Palco do Andrew: Debate aceso, ontem no "Prós e Contras"

24-06-2020
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Depois de uma primeira parte cordial e organizada nas intervenções, o debate do "Prós e Contras", subordinado às relações entre jornalismo e política, animou-se, já depois da meia-noite, com a discussão sobre o "caso das escutas". Henrique Monteiro, director do Expresso, trouxe para o debate a ideia de que o email com a informação de troca de mensagens entre jornalistas, motivo central da manchete do Diário de Notícias, teve proveniência política. José Manuel Fernandes chegou a dizer que não tinha sido convidado para esse debate. O combinado teria sido "um nota de rodapé", sublinhou, "e não três quartos" dedicado a esse tema. O director do Público, onde se publicou, em Agosto, a manchete relativa às suspeitas de vigilância de assessores do Presidência da República por parte do Governo, disse que também não sabia que o email trocado entre os seus jornalistas tinha chegado a outras redacções através de um intermediário político. Paulo Baldaia, responsável pela Informação da TSF, assinalou, por seu lado, que não chegou a fazer-se desmentido algum da peça do Público. E também defendeu que foi "importante o email publicado pelo Diário Notícias". Sem esse material, o jornal, no dia seguinte, teria sido obrigado a explicar melhor a sua notícia, concluiu. Muito antes da acesa discussão que levou o Provedor da RTP, Paquete de Oliveira, a intervir, dizendo que este debate "só veio baralhar os espectadores, porque ninguém quer admitir os erros em que caiu", o director do Diário de Notícias (DN) disse que não se "atreveria a publicar a notícia que estava apenas no espírito dos consultores", condenando assim a actuação do Público.,No seu entender, a notícia, de Agosto, "não estava suficientemente sustentada". Neste ponto, Henrique Monteiro concordou com João Marcelino: "É lícito publicar uma convicção sem sabermos se é apenas uma convicção". Já Paulo Baldaia, director da TSF, defendeu que a suspeita em si, por estarmos perante dois órgãos de soberania, justificava a matéria. Na linha do que defendeu Henrique Monteiro, José Alberto de Carvalho, director de Informação da RTP, ainda disse que "questionava a oportunidade da notícia" do DN. O "caso das escutas", remonta a 18 de Agosto, e veio interromper a silly season política. O Público contou, na altura, a história da suspeita de assessores de Cavaco Silva terem estado sob vigilância. Notícia essa que não chegou a ser desmentida e cujos efeitos se foram arrastado até à campanha política. Um mês depois, foi a vez do DN fazer manchete com a revelação de que um assessor de Cavaco Silva se tinha encontrado com jornalista do Público há 17 meses atrás para falar dessa suspeita, tendo recorrido à publicação de um email privado trocado entre repórteres do Público. Esse assessor foi demitido do cargo. Depois das eleições, o Presidente da República pronunciou-se sobre o "caso das escutas".


Depois de uma primeira parte cordial e organizada nas intervenções, o debate do "Prós e Contras", subordinado às relações entre jornalismo e política, animou-se, já depois da meia-noite, com a discussão sobre o "caso das escutas". Henrique Monteiro, director do Expresso, trouxe para o debate a ideia de que o email com a informação de troca de mensagens entre jornalistas, motivo central da manchete do Diário de Notícias, teve proveniência política. José Manuel Fernandes chegou a dizer que não tinha sido convidado para esse debate. O combinado teria sido "um nota de rodapé", sublinhou, "e não três quartos" dedicado a esse tema. O director do Público, onde se publicou, em Agosto, a manchete relativa às suspeitas de vigilância de assessores do Presidência da República por parte do Governo, disse que também não sabia que o email trocado entre os seus jornalistas tinha chegado a outras redacções através de um intermediário político. Paulo Baldaia, responsável pela Informação da TSF, assinalou, por seu lado, que não chegou a fazer-se desmentido algum da peça do Público. E também defendeu que foi "importante o email publicado pelo Diário Notícias". Sem esse material, o jornal, no dia seguinte, teria sido obrigado a explicar melhor a sua notícia, concluiu. Muito antes da acesa discussão que levou o Provedor da RTP, Paquete de Oliveira, a intervir, dizendo que este debate "só veio baralhar os espectadores, porque ninguém quer admitir os erros em que caiu", o director do Diário de Notícias (DN) disse que não se "atreveria a publicar a notícia que estava apenas no espírito dos consultores", condenando assim a actuação do Público.,No seu entender, a notícia, de Agosto, "não estava suficientemente sustentada". Neste ponto, Henrique Monteiro concordou com João Marcelino: "É lícito publicar uma convicção sem sabermos se é apenas uma convicção". Já Paulo Baldaia, director da TSF, defendeu que a suspeita em si, por estarmos perante dois órgãos de soberania, justificava a matéria. Na linha do que defendeu Henrique Monteiro, José Alberto de Carvalho, director de Informação da RTP, ainda disse que "questionava a oportunidade da notícia" do DN. O "caso das escutas", remonta a 18 de Agosto, e veio interromper a silly season política. O Público contou, na altura, a história da suspeita de assessores de Cavaco Silva terem estado sob vigilância. Notícia essa que não chegou a ser desmentida e cujos efeitos se foram arrastado até à campanha política. Um mês depois, foi a vez do DN fazer manchete com a revelação de que um assessor de Cavaco Silva se tinha encontrado com jornalista do Público há 17 meses atrás para falar dessa suspeita, tendo recorrido à publicação de um email privado trocado entre repórteres do Público. Esse assessor foi demitido do cargo. Depois das eleições, o Presidente da República pronunciou-se sobre o "caso das escutas".

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