviu em baixa o custo da medida, estimando que o Estado fique com um encargo na ordem dos 300 a 400 milhões/mês.

A última referência do dia vai para Fátima. O reitor do Santuário, Carlos Cabecinhas, pediu esta segunda-feira aos peregrinos que não se desloquem ao recinto nos dias 12 e 13. Aos fiéis, pediu que façam a peregrinação, mas de um modo diferente, “pelo coração".

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