Perspetivas dos jovens para 2013

20-06-2020
marcar artigo


No início do mês de janeiro, a agência Ecclesia solicitou à JOC um artigo sobre as Perspetivas dos jovens para 2013.
A Ângela, da Diocese de Aveiro, redigiu o artigo e deu o seu testemunho, que a seguir publicamos:

Em 2012, a taxa de desemprego jovem chegou aos 39%, muitos jovens
sentiram a emigração como única solução, outros tiveram de abdicar ou
adiar a sua emancipação. Muitas famílias encontram-se neste momento a
recorrer a Instituições de Solidariedade Social (e ainda bem que
existem) para pagar as contas da água, luz, prestação da casa, etc. Na
educação, a reforma do ensino veio pôr ainda mais em causa a qualidade
deste, bem como a equidade, tornando mais restrito o acesso aos apoios
sociais. A disciplina de “Formação Cívica”, que, se fosse bem lecionada,
poderia constituir uma fonte de esperança no que respeita à educação e à
formação dos português no âmbito da cidadania (respeitar os deveres e
conhecer os direitos), passou a não ser obrigatória nas escolas.

Num momento em que cerca de 300 mil desempregados (46%),
inscritos nos centros de emprego, não têm direito a qualquer tipo de
subsídio, o que podemos esperar para 2013?

Testemunho de uma jovem:

“Dizem que nós, jovens, temos a vida facilitada… Dizem que não
temos opinião nem ação. Num encontro de reflexão sobre a Família, em
2012, na minha paróquia, uma jovem disse ter descoberto que existem
manuscritos já datados da Grécia Antiga que relatavam a falta de
perspetivas dos jovens e capacidade em construir o futuro. A verdade é
que mais de 2000 anos passaram entretanto.

Serão os jovens de 2012 capazes de perspetivar 2013? Sim,
certamente! O ano 2012 marcou-me particularmente, pelo aumento das
condições precárias de trabalho e da emigração forçada. Assisti ao
abandono de amigos (e amigos de amigos!) de Portugal, mesmo não o
desejando. Neste ano de 2012, conclui a minha licenciatura. Ainda não
encontrei trabalho na área, e mesmo fora dela também é muito difícil.
Tem sido um saltitar de trabalho em trabalho, ou melhor, de em “à
experiência” para em “à experiência”. Toda esta incerteza
dificultar-me-ia o vislumbrar de um 2013 com mais dignidade. Contudo, eu
só consigo acreditar num futuro promissor para mim e para os que me
rodeiam, pois apesar de todas as adversidades económicas e familiares,
sempre consegui até hoje levar a cabo todos os projetos aos quais me
entreguei. Por isso, acredito que em 2013 vou conseguir criar ou
encontrar o meu lugar no mundo de trabalho! Pelo que vejo, Portugal está
sedento de mentes positivas, dinâmicas e cheias de esperança. Pessoas
que finalmente compreendem que a felicidade não é a meta, mas sim o
caminho!

Em 2013, muito possivelmente, o país não irá melhorar
economicamente e, infelizmente, mais amigos terão de o abandonar. Mas
apesar disto, para 2013, eu já tenho um plano para alterar a minha
situação laboral e perspetivo a sociedade civil portuguesa mais
consciente e solidária. Como já é tradição, ando com o meu grupo de JOC a
cantar as janeiras e noto que o acolhimento das pessoas, porta a porta,
está mais caloroso este ano. Assim, para 2013, perspetivo, ou pelo
menos desejo muito, famílias mais comunicativas, mais atentas ao seu
vizinho e que caminhem lado a lado! Acredito que é assim que os
portugueses vão ter a felicidade como um caminho e perceber que assim
mudarão o astral da conjuntura económica do país. E tu, no teu trabalho
ou situação de desemprego, o que vais fazer?” (Ângela Ferreira, JOC de
Aveiro, 23 anos, desempregada.)

Como jovens cristãos, sentimos que por mais difíceis que sejam os problemas, não podemos baixar os braços e encontramos
esperança em cada cristão, em cada pessoa de bem que está atenta à
realidade, que percebe a importância do seu papel e da sua ação e que
intervém positivamente, procurando a transformação do seu meio, através
da partilha, da amizade, da solidariedade... Podemos não ter a
capacidade de mudar o país, mas somos, certamente, capazes de ajudar a
melhorar a vida de um vizinho, de um amigo ou até mesmo de um
desconhecido que nos bate à porta! Como ouvíamos durante a preparação do
Natal, “velai, pois, orando continuamente, a fim de terdes força para escapar a tudo o que vai acontecer” (Lc 21, 36) e “quem tem duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma, e quem tem mantimentos faça o mesmo” (Lc 3, 11). Que estas palavras sustentem a nossa esperança, em 2013!

