Costa acusa Rio de "atingir dignidade desta campanha" com caso Tancos

05-05-2020
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António Costa estava num encontro com startups em Lisboa quando Rui Rio fez uma conferência de imprensa sobre o caso Tancos e, no final, esteve uns minutos reunido com o staff para decidir se respondia aos jornalistas que o esperavam. Acabou por fazê-lo e nem ouviu a pergunta (que era sobre se a acusação de Tancos era política, como diz Azeredo Lopes), disparou direto a Rui Rio: “A mim Rui Rio não atingiu, infelizmente atingiu a dignidade desta campanha eleitoral e temo que tenha desiludido muitos dos que o entendiam como uma pessoa com princípios que não mudam de dois em dois dias”.

Costa foi forte na resposta à conferência de imprensa do líder do PSD: “Não é aos 58 anos que eu lhe reconheço autoridade para fazer julgamentos morais sobre a minha atitude política”. Além disso, o secretário-geral socialista tinha outro recado para Rio, já que “ainda há dois dias” o ouviu “dizer que tinha como princípio fundamental não fazer julgamentos na praça pública. Eu não mudo de princípios fundamentais de dois em dois dias”. Isto para concluir logo de seguida que “quem sacrifica aquilo que são princípios fundamentais da forma de estar na vida política envergonha-se a si próprio mais do que ataca quem quer atingir”.

Na declaração de dois minutos à imprensa, começou logo por atirar ao social-democrata ao considerar que Rio “tinha a estrita obrigação de saber” que Costa respondeu “por escrito a todas as questões que a comissão de parlamentar de inquérito colocou sobre este caso e que concluiu que nada tinha a apontar” ao primeiro-ministro. Também disse que nos dois anos que durou a investigação, a justiça “nunca” lhe “colocou qualquer questão e se tivesse alguma dúvida sobre o meu comportamento certamente tê-lo-ia feito”. Saiu sem se disponibilizar para responder a qualquer pergunta.

Entre as cinco e as sete da tarde, o socialista esteve numa iniciativa de campanha, em Lisboa, com representantes de startups a fazerem perguntas e Costa a responder, não esteve ligado à antena e nem às declarações de Rio . Alguns elementos do seu staff desapareceram da sala no momento em que Rui Rio falava a partir das Caldas da Rainha. No fim do evento, quando os jornalistas aguardavam o líder socialista no fundo da sala, Costa foi rodeado por Mariana Vieira da Silva (ministra e sua conselheira direta), um dos assessores de imprensa, o diretor adjunto de campanha Duarte Cordeiro, o chefe de gabinete Francisco André e também Jorge Lacão (o socialista estava no evento). Depois de conferenciarem uns minutos, a indicação inicial de que Costa não faria mais declarações hoje, mudou: “Vai falar”, anunciou a assessoria de imprensa. E Costa reagiu com peso às acusações que chegaram da candidatura social-democrata, depois de uma resposta matinal sobre as notícias que davam conta do desconforto na Presidência da República sobre o suposto envolvimento do chefe de Estado no caso.

Marcelo e a manhã em Moscavide

De manhã, na Avenida de Moscavide, já a banda aguardava há uns minutos quando António Costa chegou. Foi a primeira manhã em que houve música na caravana socialista e foi também a primeira arruada digna desse nome — pelo menos com a presença de jornalistas — do PS, em terreno seguro, já que este é um passeio tradicional dos socialistas (e numa freguesia da mesma cor). Digamos que se aqueles 450 metros fossem o país, António Costa arranhava a maioria absoluta. Mas Moscavide não chega. O que também pode não ter chegado foi a forma como no dia anterior respondeu de raspão às notícias que envolviam o Presidente da República no caso Tancos. E esta manhã, Costa não quis deixar margem para dúvidas: “Está acima de qualquer suspeita”.

No fim da arruada e questionado pela primeira vez, com disponibilidade, sobre as notícias do caso Tancos, cuja acusação está prestes a sair e apanha em cheio o PS, o socialista refugia-se no seu mantra para as questões de casos judiciais: “Há cinco anos [desde a detenção de Sócrates] que mantenho sempre a mesma regra, e não é agora seguramente que a vou quebrar, que é os casos da justiça tratam-se na justiça. Não se tratam na rua, muito menos em campanha eleitoral”.

