À Procura : Dia Internacional da Diversidade Biológica

01-06-2020
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Mensagem de Audrey Azoulay,

Diretora-Geral da UNESCO,

por ocasião do Dia Internacional da
Diversidade Biológica

22 de maio
de 2020

Todos os anos, entre o final de
maio e o princípio de junho, a UNESCO celebra três dias internacionais importantes
que representam uma oportunidade para refletirmos juntos sobre os três pilares
sistémicos das alterações climáticas: a biodiversidade, o ambiente e os
oceanos.

Este ano, no momento em que uma
pandemia sem precedentes está a afetar o mundo desde há várias semanas, estes
dias permitem-nos recordar, uma vez mais, que só com uma abordagem transversal
e ambiciosa é possível construir um futuro mais sustentável do ponto de vista
ecológico.

Destes três pilares, a questão da
biodiversidade talvez tenha sido a mais mencionada nas últimas semanas de confinamento
generalizado. O recolhimento na esfera privada e a deserção da maioria dos
espaços públicos esbateram temporariamente a divisão do espaço entre o ser
humano e as outras espécies.

Temos observado animais
inusitados a vaguear pela cidade e, em áreas naturais inteiras, temos visto
algumas espécies ressurgir dos seus esconderijos, para nidificar e se perpetuarem.
Emergindo das margens invisíveis a que habitualmente a condenamos, a natureza
parecia ter recuperado o seu território durante algum tempo. Dando-nos a ver,
num tempo limitado, o que normalmente temos dificuldade em perceber, este
parêntese confinado recordou-nos, por contraste, o que o Relatório Mundial da Plataforma
Intergovernamental de Política Científica sobre Biodiversidade e Ecossistemas
(IPBES), publicado há um ano na UNESCO, já referia: o mundo dos seres vivos
está a desaparecer, deixando lugar à proliferação das doenças infeciosas.

Este desaparecimento é uma ameaça
direta para nós: o tecido vivo que é a biodiversidade não nos é estranho; dele
dependem a nossa alimentação, a nossa saúde e o nosso bem-estar.

Assim, esta pandemia deve
obrigar-nos a pensar dentro deste tecido de interdependência e a mobilizar
ainda mais para nos afastarmos da trajetória destrutiva em que nos encontramos.

As soluções existem. A UNESCO
está a identificá-las, a analisá-las e, sobretudo, a divulgá-las:  no dia 22 de maio, terá lugar a uma reunião
on-line para difundir todo o conhecimento, todo o know-how que está a ser
desenvolvido nos quatro cantos do mundo, no âmbito da Rede Mundial de Reservas
da Biosfera, dos sítios Património Mundial, da Rede Mundial da UNESCO e nas
comunidades indígenas que têm tanto para nos ensinar sobre outro tipo de
relação com a vida.

Neste Dia Internacional da
Diversidade Biológica, façamos votos para que esta crise sanitária dê um
impulso decisivo no sentido da proteção da biodiversidade e façamos nosso este
aforismo de Édouard Glissant, "age localmente, pensa com o mundo".

Mensagem de Audrey Azoulay,

Diretora-Geral da UNESCO,

por ocasião do Dia Internacional da
Diversidade Biológica

22 de maio
de 2020

Todos os anos, entre o final de
maio e o princípio de junho, a UNESCO celebra três dias internacionais importantes
que representam uma oportunidade para refletirmos juntos sobre os três pilares
sistémicos das alterações climáticas: a biodiversidade, o ambiente e os
oceanos.

Este ano, no momento em que uma
pandemia sem precedentes está a afetar o mundo desde há várias semanas, estes
dias permitem-nos recordar, uma vez mais, que só com uma abordagem transversal
e ambiciosa é possível construir um futuro mais sustentável do ponto de vista
ecológico.

Destes três pilares, a questão da
biodiversidade talvez tenha sido a mais mencionada nas últimas semanas de confinamento
generalizado. O recolhimento na esfera privada e a deserção da maioria dos
espaços públicos esbateram temporariamente a divisão do espaço entre o ser
humano e as outras espécies.

Temos observado animais
inusitados a vaguear pela cidade e, em áreas naturais inteiras, temos visto
algumas espécies ressurgir dos seus esconderijos, para nidificar e se perpetuarem.
Emergindo das margens invisíveis a que habitualmente a condenamos, a natureza
parecia ter recuperado o seu território durante algum tempo. Dando-nos a ver,
num tempo limitado, o que normalmente temos dificuldade em perceber, este
parêntese confinado recordou-nos, por contraste, o que o Relatório Mundial da Plataforma
Intergovernamental de Política Científica sobre Biodiversidade e Ecossistemas
(IPBES), publicado há um ano na UNESCO, já referia: o mundo dos seres vivos
está a desaparecer, deixando lugar à proliferação das doenças infeciosas.

Este desaparecimento é uma ameaça
direta para nós: o tecido vivo que é a biodiversidade não nos é estranho; dele
dependem a nossa alimentação, a nossa saúde e o nosso bem-estar.

Assim, esta pandemia deve
obrigar-nos a pensar dentro deste tecido de interdependência e a mobilizar
ainda mais para nos afastarmos da trajetória destrutiva em que nos encontramos.

As soluções existem. A UNESCO
está a identificá-las, a analisá-las e, sobretudo, a divulgá-las:  no dia 22 de maio, terá lugar a uma reunião
on-line para difundir todo o conhecimento, todo o know-how que está a ser
desenvolvido nos quatro cantos do mundo, no âmbito da Rede Mundial de Reservas
da Biosfera, dos sítios Património Mundial, da Rede Mundial da UNESCO e nas
comunidades indígenas que têm tanto para nos ensinar sobre outro tipo de
relação com a vida.

Neste Dia Internacional da
Diversidade Biológica, façamos votos para que esta crise sanitária dê um
impulso decisivo no sentido da proteção da biodiversidade e façamos nosso este
aforismo de Édouard Glissant, "age localmente, pensa com o mundo".

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