Aqui está também o link da notícia. 


No início do mês de janeiro, a agência Ecclesia solicitou à JOC um artigo sobre as Perspetivas dos jovens para 2013.
A Ângela, da Diocese de Aveiro, redigiu o artigo e deu o seu testemunho, que a seguir publicamos:

Em 2012, a taxa de desemprego jovem chegou aos 39%, muitos jovens
sentiram a emigração como única solução, outros tiveram de abdicar ou
adiar a sua emancipação. Muitas famílias encontram-se neste momento a
recorrer a Instituições de Solidariedade Social (e ainda bem que
existem) para pagar as contas da água, luz, prestação da casa, etc. Na
educação, a reforma do ensino veio pôr ainda mais em causa a qualidade
deste, bem como a equidade, tornando mais restrito o acesso aos apoios
sociais. A disciplina de “Formação Cívica”, que, se fosse bem lecionada,
poderia constituir uma fonte de esperança no que respeita à educação e à
formação dos português no âmbito da cidadania (respeitar os deveres e
conhecer os direitos), passou a não ser obrigatória nas escolas.

Num momento em que cerca de 300 mil desempregados (46%),
inscritos nos centros de emprego, não têm direito a qualquer tipo de
subsídio, o que podemos esperar para 2013?

Testemunho de uma jovem:

“Dizem que nós, jovens, temos a vida facilitada… Dizem que não
temos opinião nem ação. Num encontro de reflexão sobre a Família, em
2012, na minha paróquia, uma jovem disse ter descoberto que existem
manuscritos já datados da Grécia Antiga que relatavam a falta de
perspetivas dos jovens e capacidade em construir o futuro. A verdade é
que mais de 2000 anos passaram entretanto.

Serão os jovens de 2012 capazes de perspetivar 2013? Sim,
certamente! O ano 2012 marcou-me particularmente, pelo aumento das
condições precárias de trabalho e da emigração forçada. Assisti ao
abandono de amigos (e amigos de amigos!) de Portugal, mesmo não o
desejando. Neste ano de 2012, conclui a minha licenciatura. Ainda não
encontrei trabalho na área, e mesmo fora dela também é muito difícil.
Tem sido um saltitar de trabalho em trabalho, ou melhor, de em “à
experiência” para em “à experiência”. Toda esta incerteza
dificultar-me-ia o vislumbrar de um 2013 com mais dignidade. Contudo, eu
só consigo acreditar num futuro promissor para mim e para os que me
rodeiam, pois apesar de todas as adversidades económicas e familiares,
sempre consegui até hoje levar a cabo todos os projetos aos quais me
entreguei. Por isso, acredito que em 2013 vou conseguir criar ou
encontrar o meu lugar no mundo de trabalho! Pelo que vejo, Portugal está
sedento de mentes positivas, dinâmicas e cheias de esperança. Pessoas
que finalmente compreendem que a felicidade não é a meta, mas sim o
caminho!

Em 2013, muito possivelmente, o país não irá melhorar
economicamente e, infelizmente, mais amigos terão de o abandonar. Mas
apesar disto, para 2013, eu já tenho um plano para alterar a minha
situação laboral e perspetivo a sociedade civil portuguesa mais
consciente e solidária. Como já é tradição, ando com o meu grupo de JOC a
cantar as janeiras e noto que o acolhimento das pessoas, porta a porta,
está mais caloroso este ano. Assim, para 2013, perspetivo, ou pelo
menos desejo muito, famílias mais comunicativas, mais atentas ao seu
vizinho e que caminhem lado a lado! Acredito que é assim que os
portugueses vão ter a felicidade como um caminho e perceber que assim
mudarão o astral da conjuntura económica do país. E tu, no teu trabalho
ou situação de desemprego, o que vais fazer?” (Ângela Ferreira, JOC de
Aveiro, 23 anos, desempregada.)

Como jovens cristãos, sentimos que por mais difíceis que sejam os problemas, não podemos baixar os braços e encontramos
esperança em cada cristão, em cada pessoa de bem que está atenta à
realidade, que percebe a importância do seu papel e da sua ação e que
intervém positivamente, procurando a transformação do seu meio, através
da partilha, da amizade, da solidariedade... Podemos não ter a
capacidade de mudar o país, mas somos, certamente, capazes de ajudar a
melhorar a vida de um vizinho, de um amigo ou até mesmo de um
desconhecido que nos bate à porta! Como ouvíamos durante a preparação do
Natal, “velai, pois, orando continuamente, a fim de terdes força para escapar a tudo o que vai acontecer” (Lc 21, 36) e “quem tem duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma, e quem tem mantimentos faça o mesmo” (Lc 3, 11). Que estas palavras sustentem a nossa esperança, em 2013!

Aqui está também o link da notícia. 

marcar artigo