António Costa estava num encontro com startups em Lisboa quando Rui Rio fez uma conferência de imprensa sobre o caso Tancos e, no final, esteve uns minutos reunido com o staff para decidir se respondia aos jornalistas que o esperavam. Acabou por fazê-lo e nem ouviu a pergunta (que era sobre se a acusação de Tancos era política, como diz Azeredo Lopes), disparou direto a Rui Rio: “A mim Rui Rio não atingiu, infelizmente atingiu a dignidade desta campanha eleitoral e temo que tenha desiludido muitos dos que o entendiam como uma pessoa com princípios que não mudam de dois em dois dias”.

Costa foi forte na resposta à conferência de imprensa do líder do PSD: “Não é aos 58 anos que eu lhe reconheço autoridade para fazer julgamentos morais sobre a minha atitude política”. Além disso, o secretário-geral socialista tinha outro recado para Rio, já que “ainda há dois dias” o ouviu “dizer que tinha como princípio fundamental não fazer julgamentos na praça pública. Eu não mudo de princípios fundamentais de dois em dois dias”. Isto para concluir logo de seguida que “quem sacrifica aquilo que são princípios fundamentais da forma de estar na vida política envergonha-se a si próprio mais do que ataca quem quer atingir”.

Na declaração de dois minutos à imprensa, começou logo por atirar ao social-democrata ao considerar que Rio “tinha a estrita obrigação de saber” que Costa respondeu “por escrito a todas as questões que a comissão de parlamentar de inquérito colocou sobre este caso e que concluiu que nada tinha a apontar” ao primeiro-ministro. Também disse que nos dois anos que durou a investigação, a justiça “nunca” lhe “colocou qualquer questão e se tivesse alguma dúvida sobre o meu comportamento certamente tê-lo-ia feito”. Saiu sem se disponibilizar para responder a qualquer pergunta.

Entre as cinco e as sete da tarde, o socialista esteve numa iniciativa de campanha, em Lisboa, com representantes de startups a fazerem perguntas e Costa a responder, não esteve ligado à antena e nem às declarações de Rio . Alguns elementos do seu staff desapareceram da sala no momento em que Rui Rio falava a partir das Caldas da Rainha. No fim do evento, quando os jornalistas aguardavam o líder socialista no fundo da sala, Costa foi rodeado por Mariana Vieira da Silva (ministra e sua conselheira direta), um dos assessores de imprensa, o diretor adjunto de campanha Duarte Cordeiro, o chefe de gabinete Francisco André e também Jorge Lacão (o socialista estava no evento). Depois de conferenciarem uns minutos, a indicação inicial de que Costa não faria mais declarações hoje, mudou: “Vai falar”, anunciou a assessoria de imprensa. E Costa reagiu com peso às acusações que chegaram da candidatura social-democrata, depois de uma resposta matinal sobre as notícias que davam conta do desconforto na Presidência da República sobre o suposto envolvimento do chefe de Estado no caso.

Marcelo e a manhã em Moscavide

De manhã, na Avenida de Moscavide, já a banda aguardava há uns minutos quando António Costa chegou. Foi a primeira manhã em que houve música na caravana socialista e foi também a primeira arruada digna desse nome — pelo menos com a presença de jornalistas — do PS, em terreno seguro, já que este é um passeio tradicional dos socialistas (e numa freguesia da mesma cor). Digamos que se aqueles 450 metros fossem o país, António Costa arranhava a maioria absoluta. Mas Moscavide não chega. O que também pode não ter chegado foi a forma como no dia anterior respondeu de raspão às notícias que envolviam o Presidente da República no caso Tancos. E esta manhã, Costa não quis deixar margem para dúvidas: “Está acima de qualquer suspeita”.

No fim da arruada e questionado pela primeira vez, com disponibilidade, sobre as notícias do caso Tancos, cuja acusação está prestes a sair e apanha em cheio o PS, o socialista refugia-se no seu mantra para as questões de casos judiciais: “Há cinco anos [desde a detenção de Sócrates] que mantenho sempre a mesma regra, e não é agora seguramente que a vou quebrar, que é os casos da justiça tratam-se na justiça. Não se tratam na rua, muito menos em campanha eleitoral”.

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