portugal dos pequeninos

07-05-2020
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«E a coragem? -É dizer o que se pensa. Se não disser o que pensa, não é interessante. As pessoas vão à procura de uma diferença. Não se trata de fazer uma diferença. Há uns tontaços a fazer isso pelos jornais. Ninguém os leva a sério. O grande problema de se tentar ser original — não estou a falar dos que são mesmo — inventar coisas para ser diferente e depois ter um mínimo de coerência. As coisas têm de ligar umas com as outras. Não têm que inventar discordâncias para se fazerem originais. Mas também não devem fazer o contrário. E o contacto com aqueles sobre que se escreve? - Não vejo por que é que um colunista deva ser capado politicamente. O que acho é que não se pode ser as duas coisas ao mesmo tempo. Sempre que estive dentro de alguma coisa, parei — tanto durante o Sá Carneiro, como durante o MASP. Não escrevi. Nem isso era possível com nenhum dos dois. Deixei de escrever em 1979, um ano antes de estar no Governo. Mas quando voltou teve de escrever sobre pessoas com quem tinha estado. Isto é uma máquina de acumulação de inimigos? - Definitivamente não. Há um tempo de irritação, que as pessoas têm, mas aquelas que têm algum carácter, liberdade de espírito, 15 dias, dois meses depois, digerem e não pensam mais nisso. Até acham graça.»Vasco Pulido Valente em entrevista a Pedro Lomba, Público


«E a coragem? -É dizer o que se pensa. Se não disser o que pensa, não é interessante. As pessoas vão à procura de uma diferença. Não se trata de fazer uma diferença. Há uns tontaços a fazer isso pelos jornais. Ninguém os leva a sério. O grande problema de se tentar ser original — não estou a falar dos que são mesmo — inventar coisas para ser diferente e depois ter um mínimo de coerência. As coisas têm de ligar umas com as outras. Não têm que inventar discordâncias para se fazerem originais. Mas também não devem fazer o contrário. E o contacto com aqueles sobre que se escreve? - Não vejo por que é que um colunista deva ser capado politicamente. O que acho é que não se pode ser as duas coisas ao mesmo tempo. Sempre que estive dentro de alguma coisa, parei — tanto durante o Sá Carneiro, como durante o MASP. Não escrevi. Nem isso era possível com nenhum dos dois. Deixei de escrever em 1979, um ano antes de estar no Governo. Mas quando voltou teve de escrever sobre pessoas com quem tinha estado. Isto é uma máquina de acumulação de inimigos? - Definitivamente não. Há um tempo de irritação, que as pessoas têm, mas aquelas que têm algum carácter, liberdade de espírito, 15 dias, dois meses depois, digerem e não pensam mais nisso. Até acham graça.»Vasco Pulido Valente em entrevista a Pedro Lomba, Público

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