Miranda Sarmento: “Acordo do Eurogrupo é um primeiro passo, mas é curto” – O Jornal Económico

15-04-2020
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O economista Joaquim Miranda Sarmento considera que o acordo alcançado pelo Eurogrupo esta semana é positivo, mas que por si só não é suficiente para que os países europeus respondam de forma adequada à grave crise económica provocada pela pandemia da Covid-19.

“É um primeiro passo, mas é curto e ainda com muitas questões em aberto. Sabemos que os processos europeus são sempre morosos, e complexos porque é preciso chegar a consenso entre um conjunto vasto de estados com interesses e objetivos diferentes”, disse ao Jornal Económico.

“Primeiro, não é claro o que é que são despesas de saúde, sobretudo indiretas. Depois, estamos a falar de 2% do PIB por país, no caso de Portugal são quatro mil milhões de euros, o que também é relativamente curto”, sublinhou.

Depois de uma maratona negocial de 20 horas, o Eurogrupo aprovou na quinta-feira um pacote de 540 mil milhões de euros de apoios. O Conselho Europeu, que reúne os líderes dos 27 estados-membros da União Europeia, vai se reunir a 23 de abril por videoconferência com o objetivo de discutir o acordo alcançado pelo Eurogrupo.

O economista também apontou que existem pontos a esclarecer como nos casos em que o “dinheiro seja pedido para a recuperação económica. De que tipo de condicionalidade [contrapartidas] é que estaremos a falar?”.

Miranda Sarmento também destacou que um dos pontos positivos do comunicado do Eurogrupo é dizer que “está a trabalhar para um programa mais abrangente de recuperação económica”.e parece positivo

Questionado sobre as coronabonds – mutualizaçao da dívida europeia -, o economista disse ser “necessário um programa bastante forte de apoio financeiro aos estados”.

“Vai ser necessário encontrar uma solução em que seja possível injetar bastante dinheiro na economia, sem isso desequilibrar muito os rácios de dívida pública dos estados-membros, sobretudo países que tem ainda rácios de divida publica elevados. Algum mecanismo terá de ser encontrado”, defendeu Miranda Sarmento.

“Há varias hipóteses, usamos o termo coronabonds, mas existem varias soluções. No final terá de haver uma solução de algum mecanismo financeiro que permita depois relançar a economia sem com isso dar cabo dos rácios de divida publica dos países mais endividados”, rematou o economista.

Do pacote total de 540 mil milhões de euros, 240 mil milhões de euros poderão ser disponibilizado através do fundo de resgate da zona euro, o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE).

Outros 200 mil milhões de empréstimos têm origem no Banco Europeu de Investimento (BEI), num esquema que também deverá devolver bancos nacionais.

Já 100 mil milhões terão origem no programa SURE, criado pela Comissão Europeia para “manter empregos e empresas a funcionar”. Este programa envolve empréstimos aos estados-membros.

Além disso, o BEI também criou um fundo de garantias no valor de 25 mil milhões de euros.

“O único requerimento para aceder à linha de crédito vai ser que o país se comprometa a usar estes fundos para apoiar o financiamento doméstico de programas de saúde, cura e prevenção da Covid-19”, disse Mário Centeno.

“O Eurogrupo respondeu à chamada dos nossos cidadãos para uma Europa que os proteja”, afirmou o líder do Eurogrupo na sexta-feira.

O economista Joaquim Miranda Sarmento considera que o acordo alcançado pelo Eurogrupo esta semana é positivo, mas que por si só não é suficiente para que os países europeus respondam de forma adequada à grave crise económica provocada pela pandemia da Covid-19.

“É um primeiro passo, mas é curto e ainda com muitas questões em aberto. Sabemos que os processos europeus são sempre morosos, e complexos porque é preciso chegar a consenso entre um conjunto vasto de estados com interesses e objetivos diferentes”, disse ao Jornal Económico.

“Primeiro, não é claro o que é que são despesas de saúde, sobretudo indiretas. Depois, estamos a falar de 2% do PIB por país, no caso de Portugal são quatro mil milhões de euros, o que também é relativamente curto”, sublinhou.

Depois de uma maratona negocial de 20 horas, o Eurogrupo aprovou na quinta-feira um pacote de 540 mil milhões de euros de apoios. O Conselho Europeu, que reúne os líderes dos 27 estados-membros da União Europeia, vai se reunir a 23 de abril por videoconferência com o objetivo de discutir o acordo alcançado pelo Eurogrupo.

O economista também apontou que existem pontos a esclarecer como nos casos em que o “dinheiro seja pedido para a recuperação económica. De que tipo de condicionalidade [contrapartidas] é que estaremos a falar?”.

Miranda Sarmento também destacou que um dos pontos positivos do comunicado do Eurogrupo é dizer que “está a trabalhar para um programa mais abrangente de recuperação económica”.e parece positivo

Questionado sobre as coronabonds – mutualizaçao da dívida europeia -, o economista disse ser “necessário um programa bastante forte de apoio financeiro aos estados”.

“Vai ser necessário encontrar uma solução em que seja possível injetar bastante dinheiro na economia, sem isso desequilibrar muito os rácios de dívida pública dos estados-membros, sobretudo países que tem ainda rácios de divida publica elevados. Algum mecanismo terá de ser encontrado”, defendeu Miranda Sarmento.

“Há varias hipóteses, usamos o termo coronabonds, mas existem varias soluções. No final terá de haver uma solução de algum mecanismo financeiro que permita depois relançar a economia sem com isso dar cabo dos rácios de divida publica dos países mais endividados”, rematou o economista.

Do pacote total de 540 mil milhões de euros, 240 mil milhões de euros poderão ser disponibilizado através do fundo de resgate da zona euro, o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE).

Outros 200 mil milhões de empréstimos têm origem no Banco Europeu de Investimento (BEI), num esquema que também deverá devolver bancos nacionais.

Já 100 mil milhões terão origem no programa SURE, criado pela Comissão Europeia para “manter empregos e empresas a funcionar”. Este programa envolve empréstimos aos estados-membros.

Além disso, o BEI também criou um fundo de garantias no valor de 25 mil milhões de euros.

“O único requerimento para aceder à linha de crédito vai ser que o país se comprometa a usar estes fundos para apoiar o financiamento doméstico de programas de saúde, cura e prevenção da Covid-19”, disse Mário Centeno.

“O Eurogrupo respondeu à chamada dos nossos cidadãos para uma Europa que os proteja”, afirmou o líder do Eurogrupo na sexta-feira.

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